MEDIDAS PREVENTIVAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE AS DOENÇAS OCUPACIONAIS GERADAS NA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO – UPA 24H

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10472125


Juliana Caroliny Oliveira da Costa [1]
Aline Alves de Sousa Cardoso[2]


RESUMO

Tendo em vista a importância do conhecimento sobre as medidas preventivas da equipe de enfermagem frente as doenças ocupacionais no ambiente da Unidade Pronto Atendimento – UPA24h, a presente pesquisa busca apresentar os principais riscos ocupacionais que acometem esta categoria profissional bem como traz um enfoque sobre a importância e os benefícios das precauções para prevenção, demonstrando a importância da adesão a estas com vistas a reduzir o risco de acidentes e doenças ocupacionais o no ambiente laboral. Nessa percepção levanta-se o seguinte problema: Como prevenir os desencadeantes de doenças ocupacionais na equipe de enfermagem no âmbito da UPA? Por conseguinte, a pesquisa tem como objetivo geral: Identificar os métodos de prevenção dos desencadeantes de doenças ocupacionais na equipe de enfermagem no âmbito da UPA; e específicos: Contextualizar a segurança no trabalho, e as condições de trabalho do enfermeiro na unidade UPA, descrever as principais doenças ocupacionais que acometem os profissionais de enfermagem no âmbito das urgências e emergências, caracterizar as medidas preventivas para contenção dos riscos ocupacionais relacionados ao trabalho de enfermagem. Para o desenvolvimento da pesquisa utilizou-se a abordagem qualitativa e quantitativa, sendo mediada através da pesquisa bibliográfica a partir de livros, artigos científicos, cadernos do Ministério da Saúde, trabalhos de conclusão de curso, encontrados em bases de dados virtuais como Scielo, Google Acadêmico e na BVS (biblioteca virtual em saúde). Espera-se com essa pesquisa demonstrar os aspectos gerais dos das doenças ocupacionais e seu impacto na saúde do trabalhador de enfermagem. Permitindo conhecer as precauções de prevenção e entender que as mesmas são fundamentais na redução dos riscos ocupacionais, com o envolvimento de toda a equipe de enfermagem e com o suporte oferecido pelas instituições e gestão de saúde, sendo possível reduzir os riscos de doenças ocupacionais, promovendo assim a saúde dos trabalhadores e melhorar a qualidade de vida dos mesmos.

Palavras chaves: Saúde do Trabalhador. Prevenção. Doenças Ocupacionais.

1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa visa decorrer sobre a prevenção de doenças ocupacionais que atingem os profissionais de enfermagem no contexto de urgências e emergências na UPA, apresentando os principais riscos que acometem esta categoria profissional, trazendo um enfoque sobre a importância e os benefícios das precauções para prevenção, demonstrando a importância da adesão da mesma, vistas a reduzir o risco de doenças ocupacionais e contaminação no ambiente laboral.

Tendo em vista a importância das medidas preventivas para equipe de enfermagem, é evidente que ela está frente as atividades de prestações de serviços de saúde, enfrentado assim condições insalubres e penosas, como a falta de treinamento e de capacitação de profissionais, ambientes físicos não adequados, falta de material apropriado, ausência de manutenção preventiva de equipamentos, quadro de profissionais insuficientes para demanda.

No Brasil constatam-se corriqueiramente situações que afrontam essas medidas preventivas para as profissionais de enfermagem, diante disso, foi levantado o seguinte questionamento: Como prevenir os desencadeantes de doenças ocupacionais na equipe de enfermagem no âmbito da UPA?

Pretendendo-se encontrar respostas para a questão levantada acima, foram então definidos o objetivo geral e os específicos.  Objetivo geral: Identificar os métodos de prevenção dos desencadeantes de doenças ocupacionais na equipe de enfermagem no âmbito da UPA. Objetivos específicos: Contextualizar a segurança no trabalho, e o trabalho do enfermeiro na UPA; descrever as principais doenças ocupacionais que acometem os profissionais de enfermagem no âmbito das urgências e emergências; caracterizar as medidas preventivas para contenção dos riscos ocupacionais relacionados ao trabalho de enfermagem.

O processo de acidentes de trabalho está cada vez mais evidente, nesse sentido podemos perceber que existe uma escassez o que reforça como é essencial a que a prevenção de doenças ocupacionais. Segundo Diniz (2005) a prevenção dos acidentes deve ser realizada através de medidas gerais de comportamento, eliminação de condições inseguras e treinamento dos empregados, uso de EPI´s obrigatório, havendo fiscalização em todas as atividades.

O principal objetivo dos serviços de saúde é prevenir e restaurar a saúde seus clientes, com isso se evidencia a necessidade de melhorar a efetividade das ações e estratégias que estão propostas para os profissionais que prestam essa assistência, para solucionar essa questão que vem crescendo cada vez mais, favorecendo assim positivamente a saúde do profissional como de seus clientes em seu ambiente laboral de trabalho.

No entanto, trabalhar no setor saúde significa se expor à inúmeros riscos ocupacionais, facilitando assim a exposição dos trabalhadores da saúde à vários perigos ao longo da sua carreira. Segundo MAGAGNINI; ROCHA; AYRES, (2011 p. 309) considerando esta realidade, acredita-se que os profissionais de enfermagem que cuidam de outros indivíduos, muitas vezes se esquecem de cuidar de si mesmos e do ambiente de labor, onde têm adoecido pelas condições e pelos ambientes desfavoráveis para desenvolver as suas atribuições.

A referente pesquisa se trata de uma abordagem qualitativa, utilizando a pesquisa bibliográfica a partir de livros, artigos científicos, cadernos do Ministério da Saúde, trabalhos de conclusão de curso, leis e manuais, que abordam sobre o tema exposto, tendo o local de estudo escolhido para construção da pesquisa o âmbito nacional brasileiro que tem maior abrangência, selecionando materiais de maior relevância para aprimorar a pesquisa.

Portanto, a análise de ocorrência de doenças ocupacionais em um ambiente de urgência é um tema do estudo proposto, justificando-se pela atualidade e pela contribuição ao atendimento do processo de prevenção de saúde-doença dos trabalhadores em unidade de atendimento imediato, implicando a importância de falar sobre doenças ocupacionais os acidentes de trabalho com os profissionais de enfermagem, o que soma no conhecimento profissional, como da sociedade em geral que será beneficiada com mais informações.

2. METODOLOGIA

A metodologia garante a racionalidade e o direcionamento capaz de aproximar um melhor entendimento como forma de possibilitar o cumprimento de todos os objetivos traçados para a pesquisa e o seu desenvolvimento, assim direcionando com a finalidade de conhecer a diversidade de estudos sobre o tema. Segundo (MARCONI; LAKATOS, 2010). “Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho”.

O estudo realizado trata-se de uma abordagem qualitativa que gera grande capacidade de reflexão, abordando novas ideias com um objetivo de formular um material que não seja apenas a transcrição e sim trazer novas ideias. A abordagem qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. (MINAYO, 2001, p. 14)

Assim, utiliza-se como base para o estudo a pesquisa bibliográfica, o tipo de pesquisa escolhido é de extrema importância pois ela é caminho que norteia o estudo, e está inteiramente ligada a uma interpretação geral do mundo. A pesquisa bibliográfica toma como objeto apenas livros e artigos científicos, tendo normalmente a finalidade de buscar relações entre conceitos, características e ideias, às vezes unindo dois ou mais temas, onde consiste em levantamento de dados a partir de estudos de outros autores para o complemento do tema proposto (ALMEIDA, 2014).

O local de estudo pode ser de várias dimensões desde de um local mais específico até um mais amplo, o local de estudo escolhido para essa pesquisa é nacional, visando a realidade do cenário brasileiro diante do tema abordado na pesquisa. Segundo Nébia Maria (2009, p. 12) “O local de estudo deve ser descrito quanto a sua localização geográfica, características de serviço oferecidos, desde que tais dados sejam relevantes ao estudo”. 

A amostra é a parte da população onde os dados para a pesquisa serão obtidos. Segundo Lakatos, Marconi (2013 p. 163) “A amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo”. Por ser uma pesquisa bibliográfica a amostra será artigos publicados, revistas, livros, leis, utilizando esses artigos para pesquisa, com objetivo de se analisar todos assuntos que abordam o tema proposto, chegando no objetivo geral do projeto. 

O projeto em questão adquiriu os critérios de pesquisa utilizando como consulta bases de dados virtuais como Google acadêmico, Scielo e periódicos da biblioteca virtual de saúde (BVS). Tendo como palavra-chave os descritores de caracteres: doenças ocupacionais, acidentes de trabalho na enfermagem, saúde do trabalhador, prevenção.

Os critérios de inclusão foram artigos nacionais, livros, leis e políticas, materiais bibliográficos que que tenham compatibilidade como tema descrito, publicados entre os anos de 2004 a 2022. Nos critérios de exclusão foram todos materiais que após leitura não abordavam o assunto referente ao tema proposto, como também materiais de sites não confiáveis, bibliografias incompletas, e que não complementaram de maneira satisfatória o estudo.

A amostra da pesquisa constituiu-se de um total de 34 documentos encontrados em meio online, na Biblioteca Virtual de Saúde e no GOOGLE acadêmico, utilizando-se os descritores de caracteres: acidente de trabalho na enfermagem; prevenção na enfermagem, onde passaram por leituras e análises, sendo selecionados 15 para produção do estudo, tendo os demais excluídos por não se encaixarem nos critérios de inclusão e não complementarem de maneira satisfatória o estudo.

Diante da análise dos documentos utilizados na pesquisa, foram precisos a minuciosa escolha de critérios, constituindo, portanto, os subsídios necessários para a elaboração deste estudo, sendo assim possível alcançar os objetivos do tema proposto almejados na pesquisa.

3. REVISÃO DE LITERATURA

O trabalho se faz presente desde os primórdios da humanidade, sendo destacado e caracterizado como um mecanismo de garantia da subsistência. Na maioria das vezes em condições inadequadas, mas mesmo assim exercendo de forma prazerosa pois é o meio de seu sustento.

O trabalho consente ao ser humano, seja homem ou mulher, obter sua identidade e dignidade, porém, ao passo que por meio da sua atividade laboral este adquire decência, responsabilidade e através desta emancipação financeira e pessoal, pode ser fonte de sofrimento e doenças quando afeta a saúde do trabalhador (MENDES, 2017).

Corroborando com autor supracitado, o trabalho é caracterizado como fonte de renda ao homem, porém pode causar danos como sofrimento e doença, devido aos riscos que este trabalhador poderá estar exposto. Sendo que o trabalho é um aspecto fundamental para a vida humana, pois desde os tempos da antiguidade à atualidade existe o trabalho, um meio que o ser humano necessita para usufruir de uma vida melhor, alimentar-se, vestir-se e em momentos cuidar de sua saúde.

Dessa forma, compreende-se que existe uma relação entre trabalho e saúde, e isso justifica as políticas públicas institucionais criadas em proteção à saúde do trabalhador, formuladas com bases nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, e que trata dessa questão, visando proteger o empregador e principalmente o trabalhador.

A saúde é definida como um estado de total bem-estar, físico, mental e social e não constitui somente uma ausência de doença ou de enfermidade. Para poder exercer suas atividades laborais de forma prazerosa e harmoniosa, o homem necessita de saúde, e na ausência desta terá déficits e limitações que o afaste por um período para recuperação da saúde (BRASIL, 2016).

Diante de tais aspectos que envolve a saúde e o trabalhador, no decorrer dos anos foram criadas leis, diretrizes, normas, todas as formas de respaldo que asseguram que este trabalhador exerça suas funções laborais de forma prazerosa e que não venha causar danos a sua saúde, são benefícios ao trabalho de forma mais abrangente e eficaz.

A saúde do trabalhador é um tema de grande explanação e âmbito nacional, de tal modo, pode-se que a enfermagem do trabalho é abordada como a ciência e prática especializada que fornece e presta serviços de saúde a trabalhadores e populações ativas. A prática atenua na promoção, proteção e na recuperação da saúde do trabalhador, no contexto de um ambiente de trabalho saudável e seguro.

Desde a antiguidade, o trabalho vem sendo determinado em duas situações distintas, assim respectivamente: como expressão de vida e degradação, criação e desventura, atividade vital humana e escravidão, ora cultuado pelo seu lado positivo, ora pelos seus traços negativos (ANTUNES, 2016).

Assim, o trabalho passou a ser uma condição útil e imperativa à existência do ser humano, sendo este o intercâmbio para com a natureza, todo ser vivo é representado por esta demonstração. O homem através do trabalho passou a adquirir seus valores de uso, tendo um maior conforto e segurança a si e aos seus próximos.

Um dos maiores pensadores sobre as relações de trabalho e sociedade Karl Marx (2000, p. 12), ele “avalia que o lado positivo dessa relação ao resgatar a longa história da atividade humana”, observou que por meio do trabalho o homem conquistou dignidade e humanidade o que o distinguiu dos outros animais vivos, sendo este fator determinante.

A importância do trabalho para o bem-estar e a saúde das pessoas fica clara, pois é no trabalho que se passa a maior parte de nossa vida. Compreensível é o papel relevante do trabalho na vida e o reflexo do restante dela sobre a qualidade do trabalho e o desempenho profissional (NASCIMENTO, 2008). Neste aspecto, surge a necessidade de reformas na saúde, para contemplar a saúde do trabalhador, na intenção de proporcionar melhor qualidade de vida a estes indivíduos.

A reforma do setor saúde iniciada na década de 80 com a implantação das Ações Integradas de Saúde – AIS (1983) acompanhada pelo movimento sanitário brasileiro com apogeu na VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) culminou a idealização e implantação da criação do Sistema Único de Saúde o qual se normatizou com a nova Constituição Brasileira (1988) que contemplou a saúde como um direito social, cuja garantia é responsabilidade de cada um e de todos e, em especial do Estado, assegurado mediante duas condições básicas: políticas públicas- econômicas e sociais para redução de riscos e, acesso a todos os brasileiros a serviços e ações de saúde (ALMEIDA, 2008).

Assim, a Saúde do Trabalhador vem ganhando destaque com interesse característico de relevância para muitos empresários, que define sobre um fator interessante: a saudável execução de um favorável ambiente de trabalho, assim também como a atenção com os índices de absenteísmo dos seus funcionários, e a parte mais interessada que é a boa mão de obra que este trabalhador produzira ao seu empregador. Sendo que, com tudo isto, o trabalhador deve ter em seu ambiente de trabalho prazer em laborar, minimizando maiores problemas de saúde futuros.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Antes de estabelecer a relação da profissão enfermagem com os riscos ocupacionais aos quais estão submetidos faz-se necessário a observação sistemática dos conceitos e dos aspectos históricos que norteiam estes elementos e a sua respectiva relação.

Concernente aos acidentes de trabalho (AT), os mesmos podem ser compreendidos como eventos nos quais o indivíduo sofre algum tipo de acidente no durante o exercício de sua profissão. O AT pode acarretar danos à saúde do trabalhador, como lesões corporais, por exemplo, resultando em sequelas, incapacidades e até mesmo levar ao óbito (BATISTONI et al., 2011).

Ainda em relação ao conceito de acidente de trabalho, Almeida, Pagliuca e Leite (2015, p. 709) estabelecem que “o AT se caracteriza por uma interação direta, repentina e involuntária entre a pessoa e o agente agressor em curto espaço de tempo”.

Diante do destacado nos parágrafos anteriores pode se compreender os acidentes de trabalho como situações comuns no ambiente laboral e que preocupam a todos pois pode acarretar sérios danos a saúde das pessoas. Observa-se, ainda, que os danos podem levar inclusive a sequelas irreversíveis.

A preocupação com os AT vem desde a antiguidade. Existem relatos que antecedem a era cristã onde as doenças e morte no trabalho ocorriam, principalmente entre os escravos e servos trabalhadores do setor da mineração (RIBEIRO, SHIMIZU, 2017).

Desse modo, a preocupação com a saúde dos trabalhadores ganha corpo e, com isso, acaba envolvendo todas as categorias profissionais, em geral. Os riscos ocupacionais acabam sendo relacionados a diversos tipos de trabalho, inclusive, na área da Saúde, tornando diversas profissões deste setor como susceptíveis aos riscos de adoecerem ou sofrerem algum tipo de acidente de trabalho (SILVA, 2011).

Os autores acima acrescentam ainda em seu estudo que os riscos ocupacionais na área da saúde podem estar relacionados a todos as categorias profissionais, mas, principalmente àqueles profissionais que atuam em ambientes hospitalares e, mais ainda, a equipe de enfermagem, pelas suas características profissionais.

Com relação aos riscos ocupacionais e os trabalhadores da enfermagem, esta categoria profissional é considerada por inúmeros autores como aquela que se encontra mais susceptível ao acometimento por algum tipo de dano.

Dentre os principais meios de adoecerem no ambiente de trabalho, estão destacados pelos autores: o maior contato direto físico com os enfermos; o maior tempo permanecido em contato com os pacientes; o contato com substâncias tóxicas, com equipamentos e materiais contaminados; além do fato de o ambiente hospitalar já ser intensamente insalubre (BATISTONI et al., 2011).

Um dos itens mais destacados entre aqueles que evidenciam o elevado risco ocupacional dos trabalhadores de enfermagem está o contato direto e físico com os pacientes.

Outro aspecto abordado em relação aos riscos ocupacionais da equipe de enfermagem é o tempo de permanência do profissional junto do paciente. Geralmente a equipe de enfermagem que permanece 24 horas de plantão próximas ao paciente internado, pode estar exposto a vários riscos, podendo adquirir doenças ocupacionais e do trabalho, além de lesões devido aos acidentes.

Almeida, Pagliuca e Leite (2015, p. 709) incluem no rol de fenômenos explicativos para o elevado risco ocupacional da enfermagem o quantitativo de trabalhadores. Para os autores “a enfermagem constitui a maior representatividade de pessoal dentro das urgências”, o que contribui naturalmente para o elevado número de ocorrências de exposição a riscos ocupacionais.

Conforme os autores a enfermagem apresentam uma condição preocupante com relação aos riscos ocupacionais. De acordo com o parágrafo acima, o número elevado de trabalhadores, bem como as condições de trabalho que os mesmos muitas vezes enfrentam, levam-nos a constituírem um grupo preocupante com relação aos riscos ocupacionais.

Segundo Silva (1996 apud Batistoni et al., 2011, p. 57) “os trabalhadores de enfermagem estão expostos a uma diversidade de cargas que são geradoras de processos de desgaste”. O autor caracteriza o trabalho da enfermagem citando ainda que “as características e as formas de organização do trabalho expõem os trabalhadores da enfermagem, pois são obrigados a permanecer nesse ambiente, durante toda a sua jornada laboral e grande parte da vida produtiva”.

A dinâmica de trabalho desempenhada pelos profissionais da enfermagem no seu cotidiano, pode ser um fator de alto risco ocupacional quando relacionado ao stress, impossibilitando de realizar o processo de trabalho de forma efetiva e segura, gerando insatisfação nas atividades executadas.

Os riscos ocupacionais que mais aparecem relacionados aos trabalhadores de enfermagem são aqueles oriundos de contato direto com substâncias contaminadas, como, por exemplo, o sangue, secreções e fluidos corpóreos; acidentes com materiais perfurocortantes; e exposição do trabalhador à situações de contato direto com pacientes infecto-contagiosos sem diagnóstico conhecido.

Um dos principais tipos de acidentes de trabalho relacionado com a enfermagem é a contaminação e o acidente com materiais perfurocortantes. Este tipo de acidente pode expor os profissionais a diversos agentes nocivos que podem causar danos a saúde destes trabalhadores (MARZIALE; RODRIGUES, 2012).

O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) é considerado muito importante para evitar danos como os citados acima. A utilização destes equipamentos por parte da enfermagem pode oferecer-lhes segurança durante o exercício do seu trabalho. Dentre os EPI’s, destacam-se as máscaras, os óculos, aventais e capotes descartáveis, gorros e luvas descartáveis (VASCONCELOS; REIS; VIEIRA, 2018).

Em qualquer local de trabalho a equipe de enfermagem se depara com situações diversas e, ás vezes, desconhecidas, que exige cautela e cuidados rigorosos tanto para manter as condições vitais dos pacientes quanto para proteger-se de eventuais acidentes indesejáveis.

Neste sentido, o uso de EPI’s tem sido a alternativa mais eficaz e resolutiva na questão da proteção individual dos profissionais. O seu uso correto e contínuo faz-se necessário para que os dados relacionados aos riscos ocupacionais e esta categoria profissional possam ser minimizados ou mesmo sanados (VASCONCELOS; REIS; VIEIRA, 2018).

Aliando-se a adequada e contínua adesão ao uso dos EPI’s e o concreto comprometimento de todas as PP, como a lavagem das mãos e o descarte adequado das substâncias contaminadas, é possível conceber uma realidade futura capaz de proporcionar dados mais satisfatórios e menos alarmantes no quesito das doenças ocupacionais.

4. CONCLUSÃO

Essa pesquisa proporcionou compreender os aspectos primordiais sobre o tema em questão, Saúde Do Trabalhador, e as medidas preventivas da equipe de enfermagem frente as doenças ocupacionais no ambiente da UPA, tem demostrado a eficácia que a enfermagem do trabalho é abordada como a ciência e prática especializada que fornece e presta serviços de saúde a trabalhadores e populações ativas em exercício diária da profissão.

A prática em saúde, atenua na promoção, proteção e na recuperação da saúde do trabalhador, no contexto de um ambiente de trabalho saudável e seguro. Em relação ao tema o ambiente de urgências deve haver medidas de proteção que são indispensáveis ao seu dia a dia. A pratica da enfermagem no ambiente da UPA é clara que instiga prejuízos a saúde, como dito ao decorrer deste estudo, trabalhos noturnos, carga horaria enormes, sobretudo a sobrecarga laboral.

O problema em questão se dá em como prevenir os desencadeantes de doenças ocupacionais na equipe de enfermagem no âmbito da UPA? A prevenção à saúde dos profissionais de saúde, se dá pela conscientização e se realiza também através de cursos de promoção e de informação, os quais devem levar em conta os riscos específicos naquela área e unidades de urgências, as medidas adequadas de prevenção contra os acidentes de trabalho e de tutela da saúde, e considerando-se o nível de conhecimento destes profissionais ali engajados.

O profissional precisa entender a importância de sua saúde para que possa exercer o processo de cuidado ao próximo, embora, muitos enfermeiros não identificam a necessidade e importância de prevenção no âmbito emocional durante sua jornada de trabalho, eles sabem que o fator emocional influencia diretamente na eficácia do serviço prestado.

Contudo, o manejo na percepção frente as doenças ocupacionais, principalmente as silenciosas e acumulativa como stress, devido à sobrecarga durante a jornada de trabalho, deve ser reconhecer como sinal de gravidade entre quaisquer patologias psiquiátricas em situações de urgência.  E através das medidas preventiva, educativas pode ser identificada inicialmente promovendo saúde ao profissional e gerando maior qualidade no ambiente de trabalho.

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[1]  Mestre em Saúde Pública, pela Pontifícia Universidade Católica – PUC de Minas Gerais

[2] Especialista em Saúde Pública, pela Universidade Federal da Bahia – UFBA – Salvador