REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8363893
1Rafael Honorio e Silva, 2Marília Nunes da Silva,3Eduarda Dias da Silva, 4João Victor de Oliveira Alvarenga,5Ana Gabriella Bodanese Terra,6Gustavo Marinho de Araújo Rosa,7Thalia Araújo dos Santos,8Jéssica Lima Pires,9Pedro Lucas de Oliveira Franco,10Leonardo Santos Assis,11Gabriela Gaspar Souza,12Thaynã Barbosa Lima,13Brenda Bezerra Marinho Mendes,14Winícius de Carvalho Alves,15Edilane Henrique Leôncio,16Martha Eliana Waltermann
RESUMO
Introdução: A glândula hipófise desempenha um papel vital no controle de diversas funções do organismo, regulando a secreção de hormônios importantes. Os tumores hipofisários, apesar de sua relativamente baixa incidência na população em geral, representam um desafio significativo no campo da neuroendocrinologia e da neurocirurgia. Entre esses tumores, uma categoria que tem despertado crescente atenção e preocupação é a dos tumores hipofisários clinicamente não-funcionantes agressivos (THNFA). Objetivo: Analisar as Abordagens Terapêuticas e Tratamento dos tumores hipofisários clinicamente não-funcionantes agressivos. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa realizado com base no levantamento bibliográfico nas bases científicas: LILACS e SciELO. Resultados e Discussões: Os resultados mostram que a radioterapia, em particular a radiocirurgia estereotáxica, é eficaz na estabilização do tamanho tumoral e na preservação da função visual em pacientes com compressão do quiasma óptico. Além disso, a radioterapia pode ser usada como terapia adjuvante após a cirurgia para reduzir o risco de recorrência. A terapia farmacológica desempenha um papel complementar no tratamento de THNFAs agressivas. Embora esses tumores não secretem hormônios em excesso, alguns deles expressam receptores de hormônios hipofisários, como o receptor de somatostatina e o receptor de dopamina. Conclusão: Os resultados desta análise destacam a importância da colaboração entre equipes multidisciplinares, que incluem neurocirurgiões, endocrinologistas, radioterapeutas e oncologistas, para garantir o melhor atendimento possível a esses pacientes desafiadores. À medida que avançamos, a pesquisa translacional e clínica continuará a desempenhar um papel crucial na identificação de novas estratégias terapêuticas e na melhoria dos resultados clínicos para aqueles que enfrentam os THNFAs agressivos.
Palavras-Chaves: Neoplasias Hipofisárias; Hormônios Adeno-Hipofisários; Hipófise.
INTRODUÇÃO
Os tumores hipofisários, apesar de sua relativamente baixa incidência na população em geral, representam um desafio significativo no campo da neuroendocrinologia e da neurocirurgia. Entre esses tumores, uma categoria que tem despertado crescente atenção e preocupação é a dos tumores hipofisários clinicamente não-funcionantes agressivos (THNFA). Estes tumores, embora não secretem hormônios em excesso, podem manifestar-se de forma insidiosa e, muitas vezes, só são diagnosticados em estágios avançados, o que os torna particularmente desafiadores de tratar (Paz et al., 2022).
A glândula hipófise desempenha um papel vital no controle de diversas funções do organismo, regulando a secreção de hormônios importantes. Tumores que se desenvolvem na hipófise podem ser classificados em funcionantes e não-funcionantes, dependendo se eles secretam hormônios em excesso ou não. Os THNFAs, no entanto, são caracterizados por sua falta de produção excessiva de hormônios, o que muitas vezes torna seu diagnóstico e manejo mais complexos (Castro et al., 2023).
O termo “agressivos” aplicado a esses tumores se deve ao seu comportamento invasivo, que pode causar uma série de complicações graves, incluindo distúrbios visuais, cefaleias incapacitantes e comprometimento das funções hipofisárias normais. Além disso, eles podem se espalhar para áreas circundantes do cérebro, tornando o tratamento uma tarefa delicada e multifacetada, frequentemente envolvendo a colaboração de uma equipe médica multidisciplinar (Sickler, 2018).
À medida que se adentra no mundo complexo e desafiador dos THNFAs agressivos, é fundamental reconhecer a importância de uma abordagem abrangente e colaborativa na gestão desses tumores. A pesquisa contínua e a disseminação do conhecimento são essenciais para
melhorar a qualidade de vida dos pacientes e para desenvolver estratégias mais eficazes de diagnóstico e tratamento. Neste contexto, esta revisão pretende fornecer uma visão aprofundada das questões relacionadas aos THNFAs agressivos e destacar a necessidade contínua de inovação e aprimoramento no cuidado desses pacientes.
OBJETIVO
Analisar as abordagens terapêuticas e tratamento dos tumores hipofisários clinicamente não-funcionantes agressivos.
METODOLOGIA
A metodologia selecionada para embasamento deste estudo foi a de revisão integrativa da literatura, de abordagem descritiva, tendo como pergunta norteadora definida: Quais as abordagens terapêuticas e tratamentos dos tumores hipofisários clinicamente não-funcionantes agressivos?
O objetivo da revisão integrativa é coletar e sintetizar o conhecimento científico já produzido sobre o assunto em estudo. Assim, possibilita a busca, avaliação e síntese das evidências disponíveis e contribui para o desenvolvimento do conhecimento sobre o tema em questão (LAKATOS; MARCONI, 2010).
Essa modalidade de pesquisa simplifica a integração de conhecimento ao consolidar conceitos relacionados a um tema específico e aplicar os resultados obtidos, sendo essencial na promoção da prática fundamentada em evidências, pois estabelece um problema, conduz uma análise crítica de estudos pertinentes e identifica potenciais aplicações para os resultados alcançados. Esta metodologia de validação abarca tanto estudos experimentais quanto não experimentais, tornando a investigação mais completa e abrangente (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Esta revisão integrativa foi realizada por meio de buscas de dados através das bases científicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO) sob aplicabilidade dos descritores cadastrados no DeCS: Neoplasias Hipofisárias; Hormônios Adeno-Hipofisários e Hipófise, por meio do operador booleano AND.
No processo de seleção dos estudos, foram estabelecidas diretrizes de inclusão. Estes parâmetros abarcam estudos completos, disponíveis de forma integral, redigidos nos idiomas
português ou espanhol e publicados nos últimos 10 anos. O propósito primordial foi garantir a qualidade e relevância dos materiais selecionados, excluindo-se estudos de revisões, trabalhos duplicados em múltiplas bases de dados e aqueles que não estavam alinhados com o escopo central da investigação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após uma análise e triagem preliminar, os artigos foram submetidos aos critérios de inclusão e exclusão, resultando em uma seleção restrita de 32 estudos. Posteriormente, ao examinar os títulos e resumos, essa quantidade foi reduzida para 14, e após uma análise detalhada, apenas 6 artigos foram escolhidos para compor a amostra final.
Os tumores hipofisários clinicamente não-funcionantes agressivos (THNFAs) representam um desafio significativo no campo da oncologia neuroendócrina devido à sua natureza invasiva e ao risco de complicações graves. A abordagem terapêutica desses tumores envolve uma variedade de modalidades, incluindo cirurgia, radioterapia e terapia farmacológica (Atri, 2019).
A cirurgia é frequentemente considerada o pilar inicial do tratamento para THNFAs agressivas. A remoção completa do tumor, quando viável, pode aliviar a compressão sobre estruturas vizinhas e reduzir os sintomas associados. Em nossa análise, constatamos que a cirurgia transesfenoidal, que envolve a remoção do tumor através do nariz e seio esfenoidal, é o procedimento mais comum (Paz et al., 2022).
No entanto, a eficácia da cirurgia pode ser limitada pela invasão do tumor em estruturas circundantes, como o seio cavernoso e o quiasma óptico. Além disso, a cirurgia pode resultar em complicações, como deficiências hormonais e lesões cranianas. Portanto, a seleção criteriosa dos candidatos à cirurgia e a experiência do cirurgião desempenham um papel crucial no sucesso do tratamento (Castro et al., 2023).
A radioterapia desempenha um papel importante no manejo de THNFAs agressivos, especialmente quando a cirurgia não é uma opção viável ou quando é necessária uma abordagem complementar para o controle tumoral. A radioterapia pode ser administrada como radioterapia convencional, radiocirurgia estereotáxica ou radioterapia fracionada (Zakir, 2017).
Os resultados mostram que a radioterapia, em particular a radiocirurgia estereotáxica, é eficaz na estabilização do tamanho tumoral e na preservação da função visual em pacientes com compressão do quiasma óptico. Além disso, a radioterapia pode ser usada como terapia adjuvante após a cirurgia para reduzir o risco de recorrência (Sickler, 2018). A terapia farmacológica complementa o tratamento de THNFAs. Apesar de não produzirem excesso de hormônios, alguns expressam receptores para hormônios hipofisários, como somatostatina e dopamina. Agonistas desses receptores têm mostrado eficácia na redução do tamanho tumoral em certos pacientes. Além disso, estão em desenvolvimento terapias-alvo e imunoterapias promissoras para THNFAs agressivos, embora ainda em estágio experimental (Santaliestra, 2022).
CONCLUSÃO
Em suma, o manejo dos THNFAs agressivos envolve uma abordagem multidisciplinar, que combina cirurgia, radioterapia e terapia farmacológica, dependendo das características individuais do paciente e do tumor. A escolha da terapia deve levar em consideração a localização do tumor, seu grau de invasão, a presença de sintomas e as condições clínicas do paciente.
É fundamental enfatizar que o tratamento deve ser personalizado para cada paciente, com uma avaliação completa dos riscos e benefícios de cada modalidade terapêutica. Além disso, a pesquisa contínua é necessária para desenvolver terapias mais eficazes e menos invasivas, reduzir as complicações associadas ao tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com THNFAs agressivas.
Nesse sentido, os resultados desta análise destacam a importância da colaboração entre equipes multidisciplinares, que incluem neurocirurgiões, endocrinologistas, radioterapeutas e oncologistas, para garantir o melhor atendimento possível a esses pacientes desafiadores. À medida que avançamos, a pesquisa translacional e clínica continuará a desempenhar um papel crucial na identificação de novas estratégias terapêuticas e na melhoria dos resultados clínicos para aqueles que enfrentam os THNFAs agressivos.
REFERÊNCIAS
ATRI, Moisés Mercado. Tumores hipofisarios. Revista de Endocrinología y Nutrición, v. 13, n. s1, p. 54-55, 2019.
CASTRO, Marta et al. Resumen ejecutivo del documento de consenso de expertos de la Sociedad Española de Neurocirugía y de la Sociedad Española de Endocrinología y Nutrición sobre: recomendaciones clínicas en el manejo perioperatorio de los tumores hipofisarios. Endocrinología, Diabetes y Nutrición, 2023.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da metodologia científica. In: Fundamentos da metodologia científica. 2010. p. 320-320.
PAZ, João Victor Carvalho et al.Apoplexia de tumor hipofisário: uma revisão de literatura. E-Acadêmica, v. 3, n. 2, p. e4832203-e4832203, 2022.
SANTALIESTRA, M. José Carrera. Tumores hipofisarios. FMC-Formación Médica Continuada en Atención Primaria, v. 29, n. 1, p. 45-51, 2022.
SICKLER, Thaís de Paula. Análise da expressão da filamina A nos tumores hipofisários e suas implicações clínicas e terapêuticas. Universidade de São Paulo, 2018.
SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), v. 8, p. 102-106, 2010.
ZAKIR, Juliano Coelho de Oliveira. Estudo observacional e retrospectivo de macroadenomas hipofisários agressivos e sua relação com a imunoreatividade tissular para marcadores de proliferação celular. Revista de Endocrinología, 2017.
1 Medicina pela Universidade de Gurupi (UNIRG) Gurupi, Tocantins E-mail: rafaelhsilva@unirg.edu.br ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2618-8067
2 Fisioterapia pela Universidade Potiguar, Natal, Rio Grande do Norte E-mail: nunes_marilia_@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0004-1096-6674
3 Medicina pelo Centro Universitário Alfredo Nasser – UNIFAN, Goiânia, GO E-mail: eduardaadiias@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0002-2102-2455
4 Médico pela UNIVAG, Várzea Grande, Mato Grosso E-mail: joaovictor.oalvarenga@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7704-5862
5 Medicina pela Universidade de Cuiabá- UNIC, Cuiabá, MT E-mail: anabodaneseterra@gmail.comhttps://orcid.org/0009-0006-8580-1481
6 Medicina pela Universidade de Gurupi (UNIRG) Gurupi, Tocantins E-mail: gustavomarosa@unirg.edu.br ORCID: https://orcid.org/0009-0006-3876-8287
7 Medicina pelo Centro Universitário de Mineiros, UNIFIMES, GO E-mail: thaliadossantos@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1816-0999
8 Medicina pela Faculdade Morgana Potrich – FAMP, Mineiros, GO E-mail: jessicapiresl@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0007-4333-2290
9 Medicina pelo Centro Universitário de Mineiros, UNIFIMES, GO E-mail: pedrolucasfranco97@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0008-1136-3268
10 Medicina pelo Centro Universitário de Mineiros, UNIFIMES, GO E-mail: Leonardosassis97@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0009-9106-1100
11 Medicina pela UniCeuma, São Luís, Maranhão E-mail: Gabigaspars@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9288-2084
12 Médico pela UDABOL – Universidade de Aquino Bolívia; Revalidação de Diploma pela Universidade Federal Do Mato Grosso – UFMT. E-mail: thaynanbandeira@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0004-2192-3952
13 Médica pela Universidade de Gurupi (UNIRG) Gurupi, Tocantins E-mail: brendamendes853@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0008-7134-2776
14 Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)E-mail: winiciusdecarvalho@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3118-5696
15 Bacharelado em Enfermagem, Uni Novafapi Teresina, PI E-mail: edilanehl@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4696-963X
16 Mestra em Promoção da Saúde, Desenvolvimento Humano e Sociedade, Universidade Luterana do Brasil E-mail: martha.waltermann@ulbra.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1780-888