MODALIDADES DE INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10202288


Elizabete Petermann
Gisele Pereira Machado Bezerra
Guilherme Prates Meireles
Jessica Figueiredo Alves
Natalia Rodrigues Oliveira
Orientadora: profª Ms. Chrystianne de Melo Setter


RESUMO  

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades na  interação ou comunicação social e presença de interesses restritos ou comportamentos  repetitivos. É uma condição que afeta a forma de comunicação (verbal e não verbal), a  interação social e a organização das demandas sensoriais da criança autista. O presente  estudo teve como objetivo sistematizar evidências científicas e analisar os resultados das  intervenções fisioterapêuticas (Hidroterapia, Equoterapia, Cinesioterapia,  Neuromodulação e Gameterapia) que foram as modalidades mais encontradas na  literatura. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática alcançada por consultas a  artigos científicos em diversas bases de dados: PubMed, SciELO, LILACS, PEDRo,  MedLine, BVS e Google Scholar. Os critérios de inclusão dos artigos tiveram como base  publicações entre os anos de 2013 e 2023, estudos científicos do tipo controle,  randomizado, intervenção e estudos de casos. Ao todo foram selecionados 25 artigos  que se encaixaram nos critérios de inclusão. Resultados: Vários estudos abrangendo a  hidroterapia e equoterapia mostraram resultados muitos satisfatórios em relação à  melhora das habilidades sociais, interação social, comunicação e melhora na  irritabilidade. Melhora na habilidade motora foi observado em crianças submetidas a  gameterapia, e em grupos participantes de intervenção de Cinesioterapia obteve-se um  melhor engajamento social e empatia. Conclusão: O estudo mostrou a importância da  intervenção fisioterapêutica no tratamento em crianças com TEA. As diversas  modalidades analisadas mostraram ser benéficas nos diferentes aspectos do autismo,  mas os aspectos mais avaliados nas diversas modalidade foram o equilíbrio,  coordenação motora que tiveram resultados mais satisfatórios e auxiliaram muito na  interação social e convívio em grupo.  

Palavras-chave: Fisioterapia, Transtorno do Espectro Autista, Cinesioterapia, Autismo,  Reabilitação  

ABSTRACT:  

Autism Spectrum Disorder (ASD) is characterized by difficulties in social interaction  or communication and the presence of restricted interests or repetitive behaviors. It is a  condition that affects the form of communication (verbal and non-verbal), social  interaction, and the organization of sensory demands in autistic children. The present  study aimed to systematize scientific evidence and analyze the results of physiotherapeutic interventions (Hydrotherapy, Hippotherapy, Kinesiotherapy,  Neuromodulation, and Game Therapy), which were the most commonly found modalities  in the literature.  

Methodology: This is a systematic review achieved by consulting scientific articles  in various databases: PubMed, SciELO, LILACS, PEDRo, MedLine, VHL, and Google  Scholar. The inclusion criteria for articles were based on publications between 2013 and  2023, scientific studies of the control, randomized, intervention, and case studies type. In  total, 25 articles were selected that met the inclusion criteria.  

Results: Several studies covering hydrotherapy and equine therapy have shown  very satisfactory results in relation to the improvement of social skills, social interaction,  communication, and improvement in irritability. Improvement in motor skills was observed  in children undergoing game therapy, and in groups participating in Kinesiotherapy  intervention, better social engagement and empathy were obtained.  

Conclusion: The study showed the importance of physiotherapeutic intervention in  the treatment of children with ASD. The different modalities analyzed proved to be very  beneficial in different aspects of autism, improving balance, motor coordination, helping  with social interaction, and group living.  

1. INTRODUÇÃO  

 O Transtorno do Espectro Autista (TEA) diz respeito a uma série de condições  caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social,  comunicação e linguagem, que podem ter caráter repetitivo, além de apresentar  dificuldade na transição entre diferentes atividades, tendência a focar em detalhes e  reações singulares diante de estímulos sensoriais. As habilidades sociais são marcadas  por dificuldades em diferentes graus de interação social e comunicação (SHAW et al.,  2023). A etiologia do TEA é multifatorial, culminando no desenvolvimento cerebral atípico  que dita muita heterogeneidade clínica (FERREIRA, 2020).  

 O TEA é uma condição que afeta a comunicação verbal e não verbal, interação  social e a parte sensorial, além de apresentar comportamentos restritos, repetitivos,  estereotipias, pouco contato visual, alterações na coordenação motora, alterações  cognitivas e comportamentais (AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION, 2014). O  diagnóstico leva em consideração o prejuízo na comunicação social e na interação social, padrões restritivos e repetitivos de comportamento identificados desde a primeira infância  (MANUAL DIAGNÓSTICO ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS, 2014). 

Além das alterações cognitivas e comportamentais de crianças com TEA, elas  também podem apresentar alterações de equilíbrio, no planejamento do movimento, na  marcha e coordenação motora fina e grossa. Esses desafios motores têm sido  consistentemente considerados precursores de sintomas e diagnósticos posteriores do  TEA. Além disso, as dificuldades motoras, especialmente na estabilidade postural, têm  sido associadas à gravidade dos sintomas do autismo (DOWD et al., 2012). 

Existem aproximadamente cerca de 2 milhões de autistas no Brasil, sendo que  uma em cada cem crianças, possuem o transtorno. É importante ressaltar que essa  estimativa representa uma média e a prevalência relatada pode variar consideravelmente  entre os estudos realizados (ZEIDAN et al., 2022). Com base em estudos  epidemiológicos realizados ao longo dos últimos anos, tem sido observado um aparente  aumento do TEA em nível global. Esse fenômeno pode ser atribuído a diversos fatores,  tais como o crescente nível de conscientização sobre o tema, a expansão dos critérios  de diagnóstico, o aprimoramento das ferramentas utilizadas para diagnosticar o TEA e a  melhoria na coleta e no registro de informações relacionadas a esse transtorno (PAN  AMERICAN HEALTH ORGANIZATION, 2023).  

Na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5, eliminou-se o diagnóstico de Síndrome de Asperger e unificaram as várias  formas de autismo sob o termo “TEA” (MANUAL DIAGNÓSTICO ESTATÍSTICO DE  TRANSTORNOS MENTAIS, 2014). A mudança na nomenclatura reflete uma  compreensão cada vez mais ampla de que o TEA é caracterizado por uma gama variada  de perfis e características individuais, e busca promover uma maior inclusão e aceitação  destes indivíduos. O uso de termos como “autismo leve” muitas vezes era problemático,  pois poderia minimizar as dificuldades e desafios enfrentados por esses indivíduos, além  de não refletir adequadamente suas necessidades (NICOLAIDIS et al., 2015). Ao adotar  o termo TEA, há o incentivo de uma visão mais abrangente do autismo, que leva em  consideração as habilidades e desafios individuais, sem hierarquizar ou estigmatizar  certas formas de autismo (PELLICANO, 2020). 

Com isso, ao longo dos anos, o DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental  Disorders,) – Desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria (American  Psychiatric Association- APA), tem desempenhado um papel fundamental na área da saúde mental, fornecendo critérios específicos para o diagnóstico de uma ampla gama  de transtornos, incluindo transtornos de humor, ansiedade, alimentares, personalidade,  do espectro autista, entre outros. Sua utilização é difundida por uma equipe  multidisciplinar, com profissionais, como psiquiatras, psicólogos, médicos e outros,  auxiliando-os na identificação e classificação dos sintomas apresentados pelos  pacientes. (AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION, 2014). 

No entanto, é importante ressaltar que o DSM não é um instrumento definitivo para  compreender a complexidade dos transtornos mentais. Ele é uma ferramenta de apoio  ao diagnóstico. Sua importância no TEA reside na padronização e na uniformidade dos  critérios diagnósticos, o que permite uma maior consistência e comunicação entre  profissionais de saúde. No caso específico do TEA, o DSM-5 em sua edição mais  recente, trouxe mudanças significativas em relação às edições anteriores, trazendo uma  abordagem mais abrangente e atualizada do transtorno (AMERICAN PSYCHIATRY  ASSOCIATION, 2014). 

Em vista disso, constata-se um grande avanço no entendimento e abordagem do  espectro autista, em que no passado, termos como autismo leve, autismo severo e  síndrome de Asperger, eram utilizados para descrever diferentes formas do transtorno.  Essa transição ocorreu com base em avanços científicos, revisões diagnósticas e uma  compreensão mais ampla da diversidade dentro do espectro autista, porém sua  classificação continua sendo objeto de intensa pesquisa e revisões diagnósticas. Todavia  ainda ocorre com frequência um atraso no diagnóstico do TEA, entre o momento das  primeiras preocupações dos pais, até o diagnóstico e início de um tratamento adequado  (MONTENEGRO et al.,2019).  

O diagnóstico do TEA é clínico, sendo realizado a partir da apresentação  comportamental da criança, pois não existem marcadores biológicos, exames laboratoriais  ou neuroimagem específicos que possibilitem o diagnóstico (MONTENEGRO et al.,2019).  

Para auxiliar nesse processo, foram criadas escalas de triagem diagnóstica,  principalmente com o objetivo de evitar o diagnóstico tardio. Porém quatro escalas de  triagem, têm sido mais utilizadas na maioria dos países para auxiliar na detecção da  síndrome, são elas: M-Chat, aplicada em crianças de 16 a 30 meses, 23 itens avaliados;  CARS, para crianças de 3 a 17 anos de idade, 15 itens avaliados; CAST, aplicada em  crianças de 4 a 11 anos de idade, 37 itens avaliados e; SCQ, a partir dos 4 anos de idade,  40 itens avaliados (FOURNIER et al., 2016). 

Apesar de ser uma condição antiga, somente em 2013 no DSM 5 passou a ser  classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, e se caracteriza por déficits  persistentes na comunicação e interação social. Como se trata de um espectro, o DSM 5  estabeleceu três níveis de gravidade do TEA, sendo eles Nível 1, 2 e 3.  

Pessoas diagnosticadas com o Nível 1 necessitam de suporte, apresentam dificuldade em  iniciar interações sociais, podem apresentar respostas atípicas para abertura social, além  de dificuldades para trocar de atividades que pode gerar dificuldades de independência por  problemas com a organização e o planejamento. As pessoas diagnosticadas com Nível 2  necessitam de suporte substancial, pois possuem déficits na conversação, apresentam  aflição para mudar o foco ou a ação, e os prejuízos são aparentes apesar do suporte. Já  as pessoas diagnosticadas com o Nível 3 necessitam de suporte muito substancial, pois  apresentam graves prejuízos no funcionamento, a abertura social é muito limitada, com  repostas mínimas a interação, dificuldade extrema de lidar com mudanças e grande aflição  para mudar o foco ou a ação (DSM-V, 2014). https://www.jadeautism.com/acesso 07/04/23 

Pessoas com TEA apresentam retardo nas conexões que são responsáveis por dar  sequência a movimentos e ações rotineiras, podem manifestar dificuldade de realizar ou  aprender habilidades de coordenação como desenho e escrita. Nesse contexto, pode  existir um impacto negativo na realização de afazeres diários ou atividades como a prática de determinado esporte (GESCHWIND, 2013; NETO et al., 2013). O TEA pode apresentar  diferentes manifestações no indivíduo, como: tensão muscular, hipotonia, posições e  atitudes, problemas na marcha, atraso nos efeitos motores dos processos mentais e  estereotipais. Dessa forma, o fisioterapeuta deve intervir com técnicas para que o portador  tenha aquisição de experiências sensório motor, a fim de contribuir para a evolução  adaptativa e interação social, desencadeando uma interrelação corpo e mente (AZEVEDO  & GUSMÃO, 2016). 

O tratamento medicamentoso para o TEA existe, e tem como objetivo auxiliar no  manejo de sintomas associados e melhorar a qualidade de vida das pessoas no espectro.  Embora não exista uma medicação específica para tratar o núcleo do TEA, alguns  medicamentos podem ser prescritos para auxiliar no manejo de sintomas associados ou  comorbidades, como ansiedade, hiperatividade e problemas de sono (RINEHART et al.,  2016).  

Os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) são um tipo de  medicamento comumente prescrito para tratar sintomas relacionados ao TEA, como ansiedade, irritabilidade e comportamentos repetitivos (VASA et al., 2016). Esses  medicamentos atuam aumentando os níveis de serotonina no cérebro, melhorando a  regulação emocional e reduzindo a hiperatividade. Os estabilizadores de humor, como o ácido valpróico e o lítio, também têm sido estudados como opções de tratamento para o  TEA, visando controlar oscilações de humor, agitação e impulsividade (FRYE et al.,2016).  Os antipsicóticos atípicos são utilizados no tratamento de sintomas associados ao TEA,  como agressividade, comportamento autolesivo e irritabilidade. Esses medicamentos  atuam no sistema dopaminérgico, reduzindo a intensidade e a frequência de  comportamentos desafiadores (TACHIMORI; KANBA, 2015).  

À vista disso, o tratamento do TEA, necessita da intervenção multidisciplinar, que  engloba profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais,  psicólogos e pedagogos, cada um contribuindo com sua expertise e conhecimento  especializado. Essa colaboração permite uma avaliação abrangente das necessidades da  criança e a criação de um plano de tratamento individualizado (CASE-SMITH et al., 2015).  

Avaliações cognitivas, emocionais e comportamentais são realizadas para  identificar as necessidades individuais da criança e elaborar um plano de tratamento  personalizado (ROGERS et al., 2016). Em colaboração com pais, professores e outros  profissionais, pedagogos implementam programas educacionais personalizados,  fornecem suporte acadêmico e promovem a aprendizagem (SUTHERLAND et al., 2016).  Estratégias para aprimorar habilidades de atenção, concentração e resolução de  problemas têm sido aplicadas com sucesso no contexto educacional (BHAT et al., 2020).  

A fisioterapia tem sido amplamente utilizada no que diz respeito à repercussão  motora que pode estar associada, como a hipotonia e a desorganização sensorial  associando terapias complementares como a cinesioterapia, terapia de integração  sensorial, musicoterapia e equoterapia no tratamento, além de aprimorar as habilidades  sociais, diminuir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. (FILIPEK  et al., 2000; PFEIFFER et al.,2011).  

A fisioterapia atua na modulação sensorial e motora. Bolas, jogos interativos e  brinquedos educativos podem ser utilizados no tratamento. Buscam-se formas de  melhorar a concentração, memória e habilidades motoras como coordenação e medição.  O diagnóstico de TEA requer triagem motora adequada com medidas apropriadas e  intervenções e avaliações sustentadas por fisioterapeutas que lidam com deficiências  funcionais. (SEGURA et al., 2013). 

Algumas técnicas ou modalidades fisioterapêuticas têm se mostrado mais eficazes  no tratamento de crianças com TEA. A Equoterapia é um método abrangente de  prevenção, melhora e tratamento dos sintomas de disfunção. Tem um efeito benéfico no  tônus muscular, regulação da disfunção sensorial e tem um impacto positivo na melhoria  da sensibilidade, habilidades motoras, imagem corporal, equilíbrio, coordenação e  controle motor da cabeça e do tronco. Pode aumentar o estado de alerta e a capacidade  cognitiva, aumentar a autoconfiança e melhorar a autoexpressão e a independência. O  contato com o cavalo motiva o paciente, sinal de desenvolvimento emocional e  experiências fluidas. Melhora as funções psicológicas, como sentimento, memória,  atenção e pensamentos. (GATTINO, 2015).  

Outra técnica bastante utilizada com esses pacientes é a Hidroterapia, as  propriedades da água, como flutuabilidade e pressão hidrostática, podem fornecer  informações sensoriais, ambiente agradável e movimentos simples para melhorar o  bem-estar, habilidades de comunicação ,comportamentos sensoriais e sociais no  autismo. A água é útil para trabalharmos o reconhecimento do esquema corporal e a  resposta motora e sensorial, melhorar a relação do corpo com a realidade e ajudar  a construir uma relação mais segura e de confiança (GATTINO, 2015).  

A Cinesioterapia motora ajuda a modular o tônus muscular, fortalecer a  musculatura dos membros superiores e inferiores, dissociar a pelve e cintura escapular,  melhorar o equilíbrio, a coordenação motora e a propriocepção, além de abranger os  aspectos psicológicos da criança, relacionados à autoconfiança, autonomia e  respeito.(GATTINO, 2015).  

A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) e a estimulação  magnética transcraniana (EMT) são técnicas de estimulação cerebral não invasiva que  têm mostrado resultados promissores e encorajadores no tratamento de transtornos  mentais (VASA et al., 2016).Vários autores avançaram a ideia de que um desequilíbrio  entre a excitação e a inibição da rede neural pode ser um elemento-chave na patogênese  do TEA e déficits comportamentais graves no autismo demonstraram resultar de uma  regulação positiva do nível celular equilíbrio entre excitação e inibição no microssistema  nervoso. (GATTINO, 2015).  

O uso de videogames como abordagem terapêutica tem se mostrado atrativo para  ajudar a melhorar as habilidades motoras em jovens com TEA. Nos últimos anos, várias  plataformas ativas de videogame, incluindo Nintendo Wii Fit, Dance Dance Revolution e Microsoft X-box Kinect, foram incorporadas a intervenções de treinamento para praticar  habilidades motoras grossas em indivíduos com autismo e outras deficiências de  desenvolvimento (ROGERS et al., 2016) Os videogames comerciais desenvolvidos  nessas plataformas mostraram alguns efeitos na melhoria dos níveis de condicionamento  físico (por exemplo, condicionamento cardiorrespiratório, força, velocidade, agilidade e  resistência) em crianças e adolescentes com autismo (VASA et al., 2016).  

Recentemente, tem havido um aumento no interesse por modelos de interpretação  que sugerem que o prejuízo sensorial no TEA não se limita apenas às modalidades uni  sensoriais (como apenas audição), mas também afeta a integração multissensorial,  possivelmente relacionada a uma diminuição da conectividade cerebral de longo alcance.  Segundo essa perspectiva, as crianças e pessoas com TEA, têm uma capacidade  reduzida de integrar informações sensoriais de diferentes modalidades (como auditivas  ou visuais), o que pode contribuir para os principais sintomas do autismo, incluindo o  comprometimento da comunicação social (MARCO et al.,2020).  

Crianças com TEA apresentam também atraso motor fino que pode comprometer  a capacidade de caligrafia ou na digitação, que interferi até mesmo na comunicação. Já o  atraso motor grosso pode comprometer o equilíbrio, aparência social e a motivação para  determinadas atividades sociais (FITTIPALDI- WERT; MOWLING, 2009).  

A abordagem fisioterapêutica em crianças com TEA tem sido objeto de estudo em  diversas pesquisas na área da saúde (SOARES et al.,2020). Um dos principais desafios  na investigação da abordagem fisioterapêutica para crianças com TEA é determinar sua  eficácia em termos de resultados clínicos. Embora haja evidências preliminares sugerindo  que a fisioterapia pode ser benéfica para melhorar o equilíbrio, a coordenação motora, a  postura e a função respiratória em indivíduos com TEA, a natureza heterogênea do TEA  torna difícil generalizar esses resultados (FERNANDES et al., 2020).  

Outro desafio é a falta de consenso sobre a melhor abordagem fisioterapêutica  para indivíduos com TEA (TREVATHEN; DELAFELD-BUTT, 2013). Embora algumas  abordagens, como a terapia aquática, a terapia ocupacional e a fisioterapia convencional,  tenham sido propostas como eficazes, ainda há poucas pesquisas para apoiar essas  intervenções. Além disso, a falta de padronização das intervenções torna difícil comparar  os resultados entre diferentes estudos. (SEGURA et al.,2013)  

Portanto, é importante que a problematização desta revisão sistemática busque  responder à seguinte pergunta: Quais são os principais desafios enfrentados pelos profissionais de fisioterapia ao abordar crianças com TEA? Quais as modalidades que  apresentam evidências científicas? Com essa problematização, espera-se identificar as  lacunas e limitações existentes nos tipos de intervenção fisioterapêutica para indivíduos  com TEA e fornecer insights sobre como esses desafios podem ser abordados na prática  clínica.  

2 OBJETIVOS  

2.1 OBJETIVO GERAL  

Verificar quais tipos de intervenções terapêuticas estão sendo mais utilizadas para o uso  de alterações motoras e sensoriais encontradas em crianças com TEA  

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

2.2.1 Rastrear na literatura atual, quais modalidades ou técnicas fisioterapêuticas são  realizadas em crianças com TEA. 

2.2.2 Analisar os diferentes tipos de tratamentos fisioterapêuticos em crianças com  TEA e destacar os mais eficazes. 

3 METODOLOGIA

A metodologia realizada neste estudo é uma revisão sistemática, sendo que  este tipo de estudo, no processo de relevância cientifica, tem se mostrado uma  pesquisa primordial, pois complementam um conjunto de informações de estudos que  foram realizados separadamente sobre um determinado tema, permitindo desta forma  inserir maior quantidade de resultados relevantes, do que se limitar apenas a algumas  bibliografias. (MARCONI; LAKATOS, 2017).  

Realizamos essa revisão utilizando as bases de dados PubMed, Scientific  Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em  Ciências da Saúde (LILACS), Physioterapy Evidence Data base (PEDro), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine), Biblioteca Virtual em  Saúde (BVS) e Google Scholar. A busca pelo material coletado foi iniciada em janeiro  de 2023 e se estendeu até agosto do mesmo ano. Tendo como critério de inclusão,  artigos relacionados a intervenção fisioterapêutica publicados entre os anos de 2013  e 2023, nos idiomas inglês, português e espanhol. E como critério de exclusão não  foram analisados artigos que antecedem o ano de 2013 e que relatem intervenções  farmacológicas, cirúrgicas ou psiquiátricas.  

Os descritores ou palavras-chaves utilizadas para a pesquisa foram:  Fisioterapia e Transtorno do Espectro Autista. Os termos utilizados para a busca serão  verificados através dos Descritores em Ciência da Saúde (DeSC/ MeSH): Autism  Spectrum Disorder and Physiotherapy. As informações importantes, colhidas nos  estudos, serão expostas em forma de tabelas descritivas, examinando-se as  seguintes variáveis: tipo de estudo, amostra, objetivos, técnicas de avaliação,  intervenção e resultados. A análise dos resultados será realizada por uma revisão  crítica dos conteúdos.  

3.1.1 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE 

A busca de artigos para a construção dessa revisão sistemática será através  da estratégia PICO, a qual representa um acrônimo para: Paciente, Intervenção,  Comparação e “Outcomes” (desfecho). Ter acesso ao conhecimento produzido sobre  determinado tema é de extrema importância para o a elaboração de pesquisas de  qualidade e para uma boa atuação clínica. A estratégia PICO orienta a construção de  perguntas para o início de uma pesquisa, buscas bibliográficas, além disso, dispõe de  modo simples e rápido a melhor informação científica possível. (SANTOS et al., 2007)  

Tabela 1: Descrição da estratégia PICO aplicada no estudo

4 RESULTADOS  

Após a busca nas bases de dados utilizando os descritores já mencionados,  encontramos 4.640 resultados e após breve verificação dos títulos dos estudos  encontramos com maior frequência estudos relacionados a Hidroterapia,  Cinesioterapia, Estimulação Eétrica Transcraniana, Gameterapia e Equoterapia. Após  essa breve análise optou-se pela seleção de 5 artigos de cada modalidade terapêutica  tendo como critérios de inclusão, exclusão e elegibilidade já mencionados. 

A seguir os resultados de cada modalidade terapêutica são abordados de forma  individualizada.  

4.1 HIDROTERAPIA

Os 5 estudos selecionados e analisados sobre a Hidroterapia estão identificados no quadro 1 abaixo que descrevem o título do estudo, autores e ano de publicação.

E a análise desses artigos em relação os tipos de estudo, quantidade amostral, objetivo, instrumentos de avaliação e resultados se encontram no quadro 2.

Análise descritiva das intervenções dos estudos de Hidroterapia  

O estudo (E1) de 2020 de Mills et al., Em particular, o estudo examina os efeitos  da hidroterapia em três áreas diferentes de comportamento. Houve melhora nos  comportamentos relacionados à saúde mental e bem-estar de crianças com TEA.  

No estudo conduzido por Ansari et al., (E2), (2020), As 30 crianças com TEA  foram divididas pela idade e gravidade do autismo e, em seguida, divididas  aleatoriamente em três grupos um grupo (N = 10), de treinamento em técnicas de karatê , um grupo(N = 10), de treinamento em exercícios aquáticos e um grupo (N =  10), de controle. Durante o período do estudo, os participantes realizaram treinamento  por 10 semanas, com duas sessões de 60 minutos por semana. Antes e após essas 10  semanas de intervenção, foram realizados testes de equilíbrio estático e dinâmico para  avaliar o desempenho das habilidades de equilíbrio das crianças Stork Test (teste  modificado de equilíbrio em pé estilo cegonha) e Walking Heel to Toe Test (teste de  caminhada de calcanhar a dedo). Os resultados revelaram que tanto o treinamento de  karatê quanto os exercícios aquáticos tiveram um impacto significativo nas habilidades  de equilíbrio das crianças com TEA. Especificamente, houve melhorias notáveis no  tempo de manutenção em uma perna (na perna dominante) e no número de passos  realizados em uma caminhada de calcanhar a dedo após as suas funções diárias e  habilidades de comunicação e interação.  

O estudo (E3) conduzido por Ansari et al., (2021), teve como objetivo avaliar os  efeitos do exercício aquático sobre os hábitos de sono e duas citocinas específicas  relacionadas ao sono em crianças com TEA. Para este estudo, foram selecionados  voluntariamente 40 participantes, que foram divididos aleatoriamente em dois grupos:  um grupo que participou de sessões de exercício aquático (n = 20) e um grupo controle  (n = 20). A média de idade dos participantes foi de 11,10 anos. Os resultados revelaram  melhorias ao longo do tempo nas pontuações do Questionário de Hábitos de Sono  Infantil (CSHQ), incluindo resistência na hora de dormir, duração do sono, despertar  noturno e a pontuação total. Essas melhorias foram mais significativas no grupo  de exercícios aquáticos do que no grupo controle, com diferenças temporais  significativas e com grande efeito. Além disso, o grupo de exercícios aquáticos obteve  pontuações mais baixas na subescala de despertar noturno e nas pontuações totais,  em comparação com o grupo de controle, com um efeito significativo do grupo. Isso  sugere que o exercício aquático pode ter um impacto positivo nos hábitos de sono das  crianças com TEA.  

No estudo (E4) de Zanobini et al., (2019), que avaliou um total de 25 crianças,  com idades variando entre 3 e 8 anos. Os resultados do estudo revelaram uma  vantagem significativa nas habilidades de relacionamento para o grupo experimental  no pós-teste. Além disso, foi observada uma tendência de melhoria em outras áreas,  como autonomia e comportamentos negativos, que persistiu durante o período de  acompanhamento de seis meses.  

O estudo (E5) de Caputo et al., (2018). O grupo experimental recebeu a terapia  aquática CI-MAT, enquanto o grupo controle não recebeu essa terapia. Ambos os  grupos receberam a mesma terapia psicomotora e fonoaudiologia convencional. ao  longo de um ano. O programa de tratamento de água CI-MAT foi concluído em 96  sessões. Os resultados do estudo foram notáveis, mostrando que o grupo que recebeu  terapia aquática melhorou significativamente o comportamento em comparação com o  grupo de controle. As Escalas de Comportamento Adaptativo de Vineland mostraram  que a terapia aquática melhorou a adaptação funcional das crianças. Isso indica que  há um aumento nas habilidades e habilidades necessárias para realizar as atividades  cotidianas e interagir de forma eficaz com o ambiente. Além disso, a terapia aquática melhorou as reações emocionais das crianças com transtorno do espectro autista,  demonstrando melhorias na expressão e no controle de suas emoções. Isso  desempenha um papel importante no desenvolvimento emocional e social dessas  crianças.  

4.2 CINESIOTERAPIA

No quadro 3 temos os estudos encontrados sobre a cinesioterapia convencional. 

E a análise desses artigos estão apresentados no quadro 4 separados por tipo de  estudo, amostra, objetivo, instrumentos de avaliação e resultados.

Análise descritiva das intervenções dos estudos de Cinesioterapia 

Cinesioterapia é uma modalidade de fisioterapia que utiliza exercícios  terapêuticos para melhorar a função muscular, a mobilidade articular e a coordenação  motora. Para crianças com TEA, essa técnica visa abordar desafios específicos, como  hipotonia muscular, dificuldades motoras e problemas posturais. Ela se baseia na ideia  de que o movimento pode promover a reabilitação e a melhoria das capacidades físicas, sendo uma parte essencial do tratamento multidisciplinar.  

O estudo (E6) realizado por Zhao et al., (2018), ao longo de 12 semanas, 41  crianças com TEA foram divididas em dois grupos: um grupo experimental que  participou do programa de atividade física estruturada e um grupo controle que não  recebeu essa intervenção. No que diz respeito à interação social, o estudo constatou  melhorias significativas nos subdomínios de interação social, cooperação e  autocontrole no grupo experimental. No entanto, os efeitos do programa de atividade  física foram menos pronunciados em termos de cooperação, responsabilidade, empatia  e engajamento social. Certas habilidades sociais, como o contato visual, a participação  em grupo e a construção de relacionamentos com professores e colegas, apresentaram  melhorias notáveis. Em resumo, o estudo indicou uma melhoria geral nas habilidades  de interação social e comunicação para o grupo experimental em comparação com o  grupo controle.  

No estudo (E07) de Yamaner et al., (2022) As crianças foram divididas  aleatoriamente em dois grupos, cada um com quinze participantes: um grupo  experimental e outro para controle passivo. Sob a supervisão de um treinador  especializado, uma pesquisadora e um psiquiatra, ambos os grupos fizeram exercícios  aeróbicos por um período de dois meses. Cada grupo participou de duas sessões  semanais de 45 minutos, além de uma sessão de grupo conjunta com o pesquisador  uma vez por semana para assegurar a continuidade do programa. Para avaliar os  resultados, os pais preencheram o Questionário GARS após a conclusão do exercício.  Além disso, os participantes passaram por vários testes de função motora, como o  Teste de Reação, o Teste de Coordenação lançando uma bola na parede com a mão  e o Teste de Agilidade 9×4 metros.  

Os resultados do estudo mostraram que as crianças com TEA tiveram um  impacto significativo em suas habilidades de coordenação, reação, interação social e  agilidade durante um programa de exercícios aeróbicos de doze semanas. Esses  resultados mostram que os exercícios aeróbicos podem ser uma forma útil de terapia  para crianças autistas, pois melhoram significativamente suas habilidades  comportamentais e motoras. 

O estudo (E08) conduzido por Toscano et al., (2018), buscou comparar essas  intervenções com abordagens anteriores em relação ao status de peso, metabolismo,  perfil de sintomas de TEA e qualidade de vida percebida pelos pais, levando em  consideração a influência da medicação no tamanho corporal. No total, 64 crianças com  idades entre 6 e 12 anos participaram do estudo, sendo divididas em dois grupos: 46  no grupo experimental e 18 no grupo controle. Para avaliar o estado físico, foram  medidas a estatura com um estadiómetro portátil, a massa corporal com uma balança  portátil e o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado como o peso corporal (em kg)  dividido pelo quadrado da estatura (em metros). Os pais dos participantes responderam  a um questionário duas vezes: antes e depois da intervenção. O grupo de intervenção  foi submetido a um programa de atividade física de 48 semanas, centrado em  exercícios básicos de coordenação e força com sessões de 40 minutos, duas vezes  por semana, totalizando 96 sessões durante o período de observação. As sessões de exercício seguiram uma estrutura que incluía uma fase preparatória, uma fase de  desenvolvimento com exercícios de força, equilíbrio e coordenação, e uma fase de  relaxamento para restabelecer a calma nas crianças. Em resumo, os resultados do  estudo demonstram a redução global e os sintomas primários do TEA após um  programa de intervenção baseado em exercícios de 48 semanas. Isto confirmou o  efeito positivo da intervenção baseada em exercícios sobre os sintomas primários do  TEA em comparação com crianças que não participaram do estudo.  

O estudo (E9) conduzido por Sansi et al., (2021), atuou com 45 e a intervenção ocorreu ao longo de 12 semanas, com sessões de 40 minutos, duas vezes por  semana, totalizando 96 sessões durante o período de observação. As sessões de  exercício seguiram uma estrutura que incluía uma fase preparatória, uma fase de  desenvolvimento com exercícios de força, equilíbrio e coordenação, e uma fase de  relaxamento para restabelecer a calma nas crianças. Os resultados do estudo  relacionaram mudanças positivas na percepção dos pais sobre comportamentos  repetitivos e estereotipados e na qualidade de vida relacionada à saúde das crianças  como resultado da intervenção baseada em exercícios. Essas mudanças ocorrem  devido ao aumento da saúde física e psicossocial. Em resumo, os resultados do estudo  demonstram a redução global e os sintomas primários do TEA após um programa de  intervenção baseado em exercícios de 48 semanas. Isto confirmou o efeito positivo da  intervenção baseada em exercícios sobre os sintomas primários do TEA em  comparação com crianças que não participaram do estudo.Os resultados do estudo  indicaram uma evolução positiva em testes de velocidade, equilíbrio e força de  preensão manual. Concluiu-se que o programa IPA foi eficaz na melhoria das  habilidades sociais das crianças. Além disso, os resultados demonstraram que o  programa IPA é um método eficaz para promover o desenvolvimento motor e social em  crianças com TEA e DT.  

O estudo (E10) conduzido por Arslan et al., (2022), onde as crianças foram  divididas aleatoriamente em quatro grupos: Grupo de Exercícios para Autismo (AEG),  Grupo de Controle para Autismo (ACG), Grupo de Exercícios de Desenvolvimento  Típico (TDEG) e Grupo de Controle de Desenvolvimento Típico (TDCG). O grupo de  exercícios participou do programa de exercícios por 12 semanas. Os resultados do  estudo revelaram melhorias significativas na velocidade e agilidade de corrida,  equilíbrio, posição em pé, salto em distância, tempos de reação, força de preensão  manual e flexibilidade (p < 0,05) para o grupo de exercícios para autismo (AEG). No  entanto, para o TDEG, apenas as pontuações de salto em distância não melhoraram  significativamente (p < 0,05).  

4.4 NEUROMODULAÇÃO

No quadro 5 a seguir temos os estudos encontrados sobre a Neuromodulação e suas  variáveis 

E a análise desses artigos estão apresentados no quadro 6 a seguir separados por tipo  de estudo, amostra, objetivo, instrumentos de avaliação e resultados.

Análise descritiva das intervenções dos estudos de Neuromodulação

A neuromodulação é uma área de pesquisa e prática em saúde focada na  modificação da atividade neural para tratar condições médicas ou doenças  neurológicas. Este método utiliza uma variedade de técnicas para influenciar a atividade  do sistema nervoso, estimulando ou inibindo áreas específicas do cérebro ou nervos  periféricos. O principal objetivo é modular padrões anormais de atividade neural  associados a diversas condições de saúde.  

No estudo (E11) conduzido por Mahmoodifar et al., (2020), as crianças foram  aleatoriamente divididas em dois grupos: um grupo experimental e um grupo controle.  No grupo experimental, as crianças foram submetidas a uma sessão de tDCS com uma  intensidade de 1,5 mA, que perdurou por um período de 20 minutos. Em contraste, o  grupo de controle passou por uma estimulação simulada, caracterizada por uma breve  estimulação artificial com duração de 20 segundos no início de cada tentativa. É  importante observar que, embora tenha sido proporcionada às crianças uma sensação  inicial semelhante à da estimulação real de 1,5 mA, não houve aplicação efetiva de estimulação durante o restante dos 20 minutos. Após a conclusão das respectivas  sessões de estimulação, todas as crianças foram orientadas a realizar uma série de  exercícios de forma individual. Estes exercícios foram cuidadosamente elaborados com  o propósito de avaliar os potenciais efeitos da estimulação sobre as habilidades  motoras das crianças. Os resultados revelaram diferenças estatisticamente  significativas entre as avaliações realizadas antes e após o treinamento. De maneira  notável, os participantes submetidos à tDCS real apresentaram um desempenho substancialmente superior em relação aos que receberam a tDCS simulada. Esses  resultados sugerem que a tDCS anodal, quando combinada com treinamento motor  seletivo, pode desempenhar um papel promissor na melhoria das habilidades motoras  de crianças com TEA.  

O estudo (E12) de Hadoush et al., (2020), incluiu 50 crianças com TEA, divididas  aleatoriamente em dois grupos: um grupo de tratamento com tDCS e um grupo de  controle. A tDCS foi aplicada no córtex pré-frontal dorsolateral (DLPFC) esquerdo e  direito, área premotora e áreas corticais motoras. No grupo de tratamento com tDCS,  cada criança recebeu 10 sessões de estimulação anodal bilateral com baixa  intensidade de corrente elétrica (1 mA por elétrodo) durante 20 minutos por sessão ao  longo de duas semanas (cinco sessões por semana). O grupo de controle também  passou por 10 sessões ao longo de duas semanas, com estimulação anodal bilateral  simulada. As análises estatísticas mostraram que a tDCS teve um impacto  significativo no grupo de tratamento, resultando em diminuições significativas nas  pontuações totais médias do Autism Treatment Evaluation Checklist (ATEC), bem como  nas subpontuações relacionadas à sociabilidade e à saúde física e comportamental. No  grupo de controle, a estimulação simulada com tDCS não produziu mudanças  significativas nas pontuações do ATEC. Além disso, o estudo observou um aumento  significativo no Pico de Alta Frequência (PAF) na área de estimulação, e esse aumento  no PAF correlacionou-se significativamente com melhorias nos domínios de  sociabilidade e saúde/comportamento afetados pela tDCS. Essas descobertas indicam  o potencial promissor da tDCS bilateral anodal como uma intervenção terapêutica para  crianças com TEA, particularmente em relação às suas habilidades sociais e ao seu  bem-estar comportamental.  

No estudo (E13) conduzido por Amatachaya et al., (2015), vinte crianças do sexo  masculino com autismo foram aleatoriamente designadas em um delineamento  cruzado, no qual cada participante recebeu tanto uma única sessão de estimulação  tDCS ativa quanto uma sessão simulada (11 mA) aplicada sobre a área F3, que  corresponde ao córtex pré- frontal dorsolateral esquerdo. Houve acompanhamento por  três semanas e consistiu de várias etapas: (1) avaliação basal; (2) uma estimulação  tDCS anódica de 1 mA ou simulada (dependendo da ordem de atribuição) com 20  minutos.(3) uma semana de avaliação e tempo de eliminação; (4) estimulação adicional  de tDCS anódica de 1 mA ou simulada; e (5) uma avaliação final na semana final.  Assim, cada criança participou do estudo por um período total de três semanas. Os  resultados obtidos sugerem que uma única sessão de tDCS anódica aplicada sobre a  área F3 pode ter benefícios clínicos em crianças com autismo.  

NI, Hsing-Chang et al., estudo (E14), (2021), com a amostra de 78 crianças  randomizadas em dois grupos: um grupo ativo com 40 participantes e um grupo de  simulação com 38 participantes. Durante as primeiras quatro semanas, o grupo ativo  recebeu estimulação intermitente de explosão theta em duas sessões por semana,  enquanto o grupo de simulação recebeu o mesmo número de simulações de  estimulação, sem a aplicação real. Após essa fase, ambos os grupos receberam oito  sessões de estimulação real adicionais durante as quatro semanas seguintes. Os  resultados do estudo indicaram que a estimulação intermitente de longo prazo aplicada  ao sulco temporal superior posterior em crianças e adolescentes com TEA é viável. No  entanto, os resultados do ensaio cego de quatro semanas não forneceram suporte à eficácia terapêutica da estimulação intermitente de explosão theta no sulco temporal  superior posterior em relação aos sintomas clínicos e ao desempenho cognitivo  associado ao comprometimento  

 O estudo (E15) Qiu et al., (2021),com o objetivo principal era avaliar a eficácia  de três semanas de estimulação cerebral transcraniana por corrente contínua (tDCS)  no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (DLPFC) em crianças diagnosticadas com  TEA.Um total de 47 crianças com TEA participaram inicialmente do estudo, e destas,  40 crianças (20 em cada grupo) completaram o estudo até o fim. No grupo de  tratamento com tDCS, a estimulação foi aplicada a uma intensidade de 1 mA durante  um período de vinte minutos. Por outro lado, no grupo de estimulação tDCS simulada,  após a configuração dos elétrodos, o dispositivo foi ligado por apenas 15 segundos e,  em seguida, desligado, sendo posteriormente colocado em uma bolsa de transporte.  Isso foi feito com o propósito de simular o início da estimulação real e criar um efeito  somatossensorial semelhante ao da tDCS real, mas sem aplicação efetiva de  estimulação durante a maior parte do tempo. Os resultados obtidos revelaram que a  tDCS real, mas não a tDCS simulada, levou a uma redução estatisticamente  significativa nas pontuações do Autism Behavior Checklist (CARS), no Questionário de  Hábitos de Sono Infantil (CSHQ) e uma avaliação final na semana final. Assim, cada  criança participou do estudo por um período total de três semanas. Os resultados  obtidos sugerem que uma única sessão de tDCS anódica aplicada sobre a área F3 pode  ter benefícios clínicos como a redução de padrões estereotipados, irritabilidade e  melhora na qualidade do sono em crianças com autismo. Além disso, esses benefícios  podem estar associados a um aumento na Frequência de Pico de Alta (PAF), indicando  um possível mecanismo subjacente pelo qual a tDCS pode exercer seus efeitos  terapêuticos em pacientes com TEA. Esses achados sugerem que a estimulação  cerebral transcraniana por corrente contínua aplicada no DLPFC esquerdo pode ter um  impacto terapêutico benéfico em crianças com TEA, resultando em melhorias  significativas nas medidas de comportamento, qualidade do sono e impressões gerais  relacionadas ao TEA.  

4.5 EQUOTERAPIA

No quadro 7 a seguir temos os estudos encontrados sobre a Equoterapia

E a análise desses artigos estão apresentados na tabela 8 a seguir separados por tipo de estudo, amostra, objetivo, instrumentos de avaliação e resultados.

Análise descritiva das intervenções dos estudos de Equoterapia

A equoterapia aproveita a relação entre o ser humano e o cavalo para promover  o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e motoras em crianças com TEA.  Os cavalos proporcionam um ambiente rico para a melhoria da coordenação motora,  equilíbrio, postura, confiança, atenção e regulação emocional das crianças. A interação  com esses animais e atividades como montar a cavalo e cuidar deles têm demonstrado  benefícios significativos em termos de desenvolvimento motor, comunicação, interação social e regulação emocional.  

O estudo (E16) conduzido por Steiner et al., (2015), teve como principal objetivo  investigar os efeitos da equoterapia no ciclo de marcha e em alguns aspectos  comportamentais de crianças diagnosticadas com TEA.  

Para conduzir a pesquisa, os autores recrutaram um grupo composto por vinte e seis  alunos com TEA, sendo 12 meninos e 14 meninas, que frequentavam uma escola  especial. Essas crianças foram submetidas a sessões de equoterapia ao longo de  um período específico. No grupo amostra, as crianças participaram de sessões de  equoterapia com duração de 30 minutos por semana e receberam sessões  pedagógicas de educação. As medições foram realizadas em diversos momentos:  antes do início da terapia, um mês após o término da terapia, seguido por um período  de controle de três meses sem intervenção com cavalos. Após esse período de controle, foi aplicado mais um mês de terapia com cavalos, seguido de novas  medições. O grupo de controle, por sua vez, recebeu sessões pedagógicas especiais  para crianças autistas com duração de uma hora por dia.  

Os resultados do estudo indicaram que a equoterapia é uma abordagem terapêutica  abrangente e adequada para melhorar a condição de crianças com TEA. Ela se  mostrou benéfica para melhorar o ciclo de marcha e a orientação das crianças, além  de promover melhorias nas habilidades mentais. Durante o período de pesquisa que  durou cerca de meio ano, foram observadas alterações significativas nos seguintes  parâmetros: aumento no comprimento do ciclo de marcha, o que indica uma maior  estabilidade no plano sagital, e melhorias nos parâmetros mentais no grupo que  participou da equoterapia. Esses resultados sugerem que a equoterapia pode ser uma  intervenção eficaz para crianças com TEA, proporcionando benefícios tanto a nível  físico quanto mental.  

O estudo (E17) realizado por Petty et al., (2017), teve como objetivo investigar  os efeitos terapêuticos da equoterapia em crianças com TEA e analisar a possível  relação entre os comportamentos de apego em relação aos animais de estimação da  família e os benefícios dessa terapia. Para conduzir a pesquisa, os autores adotaram  um desenho de estudo de crossover, envolvendo um grupo de 67 crianças com TEA  que participaram de sessões de equoterapia, além de um período de controle. Durante  o estudo, foi realizada uma avaliação dos comportamentos de apego das crianças em  relação aos seus animais de estimação familiares. No contexto do estudo, os  participantes foram aleatoriamente designados para o grupo de controle THR  (Therapeutic Horseback Riding) ou o grupo BA (Behavioral Assistance). As  intervenções do estudo, ao longo de 10 semanas, foram as seguintes:  

Grupo THR: As sessões incluíram uma aula de uma hora com tópicos relacionados a  cavalos, como emoções dos cavalos, e habilidades de equitação. Os participantes  montavam em pequenos grupos por 45 minutos, seguidos por 15 minutos de atividades  de cuidados com os cavalos, como escovar e ajudar a preparar os cavalos.  

Grupo BA: Este grupo também participou de uma aula de uma hora no mesmo centro  de equitação em um ambiente de grupo pequeno, com voluntários para cada  participante. Eles seguiram a mesma lição relacionada a cavalos a cada semana, como  no grupo THR, mas sem contato direto com os cavalos.  

Os resultados do estudo apoiaram descobertas anteriores de pesquisa, demonstrando  um aumento nas interações sociais positivas como resultado da Intervenção Assistida  por Animais (IAA) em indivíduos com TEA. Este estudo sugere que melhorias na  interação social resultantes da IAA podem ser aplicadas em outros ambientes para a  população com TEA. Isso destaca a importância de considerar intervenções terapêuticas que envolvem animais, como a equoterapia, como um recurso  potencialmente benéfico no tratamento de crianças com TEA.  

Em (E18) um estudo realizado por Gabriels et al., (2018), o principal objetivo foi  investigar se as melhorias notáveis em irritabilidade, hiperatividade, comportamento  social e habilidades de comunicação, observadas em participantes submetidos a uma  intervenção de equitação terapêutica (THR) manual ao longo de 10 semanas, se  mantiveram seis meses após a conclusão do tratamento. O estudo envolveu um grupo  de 116 participantes, com idades entre 6 e 16 anos, dos quais 64receberam a  intervenção. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos diferentes  em proporções 1:1. O primeiro grupo recebeu um programa de Terapia com Cavalos  (THR) por 10 semanas, enquanto o segundo grupo não participou de nenhuma  atividade no celeiro (BA). O grupo de controle teve aulas semanais de 45 minutos com  dois a quatro participantes. O instrutor de Terapia com Cavalos manteve um cronograma regular e adaptou as atividades aos estilos de aprendizagem descritos  no manual de intervenção THR, especialmente adaptado para indivíduos com TEA.  Mas os membros do grupo de controle não tiveram contato direto com os cavalos no  centro hípico; eles apenas puderam olhar para os cavalos de longe. As subescalas de  Irritabilidade e Hiperatividade da Lista de Verificação de Comportamento Aberrante Comunidade (ABC-C) foram as principais medidas de resultado para avaliar os efeitos  da intervenção. Além disso, a Escala de Responsividade Social (SRS) foi usada mais  uma vez para avaliar as melhorias na comunicação social e no comportamento de  cognição social relatadas anteriormente no grupo de terapia com cavalos.  

Um subconjunto de participantes do grupo de Terapia com Cavalos passou por uma  nova avaliação para verificar se as melhorias na fluência das palavras observadas no  grupo permaneceram desde o início da intervenção até o período pós- intervenção.  Eles foram submetidos à Análise Sistemática de Transcrições de Linguagem (SALT)  seis meses após a conclusão da intervenção THR.  

Os resultados deste estudo de acompanhamento mostram que, em comparação com o  grupo de controle que não participou de atividades no celeiro (BA), os participantes do  grupo que recebeu THR e que fizeram medições mantiveram alguns dos avanços  iniciais, principalmente em relação à redução da irritabilidade.  

Além disso, uma análise exploratória que examinou apenas o grupo que recebeu THR  descobriu que os participantes conseguiram manter as importantes melhorias iniciais  observadas em comportamentos sociais e de comunicação. A análise revelou que a  variedade e o número total de palavras usadas em uma amostra de discurso padrão  permaneceram consistentes por pelo menos seis meses após o término da intervenção.  

O estudo (E19) de 2013 de Ward et al., examinou como uma intervenção de  equitação terapêutica (TR) de 10 semanas afetava a comunicação social e o  processamento sensorial das crianças com autismo no ambiente escolar. No total, 21  crianças, 15 do sexo masculino e 6 do sexo feminino com TEA idade média de 8,1  participaram da pesquisa. A Escala de Classificação de Autismo Gilliam-2 (GARS-2) e  o Perfil Sensorial do Companheiro Escolar (SPSC) foram utilizados para avaliar as  características do autismo e as respostas sensoriais das crianças.  

O plano de intervenção na equitação consistiu em seis semanas de TR, seguidas por  um intervalo de seis semanas devido aos horários escolares e às condições climáticas.  Em seguida, vieram quatro semanas adicionais de TR, que correspondiam às quatro  semanas finais das dez aulas iniciais. Após esse período, houve uma pausa de seis  semanas planejada para retirada, seguida por mais oito semanas de TR.  

Esse estudo mostra que a terapia com cavalos pode ser um tratamento eficaz para crianças com autismo. Além disso, enfatizam que a terapia teve um efeito benéfico no  ambiente de sala de aula. Após dez semanas de TR, as avaliações dos professores  mostraram melhorias nas habilidades de comunicação social das crianças com  autismo, bem como em sua atenção, tolerância e resposta aos estímulos sensoriais em  sala de aula.  

No estudo (E20) conduzido por Lanning et al., (2014), o objetivo central foi avaliar  as mudanças nos indicadores de qualidade de vida e comportamento dos participantes.  No âmbito deste estudo, um total de 25 crianças diagnosticadas com TEA foram  divididas em dois grupos: um grupo que participou de um tratamento com Atividades  Assistidas por Equinos (EAA) composto por 13 crianças, e outro grupo de comparação,  composto por 12 crianças, que se envolveram em círculos sociais ao longo de um  período de 12 semanas.  

Os resultados observados foram notáveis. Após as primeiras 6 semanas de  participação nas Atividades Assistidas por Equinos (EAA), os pais das crianças que  participaram desse programa relataram melhorias significativas nas condições físicas,  emocionais e no funcionamento social de seus filhos. No entanto, as crianças que participaram do grupo de comparação, envolvidas em círculos sociais, também apresentaram melhorias no comportamento, embora em menor grau.

Esses resultados positivos fornecem um suporte substancial para a continuação de  programas que incorporam Atividades Assistidas por Equinos (EAA) como uma  abordagem terapêutica no tratamento de crianças com TEA. Isso sugere que a EAA  pode desempenhar um papel significativo na melhoria da qualidade de vida e do  comportamento de crianças com TEA, destacando a importância de explorar essa  abordagem terapêutica em contextos clínicos.  

4.6 GAMETERAPIA  

No quadro 9 a seguir temos os estudos encontrados sobre a Gameterpia e suas  variáveis

E a análise desses artigos estão apresentados no quadro 10 a seguir separados por tipo de estudo, amostra, objetivo, instrumentos de avaliação e resultados.

Análise descritiva das intervenções dos estudos de Gameterapia 

Gameterapia: também referida como terapia de jogos, faz uso de videogames e aplicativos interativos como ferramentas terapêuticas destinadas a crianças com TEA. Essa abordagem capitaliza o interesse natural das crianças em jogos e a interatividade inerente a eles para estimular o desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e  motoras. Os jogos podem ser personalizados para atender às necessidades específicas de cada criança, oferecendo um ambiente controlado e estruturado, o que é  particularmente relevante para aquelas que podem ser sensíveis a estímulos  sensoriais.  

Cada uma dessas técnicas aborda aspectos específicos do desenvolvimento e  funcionamento das crianças, contribuindo para um tratamento abrangente e  personalizado. É importante ressaltar que a escolha das técnicas deve ser feita em  consulta com profissionais de saúde e terapeutas especializados, levando em  consideração as necessidades individuais de cada criança com TEA.  

O estudo (E21) conduzido por Beaumont, Renae et al., (2021), realizado durante  um período de 6 semanas, o n d e os pais da condição SAS tiveram acesso a um  programa de treinamento de habilidades sociais baseado em videogames chamado  “Social Skills Training for Children with Autism Spectrum Disorder Using Serious  Games” (Treinamento de Habilidades Sociais para Crianças com Transtorno do  Espectro Autista Usando Jogos Sérios). Este programa foi projetado para ser utilizado  em casa, e os pais foram treinados para auxiliar seus filhos a utilizar o programa e  praticar as habilidades sociais ensinadas. Os resultados deste estudo são altamente  encorajadores. Houve uma melhoria significativa nas habilidades sociais, ansiedade e  comportamento relatadas pelos pais e professores das crianças que participaram da  condição SAS em comparação com a condição CIA.  

O estudo (E22) conduzido por Hassani et al., (2022), representa uma importante  pesquisa na área da intervenção para o aprimoramento das habilidades motoras, de  coordenação grossa, fina e de membros superiores em crianças. Este ensaio clínico  randomizado teve como objetivo avaliar a eficácia de duas intervenções: ICPL (Intervenção  Centrada na Participação e no Lazer) e SPARK (um programa de atividade física e recreativa)  na melhoria das habilidades motoras de um grupo de 30 crianças, com idades entre 8 e 11  anos, composto por 10 meninas e 20 meninos. Os participantes foram divididos em dois  grupos, com o intuito de garantir a validade dos resultados obtidos. O grupo submetido à  intervenção SPARK participou de 16 sessões internas, cada uma com duração de 60  minutos, realizadas duas vezes por semana. Por outro lado, o grupo que recebeu a  intervenção ICPL foi direcionado a atividades visuais específicas, como corrida, pulo, chute  e arremesso. Além disso, o ICPL envolveu uma componente de interação social, onde as  crianças se envolveram em conversas sobre tópicos como suas cores preferidas e animais  favoritos em um ambiente de grupo.  

Os resultados deste estudo são altamente significativos e promissores. Foi  observada uma diferença substancial entre o grupo de controle e o grupo experimental  em termos de habilidades motoras brutas, habilidades motoras finas e habilidades  motoras globais. Essas diferenças foram estatisticamente significativas, com valores de  p ajustados para levar em consideração o tamanho da amostra. As melhorias  observadas são particularmente notáveis, indicando que ambas as intervenções –  SPARK e ICPL – desempenharam um papel fundamental na melhoria das habilidades  motoras das crianças envolvidas no estudo.  

O estudo (E23) liderado por Neves et al., (2022) Este estudo, realizado ao longo de  12 meses, buscou analisar a eficácia da reabilitação utilizando jogos de realidade virtual, especificamente o Nintendo Wii, na melhoria do desenvolvimento motor, satisfação e  engajamento das crianças. Para avaliar o progresso das crianças, foram utilizadas diversas  escalas de medição, incluindo a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM), a Escala de  Avaliação do Espectro Autista (ADOS-2), a Escala de Comportamento Adaptativo Vineland II e a Escala de Avaliação de Habilidades Sociais (SSRS). Essas ferramentas forneceram  uma visão abrangente do perfil psicomotor e do desenvolvimento global das crianças ao  longo do período de intervenção. O jogo Nintendo Wii foi escolhido com base nas habilidades  motoras e cognitivas individuais de cada participante. As atividades foram cuidadosamente  planejadas para estimular tanto a motricidade fina quanto a motricidade global. Para a  motricidade fina, atividades como pintura, pegar objetos pequenos com pinça e furar isopor  foram empregadas. Já para a motricidade global, as crianças participaram de atividades  como pular corda, brincar de vivo ou morto e dançar. Para trabalhar o equilíbrio, foram  realizadas brincadeiras como correr e pular. Além disso, atividades para desenvolver o  esquema corporal incluíram brincadeiras no espelho e atividades com tinta e papel. O estudo também abordou a orientação espacial, por meio de jogos de quebra-cabeça, encaixe e  manuseio. Os resultados do estudo revelaram que as intervenções com exergames tiveram  um impacto positivo no desenvolvimento motor das crianças com TEA. Os instrumentos de  avaliação Escala de Desenvolvimento Motor (EDM),Escala de Avaliação do Espectro Autista  (ADOS-2), Escala de Comportamento Adaptativo (Vineland-II), Escala de Comportamento  Adaptativo (Vineland-II) utilizados durante a intervenção demonstraram que houve uma  melhoria significativa no desempenho motor das crianças ao longo do período de 12 meses.  Isso sugere que os exergames podem ser uma ferramenta valiosa para promover a  reabilitação e o desenvolvimento motor em crianças com TEA  

O estudo (E24) de Wagle et al., (2021), participaram 14 crianças com idade  entre 6 a 13 anos, utilizamos a tarefa de Corsi Block Tapping e o questionário ATEC, a  intervenção foi realizada no período de 1 mês, sendo 5 dias da semana com duração  de 30 minutos, durante a produção dos jogos notou-se que as crianças tem uma boa  aceitação para as cores verde e marrom e uma resistência para a cor amarela, houve  uma diminuição na cor amarela e maior prevalência para as cores preferidas, também  foi utilizado entonações musicais e frases como: “muito bem”, “você é incrível”. Os resultados mostraram uma melhora significativa na memória de trabalho após a  intervenção, no entanto, não houve correlação entre a melhora na memória de trabalho  e a melhora nos sintomas do TEA.  

O estudo (E25) liderado por Vallefuoco et al., (2022), envolveu um grupo de 10  crianças com idades variando entre 8 e 16 anos. Inicialmente, os pesquisadores avaliaram  a capacidade das crianças de realizar tarefas do dia a dia em um ambiente comum.  Treinamento com o Jogo Virtual: Em seguida, as crianças passaram por uma fase de  treinamento utilizando o jogo personalizado, que se concentra na habilidade de fazer  compras no supermercado. Cada criança recebeu uma lista com três tarefas específicas,  incluindo a compra de ingredientes para um prato específico, produtos de higiene pessoal  e itens para organizar uma festa, com escolha livre.  

Avaliação após o Treinamento: As crianças foram novamente avaliadas em suas  habilidades de vida diária no ambiente real. Após a primeira sessão de treinamento, houve  uma melhoria notável na autoconfiança e autocontrole das crianças. No entanto, é  importante observar que algumas crianças enfrentaram desafios adicionais. Três delas não  conseguiram completar o treinamento devido a dificuldades em compreender as tarefas e  apresentaram alterações no comportamento e na atenção. Além disso, duas crianças não  tiveram contato direto com um funcionário do caixa no supermercado durante o teste,  optando por utilizar os caixas de autoatendimento, com orientação da terapeuta. 

5. RESULTADO COMPARATIVO DAS MODALIDADES TERAPÊUTICAS.  

O Gráfico 1 apresenta os resultados comparativos das cinco modalidades em relação aos  ganhos comportamentais e motores

O Gráfico 2 demostra de onde surgem os estudos relacionados as modalidades  pesquisadas.

E o Gráfico 3 demonstra qual modalidade possui publicações mais recentes.

6. DISCUSSÃO  

Após a análise individual das diversas modalidades encontradas na literatura e de  acordo com a nossa metodologia de pesquisa, verficamos que a gameterapia possui  publicações mais atualizadas. O que esta em acordo com Hassani et al., (2022), que relata  que a participação em jogos pode aumentar o desempenho físico de crianças com autismo.  E tambem com o ensaio clínico de Wagle et al., (2021) que demonstrou que a utilização  de jogos adaptados para smartphones foi eficaz na melhoria da memória de trabalho das  crianças com TEA.  

Percebemos também que a gameterapia foi a modalidade que pesquisou  separadamente os resultdos motores e comportamentais. Onde na pesquisa longitudinal  de Neves, Aline (2022) ressaltou o potencial dos exergames, especificamente o Nintendo  Wii, na reabilitação e desenvolvimento motor das crianças com TEA. A intervenção  com exergames revelou progresso notável no desenvolvimento motor das crianças ao  longo de 12 meses  

A Hidroterapia é a que mais apresentou resultados comportamentais, isso  provavelmente se dá pelo fato que de acordo com Sam; SKL em 2015 o meio aquático também oferece uma oportunidade de interação social por meio de jogos e atividades  aquáticas, além de poder contribuir com a melhora de equilíbrio, coordenação, melhora  qualidade do sono e ajudar no movimento. A hidroterapia pode incluir programas aquáticos,  atividades aquáticas ou programas de natação (Sam; SKL, 2015).  

Mas também é a modalidade onde os estudos não são tão recentes comparados as  datas das publicações das demais modalidades terapêuticas.O estudo mais atual é de  Ansari et al., (2021) que constatou impactos positivos nos padrões de sono e em duas  citocinas inflamatórias relacionadas ao sono em crianças com TEA. Os resultados do estudo mostram que um programa de treinamento aquático de 10 semanas pode levar  a uma maior duração do sono e a um adormecimento mais veloz e com melhor qualidade  de sono. Os resultados relativos à redução de citocinas foram confirmados por testes  clínicos pré e pós-intervenção. laboratóriais pré e pós-intervenção.  

Já a neuromodulação e a equoterapia são equivalentes nos benefícios  comportamentais e motores, com maior tendência em resultados comportamentais . Sendo  que as publicações mais recentes são as da neuromodulação, pois a o estudo mais atual  da equoterapia é de 2018.  

O estudo de Neuromodulação de Qiu et al., (2021), avaliou a eficácia de três  semanas de estimulação cerebral transcraniana por corrente contínua (tDCS) no córtex  pré-frontal dorsolateral esquerdo (DLPFC) e concluíram que a estimulação cerebral  transcraniana por corrente contínua aplicada no DLPFC esquerdo pode ter um impacto  terapêutico benéfico em crianças com TEA, resultando em melhorias significativas nas  medidas de comportamento, qualidade do sono e impressões gerais relacionadas ao TEA.  Esse estudo também teve resultado positivo no padrão de sono como o de Ansari et al., (2021) sobre a gameterapia.  

A intervenção com a equoterapia realizada por Petty et al., (2017), demonstra que a  intervenção de equitação terapêutica em crianças com TEA desenvolve habilidades de  interação social apropriadas com cavalos, exibindo assim um aumento em suas interações  positivas com seus animais de estimação agindo de maneira mais carinhosa, conforme  relatado pelos cuidadores. Esse resultado esta de acordo com a nossa pesquisa que  demostra que houve mais resultados comportamentais do que motores. Pois considera se que a Equoterapia no tratamento de indivíduo com deficiências está relacionada com  atividades lúdico-esportivas e cinesioterapêuticas que possibilitam a esses indivíduos a  busca de enriquecimento no processo motor, cognitivo, emocional e comportamental (CIRILLO et al., 2000).  

Já a cinesioterapia foi a modalidade que mais investigou e apresentou resultados  mistos, ou seja tanto comportamentais como motores. Dentre eles temos que o principal  objetivo do estudo de Arslan et al., (2022) foi investigar como um programa de exercícios  em circuito afeta a aptidão física de crianças diagnosticadas com TEA. Os resultados  mostraram que as crianças que participaram do programa melhoraram significativamente  em vários aspectos de sua aptidão física. Isso incluiu velocidade e agilidade na corrida,  equilíbrio, posição em pé, salto em distância, tempos de reação, força de preensão manual  e flexibilidade. Essas melhorias representam um impacto positivo do programa de  exercícios em circuito na aptidão física das crianças com TEA.. E tambem no estudo de  Petty et al., (2017), que demonstra que a intervenção de equitação terapêutica em crianças  com TEA desenvolve habilidades de interação social apropriadas com cavalos, exibindo  assim um aumento em suas interações positivas com seus animais de estimação  

A eficácia de diferentes abordagens terapêuticas, como hidroterapia, cinesioterapia,  neuromodulação, equoterapia e gameterapia, no tratamento de crianças com TEA é um  tema de grande interesse e debate na comunidade acadêmica e clínica. Cada uma dessas  técnicas possui características diferentes que podem influenciar sua eficácia no contexto  desse transtorno.

7. CONCLUSÃO  

Os avanços na pesquisa sobre intervenções terapêuticas para crianças com  TEA demonstram um campo em constante evolução e diversificação. As variadas  abordagens destacadas neste trabalho reforçam a ideia de que o TEA, devido à  sua natureza heterogênea, requer uma gama ampla e flexível de métodos de  intervenção. Cada abordagem, seja a hidroterapia, a cinesioterapia, a equoterapia,  a neuromodulação e a gameterapia, apresentou seus méritos e limitações,  reforçando a necessidade de uma abordagem individualizada no tratamento de  crianças com TEA.  

O emprego de terapias mais tradicionais, como a cinesioterapia, e de  terapias inovadoras que envolvem a neuromodulação, sugere que o equilíbrio  entre técnicas estabelecidas e emergentes pode proporcionar um espectro de  tratamento mais completo. As melhorias observadas nas crianças submetidas à  hidroterapia e aos jogos virtuais personalizados são notáveis e apontam para a  eficácia desses métodos em promover avanços significativos, tanto nas  habilidades de vida diária quanto no desenvolvimento cognitivo.  

A equoterapia por sua vez, representa uma forma terapêutica que vai além  dos aspectos clínicos, explorando a relação humana-animal. Esta abordagem  oferece uma perspectiva holística que engloba aspectos emocionais, físicos e  sociais. Tais benefícios comprovam que terapias alternativas, têm um lugar crucial  no panorama terapêutico do TEA e podem ser especialmente úteis quando  combinadas com métodos mais tradicionais.  

Em suma, é essencial considerar uma abordagem multimodal no tratamento do TEA, combinando técnicas tradicionais e inovadoras para atender às necessidades individuais de cada criança. O reconhecimento da singularidade  de cada caso e a aplicação de uma terapia personalizada são cruciais para  garantir um progresso real e duradouro. A diversidade de métodos apresentados  neste trabalho demonstra que a busca por intervenções eficazes é dinâmica e que  o campo terapêutico para o TEA está em um caminho promissor. 

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