MÉTODOS DIAGNÓSTICOS PARA O TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE

DIAGNOSTIC METHODS FOR THE TREATMENT OF ENDOMETRIOSIS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202411241139


Camila Nogueira Araújo 1; Mônica Paiva dos Santos 1; Sophia de Castro Cordeiro 1; Viviane Peracini Sant’Ana 2


RESUMO

A endometriose é uma doença inflamatória que acomete cerca de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva, podendo ser assintomática ou apresentar sintomas de grande relevância afetando a vida social da mulher. Assim, dentre as manifestações mais relatadas destaca-se dor abdominal crônica, dismenorreia, dispareunia, sintomas urinários e/ou evacuatórios e infertilidade. Os exames de ultrassonografia pélvica e ressonância magnética podem evidenciar focos consistentes de endometrioma ou endometriose infiltrativa profunda. No entanto, esses exames de imagem não possuem especificidade necessária para o diagnóstico de endometriose peritonial superficial. A dosagem do marcador CA-125 é o exame laboratorial mais utilizado para investigação da doença, o CA-125 é uma proteína do sangue que em níveis elevados pode ser indicativo de endometriose, apresentando sensibilidade de 75% suficiente para indicação da doença. Entretanto, o exame que apresenta diagnóstico definitivo da endometriose caracterizado por procedimento padrão-ouro é a laparoscopia e a análise anatomopatológica que consiste em um procedimento de risco e alto custo, porém de grande importância no diagnóstico e tratamento da doença. A endometriose é uma doença crônica,  benigna  e  progressiva, o  diagnóstico  precoce  é  de  extrema  importância  evitando maiores complicações para a mulher, como cirurgia de grande complexidade e infertilidade.

Descritores: endometriose, diagnóstico, sintomas, exames e tratamento

ABSTRACT

Endometriosis is an inflammatory disease that affects around 10% to 15% of women of reproductive age and can be asymptomatic or present symptoms of great relevance affecting the woman’s social life. Thus, among the most reported manifestations, chronic abdominal pain, dysmenorrhea, dyspareunia, urinary and/or bowel movements symptoms and infertility stand out. Pelvic ultrasound and magnetic resonance imaging examinations may reveal consistent foci of endometrioma or deep infiltrative endometriosis. However, these imaging tests do not have the specificity necessary for the diagnosis of superficial peritoneal endometriosis. The measurement of the CA-125 marker is the most used laboratory test to investigate the disease. CA-125 is a blood protein that at high levels can be indicative of endometriosis, with a sensitivity of 75% sufficient to indicate the disease. However, the exam that presents a definitive diagnosis of endometriosis characterized by a gold standard procedure is laparoscopy and anatomopathological analysis, which consists of a risky and high-cost procedure, but of great importance in the diagnosis and treatment of the disease. Endometriosis is a chronic, benign and progressive disease, early diagnosis is extremely important to avoid further complications for women, such as highly complex surgery and infertility.

Descriptors: endometriosis, diagnosis, symptoms, exams and treatment

INTRODUÇÃO

A endometriose é uma condição ginecológica crônica, benigna, estrogênio dependente e de natureza multifatorial que acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva. Pode ser definida pela presença de tecido que se assemelha à glândula e/ou ao estroma endometrial fora do útero, com predomínio, mas não exclusivo, na pelve feminina ¹. Foi proposto o conceito que dividiu a endometriose em três doenças distintas: peritoneal, ovariana e endometriose profunda. A peritoneal caracteriza-se pela presença de implantes superficiais no peritônio. Já a ovariana por implantes superficiais no ovário ou cistos (endometriomas) e a endometriose profunda, que é definida como uma lesão que penetra no espaço retroperitoneal ou na parede dos órgãos pélvicos, com uma profundidade de 5 mm ou mais 2. Tem sido observada em 5 a 10% das pacientes submetidas a laparotomias ginecológicas, 20% a 50% das mulheres com infertilidade e 60% a 70% das portadoras de dor pélvica crônica 3.

O primeiro relato sobre endometriose é creditado a Carl Von Rokitansky, que em 1860 usou o termo adenomioma para se referir a lesões endometrióticas extra ovarianas em função da frequente presença de músculo liso com o tecido endometrial ectópico 4. Porém, em 1927 surgiu uma nova teoria mais aceita para explicar o desenvolvimento da endometriose que foi descrita por Sampson. De acordo com este autor, ocorreria o refluxo de tecido endometrial através das trompas de falópio durante a menstruação, com subsequente implantação e crescimento no peritônio e ovário 5.

O diagnóstico precoce e preciso da endometriose é desafiador, pois seus sintomas são variados e facilmente confundidos com outras condições ginecológicas. Antes, o diagnóstico definitivo exigia laparoscopia, um procedimento invasivo para visualizar diretamente as lesões. Contudo, avanços tecnológicos vêm possibilitando métodos menos invasivos e mais eficazes para a detecção da doença.

Atualmente há quatro abordagens mais utilizadas para o diagnóstico da endometriose, destacam-se exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, laparoscopia exploratória e a ressonância magnética, que oferecem avaliações detalhadas e permitem identificar formas profundas da endometriose. Recentemente, o biomarcador CA-125 têm sido explorado como alternativa para a triagem e diagnóstico não invasivo.

Dessa forma, objetivo principal desta pesquisa é compreender e apresentar os principais métodos de diagnósticos para o tratamento da endometriose, visando identificar exames que possam melhorar a precisão do diagnóstico e, consequentemente, otimizar o manejo clínico e a qualidade de vida das pacientes. Com o objetivo final de contribuir para um diagnóstico mais precoce e efetivo, visando melhores desfechos clínicos para as pacientes. Para atingir essa meta, conduzimos uma revisão extensa da literatura, recorrendo a materiais acadêmicos, tais como artigos e livros.

METODOLOGIA

A metodologia aplicada tem por base a pesquisa bibliográfica, foram pesquisados trabalhos em português e inglês utilizando banco de dados científico como Scielo, PubMed, livros atualizados e Google Acadêmico, abrangendo artigos com recorte temporal de 1927 a 2024.

Fisiopatologia

A fisiopatologia da endometriose ainda é um assunto muito complexo e apresenta diversas teorias, ou seja, não existe um conceito completamente explicativo. A teoria mais aceita é a de Sampson.

A teoria de Sampson ou da menstruação retrógrada, observou que 90% das mulheres apresentam líquido livre na pelve durante a menstruação, sugerindo, que certo grau de refluxo tubário ocorra. Esse refluxo permitiria que as células endometriais se implantassem no peritônio e em outros órgãos pélvicos, desencadeando assim a doença 6.

Já a teoria da metaplasia celômica as lesões de endometriose poderiam originar-se diretamente de tecidos normais por meio de um processo de diferenciação metaplásica 7.

Teoria da influência genética propõe que uma predisposição genética ou alterações epigenéticas associadas a modificações no ambiente peritoneal (fatores inflamatórios, imunológicos, hormonais, estresse oxidativo) poderiam iniciar a doença nas suas diversas formas 7.

Entretanto, hoje aceita-se a endometriose como uma afecção crônica, multifatorial, com aspectos genéticos/hereditários e múltiplos fatores de risco para o seu desenvolvimento. Por ser uma doença que acomete cerca de 10% da população feminina em idade fértil e pelo padrão crônico com possível disfuncionalidade, é um tópico de extrema relevância. Em geral, acomete mulheres em idade reprodutiva, principalmente entre 25 e 29 anos. Porém, pode manifestar-se desde a adolescência ou durante a menarca 8.

Manifestações clínicas

A doença pode ser classificada em dois focos, como superficial e profunda, e apresentar três tipos: ovariana, peritoneal e endometriose profunda. As lesões ainda podem comprometer diversos locais, como ovários, região retrocervical, intestino, ligamentos uterossacros, sigmoide, reto, septo retovaginal, bexiga e também algumas porções do tubo digestivo 9.

Pacientes com o diagnóstico da doença apresenta quadro clínico bastante variável, desde sintomáticos e assintomáticos, na maioria dos casos os sinais e sintomas clínicos são dismenorreia, dispareunia, dor pélvica crônica, irregularidades menstruais, fadiga crônica, e casos de infertilidade, sintomas relacionados ao trato gastrointestinal e urinários. As manifestações clínicas podem variar de acordo com o local de implantação do tecido endometrial e causar prejuízos emocionais conjugais e familiares 10.

É uma doença de difícil diagnóstico e tardio, por muitas vezes os sintomas são negligenciados e confundidos com outras doenças ou até relacionando ao ciclo menstrual normal da mulher11.

A infertilidade também é uma manifestação clínica, geralmente com diagnóstico tardio, cerca de três anos, podendo estar relacionada a insuficiência de fase lútea, alterações da fase folículos e na secreção de prolactina o que pode contribuir no distúrbio de ovulação 12.

Inicialmente a endometriose é investigada através da avaliação clínica adequada, dando ênfase nos sinais e sintomas relatados pela mulher, junto aos exames de imagem, ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética e exames laboratorial CA-125 e a laparoscopia que é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico total da endometriose 13.

A endometriose não tem cura, o tratamento é voltado para diminuir os focos endometrióticos, na tentativa de melhorar a qualidade de vida da mulher e/ou em alguns casos mais grave da doença a cirurgia é a indicação primordial. Essas manifestações clínicas prejudicam a qualidade de vida da mulher, influenciando negativamente tanto na vida pessoal, como profissional 14.

Ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal

A ultrassonografia transvaginal (USG-TV) é um exame de imagem onde utiliza ondas sonoras para criar imagens dos órgãos pélvicos, identificando anomalias sugestivas de alguma patologia. A USG-TV com preparo intestinal é o primeiro método de imagem sugerido para auxiliar no diagnóstico de suspeita da endometriose 15.

Estudos apontam que o exame apresenta 98% de sensibilidade para identificação de endometriose reto sigmoide e 95% para endometriose profunda na região retrocervical apresentando 100% e 98% especificidade para as duas localizações 16.

A ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal é um método baseado em protocolos definidos pelo grupo de consenso internacional de análise da endometriose profunda. Na primeira etapa do exame, avalia o útero é os anexos por via supra púbica, na segunda, utiliza- se o transdutor via vaginal, sendo verificado a mobilidade do útero e os ovários, e a terceira consiste em procurar marcadores de sensibilidade local e fixação dos ovários, e o sinal deslizante que consiste em observar o deslizamento do reto anterior livremente na face posterior do colo uterino e vagina. E por fim são pesquisados nódulos hipoecogênicos ou irregulares nos compartilhamentos anterior e posterior 17.

Figura 1: Lesão hipoecogênica no ligamento redondo.

Fonte: Oliveira JGA, Bonfada V, Zanella JFP, Coser J, 2019 – SCIELO 18

Figura 2: Endometrioma no interior do ovário esquerdo. Pode-se observar o parênquima ovariano com folículos na periferia. As setas indicam os folículos ovarianos, o endometrioma e o parênquima.

Fonte: Oliveira JGA, Bonfada V, Zanella JFP, Coser J, 2019 – SCIELO 18

O preparo intestinal antes da realização do USG-TV melhora a qualidade do exame, permitindo uma melhor visualização do retossigmóide, dos anexos e da região retrocervical aumentando a sensibilidade no diagnóstico da endometriose profunda. A ultrassonografia transvaginal é um exame relativamente mais barato e de fácil acesso, em comparação ao exame de ressonância magnética no qual apresenta maiores custos 19.

A ultrassonografia transvaginal apresenta um desempenho positivo tanto para o diagnóstico de endometriomas como para lesões ovarianas, apresenta qualidade na resolução da estratificação das camadas da parede intestinal, favorecendo o aumento na acurácia do diagnóstico de doenças 16.

Ressonância Magnética de pelve

Apesar do maior custo-benefício e tempo de realização do exame, a Ressonância Magnética (RM), em comparação com a ultrassonografia, apresenta certas vantagens uma vez que é mais objetiva e as imagens cobrem um maior campo de visão com múltiplas direções. Além disso, a excelente resolução do contraste e a possibilidade de combinações de diversas sequências na RM, possibilitam a obtenção de informações mais detalhadas acerca da localização, aspecto e características das lesões de endometriose 20.

Segundo estudos realizados pela Sociedade Europeia de Radiologia Urogenital é essencial a elaboração de um protocolo certo, bem como diretrizes que direcionam um diagnóstico preciso e correto sobre a presença de endometriose em uma paciente 21. Assim, antes da realização do exame de RM para detecção da patologia, é necessário que a paciente faça um preparo intestinal prévio específico que, por sua vez, envolve dieta alimentar específica, jejum de 3 a 6 horas antes do exame, esvaziamento da bexiga uma hora antes do exame, uso de agente antiperistáltico para eliminar artefatos de evacuação e o uso de enema intestinal 20. É importante ressaltar que o preparo do paciente para o exame vai depender do protocolo adotado por cada laboratório.

Em relação a aquisição das imagens, não há um protocolo pré-estabelecido usado em consenso entre as instituições. No entanto, para se obter imagens de melhor qualidade para nódulos de endometriose são comumente usados scanners de 1,5 Tesla ou 3 Tesla e bobinas phased array de alta resolução (de 8 a 16 canais) 22. As sequências mais utilizadas são as TSE (turbo spin-eco) ponderadas em T2 (WI) nos planos sagital, coronal e axial em alta resolução e em relação aos endometriomas são usadas imagens ponderadas em T1 (WI) com ou sem a supressão da gordura 21, 22. A maioria dos protocolos não requer distensão retal de rotina, porém, há benefícios nessa técnica para pacientes com nódulos endometrióticos infiltrando o reto em imagens TSE T2 padrão. Imagens T1WI com contraste, imagens ponderadas em difusão e suscetibilidade não são recomendadas para a avaliação de endometriomas.

Ao analisar as sequências obtidas pela RM, as lesões nodulares ou fibróticas de endometriose aparecem hipointensas nas ponderações em T2, bem como focos microcísticos ou hemorrágicos devido à presença de tecido glandular ectópico ativo. No entanto, é de importância diagnóstica saber que outras condições pélvicas, tais como variações anatômicas ou doenças infecciosas podem apresentar essa mesma característica hipointensa, logo o radiologista deve estar atento, pois tais resultados podem induzir ao erro 23. Consequentemente, confundir tais achados podem superestimar a extensão da doença e ainda levar a tomada de decisões e intervenções inadequadas.

Ademais, analisar o comprometimento do ligamento utero-sacro, bem como elaborar sequências de alta qualidade nessa região, são de extrema importância já que é o local mais comum de endometriose profunda, com uma incidência relatada em até 69,2% 24.

Portanto, a RM é uma importante ferramenta que auxilia no diagnóstico quando os achados no ultrassom não são precisos, se houver suspeita de endometriose profunda ou até mesmo para planejamento pré-cirúrgico. Em paralelo a isto, é necessário que o radiologista tenha conhecimento das características do exame e da lesão, bem como o histórico clínico do paciente, para assim elaborar o laudo com precisão.

Figura 3: Imagens ponderadas em T2 nos planos sagital (a, b), coronal (c) e axial (d) mostram lesão nodular infiltrativa hipointensas acometendo a região retrocervical, fórnix vaginal, fundo do saco posterior, parede retal anterior e porção superior do septo retrovaginal (setas).

Fonte: Coutinho Junior AC, Lima CMAO, Coutinho EPD, Ribeiro EB, Aidar MN, Gasparetto, 2008 – SCIELO 25

Laparoscopia diagnóstica

Em pacientes em processo de identificação da endometriose, nos quais os outros exames de imagem não obtiverem uma clara visualização da patologia ou o tratamento não apresentou sucesso, a laparoscopia diagnóstica é a mais recomendada – geralmente considerada “padrão ouro” 26, 27. Assim, esse exame irá identificar de forma visual as lesões de endometriose dentro e fora da pelve menor, sendo possível também realizar biópsias direcionadas a comprovação histológica. Entretanto, esta técnica apresenta certas limitações, custos e riscos. Ademais, as desvantagens em realizar um diagnóstico através da laparoscopia estão associados também a diversidade nas aparências das lesões de acordo com o local em que se encontram 28. Logo, na prática clínica, os médicos consideram o histórico médico da paciente, tais como os sintomas apresentados histórico familiar e resultado de outros exames antes de dar início a terapia 29.

Por meio deste exame, as lesões de endometriose podem se apresentar opacas e levemente brancas, vermelhas ou até mesmo amarelo-acastanhadas nos estágios mais iniciais e ativos da doença. Por sua vez, os endometriomas ovarianos apresentam uma coloração marrom escura, uma vez que eles contêm sangue menstrual antigo, líquido necrótico e outros componentes mal definidos 28. As aderências também podem ser encontradas associadas aos endometriomas e possuem tecido cicatricial fibroso resultante da inflamação crônica 26. A endometriose profunda pode aparecer em forma de nódulos multifocais e infiltrar as vísceras – como o intestino – e o tecido peritoneal.

Figura 4: Cirurgia laparoscópica de endometriose profunda evidenciando lesão no retossigmóide (intestino).

Fonte: Instituto Crispi, 2016 – Youtube 30

Em relação ao diagnóstico de endometriomas, a laparoscopia diagnóstica é útil, uma vez que eles são facilmente visualizados e associados a aderências. A inspeção e a biópsia da superfície da parede do cisto são importantes meios para se excluir neoplasia ovariana. Assim, a remoção da parede do cisto endometriótico é recomendada devido à alta taxa de recorrência após a drenagem laparoscópica de um endometrioma sem remoção 31.

Figura 5: Cirurgia laparoscópica de endometriose profunda evidenciando lesão infiltrativa na região retrocervical bilateral.

Fonte: Instituto Crispi, 2016 – Youtube 30

Quando se fala no diagnóstico da endometriose através de exames de imagem, a ressonância magnética e o ultrassom são os métodos de escolha mais comuns para detectar a endometriose ovariana cística. No entanto, tais exames não conseguem distinguir de forma confiável a endometriose do câncer de ovário, que é um problema clínico recorrente entre mulheres idosas menopausadas 32. Além disso, para a endometriose profunda e lesões menores desta patologia, os exames anteriormente citados podem não contribuir para um diagnóstico preciso, por isso, a laparoscopia é de fundamental ajuda em casos como esses 26, 32. Entretanto, vale ressaltar que, em alguns casos, mensurar a extensão da endometriose profunda pode ser de difícil análise apenas através da laparoscopia diagnóstica, assim, sendo necessário recorrer a laparoscopia operatória. Por isso, é importante suspeitar destas lesões antes do procedimento cirúrgico, pois assim uma equipe cirúrgica multidisciplinar pode ser montada e a melhor abordagem cirúrgica determinada 31.

Exame laboratorial CA 125

O CA-125 é uma glicoproteína presente na superfície molecular de alguns tecidos derivados do epitélio celômico embrionário. A dosagem do CA-125 é amplamente utilizada para investigação possível de câncer de ovário em mulheres sintomáticas e também pode estar relacionado no auxílio no diagnóstico de endometriose em casos mais avançados da doença. No entanto, o CA-125 também pode estar elevado em outras condições, como cistos ovarianos, doenças inflamatórias e câncer, tornando-o menos específico para o diagnóstico exclusivo de endometriose 33. O valor de referência do CA-125 considerado normal é de até 35 U/ml, quando identificado concentrações desta proteína superior a 35 U/ml pode ser sugestivo de alguma patologia 34.

Portanto, em alguns casos como tratamento de câncer, é realizado o exame para avaliar o efeito do tratamento, pois em casos que o CA-125 estiver em concentrações menores corresponde a efeitos positivos do tratamento e em níveis superiores corresponde a não eficácia do tratamento, tendo que realizar a troca do tipo de tratamento para a doença 35.

Alguns estudos podem identificar que os níveis séricos de CA-125 se apresentam alterados em mulheres no período menstrual, o que pode levar a falso positivo no diagnóstico de endometriose, assim como em mulheres no período não menstrual com endometriose em estágio avançado (III e IV) e adenomiose, os níveis também se apresentaram alterados em mulheres com endometriose estágio I e II, comparado a mulheres com pelve normal 36.

De acordos com estudos realizados sobre o diagnóstico da endometriose através do biomarcador CA-125, revela que o exame laboratorial não possui especificidade e confiabilidade como biomarcador essencial no diagnóstico da endometriose, e não é possível avaliar com precisão as lesões e seus tamanhos 37.

Tratamento

A escolha do tratamento deverá levar em consideração a história clínica da paciente, ou seja, a gravidade dos sintomas, a extensão das lesões de endometriose e a região em que ela se encontra, se há queixa de infertilidade e até mesmo sua idade. Logo, a fim de amenizar os sintomas ou diminuir as lesões, são realizadas intervenções medicamentosas, cirúrgicas ou uma combinação das duas.

Os tratamentos hormonais através da terapia medicamentosa têm como objetivo não só diminuir os sintomas, mas também prevenir a recorrência da doença após a intervenção cirúrgica. Assim, eles atuam suprimindo as alterações nos hormônios gonadotrópicos e ovarianos, o que resulta na inibição da ovulação, menstruação e consequentemente na redução do processo inflamatório 38.

Nesse quesito, os medicamentos prescritos modificam o ambiente hormonal e, através disso, agem diretamente nos receptores de esteróides e enzimas encontradas no endométrio e nas lesões 39. Medicamentos à base de progesterona são considerados a primeira opção para combater e aliviar a dor causada pela doença, sendo os mais utilizados: Dienogest (DNG), Acetato de medroxiprogesterona e Levonorgestrel-SIU 40. O uso da pílula anticoncepcional oral combinada também é amplamente utilizado pelos médicos em pacientes com dismenorreia, sendo considerado o primeiro tratamento antes da realização da laparoscopia diagnóstica 41. Também para combater a dismenorreia e dor pélvica acíclica são utilizados antiinflamatórios não esteróides (AINEs).

O uso de Agonistas dos hormônios liberadores de gonadotrofinas (GnRH) é exclusivo para pacientes com sintomas persistentes mesmo após o uso de progestágenos e AINEs. No entanto, o uso do de GnRH deve ser de até 6 meses por conta dos efeitos colaterais hipoestrogênicos como, por exemplo, sintomas vasomotores e perda óssea acelerada. Por outro lado, o Antagonista dos hormônios liberadores de gonadotrofinas (GnRH) é um novo tratamento que induz a supressão ovariana dose-dependente, sendo promissor para o tratamento da dor 40.

Além do tratamento medicamentoso, intervenções cirúrgicas também são consideradas uma opção para o tratamento da endometriose, seja esse procedimento associado à terapia medicamentosa pré ou pós-operatório. Logo, pode ser realizada uma laparoscopia operatória a fim de ressecar ou remover todas as lesões, endometriomas ou cistos que estejam correlacionados com a endometriose 42. Em pacientes com problemas de infertilidade, a ablação é uma escolha para reduzir a dor ao invés de recorrer a histerectomia. Entretanto, pode ocorrer a recidiva de lesões de endometriose nesses casos 43.

Por fim, terapias complementares se mostraram de grande ajuda no alívio da dor e dos demais sintomas apresentados pelas pacientes quando os métodos convencionais não demonstram o efeito desejado, dentre elas é possível citar: acupuntura, eletroterapia, em que há o bloqueio diretamente da transmissão dos sinais de dor ao longo dos nervos, fisioterapia, produtos dietéticos e mudança nos hábitos de vida e alimentares 40, 44.

Dados epidemiológicos

Entre 2013 e 2022 foram registradas 118.863 internações por endometriose. Observando o gráfico (gráfico 1) pode-se observar o maior número de registros no ano de 2013, com 15.061. Já o ano de 2020 apresentou o menor número de internações, 7.202 (Gráfico 1).

Gráfico 1: Internações por endometriose no Brasil entre 2013 e 2022.

Fonte: Costa Dias Hildeman, Mesquita Almeida CC, Borges Reis CF, Marques de Brito EM, Oliveira Magalhães Cerqueira H, Mendes Santos JF, 2023- Brazilian Journal of Health Review 45

A faixa etária com maior número de hospitalizações foi a de 40 a 49 anos, com 50.717. Sua média de permanência foi de 2 a 4 dias (Tabela 1).

Tabela 1: Internações por endometriose por faixa etária no Brasil entre 2013 e 2022.

Fonte: Costa Dias Hildeman, Mesquita Almeida CC, Borges Reis CF, Marques de Brito EM, Oliveira Magalhães Cerqueira H, Mendes Santos JF, 2023- Brazilian Journal of Health Review 45

Segundo a Federação Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia (FEBRASGO), a prevalência de endometriose em mulheres em idade fértil cerca de 5 a 10%. É, portanto, uma doença relevante no estado de saúde nacional, dado que, além de todas as repercussões na saúde física e reprodutiva, também tem efeitos importantes no emocional, ocupacional e socioeconômico nas mulheres afetadas 46.

Gráfico 2: Óbitos por endometriose no Brasil entre 2013 e 2022.

Fonte: Costa Dias Hildeman, Mesquita Almeida CC, Borges Reis CF, Marques de Brito EM, Oliveira Magalhães Cerqueira H, Mendes Santos JF, 2023- Brazilian Journal of Health Review 45

Embora a endometriose seja considerada uma doença benigna, esse fato não torna irrevelável a atenção aos riscos de complicações mais graves, já que não tratadas adequadamente podem acabar levando a óbito. Como a endometriose é caracterizada por células do endométrio estarem em uma localização indevida, essa característica torna possível os riscos. Caso ocorra que as células se desloquem para o intestino, isso poderá acarretar formações de nódulos nesta região e no retossigmóide, se não ter um diagnóstico a tempo poderá ocorrer uma obstrução, sepse e até mesmo uma perfuração intestinal que deixa pacientes vulnerável para o óbito.

Diante disso, fica claro que a morte por endometriose por si só não leva a óbito, mas suas consequências podem remeter ao aparecimento de outros problemas que, esses sim, podem levar 47.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A endometriose representa um desafio significativo tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde, dada sua natureza crônica, complexa e sintomatologia debilitante. Neste trabalho, exploramos os métodos diagnósticos disponíveis para o tratamento dessa condição, com o objetivo de identificar práticas que possam auxiliar na detecção precoce e no manejo mais eficaz da doença.

Os métodos diagnósticos atuais, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética, têm se mostrado eficazes na identificação de lesões endometrióticas, especialmente em estágios mais avançados da doença. Contudo, o diagnóstico precoce ainda permanece um desafio, considerando a variabilidade dos sintomas e a possibilidade de manifestações silenciosas. Os resultados desta investigação mostram que, embora a laparoscopia permaneça como o método padrão-ouro para o diagnóstico definitivo da endometriose, ela apresenta limitações devido ao seu caráter invasivo e aos custos associados, mas técnicas avançadas de imagem, como a ultrassonografia com preparo intestinal e a ressonância magnética, têm se revelado alternativas promissoras, especialmente na detecção de lesões profundas e em pacientes com sintomas. Esses métodos não invasivos ajudam a reduzir o tempo para o diagnóstico, que ainda é prolongado para a maioria das mulheres.

Além disso, o exame laboratorial e biomarcador CA-125 tem sido alvo de estudos que indicam potenciais avanços na área, possibilitando que, futuramente, ele possa complementar os métodos de imagem e oferecer uma abordagem diagnóstica mais integrada e menos invasiva.

Esses novos métodos não apenas reduzem a necessidade de intervenções invasivas, mas também ajudam a detectar a endometriose de forma mais rápida e acessível, facilitando o encaminhamento adequado ao tratamento. Ainda que nenhum método isolado ofereça diagnóstico absoluto, o uso combinado de técnicas de imagem e o desenvolvimento contínuo de marcadores biológicos têm potencial para melhorar substancialmente o manejo clínico da doença. Em suma, a evolução dos métodos diagnósticos para a endometriose é fundamental para tornar o tratamento mais eficaz e menos traumático, impactando positivamente a saúde e o bem-estar das pacientes.

Portanto, conclui-se que um diagnóstico precoce e preciso da endometriose depende da combinação estratégica de diferentes métodos diagnósticos. A implementação de protocolos padronizados, somados aos avanços tecnológicos e biomoleculares, representa um caminho promissor para melhorar a assistência às pacientes com endometriose, viabilizando um tratamento mais personalizado e eficaz. O investimento em pesquisas sobre diagnóstico e as estratégias para implementação dessas inovações no sistema de saúde são fundamentais para transformar o cuidado com as pacientes e minimizar os impactos desta condição em suas vidas. Assim, recomenda-se que futuras pesquisas aprofundem o desenvolvimento de novos biomarcadores e aprimorem as técnicas de imagem, visando uma abordagem diagnóstica cada vez mais acessível e precisa.

REFERÊNCIAS

Rosa e Silva JC, Valerio FP, Herren H, Troncon JK, Garcia R, Poli Neto OB. Endometriose Aspectos clínicos do diagnóstico ao tratamento. [Revisão de Literatura on the Internet]. [place unknown]: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Femina. 2021;49(3):134-41.68 s.

Nisolle M, Donnez J. Peritoneal endometriosis, ovarian endometriosis, and adenomyotic nodules of the rectovaginal septum are three different entities [Revisão de Literatura on the Internet]. Brussels, Belgium: Catholic University of Louvain, Cliniques Universitaires St-Luc; 1997. 12 s. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S001502829700191X

Borges LS, Rosa e Silva JC, Japur de Sá Rosa e Silva AC, Aguiar FM, Poli Neto OB, Candido dos Reis FJ, Nogueira AA. Avaliação da concordância diagnóstica entre métodos não invasivos e endoscopia na investigação de infertilidade [Revisão de Literatura on the Internet]. Scielo; 2005. 6 s. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/BNdztrZdKbRT3ryx8Fx86RQ/#

Figueira AM de A, Pinto CMC, de Oliveira EAR, Nascimento FH, de Andrade JPLM, Zica LS, Miranda LA, de Carvalho LASM, Affonso MC, Fraga TP. Adenomiose: aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêutico. Braz. J. Develop. [Internet]. 2023 Mar. 7 [cited 2024 Nov. 11]; Available from: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/57845

Nácul AP, Spritzer PM. Aspectos atuais do diagnóstico e tratamento da endometriose [Revisão de Literatura on the Internet]. [place unknown]: Scielo; 2010. 10 s. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/8CN65yYx6sNVhjTbNQMrB5K

Sampson, J A. “Metastatic or Embolic Endometriosis, due to the Menstrual Dissemination of Endometrial Tissue into the Venous Circulation.”. [Revisão de Literatura on the Internet]. The American journal of pathology vol. 3,2 (1927): 93-110.43. 61 s. Available from://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC1931779/pdf/amjpathol00375-0001.pdf

Endometriose [Revisão de Literatura on the Internet]. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) n. 78/Comissão Nacional Especializada em Endometriose; 2021. 16 s. Disponível em: https://sogirgs.org.br/area-do- associado/Endometriose-2021.pdf

Farias IR, Queiroz AD, Daniel Pereira CC, Guerra LP, Zago DO, Camilo Clementino LK, Moreira de Oliveira Filho RM, Silva IB, Galvão Sarmento IM, Ribeiro Paixa Xavier JM, Carvalho Andrade Teixeira JP, Melo JP. Síndrome de Sampson: Relato de caso [Relato de caso]. [place unknown]: Brazilian Journal of Health Review; 2021. 9 s. Disponível em:https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/download/37318/pdf/94824

Lopes AB, Oliveira RV de, Lima Filho EA de, Moraes RS, Araújo PM de, Lopes TI de F, Ferreira RT de MG, Duarte ALD, Ramos S de M, Amaral YFQ. Abordagem sobre a endometriose: revisão narrativa. REAC [Internet]. 17set.2022 [citado 11nov.2024];42:e11022. Available from: https://acervomais.com.br/index.php/cientifico/article/view/11022

Santos DB, Soares IA, Favero Filho LA, Baliza Fernandes MD, Moresco Ritt NM, Barcelos RP, Sampaio SS, Barone S. Uma abordagem integrada da Endometriose [Revisão de Literatura on the Internet]. [place unknown]: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA; 2012. 122Available from: https://www1.ufrb.edu.br/editora/component/phocadownload/category/2-e- books?download=18:uma-abordagem-integrada-da-endometriose

de Mendonça MFM, da Silva CC, Garcia ACC, Reis LF, Santiago ACN, de Castro VNS, Melo MGS, Andrade VT. Endometriose: manifestações clínicas e diagnóstico – revisão bibliográfica / Endometriosis: clinical manifestations and diagnosis – bibliographic review. Braz. J. Hea. Rev. [Internet]. 2021 Feb. 24 [cited 2024 Nov. 11];4(1):3584-92. Available from: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/25214

Sousa MKR, Melo ABO de, Nascimento MEB do, Santana ES de, Amorim ERSM, Candeia RMS, Gomes AG, Parente RM de O, Oliveira TFS, Júnior JRB dos S, Souza EBH de. A RELAÇÃO ENTRE A ENDOMETRIOSE E A INFERTILIDADE FEMININA. Braz. J. Implantol. Health Sci. [Internet]. 5º de fevereiro de 2024 [citado 11º de novembro de 2024];6(2):502-1. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/1411

Dráuzio Varella Dr. Endometriose [Revisão de Literatura on the Internet on the Internet]. [place unknown]: Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul e Associação Brasileira de Endometriose; 2022 [cited 2024 Nov 11]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/endometriose/.

de Souza Cardoso EP, Anselmo NM, Miguel KJ, Cheraim Silva AB. Endometriose em diferentes faixas etárias: perspectivas atuais no diagnóstico e tratamento da doença [Revisão de Literatura on the Internet]. [place unknown]: Universidade do Estado de Minas Gerais (FESP|UEMG) e da Faculdade de Uberaba (UNIUBE); 2011. 6 s. Available from: https://revista.uemg.br/index.php/praxys/article/download/2216/1200

Oliveira JGA de, Bonfada V, Zanella J de FP, Coser J. Transvaginal ultrasound in deep endometriosis: pictorial essay. Radiologia Brasileira [Internet]. 2019 Oct;52(5):337–41. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6808616/

Barreto FN, Figueiredo IA. Acurácia da ultrassonografia com preparo intestinal no diagnóstico da endometriose profunda. Revista de Investigação Biomédica. 2019 Jun 30;10(3):258.

Oliveira JGA de,Bonfada V, Zanella J de FP, Coser J. Transvaginal ultrasound in deep endometriosis: pictorial essay. Radiologia Brasileira [Internet]. 2019 Oct;52(5):337–41. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6808616/

Amaral de Oliveira JG, Bonfada V, Pavan Zanella JF, Coser J. Ultrassonagrafia transvaginal na endometriose profunda: ensaio iconográfico [Revisão de Literatura on the Internet]. [place unknown]: Radiol Bras; 2019. 5 s. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rb/a/QDLJcBvqnssR9mgD6YwCYDM/?lang=pt

CLEMENTE, ANA GABRIELA MAIA, et al. “Ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal em pacientes com suspeita clínica de endometriose.” MARÇO DE 2018 24ª EDIÇÃO (2018)

Kido A, Himoto Y, Moribata Y, Kurata Y, Nakamoto Y. Ressonância magnética no diagnóstico de endometriose e doenças relacionadas. Jornal Coreano de Radiologia [Internet]. 2022 1º de abril;23(4):426–45. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8961012/

Bazot M, Bharwani N, Huchon C, Kinkel K, Cunha TM, Guerra A, et al. Diretrizes da Sociedade Europeia de Radiologia Urogenital (ESUR): Imagens de RM da endometriose pélvica. Radiologia Europeia. 5 de dezembro de 2016;27(7):2765–75.

Baușic A, Coroleucă C, Coroleucă C, Comandașu D, Matasariu R, Manu A, et al. Ultrassonografia Transvaginal vs. Valor da ressonância magnética (MRI) no diagnóstico de endometriose. Diagnóstico [Internet]. 1º de julho de 2022;12(7):1767. Disponível em: https://www.mdpi.com/2075- 4418/12/7/1767

Edouard Ruaux, VanBuren WM, Stéphanie Nougaret, Gavrel M, Charlot M, Grangeon F, et al. Mimetizadores de RM de endometriose: lesões hipointensas em T2. Insights sobre imagens. 2024 25 de janeiro;15(1).

Bourgioti C, Preza O, Panourgias E, Chatoupis K, Antoniou A, Nikolaidou ME, Moulopoulos LA. MR imaging of endometriosis: Spectrum of disease. Diagn Interv Imaging. 2017 Nov;98(11):751- 767. doi: 10.1016/j.diii.2017.05.009.

Coutinho Junior AC, Lima CMAO, Coutinho EPD, Ribeiro EB, Aidar MN, Gasparetto EL. Ressonância magnética na endometriose pélvica profunda: ensaio iconográfico. Radiol Bras. 2008;41(2):129–134.

Horne AW, Missmer SA. Pathophysiology, diagnosis, and management of endometriosis. BMJ. 2022 Nov 14;379:e070750. doi: 10.1136/bmj-2022-070750.

Rolla E. Endometriose: avanços e controvérsias em classificação, patogênese, diagnóstico e tratamento. F1000Research [Internet]. 23 de abril de 2019;8(1). Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6480968/

Mettler L, Schollmeyer T, Lehmann-Willenbrock E, Schüppler U, Schmutzler A, Shukla D, et al. Precisão do diagnóstico laparoscópico da endometriose. JSLS: Journal of the Society of Laparoendoscopic Surgeons [Internet]. 2003;7(1):15–8. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12722993/

Taylor HS, Adamson GD, Diamond MP, Goldstein SR, Horne AW, Missmer AS, et al. Uma abordagem baseada em evidências para avaliar o diagnóstico cirúrgico versus clínico de endometriose sintomática. International Journal of Gynecology & Obstetrics. 28 de maio de 2018;142(2):131–42.

Cirurgia Laparoscópica de Endometriose Profunda [Internet]. Youtube: Instituto Crispi de Cirurgias Minimamente Invasivas; 04/10/2016 [acessado em 12/04/2024]. Disponível em: https://youtu.be/ICkjGDTi8S4?si=H1R4gVYSBKvSwvID

Hsu AL, Khachikyan I, Stratton P. Invasive and noninvasive methods for the diagnosis of endometriosis. Clin Obstet Gynecol. Junho 2010; DOI:10.1097/GRF.0b013e3181db7ce8

Koninckx PR, Fernandes R, Ussia A, Schindler L, Wattiez A, Al-Suwaidi S, Amro B, Al-Maamari B, Hakim Z, Tahlak M. Pathogenesis Based Diagnosis and Treatment of Endometriosis. Front Endocrinol (Lausanne). Novembro 2021; 12:745548. DOI: 10.3389/fendo.2021.745548.

Robert L. Barbieri, Jonathan M. Niloff, Robert C. Bast, Elena Schaetzl, Robert W. Kistner, Robert

C. Knapp. Elevated serum concentrations of CA-125 in patients with advanced endometriosis. Fertility and Sterility, Maio 1986; Volume 45; DOI: 10.1016/S0015-0282(16)49333-7.

Zomer MT, Ribeiro R, Trippia CH, Cavalcanti TCS, Hayashi RM, Kondo W. Correlação entre os níveis de Ca-125 séricos e os achados cirúrgicos em mulheres com sintomas sugestivos de endometriose. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Junho 2013; 35 (6); DOI: 10.1590/S0100-72032013000600005

De Oliveira GG, Da Fonseca CA. Uso de marcadores tumorais no diagnóstico e acompanhamento do tratamento do câncer. Revista Eletrônica de Farmácia. 2011 Jul 2;8(2).

Cicinelli E, Ziegler D, Vitagliano A. In women with endometriosis, effective treatment of chronic endometritis with antibiotics lowers serum CA-125 levels. Elsevier Inc. Fevereiro 2024; volume 121; DOI: 10.1016/j.fertnstert.2024.02.041

Masahashi, Tetsuo, Matsuzawa, Katsuji, Ohsawa, Masami, Narita, Osamu, Asai, Toyohijo, Minoru. Serum CA 125 Levels in Patients With Endometriosis: Changes in CA 125 Levels During Menstruation. Obstetrics & Gynecology. Setembro 1988; 72 (3)

França PRC, Lontra ACP, Fernandes PD. Endometriosis: A Disease with Few Direct Treatment Options. Molecules. Junho 2022; 23;27(13):4034. DOI: 10.3390/molecules27134034.

Saunders PTK, Horne AW. Endometriosis: Etiology, pathobiology, and therapeutic prospects. Cell. Maio 2021; 27;184(11):2807-2824. DOI: 10.1016/j.cell.2021.04.041.

Kalaitzopoulos DR, Samartzis N, Kolovos GN, Mareti E, Samartzis EP, Eberhard M, Dinas K, Daniilidis A. Treatment of endometriosis: a review with comparison of 8 guidelines. BMC Womens Health. Novembro 2021; 21(1); DOI: 10.1186/s12905-02101545-5.

Brown J, Crawford TJ, Datta S, Prentice A. Oral contraceptives for pain associated with endometriosis. Cochrane Database Syst Ver. Maio 2021; 5(5); DOI: 10.1002/14651858.CD001019.pub3

Langebrekke A, Johannessen HO, Qvigstad E. Kirurgisk behandling av endometriose (Surgical treatment of endometriosis). Tidsskr Nor Laegeforen. Junho 2008; 128(13); PMID: 18587458.

Bulletti C, Coccia ME, Battistoni S, Borini A. Endometriosis and infertility. J Assist Reprod Genet Agosto 2010; 27(8); DOI: 10.1007/s10815-010-9436-1

Wójcik M, Szczepaniak R, Placek K. Physiotherapy Management in Endometriosis. Int J Environ Res Public Health. Dezembro 2022;19(23); DOI: 10.3390/ijerph192316148

Costa HD, Almeida CCM, Reis CFB, Brito EMM, Cerqueira HOM, Santos JEM, Carvalho KA, Vieira LG, Alves L, Ferreira LLA, Ramos LFF, Ono MHS, Barros MVO, Costa PVC, Ramos PVN, Santos PP, Duo WN, Oliveira WDC, Araujo WHA, Sousa AM. Endometriose no Brasil: perfil epidemiológico das internações nos últimos dez anos (2013-2022). Brazilian Journal of Health Review. Maio 2023

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Endometriose. São Paulo: FEBRASGO, 2021 (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, n. 78/Comissão Nacional Especializada em Endometriose). Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Endometriose. 2021

Roullier C, Sanguin S, Parent C, Lombart M, Sergent F, Foulon A. Clínicos gerais e endometriose: Nível de conhecimento e impacto do treinamento. Journal of Gynecology Obstetrics and Human Reproduction. 2021 Dez;50(10):102227.


1.Graduanda do Curso de Biomedicina do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU

2.Universidade Metodista de São Paulo – UMESP