REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8048423
Raphael Lucci Aureo Simões
Igor Costa Santos*
Gabriel Lucci Áureo Simões
Tainá Rodrigues Toqueton
Resumo: O envelhecimento da população está associado ao aumento das multimorbidades em pacientes geriátricos, que enfrentam o desafio de lidar com múltiplas condições médicas crônicas simultaneamente. O manejo adequado das multimorbidades nessa população requer uma abordagem holística, considerando as interações entre as diferentes doenças e a complexidade dos cuidados de saúde. Objetivo:O objetivo desta revisão de literatura é analisar e sintetizar as evidências disponíveis sobre o manejo das multimorbidades em pacientes geriátricos, com foco na identificação dos principais desafios e nas estratégias eficazes para otimizar o cuidado desses pacientes. Metodologia: Foi realizada uma busca sistemática na base de dados da PubMed, utilizando os termos “multimorbidades”, “pacientes geriátricos” e “manejo”. Os critérios de inclusão foram: estudos publicados nos últimos 10 anos, envolvendo pacientes geriátricos com múltiplas condições médicas crônicas, que abordam o manejo das multimorbidades e suas implicações clínicas. Foram excluídos estudos que não atendiam aos critérios de inclusão, revisões narrativas e estudos com amostras não representativas. Resultados: A busca inicial resultou em um total de 75 artigos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 20 estudos para análise. Os resultados indicaram que o manejo das multimorbidades em pacientes geriátricos requer uma abordagem individualizada, levando em consideração as características clínicas, preferências do paciente e objetivos de tratamento. Estratégias como a coordenação dos cuidados, a comunicação efetiva entre os profissionais de saúde e a integração dos cuidados de saúde primários e especializados têm se mostrado eficazes na melhoria da qualidade de vida e na redução de complicações em pacientes com multimorbidades. Além disso, a identificação e o gerenciamento adequado de fatores de risco modificáveis, como estilo de vida, polifarmácia e eventos adversos relacionados a medicamentos, são fundamentais para otimizar o manejo das multimorbidades em pacientes geriátricos. A abordagem centrada no paciente, considerando seus valores e preferências, juntamente com a participação ativa do paciente e de seus cuidadores no processo de tomada de decisão, são elementos essenciais para o sucesso do manejo das multimorbidades. Conclusão: O manejo das multimorbidades em pacientes geriátricos representa um desafio complexo, exigindo uma abordagem abrangente e individualizada. A coordenação dos cuidados, a comunicação efetiva entre os profissionais de saúde e a integração dos serviços de saúde são elementos essenciais para otimizar o cuidado desses pacientes. A identificação e o gerenciamento adequado de fatores de risco modificáveis também desempenham um papel importante. É fundamental adotar uma abordagem centrada no paciente, envolvendo ativamente os pacientes e seus cuidadores no processo de tomada
Introdução:
O envelhecimento populacional é uma realidade em todo o mundo, impulsionado pelo aumento da expectativa de vida. Com o envelhecimento, é comum a ocorrência de múltiplas condições médicas crônicas em pacientes geriátricos, caracterizando o fenômeno conhecido como multimorbidades. Essa complexidade de saúde apresenta desafios significativos para o manejo clínico e demanda uma abordagem holística e integrada. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é revisar a literatura científica e discutir estratégias e considerações importantes para o manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos.
A presença de múltiplas doenças crônicas em um único paciente pode afetar a qualidade de vida, a funcionalidade e a independência dos idosos. Além disso, as multimorbidades estão frequentemente associadas a um maior risco de complicações, hospitalizações e uso excessivo de recursos de saúde. Portanto, é essencial que os profissionais de saúde estejam preparados para enfrentar os desafios inerentes ao cuidado de pacientes geriátricos com multimorbidades.
O manejo de multimorbidades requer uma abordagem abrangente que considere as necessidades e preferências individuais dos pacientes, levando em conta não apenas as condições médicas, mas também fatores psicossociais, funcionais e cognitivos. A avaliação geriátrica abrangente, que envolve a identificação e o monitoramento das condições clínicas, a revisão da medicação, a avaliação do estado funcional e cognitivo, e a avaliação do suporte social, é um componente fundamental para um manejo eficaz.
Além disso, o envolvimento de uma equipe multidisciplinar de saúde é essencial para garantir uma abordagem integrada e coordenada. Essa equipe pode incluir médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, assistentes sociais e outros profissionais de saúde, trabalhando em conjunto para fornecer cuidados abrangentes e individualizados. A coordenação efetiva entre os membros da equipe, bem como a comunicação clara e contínua, são cruciais para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
Ao considerar o manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos, é importante destacar a importância da prevenção e promoção da saúde. Ações voltadas para a promoção de um estilo de vida saudável, a prevenção de complicações e a gestão adequada das condições crônicas são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e reduzir a morbimortalidade nessa população.
Nesta revisão de literatura, serão apresentados os principais desafios e estratégias para o manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos, baseados em evidências científicas disponíveis. A análise e síntese dessas informações podem contribuir para aprimorar a prática clínica, direcionar políticas de saúde e promover a melhoria do cuidado prestado a essa população em constante crescimento
Objetivos: Revisar a literatura científica sobre o manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos. Identificar os principais desafios e estratégias no cuidado de pacientes geriátricos com múltiplas condições médicas. Discutir as evidências atuais relacionadas ao manejo integrado e multidisciplinar de multimorbidades em pacientes geriátricos.
Metodologia: A metodologia utilizada nesta revisão de literatura seguiu as diretrizes do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). O processo de seleção dos estudos foi realizado em etapas distintas, incluindo a identificação, triagem, seleção e avaliação dos artigos relevantes para o tema de interesse. Utilizou-se os descritores: ‘’Multimorbidity’’, ‘’Geriatric patients’’, ‘’Management’’, ‘’Chronic diseases’’ e ‘’Integrated care’’.
Critérios de Inclusão: Estudos publicados em periódicos científicos entre os anos de 2010 e 2023, estudos que abordam o manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos, estudos escritos em língua inglesa, estudos que fornecem informações relevantes sobre estratégias de manejo, desafios e considerações específicas relacionadas às multimorbidades em pacientes geriátricos. Critérios de Exclusão: estudos que não se concentram no manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos, estudos que são baseados em amostras não representativas da população geriátrica, estudos que não fornecem informações relevantes para a revisão e estudos com qualidade metodológica insuficiente ou viés significativo.
Resultados/Discussões:
A seleção de artigos restringiu-se a 20 artigos. Os artigos selecionados abordaram uma ampla gama de tópicos relacionados ao manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos, fornecendo informações valiosas sobre estratégias, desafios e considerações específicas. A partir da análise dos estudos, emergiram resultados relevantes e discussões significativas.
Os resultados indicaram que a multimorbidade é prevalente em pacientes geriátricos, com a presença de duas ou mais doenças crônicas em um mesmo indivíduo. Isso apresenta desafios complexos no manejo clínico, pois as interações entre as diferentes doenças podem influenciar a eficácia do tratamento e o prognóstico dos pacientes.
Em relação às estratégias de manejo, os estudos destacaram a importância da abordagem multidisciplinar, envolvendo equipes de saúde com diferentes especialidades, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e farmacêuticos. Essa abordagem colaborativa permite uma avaliação holística do paciente, considerando não apenas as doenças específicas, mas também fatores como a capacidade funcional, a polifarmácia e as preferências individuais.
Discussões sobre a implementação de cuidados integrados e centrados no paciente também foram enfatizadas nos estudos selecionados. Essa abordagem busca promover a coordenação efetiva entre os profissionais de saúde, compartilhando informações e estabelecendo metas de tratamento individualizadas. Além disso, estratégias de autocuidado e educação do paciente foram consideradas fundamentais para melhorar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida.
Embora haja uma variedade de estudos abordando o manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos, é importante destacar algumas limitações encontradas nesta revisão. Observou-se uma heterogeneidade significativa nos estudos, tanto em termos de população estudada quanto de desenhos de pesquisa utilizados. Isso pode dificultar a comparação direta dos resultados e a generalização dos achados.
Classificar as multimorbidades em pacientes geriátricos pode ser um desafio devido à variedade de doenças crônicas que podem coexistir. Alguns exemplos de doenças frequentemente encontradas em pacientes geriátricos com multimorbidades incluem hipertensão arterial, diabetes mellitus, doença cardiovascular, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), osteoartrite, doença renal crônica, demência, depressão e câncer. Ademais, deve-se destacar que as multimorbidades em pacientes geriátricos podem envolver uma ampla gama de condições médicas, como doenças neurodegenerativas (como doença de Alzheimer e doença de Parkinson), doenças respiratórias crônicas (como asma e doença pulmonar restritiva), distúrbios do sono, distúrbios do humor (como ansiedade e transtorno depressivo), osteoporose e doenças gastrointestinais, entre outras.
O tratamento das doenças crônicas em pacientes geriátricos com multimorbidades requer uma abordagem personalizada e adaptada às necessidades individuais de cada paciente. Geralmente, envolve uma combinação de intervenções farmacológicas e não farmacológicas.
No que diz respeito ao tratamento farmacológico, é essencial considerar as interações medicamentosas, as possíveis toxicidades e a farmacocinética alterada em idosos. Os medicamentos comumente prescritos incluem anti-hipertensivos (como inibidores da enzima conversora de angiotensina e bloqueadores dos receptores de angiotensina II), agentes hipoglicemiantes (como metformina e insulina), estatinas para controle do colesterol, broncodilatadores para DPOC, analgésicos (como paracetamol ou opioides fracos) para o controle da dor, entre outros.
As doses terapêuticas variam para cada medicamento e devem ser individualizadas levando em consideração a idade, a função renal, as comorbidades e outros fatores clínicos relevantes. É fundamental monitorar regularmente a eficácia do tratamento, ajustando as doses conforme necessário e evitando a polifarmácia excessiva.
Os idosos com multimorbidades estão mais propensos a complicações devido à fragilidade e à redução da reserva fisiológica. Além das complicações relacionadas às doenças específicas, algumas das principais complicações que podem surgir nos idosos incluem delirium, quedas, desnutrição, disfunção cognitiva, polifarmácia, eventos cardiovasculares adversos e efeitos colaterais dos medicamentos. O risco de efeitos adversos também pode ser aumentado devido à presença de doenças renais ou hepáticas, que podem afetar a metabolização e a excreção dos medicamentos.
Portanto, o tratamento das doenças crônicas em pacientes geriátricos com multimorbidades requer uma abordagem cuidadosa, considerando a individualidade de cada paciente, o gerenciamento de interações medicamentosas e as precauções para evitar complicações. É importante envolver uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, farmacêuticos, fisioterapeutas e nutricionistas, para fornecer um cuidado abrangente e garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes idosos com multimorbidades.
O tratamento das multimorbidades em idosos requer uma abordagem abrangente e integrada. É essencial considerar a complexidade das condições médicas, bem como as particularidades e necessidades individuais de cada paciente. Uma abordagem individualizada leva em conta fatores como a gravidade das doenças, as preferências do paciente, a qualidade de vida, a expectativa de vida e as limitações funcionais.
Além dos medicamentos mencionados anteriormente, outras modalidades de tratamento podem ser empregadas, incluindo terapia física e ocupacional, terapia de fala e linguagem, terapia cognitivo-comportamental, cuidados paliativos e suporte psicossocial. Essas abordagens não farmacológicas desempenham um papel importante no gerenciamento das multimorbidades, promovendo a funcionalidade, a independência e a qualidade de vida dos pacientes idosos.
No entanto, é crucial reconhecer que o tratamento das multimorbidades em idosos pode ser complexo, pois existem desafios específicos associados à idade avançada. Idosos frequentemente apresentam maior fragilidade, diminuição da reserva funcional e maior risco de efeitos adversos relacionados ao tratamento. Portanto, é importante adotar uma abordagem individualizada, ajustando cuidadosamente as doses e monitorando regularmente a resposta ao tratamento, a fim de minimizar os riscos e maximizar os benefícios.
É importante ressaltar que a prevenção desempenha um papel fundamental na gestão das multimorbidades em idosos. Isso inclui medidas como a promoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios físicos regulares, controle de peso, cessação do tabagismo e moderação no consumo de álcool. Além disso, a detecção precoce e o gerenciamento adequado das condições médicas são essenciais para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
No caso do diabetes mellitus, a terapia pode envolver a administração de agentes hipoglicemiantes, como metformina, sulfonilureias e insulina, com o objetivo de manter os níveis de glicose no sangue sob controle. Para o manejo da osteoartrite, podem ser prescritos analgésicos não esteroides (AINEs) e fisioterapia para aliviar a dor e melhorar a função articular.
É importante ressaltar que o tratamento das multimorbidades em idosos requer precauções adicionais devido às características fisiológicas e farmacocinéticas desses pacientes. A farmacocinética alterada, a diminuição da reserva funcional de órgãos e a maior susceptibilidade a eventos adversos devem ser consideradas ao escolher as terapias e determinar as doses terapêuticas.
Além das intervenções farmacológicas, o tratamento das multimorbidades em pacientes geriátricos também inclui abordagens não farmacológicas, como a adoção de um estilo de vida saudável, que envolve uma dieta equilibrada, atividade física regular e controle do estresse. A participação de uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas é fundamental para um tratamento eficaz e abrangente.
No entanto, é importante destacar que o manejo das multimorbidades em idosos é desafiador devido às possíveis interações medicamentosas, às limitações físicas e cognitivas dos pacientes e à necessidade de priorizar os tratamentos de acordo com as condições mais graves e prioritárias. Portanto, a avaliação cuidadosa de riscos e benefícios, a individualização do tratamento e a monitorização regular são cruciais para evitar complicações e otimizar os resultados clínicos em pacientes idosos com multimorbidades.
No tratamento das doenças demenciais, como a doença de Alzheimer, a abordagem terapêutica visa retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Medicamentos como inibidores da colinesterase, como donepezil, rivastigmina e galantamina, podem ser prescritos para ajudar a estabilizar os níveis de neurotransmissores e melhorar a função cognitiva.
Além disso, em casos específicos de demência vascular, o controle adequado dos fatores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial e diabetes, é fundamental para reduzir a progressão da doença. Uma abordagem multidisciplinar que envolva psicoterapia, estimulação cognitiva e suporte social também é recomendada para auxiliar no manejo dos sintomas e no suporte emocional do paciente e dos cuidadores.
No caso dos distúrbios de movimento, como a doença de Parkinson, o tratamento visa controlar os sintomas motores, como tremores, rigidez muscular e bradicinesia. A terapia farmacológica inclui a administração de levodopa, que é convertida em dopamina no cérebro, além de outros medicamentos como agonistas da dopamina, inibidores da monoaminoxidase (IMAO) e inibidores da catecol-O-metiltransferase (COMT).
Em relação às complicações renais na geriatria, é importante adotar medidas de prevenção e controle da doença renal crônica (DRC), como o controle da pressão arterial e do diabetes, bem como a promoção de uma dieta saudável e o uso adequado de medicamentos. Caso a DRC esteja avançada e seja necessária terapia de substituição renal, opções como diálise e transplante renal podem ser consideradas, levando em conta a condição clínica global do paciente.
É fundamental ressaltar que o tratamento das doenças demenciais, distúrbios de movimento e complicações renais na geriatria requer uma abordagem individualizada, considerando as características e necessidades específicas de cada paciente. O acompanhamento regular por profissionais de saúde, incluindo geriatras, neurologistas, nefrologistas e equipe multiprofissional, é essencial para um manejo adequado e oportuno dessas condições.
Conclusão:
Em conclusão, esta revisão sistemática de literatura sobre o manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos revelou a complexidade e desafios associados ao cuidado de idosos com múltiplas condições de saúde. Os resultados obtidos destacam a importância de uma abordagem multidisciplinar e individualizada no manejo dessas multimorbidades.
No que diz respeito à classificação das multimorbidades, foi observado que a presença de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, doenças renais, doenças demenciais e distúrbios de movimento, é comum em pacientes geriátricos. Essas doenças podem se sobrepor e interagir, levando a uma maior complexidade no tratamento e na tomada de decisões clínicas.
O tratamento das multimorbidades requer uma abordagem integrada, considerando não apenas a gestão individual de cada condição, mas também o impacto das interações medicamentosas, a adesão aos tratamentos e a qualidade de vida do paciente. Além disso, é fundamental considerar as peculiaridades do envelhecimento, como alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas, fragilidade e comorbidades, ao selecionar opções terapêuticas.
Neste contexto, a utilização de terapias combinadas, ajuste de doses e revisão frequente da farmacoterapia são aspectos essenciais para otimizar o manejo das multimorbidades em pacientes geriátricos. Além disso, a implementação de intervenções não farmacológicas, como mudanças no estilo de vida, terapia ocupacional, fisioterapia e suporte psicossocial, pode contribuir para melhorar os resultados de saúde e a qualidade de vida desses pacientes.
No entanto, é importante ressaltar que a pesquisa nessa área ainda está em evolução e existem lacunas de conhecimento a serem abordadas. São necessários mais estudos clínicos e epidemiológicos para avaliar a eficácia e a segurança de diferentes estratégias de tratamento, bem como o impacto econômico e os desfechos a longo prazo.
Em suma, o manejo de multimorbidades em pacientes geriátricos exige uma abordagem integrada, individualizada e baseada em evidências. A atenção centrada no paciente, a colaboração entre profissionais de saúde e a adoção de estratégias de cuidado interdisciplinar são fundamentais para enfrentar os desafios complexos associados às múltiplas condições de saúde em idosos.
No que diz respeito às complicações cardiovasculares, os idosos são mais propensos a desenvolver doenças cardíacas, como hipertensão arterial, doença coronariana, insuficiência cardíaca e arritmias. O tratamento adequado envolve uma combinação de medidas farmacológicas, como o uso de anti-hipertensivos, estatinas e anticoagulantes, juntamente com intervenções não farmacológicas, como modificações no estilo de vida, dieta saudável, exercícios físicos e controle do estresse. Além disso, é essencial monitorar regularmente a função cardíaca e ajustar os medicamentos conforme necessário.
No contexto das complicações endocrinológicas, os distúrbios hormonais, como diabetes mellitus e disfunções da tireoide, são prevalentes em idosos. O tratamento adequado dessas condições envolve o uso de medicamentos hipoglicemiantes, insulina e hormônios tireoidianos, juntamente com medidas não farmacológicas, como dieta balanceada e atividade física regular. É fundamental monitorar de perto os níveis de glicose no sangue, a função tireoidiana e ajustar as doses dos medicamentos conforme necessário.
As complicações demenciais, como a doença de Alzheimer e outras formas de demência, têm um impacto significativo na qualidade de vida dos idosos e exigem um manejo abrangente. O tratamento inclui a utilização de medicamentos específicos para retardar a progressão da doença, bem como intervenções não farmacológicas, como estimulação cognitiva, terapia ocupacional e suporte psicossocial. É crucial que os cuidadores e profissionais de saúde tenham um entendimento profundo dessas condições para fornecer um cuidado adequado e adaptado às necessidades individuais dos pacientes.
No que diz respeito às complicações renais, os idosos estão mais suscetíveis a doenças renais crônicas e insuficiência renal. O manejo adequado envolve o controle da pressão arterial, restrição dietética de sódio e proteínas, ajuste de medicações e, em casos graves, diálise ou transplante renal. É importante monitorar regularmente a função renal por meio de exames laboratoriais e ajustar as intervenções terapêuticas conforme necessário.
Em suma, as complicações cardiovasculares, endocrinológicas, demenciais e renais são comuns em pacientes geriátricos e requerem uma abordagem individualizada e multidisciplinar. O manejo adequado envolve uma combinação de intervenções farmacológicas, medidas não farmacológicas, monitoramento regular e ajustes terapêuticos. É fundamental que os profissionais de saúde estejam atualizados sobre as melhores práticas e orientações clínicas para fornecer cuidados de qualidade aos idosos com multimorbidades.
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