MELANOMA CUTÂNEO: AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202412202146


Orientadora: Rayssa Macedo Rodrigues1, Marcos Eduardo da Silva Pereira2, Thaís Araruna Lucena3, Andréa Karla Barcellos Gabao4, Jadson Douglas Lopes Leite5, Ana Rita de Santana Barros6, André Ricardo de Alencar Roza e Véras7, Caroline Louise Gabao de Menezes8, Jamile Cardoso de Freitas9, Larissa Neves de Santana10, Rafaela Gabao Loureiro11


RESUMO

Objetivo: consolidar esses elementos em uma análise crítica, oferecendo uma visão integrada dos desafios e perspectivas relacionadas ao melanoma cutâneo.  Métodos: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, método que permite a síntese e a análise crítica de evidências científicas disponíveis, com o objetivo de consolidar conhecimentos sobre a epidemiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas e tratamento do melanoma cutâneo. Resultados: O melanoma cutâneo é reconhecido como o tipo mais agressivo de câncer de pele, sendo responsável por uma significativa parcela das mortes atribuídas a neoplasias cutâneas. Considerações Finais: Avanços no entendimento da fisiopatologia da doença têm permitido o desenvolvimento de terapias inovadoras, como imunoterapias e terapias-alvo molecular, que transformaram o tratamento de pacientes com doença avançada.

Palavras-Chave: Melanoma, Câncer de pele,  Tratamento.

ABSTRACT

Objective: to consolidate these elements into a critical analysis, offering an integrated view of the challenges and perspectives related to cutaneous melanoma. Methods: this is an integrative literature review, a method that allows for the synthesis and critical analysis of available scientific evidence, aiming to consolidate knowledge about the epidemiology, pathophysiology, clinical manifestations, and treatment of cutaneous melanoma. Results: Cutaneous melanoma is recognized as the most aggressive type of skin cancer, accounting for a significant portion of deaths attributed to skin neoplasms. Final Considerations: Advances in understanding the pathophysiology of the disease have enabled the development of innovative therapies, such as immunotherapies and molecularly targeted therapies, which have transformed the treatment of patients with advanced disease.

Keywords: Melanoma, Skin cancer, Treatment.

1. INTRODUÇÃO:

O melanoma cutâneo é um dos tipos de câncer de pele mais agressivos e representa um significativo problema de saúde pública global. Embora corresponda a apenas uma pequena parcela dos casos de câncer de pele, o melanoma é responsável pela maioria das mortes relacionadas a essa condição devido à sua alta capacidade metastática e resistência a tratamentos convencionais em estágios avançados. Caracteriza-se pela proliferação maligna de melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que protege a pele contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta (UV). A complexidade clínica e biológica do melanoma destaca a importância de estudos que explorem seus aspectos epidemiológicos e clínicos, a fim de contribuir para melhores estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento (DE SOUZA MADEIRA et al., 2024).

A incidência dessa doença tem aumentado de forma alarmante nas últimas décadas, especialmente em populações de pele clara expostas a altos níveis de radiação UV, como aquelas em regiões tropicais e subtropicais. Dados recentes revelam que países como Austrália e Nova Zelândia apresentam algumas das mais altas taxas de incidência global, enquanto, no Brasil, a doença tem mostrado um crescimento constante, particularmente nas regiões sul e sudeste, onde os níveis de radiação solar e características genéticas da população aumentam a suscetibilidade. Fatores de risco como exposição intermitente e intensa ao sol, histórico familiar, presença de múltiplos nevos displásicos e características fenotípicas como pele clara e cabelos ruivos desempenham um papel crucial na etiologia do melanoma. A compreensão desses fatores é essencial para o desenvolvimento de intervenções eficazes de prevenção (DOS SANTOS e INACIO, 2022).

Do ponto de vista fisiopatológico, o melanoma é uma doença multifatorial, resultado de uma complexa interação entre predisposição genética, alterações moleculares e fatores ambientais. Alterações genéticas, como mutações nos genes BRAF, NRAS e KIT, desempenham um papel central na progressão do melanoma, favorecendo a proliferação celular descontrolada e a invasividade tumoral. Além disso, avanços recentes na biologia do câncer têm destacado o papel do microambiente tumoral e dos mecanismos de escape imunológico na evolução da doença. Tais descobertas não apenas ampliaram o entendimento sobre os processos subjacentes à carcinogênese do melanoma, mas também abriram novas perspectivas para o desenvolvimento de terapias inovadoras, como imunoterapias e terapias-alvo (VIZZOTTO et al., 2020).

Clinicamente, o melanoma apresenta uma ampla variedade de manifestações, que variam desde lesões cutâneas de aparência discreta até formas agressivas com rápida disseminação. A identificação precoce de sinais suspeitos, como mudanças em nevos preexistentes ou o surgimento de lesões pigmentadas atípicas, é fundamental para o diagnóstico precoce e, consequentemente, para o aumento das taxas de sobrevida. O método ABCDE (assimetria, bordas irregulares, cor heterogênea, diâmetro acima de 6 mm e evolução) tem sido amplamente utilizado como uma ferramenta prática para a avaliação clínica inicial de lesões suspeitas. No entanto, o diagnóstico definitivo depende da realização de biópsia e da análise histopatológica, que confirmam a presença de células malignas (OLIVEIRA, 2020).

No que diz respeito ao tratamento, avanços significativos têm sido alcançados nos últimos anos, particularmente com a introdução da imunoterapia e de terapias-alvo molecular. Tratamentos convencionais, como a excisão cirúrgica com margens de segurança, permanecem a base para os estágios iniciais da doença, enquanto terapias avançadas, como os inibidores de checkpoint imunológico (anti-CTLA-4 e anti-PD-1) e os inibidores de BRAF e MEK, têm mostrado resultados promissores para pacientes com melanoma metastático. Apesar desses avanços, desafios importantes permanecem, incluindo a resistência adquirida a tratamentos e a heterogeneidade tumoral, que dificulta o controle da doença em estágios avançados (SEDLMAYR et al., 2023).

Em um contexto de crescimento contínuo dos casos de melanoma, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil, revisões abrangentes que abordem tanto os fatores epidemiológicos quanto os clínicos são essenciais para orientar políticas públicas e práticas clínicas mais eficazes. Este artigo busca consolidar esses elementos em uma análise crítica, oferecendo uma visão integrada dos desafios e perspectivas relacionadas ao melanoma cutâneo.

2. METODOLOGIA:

Este estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, método que permite a síntese e a análise crítica de evidências científicas disponíveis, com o objetivo de consolidar conhecimentos sobre a epidemiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas e tratamento do melanoma cutâneo. Para a construção da revisão, seguiu-se um processo sistemático em seis etapas: identificação do problema, definição dos critérios de inclusão e exclusão, busca na literatura, seleção dos estudos, análise crítica dos dados e apresentação dos resultados.

A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, MEDLINE, LILACS e SciELO, abrangendo publicações dos últimos 10 anos, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2023, em português, inglês e espanhol. Utilizaram-se palavras-chave e descritores controlados como melanoma cutâneo, epidemiologia do melanoma, fisiopatologia do melanoma, tratamento do melanoma, além de combinações com operadores booleanos (AND, OR). Foram incluídos estudos originais, revisões sistemáticas e metanálises que abordassem, de forma clara e específica, os aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos do melanoma cutâneo.

Os critérios de exclusão englobaram estudos duplicados, publicações sem acesso ao texto completo, artigos de opinião ou relatos de caso isolados, e trabalhos que não se enquadrassem nos objetivos da revisão. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, os artigos selecionados foram analisados quanto à relevância, qualidade metodológica e contribuição para o tema proposto.

Os dados extraídos foram organizados em categorias temáticas: epidemiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas e tratamento. A análise crítica buscou identificar lacunas no conhecimento, divergências entre os estudos e avanços recentes no entendimento da doença. Os resultados são apresentados de forma descritiva e discutidos à luz da literatura atual, visando à construção de um panorama abrangente e integrado sobre o melanoma cutâneo.

3. DISCUSSÃO
3.1 Epidemiologia

O melanoma cutâneo é reconhecido como o tipo mais agressivo de câncer de pele, sendo responsável por uma significativa parcela das mortes atribuídas a neoplasias cutâneas. Embora represente menos de 5% dos casos de câncer de pele, sua elevada taxa de letalidade e crescente incidência global têm despertado grande preocupação no campo da saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 325 mil novos casos de melanoma sejam diagnosticados anualmente em todo o mundo, com mais de 57 mil mortes relacionadas à doença (ANDRADE, 2023).

A distribuição geográfica da incidência do melanoma reflete a interação entre fatores ambientais e predisposições genéticas. Países como Austrália e Nova Zelândia apresentam as taxas mais elevadas, atribuídas à alta exposição à radiação ultravioleta (UV) e à predominância de populações de pele clara, com menor proteção natural contra os danos solares. Regiões da Europa e América do Norte também registram altas incidências, enquanto na América Latina, incluindo o Brasil, os números são relativamente menores, mas mostram tendência de crescimento. No Brasil, a região sul apresenta a maior incidência, devido ao predomínio de descendentes europeus e à maior exposição solar (DOS SANTOS  e INÁCIO, 2022).

A exposição à radiação UV é o principal fator de risco ambiental para o desenvolvimento do melanoma. A radiação UV induz danos ao DNA das células da pele, promovendo mutações que podem desencadear a transformação maligna dos melanócitos. Episódios de queimaduras solares na infância e exposição solar intermitente e intensa ao longo da vida são particularmente relevantes na etiologia da doença. Além disso, características individuais, como pele clara, cabelos ruivos ou loiros, olhos claros, presença de sardas e tendência ao desenvolvimento de nevos displásicos, aumentam a suscetibilidade ao melanoma (NOMA, 2023).

Mutações hereditárias em genes como CDKN2A e CDK4 estão associadas a um risco elevado, especialmente em indivíduos com múltiplos casos na família. A interação entre predisposição genética e fatores ambientais potencializa o risco, destacando a necessidade de estratégias personalizadas de prevenção (ARNAUT, 2022).

Outro aspecto relevante na epidemiologia do melanoma é a influência do sexo e da idade. Homens apresentam maior incidência e mortalidade em comparação às mulheres, especialmente após os 50 anos. Em contrapartida, mulheres jovens têm maior prevalência de casos, provavelmente devido a comportamentos de exposição solar, como o uso de camas de bronzeamento. Essas diferenças destacam a importância de intervenções específicas para grupos de maior risco (GUARNIER et al., 2024).

3.2 Fisiopatologia

O melanoma cutâneo é um câncer maligno originado dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, que protege a pele contra os danos causados pela radiação ultravioleta (UV). Sua fisiopatologia é complexa e multifatorial, envolvendo interações entre predisposição genética, alterações moleculares e fatores ambientais, como a exposição excessiva à radiação UV. Essas interações resultam em um processo maligno caracterizado pela proliferação celular descontrolada, invasão tecidual e capacidade metastática (GOUVEIA, 2023).

A exposição à radiação UV é o principal fator ambiental desencadeante do melanoma. A radiação UVB, em particular, causa danos diretos ao DNA dos melanócitos, promovendo a formação de dímeros de timina e mutações em genes críticos. Já a radiação UVA induz estresse oxidativo, que pode levar a alterações no DNA e disfunções celulares. Esses danos acumulados resultam em mutações somáticas que ativam vias oncogênicas e inibem mecanismos de reparo celular (SILVA, 2022).

Entre as alterações genéticas mais comuns no melanoma estão as mutações nos genes BRAF e NRAS, presentes em aproximadamente 50% e 20% dos casos, respectivamente. Essas mutações ativam a via MAPK (mitogen-activated protein kinase), que regula a proliferação celular e a sobrevivência. A mutação V600E no gene BRAF, por exemplo, promove o crescimento descontrolado dos melanócitos. Além disso, mutações no gene KIT são mais prevalentes em subtipos específicos, como o melanoma acral e mucoso, enquanto alterações no gene CDKN2A afetam a regulação do ciclo celular, contribuindo para a progressão tumoral (CHEN et al., 2023).

Outro aspecto relevante na fisiopatologia do melanoma é a capacidade do tumor de escapar do sistema imunológico. Melanócitos malignos frequentemente superexpressam ligantes imunossupressores, como PD-L1, que interagem com o receptor PD-1 em células T, inibindo a resposta imunológica antitumoral. Essa habilidade de subverter o sistema imune é uma característica marcante do melanoma avançado e uma das principais barreiras para o controle da doença em estágios mais graves (VIEIRA, 2023).

A angiogênese, processo pelo qual novos vasos sanguíneos são formados, também desempenha um papel crucial na progressão do melanoma. O tumor secreta fatores angiogênicos, como VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), que promovem a vascularização necessária para a sobrevivência e disseminação das células tumorais. Essa vascularização facilita a invasão tecidual e a formação de metástases em órgãos distantes, como pulmões, fígado e cérebro (LIMA. 2020).

Além disso, o microambiente tumoral contribui para a progressão do melanoma. Células inflamatórias, fibroblastos e a matriz extracelular atuam em conjunto para criar um ambiente que favorece o crescimento tumoral e a resistência às terapias. O desequilíbrio entre os fatores pró e antitumorais no microambiente é uma característica crítica na fisiopatologia da doença (GONZALEZ, 2021).

3.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E TIPOS

O melanoma cutâneo apresenta uma ampla diversidade de manifestações clínicas, variando em padrão, cor, forma e localização. Sua apresentação inicial geralmente ocorre na pele, mas em estágios avançados pode invadir tecidos subjacentes e órgãos distantes. A identificação precoce das características clínicas é essencial para o diagnóstico e o manejo efetivo (DE SOUZA MADEIRA et al., 2024).

Os subtipos de melanoma possuem características distintas que ajudam na sua classificação. O melanoma extensivo superficial (MES) é o subtipo mais comum, representando cerca de 70% dos casos. Ele geralmente aparece como uma lesão plana ou ligeiramente elevada, com bordas irregulares e variação de cores, como marrom, preto, vermelho ou azul. É mais prevalente em áreas de exposição solar intermitente, como o tronco em homens e as pernas em mulheres. Já o melanoma nodular é o segundo subtipo mais frequente, responsável por cerca de 15% a 30% dos casos. Caracteriza-se por um nódulo elevado e pigmentado (preto ou azul), ou ocasionalmente amelanótico (sem pigmentação). Este subtipo apresenta crescimento rápido e comportamento agressivo, sendo frequentemente diagnosticado em estágios avançados (DE LIMA MADUREIRA et al., 2023).

Outro subtipo é o lentigo maligno melanoma (LMM), que geralmente ocorre em indivíduos idosos em áreas cronicamente expostas ao sol, como rosto e pescoço. Ele se inicia como uma mácula pigmentada de crescimento lento e cor irregular, que pode evoluir para invasão dérmica, representando cerca de 5% a 15% dos casos. O melanoma acral lentiginoso, por sua vez, é mais comum em indivíduos de pele escura e se manifesta em áreas de baixa exposição solar, como palmas, plantas dos pés e sob as unhas. Caracteriza-se por lesões pigmentadas e irregulares, frequentemente diagnosticadas tardiamente devido à sua localização (MACHADO, 2021).

A confirmação do diagnóstico de melanoma exige o uso de métodos complementares. A dermatoscopia é uma técnica não invasiva que permite visualizar padrões estruturais não perceptíveis a olho nu, sendo fundamental para diferenciar lesões benignas de malignas. A biópsia é o padrão-ouro para o diagnóstico definitivo, realizada preferencialmente de forma excisional. Essa técnica permite a análise histopatológica detalhada da lesão, avaliando a profundidade de invasão (índice de Breslow) e a presença de ulceração, elementos cruciais para o estadiamento e prognóstico (NOGUEIRA, 2023).

Nos casos avançados ou metastáticos, os exames de imagem são indispensáveis para avaliar a extensão da doença. Esses exames incluem tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT), que ajudam na detecção de metástases em órgãos distantes e no planejamento terapêutico (RIBEIRO, 2023).

A correta identificação dos padrões clínicos, aliada ao uso de métodos diagnósticos complementares, é essencial para o diagnóstico precoce e o manejo eficaz do melanoma. Essas abordagens contribuem significativamente para a melhora das taxas de sobrevida e para a redução da morbimortalidade associada à doença.

4. TRATAMENTO

O tratamento do melanoma cutâneo depende do estágio da doença, variando desde abordagens locais até terapias sistêmicas avançadas. Nas fases iniciais, o foco está na remoção completa do tumor por meio da excisão cirúrgica. Em estágios avançados, que envolvem metástases regionais ou à distância, o manejo torna-se mais complexo, exigindo a combinação de diferentes estratégias terapêuticas (TAKII et al., 2024).

A excisão cirúrgica é a abordagem terapêutica tradicional e permanece o tratamento de escolha para melanomas localizados. O objetivo é remover a lesão primária com margens de segurança adequadas, que variam de 0,5 cm a 2 cm, dependendo da profundidade de invasão do tumor (índice de Breslow). Essa técnica reduz significativamente o risco de recidiva local. Em alguns casos, pode ser necessário realizar a biópsia do linfonodo sentinela para avaliar a disseminação linfática, especialmente em melanomas com espessura superior a 1 mm (ANDRÉ et al., 2021).

Para melanomas metastáticos ou irressecáveis, os avanços em imunoterapia e terapias-alvo molecular transformaram o cenário terapêutico, oferecendo novas perspectivas de controle da doença e aumento da sobrevida. A imunoterapia com inibidores de checkpoint imunológico é um marco no tratamento sistêmico do melanoma. Fármacos como ipilimumabe (anti-CTLA-4), nivolumabe e pembrolizumabe (anti-PD-1) atuam bloqueando os mecanismos de escape imunológico do tumor, permitindo que o sistema imunológico reconheça e elimine as células malignas. Esses agentes demonstraram melhorar significativamente a sobrevida em pacientes com melanoma avançado (EVANGELISTA, 2022).

As terapias-alvo molecular também representam uma opção crucial para pacientes com mutações específicas. Inibidores de BRAF, como vemurafenibe e dabrafenibe, em combinação com inibidores de MEK, como trametinibe e cobimetinibe, têm mostrado grande eficácia em pacientes com mutações no gene BRAF V600E ou V600K. Essas combinações bloqueiam a via MAPK, reduzindo o crescimento tumoral e retardando a progressão da doença. No entanto, resistência adquirida ao longo do tempo é um desafio, reforçando a necessidade de estratégias combinadas (DANTAS et al., 2024).

Apesar dos avanços, o tratamento do melanoma ainda enfrenta desafios, como a heterogeneidade tumoral e os efeitos colaterais associados às terapias modernas. A personalização do manejo, baseada no perfil genético e imunológico de cada paciente, continua sendo uma meta fundamental para melhorar os desfechos e proporcionar uma abordagem mais eficaz e segura.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O melanoma cutâneo representa um desafio significativo na dermatologia e oncologia devido à sua complexidade clínica, potencial metastático e impacto na mortalidade. A detecção precoce continua sendo o principal fator para melhorar as taxas de sobrevida, reforçando a importância da conscientização da população e do uso de ferramentas diagnósticas como o método ABCDE e a dermatoscopia. Avanços no entendimento da fisiopatologia da doença têm permitido o desenvolvimento de terapias inovadoras, como imunoterapias e terapias-alvo molecular, que transformaram o tratamento de pacientes com doença avançada. No entanto, questões como resistência aos tratamentos e toxicidade permanecem obstáculos importantes. Futuras pesquisas voltadas para terapias combinadas e abordagens personalizadas oferecem esperança de melhorar ainda mais os desfechos clínicos. Assim, uma abordagem integrada, que combine prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos avançados, é essencial para enfrentar de forma eficaz o impacto do melanoma cutâneo na saúde pública.

6. REFERÊNCIAS:

ANDRADE, Barbara Yasmin Garcia. Caracterização genômica e funcional do lncRNA RMEL3 em melanoma. 2023. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

ANDRÉ, Patrícia Gomes Varandas Ribeiro et al. Melanoma: fisiopatologia, diagnóstico e terapêutica. 2021. Tese de Doutorado.

ARNAUT, Joyce Ribeiro Moura Brasil. Prevalência das mutações em genes de predisposição ao melanoma hereditário nos pacientes do INCA. 2022.

CHEN, Jianyou et al. Associação da mutação V600E no gene BRAF com atividade proliferativa e características histopatológicas de nevos melanocíticos congênitos em crianças. Anais Brasileiros de Dermatologia (Portuguese), v. 98, n. 4, p. 498-505, 2023.

DANTAS, Anderson Silva Marques et al. Melanoma: epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e avanços terapêuticos. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 5, p. 73571-73571, 2024.

DE LIMA MADUREIRA, Elena et al. Impacto da pandemia da COVID-19 no perfil epidemiológico e clínico-patológico dos casos de melanoma cutâneo primário diagnosticados no Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 15, p. 1-7, 2023.

DE SOUZA MADEIRA, Larissa Gomes Moreira; DE SOUZA LOPES, Rafaela; DE CASTRO, Renata Sousa. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS MANIFESTAÇÕES DO CÂNCER DE PELE. DERMATOLOGIA CLÍNICA, p. 31, 2024.

DOS SANTOS, Karolyne Silva; INÁCIO, Cecília Guglielmi. IMPORTÂNCIA DO USO DO FILTRO SOLAR NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PELE. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 8, n. 7, p. 884-901, 2022.

EVANGELISTA, Guilherme Ferreira de Britto. Mecanismos imunes e biomarcadores sistêmicos associados ao desenvolvimento de eventos adversos imunomediados em pacientes com câncer tratados com imunoterapia. 2022.

GONZÁLEZ, Michelle Valerie Ariza et al. A importância do microambiente tumoral na carcinogénese. 2021. Tese de Doutorado.

​​GOUVEIA, Leonor Monteiro Risques Camões. Alterações cutâneas do idoso. 2023. Tese de Doutorado.

GUARNIER, Natália Vinco et al. Manejo do câncer de pele do tipo melanoma: uma revisão narrativa. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 6, n. 6, p. 2068-2084, 2024.

LIMA, Maíra de Assis. Função da progesterona e da protease ADAMTS-1 na migração de células derivadas de câncer de ovário. 2020. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

MACHADO, Janaina Baptista. Práticas de enfermagem para prevenção do câncer de pele: uma análise por meio do modelo de promoção da saúde de Nola Pender. 2021.

NOGUEIRA, Adson Rodrigo Braga et al. Identificação de parâmetros e funções via abordagem bayesiana para detecção de melanomas. 2023.

NOMA, Isabella Harumi Yonehara. Peroxirredoxina 2 na modulação do fenótipo invasivo em melanoma com mutação em NRAS. 2023. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

OLIVEIRA, Jadivan Leite de. Análise de sobrevida de pacientes com diagnóstico de melanoma cutâneo submetidos a biópsia de linfonodo sentinela em um Centro Oncológico de Referência no Rio de Janeiro. 2020.

RIBEIRO, Beatriz Santana. Caracterização Clínico-patológica e Histopatológica do Carcinoma Oral de Células Escamosas. 2023. Dissertação de Mestrado. Universidade de Aveiro (Portugal).

SEDLMAYR, Isabelle Ascania et al. Melanoma: uma análise abrangente das características, diagnóstico e avanços no tratamento. Brazilian Journal of Health Review, v. 6, n. 5, p. 20367-20381, 2023.

SILVA, Claudia Larissa Viana da. Exposição concomitante ao material particulado da poluição do ar e a radiação solar em Epiderme Humana Reconstruída. 2022. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

TAKII, Fernanda Arissa et al. Manual de oncologia da LICCAN-2a Edição. Editora CRV, 2024.

VIEIRA, Francisco Rubens Xavier. Interação PD-1:: PD-L1: dinâmica molecular bioquímica quântica do anticorpo atezolizumabe aliado ao desenho racional de peptídeos com potencial aplicação no tratamento de câncer. 2023.

VIZZOTTO, Bruno Stefanello et al. Dano ao DNA induzido por fotoclivagem e análise citotóxica de uma porfirina meso-tetra-rutenada sob irradiação por luz visível. 2020. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Maria.


1Faculdade de Medicina Nova Esperança
rayssa_macedo@hotmail.com

2Acadêmico de medicina AFYA Faculdade de Ciências Médicas de Santa Inês – MA
edupereirapua@gmail.com

3FIP (Faculdade Integrada de Patos)
thais_araruna@hotmail.com

4Universidade Gama filho
andkarla@yahoo.com.br

5Universidade Federal de Mato Grosso
dlopesleite@gmail.com

6Universidade Tiradentes – Aracaju-SE
anarita.pdf@gmail.com

7Centro Universitário Cesmac
andrericardo.alencar@hotmail.com

8AFYA -Faculdade de Ciências médicas de Jaboatão dos Guararapes-PE
carolgabao@yahoo.com.br

9UNIRG jamilecardoso25@gmail.com

10Universidade Federal de Goiás
larineves@yahoo.com.br

11Faculdade Pernambucana de saúde
rafagabaoloureiro@gmail.com