MENOPAUSE, SIGNS AND SYMPTOMS AND THEIR ASPECTS IN WOMEN
MENOPAUSIA, SIGNOS Y SÍNTOMAS Y SUS ASPECTOS EN LA MUJER
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10574176
Nathalia Leitão Cordeiro1;
José Fernandes de Souza2.
RESUMO
Objetivo: Discorrer sobre o climatério e as fases que a mulher passa durante esse período. Revisão bibliográfica: O Climatério é o período do declínio natural dos hormônios, quando ocorre uma queda na produção do Estrogênio, podendo surgir por volta dos 35 a 60 anos de uma mulher. Pode ser divididos em tres fases: pré‐menopausa ou perimenopausa, menopausa e pós‐menopausa Um dos sintomas mais conhecidos sao as ondas de calor ou fogachos que na grande maioria está entre as queixas das mulheres. Uma das fases de maior conhecimento é a menopausa que caracteriza o fim das menstruações espontâneas, e é um processo biológico natural, que ocorre na vida da mulher, uma vez que com o envelhecimento, ocorre uma alteração na estrutura e função dos folículos ovários. Após o seu diagnóstico pode ser realizada a terapia de reposição hormonal, afim de garantir uma qualidade de vida para a mulher. Considerações finais:. É importante conhecer a vivência das mulheres climatéricas, e desta forma compreender a necessidade de um cuidado que permita o cruzamento de saberes entre as mulheres e os profissionais que as acompanharão, bem como, o acolhimento destas, proporcionando assim da qualidade de vida, e um cuidado integral de maneira individualizado e específica que considere a multiplicidade de fatores envolvidos no climatério.
Palavras-chave: Diabete Gestacional, Pré-natal, Riscos
ABSTRACT
Objective: To discuss the climacteric and the phases that women go through during this period. Literature review: The Climacteric is the period of the natural decline of hormones, when there is a drop in the production of Estrogen, which can appear around the age of 35 to 60 of a woman. It can be divided into three phases: pre‐menopause or perimenopause, menopause and post‐menopause One of the most well‐known symptoms are hot flashes or hot flushes, which are mostly among the complaints of women. One of the most well-known phases is menopause, which characterizes the end of spontaneous menstruation, and is a natural biological process that occurs in a woman’s life, since with aging, there is an alteration in the structure and function of the ovarian follicles. After its diagnosis, hormone replacement therapy can be performed in order to ensure a quality of life for the woman. Final Thoughts:. It is important to know the experience of climacteric women, and thus understand the need for care that allows the crossing of knowledge between women and professionals that will accompany them, as well as their reception, thus providing quality of life, and comprehensive care in an individualized and specific way that considers the multiplicity of factors involved in the climacteric.
Key words: Gestational Diabetes, Prenatal Care, Risks
RESUMEN
Objetivo: Discutir el climaterio y las fases por las que atraviesan las mujeres durante este período. Revisión de la literatura: El climaterio es el período de disminución natural de las hormonas, cuando hay una caída en la producción de estrógenos, que puede aparecer alrededor de los 35 a 60 años de edad de una mujer. Se puede dividir en tres etapas: premenopausia o perimenopausia, menopausia y postmenopausia Uno de los síntomas más conocidos son los sofocos o sofocos, que se encuentran mayoritariamente entre las quejas de las mujeres. Una de las fases más conocidas es la menopausia, que caracteriza el final de la menstruación espontánea, y es un proceso biológico natural que ocurre en la vida de la mujer, ya que con el envejecimiento, se produce una alteración en la estructura y función de los folículos ováricos. Después de su diagnóstico, se puede realizar una terapia hormonal sustitutiva con el fin de garantizar una calidad de vida para la mujer.Reflexiones finales:. Es importante conocer la experiencia de las mujeres climatéricas, y así comprender la necesidad de cuidados que permitan el cruce de saberes entre mujeres y profesionales que los acompañarán, así como su recepción, brindando así calidad de vida, y una atención integral de manera individualizada y específica que considere la multiplicidad de factores que intervienen en el climaterio.
Palabras clave: Diabetes gestacional, atención prenatal, riesgos
INTRODUÇÃO
Um dos processos fisiológicos mais importantes que marcam o fim do ciclo reprodutivo da mulher é a menopausa, que é uma das doenças mais comuns em nossa sociedade, pois as mulheres brasileiras vivem em média 76-80 anos (MORTALIDADE, 2020). é conhecida como um campo enorme e complexo que exige um grande comprometimento total em todas as suas atividades, um comprometimento total com as mulheres e não apenas o uso de estratégias exclusivas (DA SILVA et al., 2015).
Durante sua vida reprodutiva, a mulher passa por um ciclo menstrual mensal. Esta fase consiste em um processo cíclico causado pela alternância de quatro hormônios principais: estrogênio e progesterona (secretados principalmente pelos ovários), hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo estimulante (FSH) (secretado pela glândula pituitária). A duração costuma ser de 21 a 35 dias e o ciclo menstrual é em média de 2 a 8 dias (TEIXEIRA, 2012).
O período clínico, a atenção à saúde da mulher é necessária por profissionais que conheçam as manifestações clínicas e alterações fisiológicas da menopausa para prestar um serviço de qualidade que permita à mulher maior segurança e bem-estar nesse período (BITENCOURT et al., 2011).
O contexto cultural das mulheres permeia os significados que elas atribuem à vivência de cada etapa de suas vidas. Portanto, muitos fatores podem influenciar a forma como as mulheres se veem e se expressam quando enfrentam diferentes situações determinadas pela sua situação familiar, suas crenças, valores e tratamentos individuais (ZANOTELLI SS, et al., 2012).
Cada mulher pode vivenciar esse período de forma diferente, pois fatores culturais, biológicos e psicossociais também podem influenciar na ocorrência de manifestações clínicas (HESS RT, et al., 2012).
Assim, o período climático é um acontecimento real e muito importante na vida das mulheres longevas (ZANOTELLI SS et al., 2012).
REVISÃO DE LITERATURA
Antes do início da menopausa, ocorre instabilidade no ciclo menstrual da mulher, chamada menopausa. É uma fase de transição biológica entre o ciclo reprodutivo e não reprodutivo da mulher (TORRES JIMÉNEZ E TORRES RINCÓN, 2018).
A menopausa é caracterizada como um período de transição entre fases e é dividida em três fases: pré- menopausa ou perimenopausa, menopausa e pós-menopausa (DE SOUZA et al., 2017).
É um período extenso da vida da mulher, caracterizado por alterações metabólicas e hormonais que levam a alterações psicossociais. Vamos comparar as mudanças na sexualidade vivenciadas durante o período climático (VALENÇA CN, et al., 2010).
É um evento caracterizado por eventos fisiológicos que ocorrem em decorrência do comprometimento da função ovariana (ZAMPIERI MFM et al., 2009), e os sintomas podem ser classificados em curto e longo prazo. As manifestações de curto prazo incluem sintomas vasomotores. Os mais comuns são calor e palpitações, sinais de atrofia do trato urinário, ressecamento da pele e mucosas e alterações psicológicas que podem variar desde fadiga até insônia e depressão. As manifestações a longo prazo são principalmente o aparecimento de osteoporose e doenças cardiovasculares (ALFRADIQUE ME et al., 2009).
Os hipoestrógenos da menopausa estão diretamente relacionados a alguns sintomas como ondas de calor, suores noturnos, secura vaginal, fraqueza muscular do assoalho pélvico, dispareunia, insônia, alterações de humor e depressão. A pesquisa também mostra que durante esse período, as mulheres são mais propensas a relatar também ansiedade e depressão, porque a secreção de endorfinas no cérebro diminui como resultado do declínio hormonal (LLANEZA P, et al., 2011).
O processo que culmina na menopausa é decorrente da atresia folicular, que se inicia no início da menstruação e atinge seu pico por volta dos 50 anos na mulher, podendo surgir mais cedo ou mais tarde devido a diversos fatores (VIEIRA TMM et al., 2018).
Nesse período ocorre a transição do reprodutivo para o não reprodutivo, podendo ocorrer entre os 40 e os 65 anos. Dividido em três fases: pré-menopausa, menopausa e pós-menopausa (BRASIL, 2016). O período climático pode ser estimado considerando três fases: o período de mudança do ciclo menstrual e os primeiros anos da menstruação. Menopausa: o último período da vida da mulher. Pré-menopausa: período pré-menopausa em que a menstruação muda, até um ano após a última menstruação. Pósmenopausa: período que se inicia um ano após a última menstruação (BOUMA J, et al., 2012).
Pode ser considerada uma síndrome de transição neurológica porque afeta a regulação da temperatura corporal, o pensamento, o humor e o sono. Cerca de 60% das mulheres apresentam alterações cognitivas que incluem diminuição da concentração, memória e função executiva (BRINTON RD, et al., 2015) Este fenômeno natural geralmente ocorre após os 43 anos e só cessa quando o corpo se adapta à ausência hormonal (SOARESCN, 2000).
A menopausa é o período final devido ao esgotamento do patrimônio folicular funcional dos ovários. Isso significa insuficiência ovariana terminal. Pode ser precoce, até 6 anos após a última menstruação, e tardia, nos demais anos É considerada prematura se aparecer antes dos 40 anos e tardiamente após os 55 anos. A menopausa precoce e quando começa antes dos 45 anos (para alguns autores 40 anos) aumenta o risco de complicações da deficiência de estrogênio nas mulheres. Nestes casos, a terapia de reposição hormonal é adequada, quanto mais adequada for a insuficiência ovariana (CONSENSO NACIONAL SOBRE MENOPAUSA, 2016).
A menopausa tardia inicia-se após os 53 anos e motiva uma preocupação crescente sobre as consequências da exposição prolongada ao estrogénio, especialmente em relação ao risco de cancro da mama e do endométrio. Deve-se notar também que a experiência da menopausa ou menopausa varia entre mulheres da mesma cultura ou de culturas diferentes. A menopausa é um fenômeno multidimensional e reflete uma combinação de fatores genéticos, dieta, mudanças físicas, uso de medicamentos, influências culturais e individuais, percepções e expectativas (PALACIOS S, 2010).
Os sintomas vasomotores, representados por ondas de calor, sudorese e insônia, podem ser observados em quase 75% das mulheres na perimenopausa. Durante as ondas de calor, observa-se uma rápida circulação sanguínea e a temperatura da pele pode aumentar de 1 a 7 °C. Dura de 3 a 5 anos e é uma característica da perimenopausa que pode ocorrer diariamente, semanalmente ou mensalmente (Oliveira Júnior, 2016)
As mulheres na menopausa e na menopausa vivenciam mudanças físicas sutis, nos papéis sociais e como essas mulheres se expõem a preconceitos e tabus que podem interferir na sua vivência da sexualidade. e como buscam a felicidade (SERPA, 2019). Durante a menopausa, o hipoestrogenismo torna o epitélio genital mais fino e frágil. Na vagina, a secreção das glândulas sudoríparas e sebáceas diminui, e a atrofia das glândulas de Bartholin leva à secura e estreitamento da vagina, bem como à diminuição da sua dureza e elasticidade. A lubrificação reduzida durante a estimulação sexual pode levar à dispareunia, caracterizada por dor durante a relação sexual que prejudica a função sexual da mulher (BULCÃO CB et al., 2004).
Os sintomas da menopausa estão associados à diminuição da reserva folicular nos ovários e ao consequente hipoestrogenismo. Sintomas vasomotores, alterações do sono e emocionais devem ser enfatizados em breve. A médio prazo, podem ocorrer síndrome da menopausa geniturinária (UMGS) e possíveis alterações cutâneas. As consequências posteriores vão desde complicações cardiovasculares, osteoporose e doenças neurocognitivas como a doença de Alzheimer (CONEY P, 2016). Nesse momento ocorre a menopausa, que é definida como um intervalo constante entre as menstruações e é detectada após 12 menstruações consecutivas. Por isso a Organização Mundial da Saúde OMS o define como um período fisiológico e não patológico (FEBRASGO, 2010)
A principal característica da menopausa é a cessação da menstruação, embora provoque alterações, mas é um período importante e inevitável na vida da mulher, por ser considerado um processo fisiológico da mulher (LINS et al., 2020).
As mulheres que passam pela menopausa também questionam a fase que atravessam e por isso precisam de espaço para diálogo e escuta. Pesquisa de Zanotelli SS (2012) enfatiza que às vezes as mulheres demonstram que sofrem de falta de desejo sexual e afirmam que essa mudança na vivência da sexualidade afeta seu relacionamento com o parceiro e consigo mesmas. Nesse sentido, outros estudos também destacam que apesar de sofrerem com as diversas manifestações desse período, algumas mulheres não conhecem ou não reconhecem grande parte das alterações hormonais, fisiológicas e emocionais que estão interligadas no processo de exaustão hormonal. Finalmente ciclo menstrual O período clínico é caracterizado por muitos sinais e sintomas clínicos, incluindo: atrofia vaginal, bexiga hiperativa (BH), incontinência urinária (IU), infecção recorrente do trato urinário (IVAS), suscetibilidade à osteoporose osteoporótica, perfil lipídico que aumenta triglicerídeos e LDL ( lipoproteína de baixa densidade) e alterações psicológicas como perda de libido, insônia e depressão (SOUZA et al., 2017). Como a menopausa está associada ao envelhecimento, ela traz consigo alterações hormonais que afetam diretamente outros órgãos e o metabolismo. Essas alterações, aliadas a fatores externos, hereditários e psicológicos, podem levar a doenças e manifestações clínicas transitórias e persistentes na população feminina, como doenças cardiovasculares, doenças arteriais sistêmicas (HAS), osteoporose, diabetes, obesidade e outras. BACON, 2017).
Após a menopausa, o endométrio apresenta-se inativo devido à falta de atividade estrogênica e apresenta histologicamente glândulas pequenas e estroma denso característico de endométrio atrófico (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2016).
Os sintomas clínicos variam de mulher para mulher, tanto em frequência como em intensidade; tudo depende de faixa etária, raça, nível socioeconômico e cultural, entre outros. A maioria dos sintomas da menopausa ocorre durante a perimenopausa e são mais comuns em mulheres ocidentais, sendo os sintomas transitórios mais comuns os sintomas vasomotores – mais conhecidos como ondas de calor – e vários sintomas neuropsiquiátricos (SANTORO N, 2011).
Por outro lado, os sintomas neuropsiquiátricos não são específicos, pois também ocorrem em outras fases da vida da mulher e não estão relacionados apenas à deficiência de estrogênio. No entanto, o mesmo pode ser observado em aproximadamente 65-89 por cento das mulheres na menopausa. Esses sintomas podem se manifestar como ansiedade, nervosismo, irritabilidade, melancolia, baixa autoestima, tristeza e depressão e podem aparecer juntos ou separadamente (SILVA, 2021).
Embora a depressão não esteja diretamente relacionada com a diminuição dos níveis de estrogénio nas mulheres, tem sido associada à diminuição dos níveis de serotonina, que por sua vez está relacionada com a diminuição dos níveis de estrogénio, o que afeta a modulação dos neurotransmissores cerebrais relacionados com o humor (SAÚDE, MD, 2008).
Durante a menopausa, alterações no metabolismo lipídico associadas ao hipoestrogenismo promovem aumento dos níveis lipídicos, que afetam diretamente o colesterol e os triglicerídeos, que afetam os níveis séricos de colesterol livre no sangue. Isso leva a um aumento nos níveis de LDL (lipoproteína de baixa densidade) e a uma diminuição nos níveis de HDL (lipoproteína de alta densidade). Essas alterações metabólicas contribuem para dislipidemia, doença coronariana, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e aterosclerose, condições associadas à alta mortalidade em mulheres (SAÚDE M.D, 2008).
Além disso, durante a menopausa, a gordura é redistribuída do compartimento glúteo-femoral subcutâneo para o compartimento visceral-abdominal. Isso leva a um aumento da gordura abdominal em 42,1% (MEIRELLES, 2013).
E descrito pelo INCA os tratamentos médicos, dizendo: “É uma fase natural na vida da mulher, como a puberdade ou a menstruação. É uma fase especial do ciclo reprodutivo que marca o fim da ovulação. Muitas vezes é desagradável e deve ser abordado com cautela e paciência” (INCA, 2018).
A terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa tem sido objeto de muito debate e especulação desde a década de 1960, quando todas as mulheres na menopausa recebiam prescrição exclusiva de estrogênio, o que causava complicações principalmente no nível endometrial (ROZENBERG S, 2013).
O uso de hormônios para alívio dos sintomas da menopausa é amplamente utilizado em todo o mundo e os possíveis efeitos adversos são de grande interesse em saúde pública, pois podem afetar uma grande população exposta (ARAÚJO JR, 2007).
O Consenso Brasileiro de Terapia Hormonal na Menopausa em 2018 da Sociedade Brasileira de Menopausa (SOBRAC) enfatiza a importância da terapia hormonal (TH) em quatro situações: presença de sintomas vasomotores, síndrome genital menopausal, prevenção da osteoporose e menopausa precoce. As secreções e a síntese hormonal regulam o corpo feminino e sua função reprodutiva, sendo o eixo hipotálamohipófise-ovário o regulador dessa série de hormônios. A função do hipotálamo é liberar o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), um decapeptídeo hipotalâmico que é liberado pulsátilmente na vasculatura portal hipofisária. Afeta as células gonadotrópicas da glândula pituitária anterior. Ele se liga ao seu receptor GnRHR na superfície celular dos gonadotróficos, estimulando e regulando a síntese e liberação do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) gonadotrofinas que afetam os ovários (MOLINA, A.H e KESKUS, 2014)
Como o FSH e o LH são hormônios importantes para a maturação sexual e a função reprodutiva, eles desempenham um papel importante na regulação da ovulação e da fertilidade feminina. O FSH desempenha diversas funções importantes nos ovários, incluindo o crescimento de folículos ovarianos selecionados durante cada ciclo menstrual e a produção de estradiol pelas células da granulosa. Por outro lado, o LH é responsável pela ovulação e formação do corpo lúteo, promove o colesterol nas células da teca e estimula os folículos ovarianos a secretarem andrógenos (MOLINA, A.H e CENTRO, 2014). A estimulação dos folículos e seu crescimento inicia a liberação de estradiol, que em níveis elevados estimula o hipotálamo a secretar GnRH com pulsos de alta frequência, o que cria estímulos na glândula pituitária e, assim, secreta LH em picos elevados, o que estimula ovulação. Após a ovulação, a célula lútea começa a secretar progesterona, que por sua vez tem efeito inibitório no eixo hipotalâmico (GUYTON e Hall, 2006).
O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) livre no corpo feminino promove vasodilatação, principalmente nas regiões do tronco, pescoço e nuca, o que pode causar instabilidade vasomotora, mais conhecida como ondas de calor, sudorese e rubor. Um aumento no FSH circulante leva à hiperestimulação dos folículos ovarianos, o que pode levar à ovulação precoce e ao encurtamento da fase, bem como à atresia ovariana (BOSCH E, et al., 2021).
GnRH é um decapeptídeo hipotalâmico responsável pelo desenvolvimento e reprodução dos mamíferos. Produzida e liberada pulsátil pelos neurônios hipotalâmicos, essa liberação varia de acordo com a fase do ciclo menstrual e atua na hipófise anterior, ligando-se ao seu receptor original de alta afinidade sete transmembrana (GnRHR) na hipófise. na superfície da célula gonadotrópica, que estimula a secreção de FSH e LH (KAISER e THOMPSON, 2014).
O FSH e LH são hormônios importantes para a fertilidade em mamíferos. Sua síntese e secreção ocorrem na parte anterior da glândula pituitária. Eles consistem em subunidades α e β e sua secreção varia dependendo da frequência e amplitude dos pulsos de GnRH, com frequências mais baixas estimulando a secreção de FSH e frequências mais altas estimulando a secreção de LH (KAISER e THOMPSON, 2014).
As gonadotrofinas hipofisárias atuam nos ovários e testículos para promover a esteroidogênese e a gametogênese, o que é muito importante para a função reprodutiva e maturação sexual (STAMATIADES, CARROLL, & KAISER, 2019).
O estradiol e a progesterona estão entre os hormônios femininos mais importantes que afetam o sistema reprodutor feminino, pois são os principais agentes do ciclo menstrual. É produzido pelas células da granulosa dos folículos ovarianos, estimuladas pelo FSH. Sua função é alterar o espessamento da cavidade uterina além de seu efeito anabólico. Durante a puberdade, os estrogênios desempenham um papel na maturação sexual dos órgãos reprodutivos femininos, no aumento da genitália externa e do útero, no desenvolvimento das mamas e no aumento da massa óssea e da massa muscular magra. A progesterona é produzida pelas células do corpo lúteo e da teca, por isso está presente principalmente nesta fase do ciclo menstrual. e promove alterações secretoras no endométrio do útero, afeta o espessamento do endométrio, a recepção de um óvulo fertilizado e possível gravidez. Quando sua secreção diminui, o endométrio se separa e provoca a menstruação. É também um importante hormônio envolvido no desenvolvimento da gravidez (GUYTON e HALL, 2006).
A estrona também é um estrogênio produzido junto com o estradiol nos ovários; entretanto, a maior parte é formada em tecidos periféricos por andrógenos secretados pelas glândulas suprarenais. Essa conversão ocorre através de um processo denominado aromatização, onde o andrógeno androstenediona é hidroxilado pela enzima aromatase (citocromo P450) principalmente no fígado e no tecido adiposo (SANTOS, 2012).
A escolha do tratamento deve ser feita individualmente, levando em consideração os riscos e benefícios que traz ao paciente. Métodos hormonais ou não hormonais podem ser utilizados e estão disponíveis em diferentes apresentações. O Ministério da Saúde brasileiro recomenda que a dose da terapia hormonal administrada seja a menor dose eficaz que melhore os sintomas indesejados da menopausa e deve ser interrompida assim que os benefícios forem alcançados ou os riscos superarem os benefícios.
A terapia de reposição hormonal (TRH) surgiu como alternativa, mas divide opiniões de especialistas sobre seu uso, benefícios e riscos. A terapia de reposição hormonal consiste na reposição das concentrações fisiologicamente reduzidas de estrogênio, progesterona e andrógenos no organismo. Pode ocorrer em diferentes formas de administração, por exemplo por via oral, com manchas aderidas à pele, através da pele ou ainda na forma de cremes vaginais (MENEGHIN LA, BORTOLAN S, 2010).
A reposição hormonal tem se mostrado útil para alguns sintomas da menopausa, como prevenção e tratamento da osteoporose, melhora do perfil lipídico, vascularização arterial, aumento da transudação vaginal e também melhora significativa da qualidade de vida. Porém, seu uso é contraindicado devido ao aumento da incidência de tromboembolismo venoso e ao possível aumento do câncer de mama e da proliferação endometrial em decorrência da hiperestrogenização (PARDINI D, 2018).
O médico deve determinar individualmente o programa de tratamento e a dose adequada de terapia de reposição hormonal para cada paciente para reduzir os efeitos colaterais. Como retenção de líquidos, vômitos, náuseas, dor de cabeça, sensibilidade mamária, inchaço e sangramento vaginal. Portanto, os profissionais de saúde devem incluir todas as ferramentas disponíveis para aliviar os sintomas climáticos na discussão com os pacientes e fornece todas as informações necessárias para fazer uma escolha informada e partilhada. O objetivo é personalizar verdadeiramente a abordagem das queixas nesta fase sensível da mulher (DE FRANCISCIS et al., 2019).
Assim, o médico deve acolher os pacientes climáticos, oferecer-lhes uma ajuda humana e empática, orientá-los adequadamente, dirimir as dúvidas e medos dos pacientes, oferecer-lhes meios adequados e seguros para promover e potencializar o seu bem-estar. permitindo-lhes vivenciar um período com menos efeitos negativos em suas vidas (FERREIRA et al., 2020).
Geralmente, não são necessários mais testes para um diagnóstico prático. No entanto, a combinação de níveis elevados de FSH (>25 UI/L) e estradiol baixo (>20 pg/mL) na ausência de fatores de confusão fornece consistência de diagnóstico (STUENKEL, 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O climatério representa um período de transição e desafio para muitas mulheres, pois envolve mudanças significativas durante a perimenopausa, menopausa e pós-menopausa, que por vezes podem ser turbulentas e, assim, alterando consideravelmente a qualidade de vida nesta fase da vida.Evidenciou-se, com este estudo, a importância de conhecer a vivência das mulheres climatéricas, e desta forma compreender a necessidade de um cuidado que permita o cruzamento de saberes entre as mulheres e os profissionais que as acompanharão, bem como, o acolhimento destas, proporcionando assim da qualidade de vida, e um cuidado integral de maneira individualizado e específica que considere a multiplicidade de fatores envolvidos no climatério
REFERÊNCIAS
- ALFRADIQUE ME. Ambulatory care sensitive hospitalizations: elaboration of Brazilian list as a tool for measuring health system performance (Project ICSAP-Brazil). Cad Saude Publica. v.25, p.1337–49, 2009.
- ARAÚJO JUNIOR NLC, Athanazio D.A. Terapia de reposição hormonal e o câncer do endométrio. Cad. Saúde Pública, v.23, n11, p.2613- 22, 2007.
- BACON JL. Obstet Gynecol Clin N Am. The Menopausal Transition, 44(2), 2017.
- BACON JL. The Menopausal Transition, Obstet Gynecol Clin N Am, v.44, n.2, 2017.
- Bosch E, et al. Reduced FSH and LH action: implications for medically assisted reproduction. 36(6), pp. 1469–1480, 2021.
- BOUMA J, et al. Climatério Resumo de diretriz NHG M73, 2012.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Atenção Básica Saúde das Mulheres. http//bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_m ulheres.pdf, 2016.
- BRINTON RD, et al. Perimenopause as a neurological transition state. Nat Rev Endocrinol. 2015;11:393– 405.
- BULCÃO CB, et al. Aspectos fisiológicos, cognitivos e psicossociais da senescência sexual. Ciências Cognição, v.1, p. 54-75, 2004.
- CONEY, P. Menopausa, 2016.
- DA SILVA, CB. et al. Atuação de Enfermeiros na Atenção às Mulheres no Climatério. Rev. Enferm. UFPE online, 312-318, 2015.
- DE BITENCOURT CC. et al. Vida da Mulher no Climatério: Um mapeamento das alterações manifestadas. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, 5(3), 2011.
- DE SOUZA SS, et al. Mulher e climatério: concepções de usuárias de uma unidade básica de saúde.Reprodução & Climatério,32(2), 85-89, 2017.
- FEBRASGO, Comissões Nacionais Especializadas Ginecologia e Obstetrícia. Climatério, Manual de Orientação em Climatério, 2010.
- GUYTON, A., & HALL, J. Tratado de fisiologia médica. 12 ed. Elsevier, 2006.
- KAISER UB; THOMPSON IR. GnRH Pulse Frequency-dependent Differential Regulation of LH and FSH Gene Expression. 385(0), p. 1, 2014.
- LINS LMR. Impactos da menopausa na saúde da mulher.Brazilian Journal of Health Review,3(5), 1201812031, 2020.
- LLANEZA P, et al. Sexual function assessment in postmenopausal women with the 14-item changes in sexual functioning questionnaire. J Sex Med. V.8, n.8, p.2144-51, 2011.
- MEIRELLES, R. Menopausa e síndrome metabólica, v.58, n.2, 2013.
- MENEGHIN LA, BORTOLAN S. Menopausa e terapia de reposição hormonal. Rev Eletrônica Saber. jul/set; v9, n.1, 2010.
- MOLINA PE. Fisiologia Endócrina. New Orleans, Louisiana: AMGH Editora Ltda, 2014.
- MORTALIDADE TC. Em 2019, expectativa de vida era de 76,6 anos, 2020.
- OLIVEIRA JÚNIOR ML. Climatério principais alterações fisiológicas, emocionais e sociais que ocorrem nas mulheres, 2016.
- PALACIOS S, et al.Idade da menopausa e impacto dos sintomas climatéricos por região geográfica. Climacteric, Oct;13(5):419-28, 2010.
- PARDINI D. Terapia de reposição hormonal na menopausa. Arq Bras Endocrinol Metab [Internet]. Mar [citado 2018 Jun 08] ; 58( 2 ): 172-181, 2014.
- SANTORO NSTK. The SWAN song: Study of Women’s Health Across the Nation’s Recurring Themes. 38(3), pp. 417–423, 2011.
- SANTOS AC. Expressão das Enzimas: Citocromo P450 aromatase, NADPHcitocromo P450 redutase e citocromo P450c17 (17-α-hidroxilase/17, 20-liase) na vagina de fêmeas de preás (Galea spixii, Wagler,1831), 2012.
- SAÚDE MD. Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. 1, 2018.
- SILVA HM. Diretrizes Clínicas da Ginecologia. pp. 59-80, 2021.
- SOARES CN, ALMEIDA OP. Associação entre depressão na perimenopausa e níveis séricos de estradiol e hormônio folículo-estimulante. Rev Bras Psiquiatr, v.22, p.17–21,2000.
- SOBRAC – Associação Brasileira de Climatério, 2018.
- STAMATIADES GA, et al. GnRH – A Key Regulator of FSH. 160(1), pp. 57-67, 2019.
- STUENKEL CA. Menopausal Hormone Therapy: Current Considerations. Endocrinology and Metabolism Clinics of North America, v. 44, n. 3, p. 565–585, 2015.
- TEIXEIRA ALDS., et al. Influência das diferentes fases do ciclo menstrual na flexibilidade de mulheres jovens. Revista Brasileira De Medicina Do Esporte, 18, 361-364, 2012.
- VALENÇA CN, et al. Mulher no Climatério: reflexões sobre desejo sexual, beleza e feminilidade, Saúde Soc. São Paulo, v.19, n.2, p.273-285, 2010.
- VIEIRA TMM, et al. Vivenciando o climatério: percepções e vivências de mulheres atendidas na atenção básica. Enfermagem em foco, 9(2), 2018.
- ZAMPIERI MFM, et al. O processo de viver e ser saudável das mulheres no climatério. Escola Anna Nery. 2009;13:305–12.
- ZANOTELLI SS, et al. Vivências de mulheres acerca do climatério em uma unidade de saúde da família. Rev pesqui cuid fundam (Online) [Internet]. v.4, n1, p.2800-11, 2012.