MANEJO E REABILITAÇÃO DA ICTERÍCIA GRAVE EM RECÉM-NASCIDOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10163548


Lucas Barros Fonseca1; Juliana Valente Alves2; Arianan Maracaipe Rego3; Túlio Nunes Xavier4; Marcel Gomes Epaminondas da Silva5; Felipe Costa Marques Ninomiya6; Ana Clara Nóbrega Costa7; Brunna Renata de Abreu Sá8; Thaynã Barbosa Lima9; Edilane Henrique Leôncio10; Silvelene Carneiro de Sousa11; Adriana Carvalho Araújo12; Nadja Karoline Alves Melo13; Jorgeana Tereza Martins de Oliveira Resende14; Rafael de Araújo Sampaio15; Martha Eliana Waltermann16


RESUMO

Introdução: A complexidade do manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos é acentuada pela necessidade de uma abordagem personalizada. Fatores como a presença de condições médicas concomitantes, a resposta individual à terapia e o acesso a recursos adequados desempenham papéis significativos na eficácia do tratamento. Objetivo: Investigar, analisar e propor estratégias aprimoradas para o manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos. Metodologia: Realizou-se uma revisão integrativa, mediante o levantamento nas bases de dados: LILACS e PUBMED. Resultados e Discussões: É evidente que a implementação eficaz de protocolos de manejo é crucial para reduzir os níveis de bilirrubina e prevenir a encefalopatia bilirrubínica. A fototerapia, por exemplo, tem se mostrado uma abordagem eficaz para reduzir os níveis de bilirrubina, mas a otimização dessa técnica e o desenvolvimento de novas estratégias são áreas que merecem atenção. A personalização do manejo da icterícia grave é um ponto chave que surge durante a análise das estratégias existentes. Conclusão: O avanço contínuo na pesquisa sobre o manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos não apenas aprimora as práticas clínicas, mas também impacta positivamente na qualidade de vida desses neonatos e de suas famílias.

Palavras-Chaves: Icterícia; Recém-Nascidos; Reabilitação. 

INTRODUÇÃO 

A icterícia grave em recém-nascidos é uma condição clínica de considerável importância, exigindo uma abordagem abrangente no seu manejo e reabilitação. A icterícia, caracterizada pela coloração amarelada da pele devido à acumulação de bilirrubina, é uma ocorrência comum em neonatos, mas quando atinge níveis elevados, pode resultar em sérias complicações. Esta condição torna-se particularmente relevante devido à sua associação com efeitos neurológicos adversos, como a encefalopatia bilirrubínica, que pode levar a danos cerebrais permanentes. Compreender a fisiopatologia subjacente, as melhores práticas de manejo e as estratégias de reabilitação é crucial para mitigar os impactos dessa condição e melhorar a qualidade de vida dos recém-nascidos afetados (Júnior et al., 2019).

O manejo eficaz da icterícia grave em recém-nascidos envolve uma avaliação cuidadosa da intensidade da icterícia, considerando fatores como idade gestacional, peso ao nascer e condições clínicas subjacentes. Estratégias terapêuticas, como a fototerapia, são frequentemente implementadas para reduzir os níveis de bilirrubina. No entanto, a abordagem precisa variar de acordo com a gravidade da condição e a presença de fatores de risco adicionais. A implementação de diretrizes claras e protocolos atualizados é vital para assegurar um tratamento eficaz e a prevenção de complicações neurológicas (Espindola, 2022).

A reabilitação neurológica desempenha um papel crucial no processo de recuperação de recém-nascidos afetados pela icterícia grave. As intervenções de reabilitação visam atenuar as sequelas neurológicas, promover o desenvolvimento motor e cognitivo, e melhorar a qualidade de vida desses pacientes a longo prazo. Terapias especializadas, como fisioterapia, terapia ocupacional e estimulação precoce, são frequentemente incorporadas para otimizar o potencial de recuperação desses neonatos (Reis, 2022).

A complexidade do manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos é acentuada pela necessidade de uma abordagem personalizada. Fatores como a presença de condições médicas concomitantes, a resposta individual à terapia e o acesso a recursos adequados desempenham papéis significativos na eficácia do tratamento. Portanto, é imperativo que as equipes de saúde envolvidas na gestão desses casos adotem uma abordagem multidisciplinar e estejam atualizadas com as mais recentes descobertas científicas e práticas clínicas (Reis, 2022).

A relevância deste tema é evidente na prevalência da icterícia grave em recém-nascidos e nas potenciais consequências a longo prazo para o desenvolvimento neurológico. A eficácia do manejo e reabilitação não apenas afeta diretamente a qualidade de vida dos pacientes, mas também tem implicações sociais e econômicas significativas. A compreensão aprofundada desses aspectos é crucial para informar políticas de saúde, desenvolver protocolos de tratamento mais eficientes e melhorar os resultados a longo prazo para os recém-nascidos afetados pela icterícia grave.

A justificativa para a investigação contínua sobre o manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos reside na necessidade de otimizar as práticas clínicas, desenvolver intervenções mais eficazes e, em última análise, reduzir o ônus dessa condição na saúde neonatal. Ao compreender as melhores estratégias de manejo, implementar medidas de prevenção eficazes e avançar nas técnicas de reabilitação neurológica, é possível melhorar significativamente os resultados para os recém-nascidos afetados por icterícia grave, garantindo um início saudável e uma qualidade de vida aprimorada ao longo do tempo.

OBJETIVO 

Investigar, analisar e propor estratégias aprimoradas para o manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos.

METODOLOGIA 

Para a condução desta pesquisa, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, intermediada, mediante um levantamento de dados em bases científicas e acadêmicas que ofertasse artigos e estudos já publicados sobre o assunto em questão. A pergunta norteadora definida para embasamento dos resultados, foi reformulada na seguinte indagação: Quais as estratégias aprimoradas para o manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos?

O levantamento de dados ocorreu através das bases de dados científicas: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), sob a aplicabilidade dos DeCS: Icterícia AND Recém-Nascidos; AND Reabilitação. Já na busca na base de dados: National Library of Medicine (PUBMED) foram utilizadas as seguintes combinações: Icterícia OR Recém-Nascidos OR Reabilitação neurológica. 

Adotou-se como critérios de inclusão: artigos originais, com texto completo, publicados em português, inglês e espanhol, indexados nas bases de dados consultadas e que abordassem o tema em questão. Em contrapartida foram excluídos artigos de revisão, teses, dissertações, reportagens, notícias e aqueles que não atenderem ao objeto do estudo. Os artigos duplicados foram considerados apenas uma vez.  

RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Mediante o levantamento de dados, surgiram na literatura 17 estudos, utilizando a aplicabilidade dos filtros dos últimos 5 anos. Com a leitura dos títulos e resumos, ficaram 8 trabalhos e com a leitura na íntegra, foram selecionados 4 para compor os resultados da amostra final.  

Ao analisar as estratégias existentes, de acordo com Andrade et al. (2022) é evidente que a implementação eficaz de protocolos de manejo é crucial para reduzir os níveis de bilirrubina e prevenir a encefalopatia bilirrubínica. A fototerapia, por exemplo, tem se mostrado uma abordagem eficaz para reduzir os níveis de bilirrubina, mas a otimização dessa técnica e o desenvolvimento de novas estratégias são áreas que merecem atenção. A personalização do manejo da icterícia grave é um ponto chave que surge durante a análise das estratégias existentes. 

Como aponta Montealegre et al. (2020), a literatura evidenciou que ao considerar variáveis como idade gestacional, peso ao nascer e condições clínicas subjacentes é essencial determinar a abordagem mais adequada para cada recém-nascido. Esta abordagem individualizada não apenas melhora a eficácia do tratamento, mas também minimiza o risco de complicações, particularmente no que diz respeito aos efeitos neurológicos adversos.

De acordo com Leite et al. (2022), a reabilitação neurológica emerge como um componente vital na pesquisa, pois a minimização de sequelas neurológicas é um objetivo crucial no tratamento da icterícia grave em recém-nascidos. Estratégias de intervenção precoce, como fisioterapia e terapia ocupacional, podem ser exploradas para promover o desenvolvimento motor e cognitivo desses neonatos. A pesquisa pode, assim, focar em identificar os métodos de reabilitação mais eficazes, considerando a variabilidade individual e as necessidades específicas de cada paciente.

Ao analisar os desafios associados ao manejo da icterícia grave em recém-nascidos, Martínez et al. (2020),destaca-se a importância da educação e treinamento contínuo para os profissionais de saúde. A implementação bem-sucedida de estratégias aprimoradas depende, em grande parte, do conhecimento e da habilidade dos profissionais envolvidos. Programas de formação específicos podem ser desenvolvidos para garantir que os profissionais estejam atualizados com as melhores práticas e possam aplicar as estratégias de manejo e reabilitação de maneira eficaz.

Além disso, como aponta Andrade et al. (2022), a integração de tecnologias inovadoras no manejo da icterícia grave é uma área promissora a ser explorada. Sistemas de monitoramento avançados, inteligência artificial e telemedicina podem desempenhar um papel significativo na detecção precoce, acompanhamento remoto e tomada de decisões baseada em dados, contribuindo assim para estratégias mais eficazes e personalizadas.

CONCLUSÃO 

Em conclusão, a investigação sobre o manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos revela a complexidade inerente a essa condição e destaca a necessidade urgente de aprimoramento nas estratégias clínicas. A eficácia da fototerapia na redução dos níveis de bilirrubina é indiscutível, mas a personalização desse tratamento, levando em consideração variáveis individuais, torna-se imperativa para otimizar resultados e minimizar riscos. Além disso, a reabilitação neurológica surge como uma peça-chave na mitigação das potenciais sequelas neurológicas, enfatizando a importância de intervenções precoces e estratégias personalizadas.

Os desafios associados ao manejo da icterícia grave em recém-nascidos, desde a educação continuada dos profissionais de saúde até a implementação de tecnologias inovadoras, destacam a necessidade de uma abordagem multidisciplinar. A colaboração entre pediatras, neonatologistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais é essencial para desenvolver estratégias abrangentes e eficazes. Além disso, a pesquisa direcionada para a incorporação de tecnologias avançadas, como sistemas de monitoramento remoto e inteligência artificial, apresenta um caminho promissor para aprimorar o diagnóstico precoce e a eficácia das intervenções.

Portanto, o avanço contínuo na pesquisa sobre o manejo e reabilitação da icterícia grave em recém-nascidos não apenas aprimora as práticas clínicas, mas também impacta positivamente na qualidade de vida desses neonatos e de suas famílias. Ao individualizar o tratamento, promover a intervenção precoce e integrar inovações tecnológicas, é possível vislumbrar um futuro em que os efeitos adversos da icterícia grave são minimizados, proporcionando um começo saudável e pleno de possibilidades para os recém-nascidos afetados por essa condição desafiadora.

REFERÊNCIAS 

ANDRADE, Anny Suelen dos Santos et al. Nursing care for newborns undergoing phototherapy in neonatal units: a scoping review protocol. Enfermería Actual de Costa Rica, n. 43, 2022.

ESPINDOLA, Leide Laura Brito. Assistência de enfermagem a recém-nascidos com icterícia. Research, Society and Development, v. 11, n. 16, p. e490111638677-e490111638677, 2022.

JÚNIOR, Geraldo de Sousa Nóbrega; VIEIRA, Willian Leite; JÚNIOR, José de Arimatea Alves Guedes. Icterícia: uma doença comum entre os recém-nascidos. Brazilian Journal of Health Review, v. 2, n. 4, p. 2343-2350, 2019.

LEITE, Airton César et al. Indicações da fototerapia em recém-nascidos com icterícia. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 3, p. 10827-10848, 2021.

MARTÍNEZ, R., Fernández Filgueira, M., Crespo Suárez, P. A., & Espiño Lorenzo, P. Opciones de tratamiento hospitalario de la ictericia. Anales de pediatria, 2020.

MONTEALEGRE, A. et al. Efectividad y seguridad de 2 dispositivos de fototerapia para el manejo humanizado de la ictericia [Effectiveness and safety of two phototherapy devices for the humanised management of neonatal jaundice]. Anales de pediatría, 2020.

REIS, Sara Natany; DA SILVA, Maria Fernanda B. Cuidados da enfermagem em neonatos que apresentam icterícia uma revisão da literatura. Revista Multidisciplinar do Sertão, v. 4, n. 1, p. 28-35, 2022.


1Médico pela UFMA São Luís. E-mail: fonseca03lucas@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0071-5378
2Medicina pela CESUPA – Centro Universitário do Pará, Belém, Pará. E-mail: julianavalentealves@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0649-5070
3Medicina pela Universidade Católica de Brasília, Brasília, Distrito Federal. E-mail: ari.rego2020@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0002-8336-6296
4Medicina pela UNIVAG, Cuiabá, Mato Grosso. E-mail: tulio_xavier@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0002-9702-9936
5Médico, UNIC, Cuiabá, Mato Grosso. E-mail: marcel.epaminondas@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0000-0793-0524
6Médico, UNIVAG, Cuiabá, Mato Grosso. E-mail: felipeninomiya@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0008-8650-7705
7Médica, Universidade Ceuma, São Luís, Maranhão. E-mail: anaclaranobregacosta@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4148-2379
8Médica, Universidade Ceuma, São Luís, Maranhão. E-mail: brunnarenata2011@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9879-9559
9Médico pela UDABOL – Universidade de Aquino Bolívia; Revalidação de Diploma pela Universidade Federal Do Mato Grosso – UFMT. E-mail: thaynanbandeira@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0004-2192-3952
10Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário Uninovafapi, Teresina, Piauí. E-mail: edilanehl@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4696-963X
11Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário Santo Agostinho, Teresina, Piauí. E-mail: silvelene15@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0403-2507
12Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário Uninovafapi, Teresina, Piauí; Pós-graduada em Centro Cirúrgico e Material de Esterilização; Pós-graduada em UTI pediátrica e Neonatal. E-mail: vincularconsultoria5@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0003-0758-2250
13Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário Uninovafapi, Teresina, Piauí. E-mail: nadjakarol@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0002-6548-4141
14Bacharelado em Enfermagem, Universidade Federal de Sergipe, Campus Lagarto, Sergipe. E-mail: jorgeana.resende@ebserh.gov.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9435-4955
15Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário de Brasília, Brasília, Distrito Federal. E-mail: rafaelsampaiodf@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0000-8350-149X
16Mestra em Promoção da Saúde, Desenvolvimento Humano e Sociedade, Universidade Luterana do Brasil. E-mail: martha.waltermann@ulbra.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1780-8888