MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE PONTES DE CONCRETO ARMADO NO PERÍODO DE 2019-2023 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8276720


Luiz Feitosa Gomes1, Sandra Maria Lima Xavier2, Aldair Lucas Viana Caldas3, Antonio Xavier Gil4, Renato Costa Mena Barreto5, Evanilson da Silva Andrade6, Wallace Oliveira Nunes Júnior7, Jander Ramires Rodrigues Silva8 


RESUMO
As pontes são obras de arte especiais (OAE) que apresentam uma grande relevância social e econômica, pois garantem a movimentação de pessoas, veículos e mercadorias. Todavia, em função das estratégias, mão de obra não capacitada e materiais usados em sua construção, seu tempo de uso e exposição a forças da natureza, podem surgir patologias em suas estruturas, denominadas manifestações patológicas. Nesse contexto, essa pesquisa tem como objetivo geral, pesquisar quais as manifestações patológicas mais encontradas em pontes de concreto armado, no período de 2019 a 2023, com o intuito de fornecer informações que possibilitem estudos futuros sobre formas de combater e prevenir essas patologias.
Para desenvolver o objetivo proposto, a metodologia utilizada foi uma revisão sistemática no google acadêmico, através dos termos: “manifestações patológicas”; “pontes de concreto armado”; e, “tipos de manifestações patológicas”, que resultou na seleção de 9 obras, onde foram compiladas em quadros de informações sobre as manifestações patológicas e tipos de classificação de pontes. Após a análise, foi observado que os tipos de patologias em maior evidência em pontes de concreto armado, foram a corrosão, fissuras, lixiviação e desgaste. Dessa forma, com base nos resultados obtidos é possível elaborar mecanismos preventivos e de tratamento às manifestações patológicas, que podem ocorrer em pontes que ainda não apresentaram nenhuma das características que as insira no contexto patológico.
Palavras-chave: Manifestações Patológicas; Pontes; Revisão Sistemática.

1.INTRODUÇÃO

As pontes são consideradas obras de arte especiais (OAE), e possuem a finalidade de transpor cursos d’água, sendo construídas em concreto armado ou protendido, aço e madeira. Essas estruturas apresentam uma grande relevância social e econômica para a população, pois é através delas que se garante a circulação de pessoas, veículos e mercadorias (MARCHETTI, 2008; MASCARENHAS (Marchetti, 2008; Mascarenhas et al., 2019). et al., 2019).
Entretanto, assim como qualquer outra construção, as pontes são vulneráveis a inúmeros danos, que podem aparecer em função das estratégias adotadas, mão de obra não capacitada e materiais usados em sua construção, das condições climáticas a que são expostas, aos impactos que podem receber dos veículos que circulam sobre elas. Assim, é fundamental que existam manutenções, reformas e formas de detectar essas alterações nesse tipo de construções, visando evitar maiores estragos e garantir respostas para o reparo dessas estruturas.
Segundo Souza e Ripper (1998), o campo da Engenharia das Construções é o responsável pelo estudo das origens, formas, consequências e mecanismos dessas anomalias estruturais, sendo o ramo da ciência das Patologias das Estruturas, também conhecida como Manifestações Patológicas. Através do conhecimento dessa ciência, as pontes em concreto armado podem receber a análise adequada pelos engenheiros, viabilizando os ajustes e reformas apropriadas, aumentando sua durabilidade e a segurança dos usuários.
Nesse contexto, esta pesquisa possui como objetivo geral, pesquisar quais as manifestações patológicas mais encontradas em pontes de concreto armado, no período de 2019 a 2023, através de uma revisão sistemática no google acadêmico.
Tal estudo, torna-se relevante em função de fornecer informações sobre as patologias mais frequentes, assim possibilitando estudos futuros sobre formas de combater e prevenir essas anomalias estruturais.
Em relação aos objetivos específicos, esta pesquisa busca: identificar os tipos de manifestações patológicas citadas pelos autores; apontar a classificação das pontes, de acordo com as obras analisadas; e, apresentar a quantidade de pontes estudadas nas pesquisas observadas.
Este estudo se caracteriza como uma revisão sistemática qualitativa, realizada através da busca dos termos “manifestações patológicas”, “pontes de concreto armado” e “tipos de manifestações”, no google acadêmico. Sendo que, após essa pesquisa, as obras foram analisadas e seus quadros apresentados.
As seções apresentadas nessa pesquisa são: referencial teórico; metodologia; análise dos resultados; e considerações finais.

2.REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Manifestações Patológicas

As manifestações patológicas compõem uma parte da engenharia que estuda os sintomas, mecanismos, causas e origens dessas patologias nas construções civis, dentre elas, as pontes de concreto armado. Assim, com base nos estudos é possível identificar características que apontam sua origem (exógena ou endógena), sua natureza e quais fenômenos estão envolvidos (Helene, 1992).
Em relação à origem das manifestações patológicas, observa-se que podem ocorrer de duas formas, sendo elas: exógena, quando causada por terceiros ou pela ação da natureza como, por exemplo, temperatura excessiva ou vibração causada pelos veículos que circulam pelas pontes; e, endógena, que é causada por falhas em sua própria estrutura, muitas vezes decorrentes de materiais usados em sua construção ou falhas do projeto durante a construção (Pontes, 2018).
Além dessa classificação em relação a origem, essas patologias estruturais também podem ser classificadas como problemas simples ou complexos. Os problemas patológicos simples são aqueles que possuem diagnóstico e prevenção evidentes, e com solução que pode ser realizada por um profissional sem conhecimentos altamente especializados. Já os problemas patológicos complexos são aqueles que precisam de uma análise individualizada e detalhada, onde são necessários conhecimentos elevados sobre a patologia das estruturas, e não são permitidos mecanismos de inspeção convencionais ou esquemas rotineiros de manutenção (Souza e Ripper, 1998).
Conforme Solano (2019), as principais falhas patológicas podem ser divididas em duas nomenclaturas, sendo elas: falhas congênitas, que são aquelas que decorrem da concepção do projeto, em função de um estudo inadequado das condições onde o projeto será implementado ou do descumprimento de normas vigentes; e as falhas adquiridas durante a construção, que são caracterizadas pela utilização de materiais diferentes ou de desempenho inferior aos especificados em projeto, pela adoção de métodos de construção inadequados, e pela falta de entrosamento entre os responsáveis da obra, como os projetistas, construtoras, fornecedores, fiscalização e proprietário.
Assim, observa-se que as manifestações patológicas podem ocorrer por conta de uma ou inúmeras causas, sendo necessário para a solução desses problemas estruturais, profissionais que detenham conhecimentos específicos e variados sobre o assunto. Todavia, essas patologias não devem ser uma preocupação apenas dos responsáveis pelas pontes ou dos entes governamentais, pois os usuários também podem contribuir para manutenção e preservação dessas Obras de Arte Especiais.
Para Souza e Ripper (1998), as manifestações patológicas nas estruturas de concreto podem surgir em uma ou mais etapas da estruturação da construção, sendo essas etapas: concepção, onde as falhas ocorrem em processos anteriores à construção, podendo ser na fase de estudo preliminar, execução do anteprojeto e no projeto executivo; execução, onde as falhas ocorrem durante as obras, e podem ser associadas a diversas causas, como falta de condições no local de trabalho, mão- de-obra profissional não capacitada, inexistência de controle de qualidade de execução, qualidade de materiais e componentes inadequados ou insuficientes, irresponsabilidade técnica ou até mesmo atos de sabotagem; utilização, onde as falhas decorrem da má utilização e falta de manutenção, sendo que os usuários estão diretamente ligados a estes problemas, pois podem atuar tanto na conservação, como, também, degradadores da estrutura.

3.METODOLOGIA

Este estudo busca apresentar as principais manifestações patológicas encontradas em pontes de concreto armado, visando reunir dados para auxiliar pesquisas futuras. Para isso, utilizou-se uma revisão sistemática, que se trata de um tipo de pesquisa imparcial, que utiliza métodos explícitos para realizar uma ampla pesquisa bibliográfica e avaliação crítica dos estudos individuais (Donato H, H. e Donato, M., 2019).
Esta pesquisa dividiu-se em 4 (quatro) etapas, sendo elas: pesquisa no google acadêmico; seleção das obras; tipos de manifestações patológicas e, classificação das pontes.

Na primeira etapa da pesquisa, foi realizada uma busca no google acadêmico, através dos seguintes termos: “manifestações patológicas”; ‘pontes de concreto armado”; e, “tipos de manifestações patológicas”. Após essa pesquisa, resultou em 12 (doze) obras que se relacionam com os termos.
Na segunda etapa, foi realizada a leitura e análise das obras encontradas na pesquisa, no que resultou na seleção de 9 (nove) obras para o estudo, e exclusão de 3 (três), por não apresentar relação com pontes de concreto armado, c

Quadro 1 – Seleção das obras

Autor (es) Obra Ano de  publicaçãoAborda Pontes de Concreto Armado
COSTA et al.Técnicas alternativas de correção de  manifestações patológicas na ponte Dom Affonso Felippe Gregory2023 SIM
JULIANI Avaliação da utilização e viabilidade da termografia infravermelha em inspeções  de revestimentos e estruturas na  construção civil2019 NÃO
MELO; PINHEIRO Patologias em ponte de concreto armado, estudo de caso 2022 SIM
MORAESAnálise dos níveis de deterioração das pontes sobre o vertedouro e canal do  açude Senador Epitácio Pessoa na cidade  de Cajazeiras – PB2020 SIM
MOYAAvaliação Patológica do nível de  deterioração de estruturas de concreto  armado de edificações públicas – estudo  de caso: UTFPR – Campus Guarapuava2021 NÃO
POLINIAnálise das manifestações patológicas de  uma edificação comercial de três  pavimentos: estudo de caso2021 NÃO
RODRIGUESManifestações patológicas relacionadas a  colisões de embarcações nos pilares da ponte FHC – estudo de caso2019 SIM
SABOIA Manifestação e inspeção de pontes: um estudo de caso na ponte sobre o Rio Catu 2021 SIM
SANTOS, K.; SANTOS,  M.; FERREIRALevantamento das Manifestações Patológicas com aplicação do GUT:  Estudo de caso em duas pontes de  concreto armado em Caxias/RS2021 SIM
SILVA; GASSENFERTHLevantamento de problemas patológicos  encontrados na ponte Nereu Ramos e sugestão de possíveis meios de  recuperação2019 SIM
SOLANOMapeamento de manifestações patológicas em ponte de concreto  armado: estudo de caso no município de  Palmas -TO2019 SIM
SOUZA; NÓBREGALevantamento das condições gerais de pontes de pequeno porte em municípios brasileiros – estudo na literatura2020 SIM

Na terceira etapa, foi realizada a coleta e fichamento dos tipos de manifestações patológicas citados pelos autores, seja de acordo com seus referenciais teóricos ou análise de resultados. Sendo construído um quadro para alocar os dados colhidos para apresentar nos resultados da pesquisa.
Na quarta e última etapa da pesquisa, foi realizada a coleta e fichamento dos tipos ou classificação das pontes, sendo construído um quadro após a reunião dos dados encontrados, principalmente nos referenciais teóricos.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1. Manifestações Patológicas

Conforme o Quadro 2, são apresentados os tipos de manifestações patológicas identificadas nas 09 (nove) obras acadêmicas, utilizadas como referencial teórico dessa pesquisa. É possível observar que algumas manifestações se repetem, e outras não. Por exemplo, a corrosão aparece como manifestação patológica em 06 (seis) obras acadêmicas, fissura, a mesma quantidade, já desgaste aparece em 04 (quatro) obras. Também, tem-se as manifestações que aparecem, uma única vez, que é o caso de buracos, deterioração, infiltrações, trincas isoladas ou conectadas, dentre outras patologias. A definição da manifestação nesse caso, é com base nos autores citados nas obras.

Quadro 2 – Manifestações Patológicas no Referencial Teórico

Autor(es)Tipo de manifestaçãoAutor(es) citados – definição da manifestação
COSTA et al. (2023)BuracosDNIT (2003)
CorrosãoMAGALHÃES (2021) SANTOS; CRUZ; ROSÁRIO (2019)
DelaminaçãoFORTES; SOUZA; BARBOSA J. (2008)
Desgaste superficial ou por abrasãoBAUER et. al. (2002)
CAMPOS et. al (2021)
DNIT (2003)
FORTES; SOUZA; BARBOSA J. (2008)
Deterioração/desagregação do concretoFORTES; SOUZA; BARBOSA J. (2008)
SANTOS; CRUZ; ROSÁRIO (2019)
FissurasDNIT (2003)
SILVA; TOMÉ; TORRES (2017)
SOUZA; RIPPER (1998)
InfiltraçõesDNIT (2003)
LixiviaçãoMAGALHÃES (2021)
OLIVEIRA et al. (2022)
Trincas isoladas ou conectadasDNIT (2003)
MELO; PINHEIRO (2022)Ataques de sulfato e cloretosSAHUINCO (2011)
Biodegradação do concretoAGUIAR (2006)
CarbonataçãoMENDES et al. (2010)
CorrosãoMENDES et al. (2010)
Degradação por choque de veículos ou incêndiosSem citação
FissurasSem citação
LixiviaçãoDNIT (2006)
MORAES (2020)CarbonataçãoENÉAS (2014)
Despassivação por ação de cloretosNBR 6118 (ABNT, 2014)
Expansão por sulfatoNBR 6118 (ABNT, 2014)
Reação álcali agregadoHASPARYK (2005)
  NBR 6118 (ABNT, 2014)
LixiviaçãoLANER (2001)
NBR 6118 (ABNT, 2014)
RODRIGUES (2019)Sem referencial teórico sobre os tipos de manifestaçõesSem citação
SABOIA (2021)Corrosão das Armaduras de ConcretoFUSCO (2008)
SOUZA; RIPPER (1998)
Desagregação do ConcretoSOUZA; RIPPER (1998)
Desgaste por Abrasão, Erosão e CavitaçãoANDRADE (1992)
FERREIRA (2000)
TRINDADE (2015)
FissuraçãoDNIT (2010)
Fluência e FadigaLAPA (2008)
NBR 6118 (ABNT, 2014)
RetraçãoNBR 6118 (ABNT, 2014)
Tensões TérmicasFERREIRA (2000)
SILVA; GASSENFERTH (2019)CarbonataçãoSOUZA; RIPPER (1998)
VITÓRIO (2003)
CorrosãoHelene (1993)
DelaminaçãoDNIT (2010)
Desagregação e disgregaçãoDNIT (2010)
VITÓRIO (2003)
Desgaste superficialDNIT (2010)
SOUZA; RIPPER (1998)
EflorescênciaVITÓRIO (2003)
 FissurasSOUZA; RIPPER (1998)
VITÓRIO (2003)
SANTOS, K.; SANTOS, M.; FERREIRA (2021)Sem referencial teórico sobre os tipos de manifestaçõesSem citação
SOLANO (2019)BolorMOLIN (1988)
CarbonataçãoSANTOS (2014)
Corrosão das armadurasHELENE (1986)
Corrosão do concretoSOUZA; RIPPER (1998)
Desagregação e desplacamento do concretoVITÓRIO (2002)
Desgaste de concretoTRINDADE (2015)
FissuraçãoSem citação
Lixiviação e eflorescênciaMEHTA; MONTEIRO (2008)
Perda de aderênciaSem citação
SOUZA; NÓBREGA (2020)CarbonataçãoCUNHA (2011)
GENTIL (1987)
VITÓRIO (2002)
SANTOS (2014)

Nesse contexto, no Quadro 2, observa-se que para os tipos de manifestações os autores das obras utilizaram citações de autores atuantes na área da Construção Civil, além de referenciais conhecidos, como a NBR (Norma Brasileira) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). Ressaltando, que o material analisado compreende a publicações do ano de 2019 até o ano de 2023 (julho).

Já no Quadro 3, é apresentado os tipos de manifestações patológicas do ponto de vista dos autores das 09 (nove) obras, o que eles obtiveram como resultados em suas respectivas pesquisas. Alguns tipos de manifestações patológicas continuam a se repetir, como a corrosão, encontrada nas pesquisas de: Costa et al. (2023), Melo; Pinheiro (2022), Moraes (2020), Rodrigues (2019), Santos, K.; Santos, M.; Ferreira (2021), Silva; Gassenferth (2019) e Solano (2019). E as fissuras, apresentadas nas obras de: Costa et al. (2023), Melo; Pinheiro (2022), Moraes (2020), Rodrigues (2019), Santos, K.; Santos, M.; Ferreira (2021) e Solano (2019), também tem a lixiviação, nos resultados de: Costa et al. (2023), Melo; Pinheiro (2022), Saboia (2021) e Silva; Gassenferth (2019), existem outras manifestações que se repetem com a leitura do Quadro 3, e aquelas que aparecem nos resultados apenas uma vez.

Quadro 3 – Manifestações Patológicas apresentadas nos resultados

Autor (es)Tipos de manifestações
COSTA et al. (2023)Desagregação e Buracos no revestimento do pavimento
Corrosão das armaduras de aço
Desgaste superficial do piso do concreto armado
Deterioração das juntas de dilatação e deficiência no sistema de drenagem
Fissuras por causas mecânicas e variação térmica do ambiente
Desagregação do concreto
Lixiviação do concreto
MELO; PINHEIRO (2022) Fissura de flexão
Desgaste superficial da viga
Corrosão da armadura da viga e na estrutura de concreto armado
Degradação e trincas
Acúmulo de lixo e vegetação na estrutura
Lixiviação do concreto
Desnivelamento das placas na pavimentação
MORAES (2020)Corrosão da armadura
Armadura exposta
Fissuras e manchas no concreto
Falhas nas placas pré-moldadas (Desplacamento)
RODRIGUES (2019)Desgaste da camada de cobrimento
Corrosão das armaduras
Armadura exposta
Presença de bolor e Eflorescência
Fissuras, trincas e rachaduras
Degradação
SABOIA (2021)Armadura exposta
Lixiviação na viga
SANTOS, K.; SANTOS, M.;Corrosão da armadura
FERREIRA (2021)Desagregação
Ninhos de concretagem
Mofo
Bolor
Fissuras
Rachaduras
Trincas
SILVA; GASSENFERTH (2019)Corrosão da armadura
Armadura exposta
Eflorescência
Carbonatação
Lixiviação
Deficiência nas juntas de dilatação
SOLANO (2019)Cobrimento deficiente
Corrosão de armaduras
Desagregação
Desgaste da sinalização
Desplacamento
Eflorescência
Falha de concretagem
Fissuras
Infiltração de água
Manchas de bolor
Sinais de esmagamento
SOUZA; NÓBREGA (2020)Levantamento bibliográfico de 10 trabalhos realizados entre 2017 e 2020

Com base na análise do Quadro 3, é possível identificar de forma mais específica, as manifestações patológicas mais diagnosticadas nas 09 (nove) obras analisadas, conforme seus respectivos autores. E por meio disso, servir como informação a novos pesquisadores. Destaca-se, novamente, que o período das obras analisadas compreende o ano de 2019 até 2023 (julho).

4.2. Pontes

Por fim, os resultados da pesquisa no Quadro 4, é apresentado o tipo de classificação de pontes com base nas pesquisas obtidas nas 09 (nove) obras acadêmicas.

Quadro 4 – Classificação de pontes

Autor(es)Tipo de classificação de pontesAutor(es) citados – classificação das pontesQuantidade de pontes estudadas
COSTA (2023)Não apresenta classificação das pontes em seu referencial teórico1
MELO; PINHEIRO (2022)Não apresenta classificação das pontes em seu referencial teórico1
MORAES (2020)Quanto aos comprimentos dos Vãos e ObstáculosGOMES (2013 apud4
  TORRES FILHO, 2019) 
Quanto a FinalidadeGOMES (2013 apud TORRES FILHO, 2019)
VITÓRIO (2002)
Quanto ao tipo estruturalGOMES (2013 apud TORRES FILHO, 2019)
RODRIGUES (2019)Quanto a FinalidadePFEIL (1979)1
Quanto ao comprimento do vão
Quanto aos Materiais empregados na obra
Quanto a Durabilidade
Quanto ao Tipo de tráfego
SABOIA (2021)Quanto ao Material da superestruturaDEBS; TAKEYA (2007)1
Quanto ao comprimento
Quanto a natureza do tráfego
Quanto ao desenvolvimento planimétrico
Quanto ao desenvolvimento altimétrico
Quanto do sistema estrutural da superestrutura
Quanto a seção transversal
Quanto a posição do tabuleiro
Quanto ao processo de execução
SANTOS, K.; SANTOS, M.; FERREIRA (2021)Quanto ao material da superestruturaLEONHARDT (1979)2
Quanto à natureza do tráfegoMARCHETTI (2008)
Quanto ao tempo de utilizaçãoFELIPPE FILHO (2008)
Quanto ao sistema estruturalFELIPPE FILHO (2008)
MARCHETTI (2008)
SILVA; GASSENFERTH (2019)Quanto a extensão do vão totalMARCHETTI (2008)1
Quanto a durabilidade
Quanto a natureza do tráfego
Quanto ao desenvolvimento planialtimétrico
Quanto ao desenvolvimento altimétrico
Quanto ao modelo estrutural da superestrutura
Quanto ao material que compõe a superestrutura
Quanto a posição da pista de rolamento
Quanto a locomoção dos módulos
Quanto ao padrão estático
Quanto ao sistema construtivo da superestrutura
SOLANO (2019)Quanto a extensão do vão totalMARCHETTI (2008)1
Quanto a durabilidade
Quanto a natureza do tráfego
Quanto ao desenvolvimento planialtimétrico
Quanto ao desenvolvimento altimétrico
Quanto ao sistema estrutural da superestrutura
Quanto ao material da superestrutura
 Quanto a posição do tabuleiro  
Quanto a mobilidade dos tramos
Quanto ao tipo estático da superestrutura
Quanto ao tipo construtivo da superestrutura
SOUZA; NÓBREGA (2020)Quanto a finalidade ou natureza do tráfegoMARCHETTI (2008)0 (Revisão Bibliográfica)
Quanto ao tipo de materialDEBS; TAKEYA (2007)
Quanto ao comprimento do vãoDEBS; TAKEYA (2007)
MARCHETTI (2008)
Quanto a durabilidadeMARCHETTI (2008)
Quanto ao tipo estrutural da superestruturaDEBS; TAKEYA (2007)

Ao todo foram 12 (doze) pontes estudadas e classificadas, a partir de características estruturais e físicas. Nota-se que os aspectos se baseiam na finalidade de utilização das pontes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na análise dos dados dos quadros informativos apresentados, o objetivo geral da pesquisa de mostrar quais as manifestações patológicas principais em pontes de concreto armado no período de 2019 a 2023 (até o fechamento desta pesquisa, julho de 2023), por meio de uma revisão sistemática no Google acadêmico, foi alcançado. Foi possível identificar os tipos de manifestações patológicas citadas pelos autores; apontar a classificação das pontes, de acordo com as obras analisadas; e, apresentar a quantidade de pontes estudadas nas pesquisas observadas.
Observou-se que as manifestações patológicas em pontes de concreto armado possuem várias causas e a identificação dessas causas devem ser realizadas por profissionais habilitados. É importante buscar todos os elementos que causam a patologia para uma medida corretiva adequada. Conforme as pesquisas realizadas para este estudo, verificou-se manifestações idênticas entre as 12 (doze) pontes estudadas, além de manifestações únicas.
Por meio dessas informações, a relevância sobre o assunto se demonstra no rastreamento das principais características, pois são informações atualizadas que podem contribuir aos profissionais que atuam na construção de pontes de concreto armado, na execução de suas atividades profissionais, favorecendo a ação preventiva nas causas que levam a problemas patológicos nas pontes. Por exemplo, medidas preventivas à corrosão, fissuras, lixiviação e desgaste que tiveram destaque na análise.
Recomenda-se a utilização das Normas Brasileiras (NBR’s), e consulta às normas e estudos técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), como base para adoção de solução técnica na prevenção, ou mitigação, de manifestações patológicas nessas importantes Obras de Arte Especial.

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1 Docente do Instituto Federal do Amazonas – IFAM e-mail: luiz.feitosa@ifam.edu.br
2 Docente do Instituto Federal do Amazonas – IFAM e-mail: sandra.lima@ifam.edu.br
3 Docente do Instituto Federal do Amazonas – IFAM e-mail: aldair.caldas@ifam.edu.br
4 Docente da Universidade Federal do Amazonas – UFAM e-mail: xavier@ufam.edu.br
5 Docente do Instituto Federal do Amazonas – IFAM e-mail: renato.costa@ifam.edu.br
6 Docente do Instituto Federal do Amazonas – IFAM e-mail: evanilson.andrade@ifam.edu.br 7 Contador e Discente do curso Técnico em Segurança do Trabalho do Instituto Federal do Amazonas  – IFAM e-mail: wall.oliveira.jr@gmail.com 
8Tecnólogo em Construção de Edifícios e Discente do curso Técnico em Segurança do Trabalho do  Instituto Federal do Amazonas – IFAM e-mail: jander.ramiress@gmail.com