MÉTODO BOBATH NA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7821389


Anne Fabiola Araújo da Nova1


Resumo

Paralisia Cerebral (PC) é um grupo de distúrbios motores que afetam o desenvolvimento da criança e sua capacidade de realizar atividades cotidianas. O Método Bobath é uma abordagem terapêutica interdisciplinar que tem como objetivo melhorar a função motora e a qualidade de vida da criança com PC. Este trabalho tem como objetivo abordar sobre a importância do Método Bobath na criança com PC, identificando as principais evidências científicas acerca de sua eficácia e segurança. Para a realização deste estudo, foi realizada uma busca nas principais bases de dados científicos, como PubMed, Scopus e Web of Science, utilizando os descritores “Paralisia Cerebral”, “Método Bobath”, “Criança” e “Terapia”. Os resultados indicaram que o Método Bobath é amplamente utilizado em todo o mundo para o tratamento da PC na criança. As evidências científicas sugerem que o Método Bobath é eficaz na melhoria da função motora e da qualidade de vida da criança com PC. Os estudos mostram que a abordagem pode melhorar a capacidade funcional, reduzir as limitações físicas e melhorar a coordenação motora.

Palavras-chave: Paralisia Cerebral. Método Bobath. Crianças. Tratamento.

1 INTRODUÇÃO

Paralisia Cerebral (PC) é um grupo de distúrbios motores que afetam a capacidade da criança de realizar atividades cotidianas (BERNAL, et al., 2019). A PC é causada por danos cerebrais que ocorrem antes, durante ou logo após o nascimento (ZURITA, et al., 2020). Estima-se que 17 milhões de pessoas em todo o mundo tenham PC, sendo que a maioria delas é criança (SANTOS, et al., 2019). 

A PC é uma condição complexa que pode afetar diferentes áreas do desenvolvimento, incluindo a função motora, a cognição, a comunicação e o comportamento (CASTAÑO; SÁNCHEZ, 2022). O tratamento da PC é multidisciplinar e envolve uma equipe interdisciplinar de profissionais de saúde, incluindo fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos (LUNA VILLAGRÁN, 2020).

Entre as abordagens terapêuticas utilizadas no tratamento da PC, destaca-se o Método Bobath, que é uma abordagem interdisciplinar desenvolvida por Berta Bobath e Karel Bobath, fisioterapeutas britânicos (DE ANDRADE, et. al., 2022). O Método Bobath tem como objetivo melhorar a função motora e a qualidade de vida da criança com PC, por meio de técnicas de facilitação e inibição, visando à melhoria da qualidade dos movimentos, a coordenação motora, o equilíbrio e a estabilidade postural (BORGES, et. al. 2020).

No entanto, mesmo com o amplo uso do Método Bobath em todo o mundo, ainda existem dúvidas acerca de sua eficácia e segurança, especialmente no que se refere ao tratamento da PC em crianças. Nesse contexto, o objetivo geral deste trabalho é realizar uma revisão da literatura sobre o Método Bobath na criança com PC, identificando as principais evidências científicas acerca de sua eficácia e segurança.

A justificativa para este estudo reside na necessidade de compreender melhor como o Método Bobath pode ser aplicado na prática clínica, quais são seus benefícios e limitações, e como ele se compara a outras abordagens terapêuticas.

A fisioterapia é uma das formas mais importantes de tratamento para crianças com paralisia cerebral. A maioria dos médicos recomenda fisioterapia para todas as crianças com paralisia cerebral, independentemente de quão pequeno ou grave seja o distúrbio. As crianças diagnosticadas com paralisia cerebral terão vários graus de controle muscular, equilíbrio e mobilidade, dependendo da gravidade do distúrbio. A fisioterapia ajuda com esses problemas, ajudando as crianças com equilíbrio, postura, engatinhar, escalar, caminhar e fortalecimento muscular.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A paralisia cerebral no contexto de Bobath

O Dr. Bobath definiu paralisia cerebral como “o resultado de uma lesão ou mau desenvolvimento do cérebro, de caráter não progressivo e existente desde a primeira infância” (DE LIMA LOUSADA; MARTINS, 2020). O déficit motor encontra expressão em padrões anormais de postura e movimento, em associação com um tônus postural anormal (RIBEIRO, et. al., 2021). A lesão, que está presente no cérebro quando ainda é imatura, interfere no desenvolvimento motor normal da criança.” (DA COSTA BRAGA, et. al., 2022). Ou seja, ele considera que o déficit essencial está no desarranjo do “mecanismo do reflexo postural normal”, e considera esse “mecanismo do reflexo postural” como compreendendo a atividade integrada de reações automáticas, que dizem incluir equilíbrio, endireitamento e outras reações protetoras (LOBATO, 2022). Estes se desenvolvem em sequência na criança e estão relacionados ao tônus normal. Este mecanismo de reflexo postural nos permite realizar a função antigravitacional e nos dá fixação postural para nos permitir realizar atividades qualificadas (ZARDO, et. al. 2021).

Os Bobaths determinaram um conceito de disfunção neuromuscular que resulta de lesão no cérebro e basearam seu tratamento nesse conceito (DE LIMA LOUSADA; MARTINS, 2020). Sua contribuição no campo da paralisia cerebral é, portanto, não apenas no tratamento desses pacientes, mas, mais importante, na compreensão da própria condição. 

Uma compreensão de seu tratamento da disfunção neuromuscular envolve, uma compreensão de sua filosofia de movimento normal, bem como seu conceito do que pode dar errado com o movimento quando o controle do cérebro é deficiente. Deve-se perguntar o que há nesses pacientes que está-se tentando alterar, e antes que possa responder a essa pergunta, ou seja, antes que se possa descobrir o que há de anormal nesses pacientes, deve-se entender o que está envolvido no movimento normal. Para entender isso, deve-se saber como o movimento se desenvolve desde o recém-nascido até o adulto. Deve-se também perguntar por que se quer fazer essas mudanças no paciente, ou seja, por que essas mudanças levarão a uma função mais normal. Em outras palavras, deve-se entender a relação entre movimento e função.

Na paralisia cerebral, segundo os Bobaths, o desarranjo do mecanismo reflexo postural resulta em tônus postural anormal de vários tipos e graus, que pode assumir a forma de espasticidade, flacidez ou espasmos tônicos intermitentes (DA COSTA BRAGA, et. al., 2022). Juntamente com esse tônus normal, existem padrões anormais de postura e movimento. Ou seja, os músculos não é um fenômeno local, mas ocorrem sempre em padrões bem definidos (RIBEIRO, et. al., 2021).

Quando o paciente se move, ele o faz nesses padrões estereotipados e anormais, com hipertonia predominantemente extensora em seus membros inferiores e hipertonia flexora em seus membros superiores. Quando ele tenta sentar-se em decúbito dorsal, seu hiper tônus extensor de tronco, mais pronunciado em supino por causa da atividade labiríntica tônica anormal, o mantém na posição estendida (ZARDO, et. al. 2021). 

Seus braços se flexionam mais por meio de reações associadas provocadas em parte pelo grande esforço que ele despende em sua tentativa e, portanto, ele não consegue se apoiar nas mãos, e suas pernas entram em maior extensão, adução e rotação interna. tenta se levantar quanto mais sua espasticidade o impede, e ele fica imóvel (BORGES, et. al. 2020). 

Considere, por exemplo, a importância do controle automático da cabeça no movimento, a maneira pela qual a cabeça inicia o movimento do tronco em movimentos como sentar-se da posição supina, levantar-se da posição pronta, levantar-se da cadeira. Tente fazer o padrão dar errado de alguma forma. Tente sentar-se em decúbito dorsal com a cabeça estendida; tente levantar- se levantar de uma cadeira com a cabeça estendida. 

Considere também os muitos ajustes posturais automáticos que alguém faz ao tentar permanecer confortável em uma cadeira durante uma palestra. uma palestra sobre movimento, ficou tão impressionada com a maravilha dos movimentos automáticos que uma manhã ela veio até o hospital de ônibus, apalpando seu esternomastóideo, a fim de testar os ajustes posturais necessários durante as complexidades de uma viagem de ônibus. 

Tente entrar em sua camisola com um braço flexionado e sua mão fechada com força. Seus padrões posturais, o padrão normal de seus movimentos, serão perturbados. Você terá que fazer ajustes e se sentirá estranho ao fazê-los. Você terá que executar a função em um nível mais consciente do que faria de outra forma. 

Esses ajustes posturais, os padrões nos quais nossos movimentos se enquadram, são em grande parte automáticos. Alguém pode estender a mão voluntariamente e tocar algum objeto, mas a maneira de estender a mão, o padrão de movimento, os ajustes posturais, são todos automáticos e sua base foi estabelecida na infância. Kinnier Wilson é citado pelos Bobaths como descrevendo a atividade motora como variando em vários níveis, do mais automático ao menos automático, o que sugere que os movimentos reflexos e voluntários são fundamentalmente os mesmos (DE ANDRADE, et. al., 2022). 

É a capacidade de variar os padrões, de se mover de muitas maneiras diferentes, que diferencia a pessoa neurologicamente normal da pessoa com paralisia cerebral neurologicamente anormal (LUNA VILLAGRÁN, 2020). Sempre é a natureza estereotipada das respostas motoras do paciente espástico que o distingue do normal pessoa que tem uma variedade de respostas motoras à sua disposição (BERNAL, et al., 2019). 

Além de compreender o movimento normal, tanto automático quanto voluntário, devemos entender o desenvolvimento gradual desses padrões de movimento e postura, desde o início da imaginação até a vida adulta totalmente desenvolvida. sequência de eventos, e é caracterizada, dizem os Bobaths, pelo desenvolvimento de reflexos posturais normais que não estão presentes no nascimento e que eventualmente se tornarão muito complexos e variados (ZURITA, et al., 2020). 

Para esse desenvolvimento é necessário tônus postural normal que permita a realização desses movimentos (SANTOS, et al., 2019). O desenvolvimento motor normal também é caracterizado pela inibição de algumas das respostas primitivas do neonato (CASTAÑO; SÁNCHEZ, 2022). Diz-se que o bebê é vítima de sua atividade muscular geral (DE ANDRADE, et. al., 2022), e permanece vítima de respostas como ou reação de sobressalto e reação de agarrar, até que ocorra algum grau de inibição cortical. Se isso não ocorrer, ou se a inibição for incompleta, essas respostas primitivas tornam o movimento funcional ainda mais difícil para a criança com paralisia cerebral (LOBATO, 2022).

Uma criança com uma reação positiva, por exemplo, pode ser incapaz de manter uma posição sentada devido à sua tendência de se estender repentinamente com os braços abduzidos, a qualquer ruído súbito ou mesmo se perder o equilíbrio momentaneamente (LOBATO, 2022). A quebra das respostas totais do neonato torna possível a recomposição de padrões de formas muito variadas e permite, juntamente com o desenvolvimento de um mecanismo reflexo postural normal, o desempenho de habilidades como caminhar e manipular (DE ANDRADE, et. al., 2022). 

2.2 O método Bobath no tratamento da paralisia cerebral

O Método Bobath, também conhecido como Abordagem Neuroevolutiva, é um método de terapia que tem como objetivo ajudar as pessoas com disfunções neurológicas a melhorar sua qualidade de vida e independência (BERNAL, et. al, 2019). Ele foi desenvolvido pelos fisioterapeutas Berta Bobath e Karel Bobath na década de 1940 na Inglaterra (RIBEIRO, et. al., 2021). 

O método é baseado na neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar ao longo da vida (DE LIMA LOUSADA; MARTINS, 2022). Ele utiliza uma abordagem multidisciplinar, envolvendo fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, que trabalham juntos para avaliar e tratar a pessoa como um todo, levando em consideração suas habilidades motoras, sensoriais, cognitivas e emocionais (ZURITA, et. al., 2020).

O tratamento é individualizado e baseado nas necessidades específicas de cada pessoa, mas geralmente envolve exercícios para melhorar o controle motor, equilíbrio, coordenação, mobilidade e independência nas atividades da vida diária (DE LIMA LOUSADA; MARTINS, 2022). O método Bobath é frequentemente utilizado para tratar condições neurológicas, como acidente vascular cerebral, lesão medular, paralisia cerebral e esclerose múltipla (RIBEIRO, et. al., 2021).

A eficácia do método Bobath na reabilitação de pessoas com disfunções neurológicas tem sido amplamente estudada e documentada na literatura científica (BERNAL, et. al, 2019). Estudos têm demonstrado que o método pode melhorar a mobilidade, a funcionalidade e a qualidade de vida de pacientes com lesões neurológicas (ZURITA, et. al., 2020; DE LIMA LOUSADA; MARTINS, 2022 e BERNAL, et. al, 2019).

No entanto, apesar de sua popularidade e eficácia comprovada, o método Bobath tem sido criticado por alguns especialistas em reabilitação (LOBATO, 2022). Alguns argumentam que o método pode ser muito passivo e baseado em exercícios repetitivos, o que pode levar a uma estagnação no progresso do paciente (DE ANDRADE, et. al., 2022). Além disso, alguns críticos argumentam que o método pode não levar em consideração aspectos emocionais e psicológicos dos pacientes, que podem afetar sua capacidade de se recuperar (ZURITA, et. al., 2020).

Não há estatísticas específicas disponíveis no Brasil sobre o uso do Método Bobath na reabilitação de pessoas com disfunções neurológicas. No entanto, sabe-se que o método é amplamente utilizado no país por profissionais de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia (COELHO, et. al., 2022).

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) reconhece o método Bobath como uma técnica de intervenção fisioterapêutica e terapêutica ocupacional (COLMAN, et. al., 2019). Além disso, existem cursos de formação em Método Bobath no país, oferecidos por instituições de ensino e organizações profissionais.

Apesar da falta de estatísticas específicas, sabemos que o Brasil enfrenta um grande número de casos de lesões neurológicas, como acidentes vasculares cerebrais e lesões medulares, que podem se beneficiar do uso do Método Bobath na reabilitação (COELHO, et. al., 2022). Portanto, o método é uma abordagem valiosa para profissionais de reabilitação no país.

Sabe-se que a paralisia cerebral afeta cada indivíduo de forma diferente. A paralisia cerebral afeta a postura e o movimento, mas também pode afetar a sensação, a visão, a aprendizagem, a comunicação, a respiração, a alimentação e a bebida (COLMAN, et. al., 2019). Por causa disso, a terapia de Bobath é tão individual quanto cada criança. Dentro do Conceito Bobath, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais trabalham juntos, muitas vezes dentro da mesma sessão de terapia (COELHO, et. al., 2022). Chamamos isso de abordagem transdisciplinar.

Em um estudo desenvolvido por Defilipo et. al. (2022), é demonstrado um “esquema” conceitual sobre os processos para o tratamento da Paralisia Cerebral, conforme demonstrado na Fig. 1 abaixo.

Figura 1 – Esquema conceitual do tratamento da Paralisia Cerebral

Fonte: Defilipo et. al. (2022) – adaptado pelo autor

Como parte do conceito de Bobath, baseia-se a terapia em uma compreensão do tônus muscular da criança e como a atividade muscular é coordenada (COLMAN, et. al., 2019). Usa o manuseio para ajudar a criança a aprender maneiras mais eficientes de se mover (SILVA, 2022). Quer-se capacitá-lo a participar das tarefas diárias de forma mais eficaz e eficiente, resultando em mudanças duradouras (COELHO, et. al., 2022). Isso é essencial para ajudar a evitar mudanças menos desejáveis no futuro. Pode-se fazer sugestões de mudanças no ambiente da criança para aumentar as possibilidades e a participação (SILVA, 2022).

Como terapeutas de Bobath, usa-se o conhecimento de como as crianças se desenvolvem e quais habilidades estabelecem as bases para habilidades futuras para orientar nossa terapia. Também usa-se o conhecimento de como o cérebro controla, aprende e refinar o movimento (controle motor e aprendizagem) na terapia (COLMAN, et. al., 2019). Entende-se como os danos a um cérebro jovem podem causar dificuldades no desenvolvimento, mas também como capitalizar um cérebro em desenvolvimento para aprender a fazer coisas novas (COELHO, et.al., 2022).

3 METODOLOGIA 

A metodologia de pesquisa baseada em revisão de literatura sobre o método Bobath na criança com paralisia cerebral pode ser estruturada da seguinte forma:

Identificação da pergunta de pesquisa: A pergunta de pesquisa deve ser claramente definida e delimitada, de modo a orientar a busca pela literatura relevante. Exemplo Utilizado: “Qual é a eficácia do método Bobath na melhoria das habilidades motoras de crianças com paralisia cerebral?”

Busca por artigos: A busca por artigos pode ser realizada em bases de dados científicas, como PubMed, Scopus, Web of Science, entre outras. Palavras-chave relevantes devem ser utilizadas na busca, como “método Bobath”, “paralisia cerebral”, “crianças”, “habilidades motoras”. É importante incluir artigos publicados em diferentes idiomas e anos.

Seleção dos artigos: Os artigos identificados devem ser avaliados quanto à relevância para a pergunta de pesquisa. Para isso, é possível utilizar critérios de inclusão e exclusão, como o tipo de estudo, amostra, intervenção, entre outros.

Análise dos artigos: Os artigos selecionados devem ser lidos e analisados criticamente, de modo a extrair as informações relevantes para a pergunta de pesquisa. É possível utilizar ferramentas, como a escala de qualidade da evidência (por exemplo, GRADE), para avaliar a qualidade dos estudos incluídos.

Síntese dos resultados: Os resultados dos estudos incluídos devem ser sintetizados de forma clara e objetiva, destacando os principais achados em relação à pergunta de pesquisa. É possível utilizar tabelas, gráficos e outras ferramentas para facilitar a visualização dos resultados.

Discussão e conclusões: Os resultados devem ser discutidos à luz da literatura existente e das limitações do estudo. As conclusões devem ser apresentadas de forma clara e objetiva, destacando as implicações práticas e as lacunas de conhecimento que ainda precisam ser exploradas.

Portanto, sobre a abordagem acima, este estudo caracteriza como uma pesquisa de revisão de literatura, baseada em fontes acadêmicas de relevância em portais especializados como Google Acadêmicos, SciELO, ACM Digital, PubMed, entre outros, utilizando-se de artigos, jornais, dissertações de mestrado, teses de doutorado, entre outros, sempre respeitando um período de pesquisa dos últimos 5 anos, salvo em alguns casos específicos que cita-se o autor original, para uma melhor compreensão da história. 

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

O método Bobath é uma abordagem de fisioterapia neuro funcional amplamente utilizada no tratamento de crianças com paralisia cerebral. A eficiência do método tem sido debatida e analisada por vários estudos científicos. Nesta análise crítica, examinaremos alguns desses estudos para avaliar a eficácia do método Bobath na criança com paralisia cerebral.

Um estudo de 2019 publicado na revista Pediatric Physical Therapy examinou a eficácia do método Bobath em comparação com outras abordagens de fisioterapia para crianças com paralisia cerebral. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa na melhora da função motora grossa e fina entre o método Bobath e outras abordagens de fisioterapia (GUDJONSDOTTIR et. al., 2019).

Outro estudo, publicado em 2018 no Journal of Physical Therapy Science, avaliou a eficácia do método Bobath em combinação com a terapia ocupacional na melhoria da função motora em crianças com paralisia cerebral. Os resultados indicaram que a combinação do método Bobath com a terapia ocupacional levou a uma melhoria significativa na função motora fina e na coordenação motora (LEE, et. al, 2018) .

Por outro lado, um estudo de revisão sistemática de 2017 publicado na revista Cochrane Database of Systematic Reviews analisou a eficácia do método Bobath em comparação com outras abordagens de fisioterapia para crianças com paralisia cerebral. Os autores concluíram que não há evidências suficientes para apoiar ou refutar a eficácia do método Bobath em comparação com outras abordagens de fisioterapia (NOVAK, et. al, 20174).

Portanto, com base nessas evidências, é difícil fazer uma afirmação definitiva sobre a eficácia do método Bobath na criança com paralisia cerebral. Embora alguns estudos sugiram que o método pode levar a melhorias significativas na função motora fina e na coordenação motora, outros estudos não encontraram diferença significativa entre o método Bobath e outras abordagens de fisioterapia. 

É importante ressaltar que cada criança com paralisia cerebral é única e pode responder de maneira diferente a diferentes abordagens de tratamento. Portanto, a escolha do método de tratamento deve ser individualizada e baseada nas necessidades específicas de cada criança.

5 CONCLUSÃO

A paralisia cerebral é uma condição neurológica que afeta o movimento e a coordenação motora de muitas crianças. A fisioterapia é uma das principais abordagens terapêuticas usadas para melhorar a função motora em crianças com paralisia cerebral, e o método Bobath é uma das técnicas mais utilizadas nesse contexto. 

Ao examinar as evidências, é difícil fazer uma afirmação definitiva sobre a eficácia do método Bobath na criança com paralisia cerebral. Alguns estudos sugerem que o método pode levar a melhorias significativas na função motora fina e na coordenação motora, enquanto outros estudos não encontraram diferença significativa entre o método Bobath e outras abordagens de fisioterapia.

É importante ressaltar que cada criança com paralisia cerebral é única e pode responder de maneira diferente a diferentes abordagens de tratamento. Portanto, a escolha do método de tratamento deve ser individualizada e baseada nas necessidades específicas de cada criança.

A eficácia do método Bobath no tratamento da paralisia cerebral em crianças tem sido amplamente estudada, mas os resultados dos estudos são contraditórios. Embora alguns estudos sugiram que o método pode levar a melhorias significativas na função motora fina e na coordenação motora, outros não encontraram diferenças significativas em relação a outras abordagens de fisioterapia. 

A escolha do método de tratamento deve ser individualizada e baseada nas necessidades específicas de cada criança. É importante que os profissionais de saúde estejam cientes das evidências disponíveis e discutam os prós e contras do método Bobath com os pais ou responsáveis da criança. A abordagem de tratamento deve ser avaliada continuamente para garantir que esteja atendendo às necessidades e objetivos da criança.

Em conclusão, embora o método Bobath continue sendo uma técnica amplamente utilizada na fisioterapia pediátrica, a eficácia desse método em comparação com outras abordagens de fisioterapia para crianças com paralisia cerebral ainda é controversa. Mais pesquisas são necessárias para determinar a eficácia do método Bobath e de outras abordagens terapêuticas no tratamento da paralisia cerebral em crianças.   

REFERÊNCIAS

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BORGES, Ana Karla Almeida et al. O uso do conceito Bobath em crianças com paralisia cerebral do tipo espástico. 2020. Disponível em: http://repositorio.ufu.br/handle/123456789/31611  Acesso em: 10 de abril de 2023.

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1Pós graduada fisioterapia em uti neonatal e pediátrica
Pós graduada em intervenção em neuropediatra