LINFOTAPING EM ONCOLOGIA E DERMATOFUNCIONAL

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Dra. Mirella Dias (SC)

Fisioterapeuta; Especialista em Fisioterapia em Oncologia – Associação Brasileira de Fisioterapia em Oncologia (ABFO); Mestre em Saúde Pública e Doutora em Ciências Médicas – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); Docente em Pós-Graduações (Fisioterapia em Oncologia) – Centro Universitário Redentor (UniREDENTOR) e IAPES. PALESTRANTE CONFIRMADA

Contextualização: O Linfotaping® é uma técnica que utiliza as bandagens elásticas para tratamento das disfunções linfáticas, cicatrizes e fibroses. Trata-se de um recurso utilizado na fisioterapia instituído na década de 70, pelo Dr. Kenzo Kase. Apesar do uso da técnica ser recente na área da Oncologia e Dermatofuncional, estudos têm sido conduzidos objetivando a busca de maiores evidências para sua utilização, e para tal, o conhecimento profundo do funcionamento do sistema linfático é imprescindível para a aplicação da técnica com segurança.

Desenvolvimento: O Linfotaping® vem sendo amplamente utilizado na área da Fisioterapia em Oncologia e Dermatofuncional. Trata-se de uma das formas de aplicação das bandagens elásticas no tratamento de disfunções de origem circulatórias, linfáticas e cicatriciais. Com a aplicação da bandagem são criadas zonas de baixa pressão afastando a pele do tecido subjacente. Esta elevação da pele movimenta e traciona os vasos linfáticos iniciais, que se abrem,
permitindo assim a entrada de substâncias congestionadas no interstício, como proteínas de grande peso molecular.

A forma de colocação do Linfotaping® faz com o que a linfa se movimente e possa ser absorvida em regiões linfáticas saudáveis. Suas indicações incluem edemas, linfedemas, seromas, fibroses, cicatrizes recentes e tardias. A bandagem possui espessura e elasticidade semelhantes às da pele humana, permite a transpiração e não costuma causar reações alérgicas, no entanto tecidos frágeis, tumores, infecções, presença excessiva de pêlos, vigência de radioterapia e alterações de sensibilidade são algumas contraindicações.

As bandagens podem ser utilizadas ainda na forma compressiva, onde a compressão evita a formação de um espaço morto (em um pós-operatório, por exemplo), reorganizando as fibras de colágeno e evitando a formação de fibroses. A prática baseada em evidências é peça central da fisioterapia contemporânea, e é necessária para que os pacientes recebam tratamentos eficazes. Disfunções linfáticas, circulatórias e cicatriciais são problemas comuns, com implicações importantes, e devem-se buscar tratamentos efetivos, de fácil aplicação, e neste contexto, o Linfotaping® apresenta-se como um recurso viável e sua resposta clínica, associada aos tratamentos com padrão ouro já definidos, parece ser positiva na resolução destas disfunções.

Considerações finais: É demonstrado na prática clínica que o Linfotaping® traz resultados importantes nas disfunções circulatórias, linfáticas e em processos cicatriciais. Este recurso, principalmente quando associado às terapias já utilizadas, promove melhora quanto ao tempo de permanência dos resultados positivos, traz conforto e observa-se uma boa adesão do paciente ao uso da técnica. Porém ainda não há quantificações precisas, e estudos melhores delineados e com maior qualidade metodológica são necessários para que se possa ter maior grau de evidências no uso deste recurso.

Leitura complementar:
Lemos TV, Santos GP, Dias Mirella. Linfotaping®. In: Thiago Vilela Lemos; Gustavo Portella Santos. (Org.). Raciocínio Clínico em Bandagens Terapêuticas. 1ed. São Paulo: Andreoli, 2017, v. 1, p. 1-480.

Martins J de C, Aguiar SS, Fabro EA, Costa RM, Lemos TV, de Sá VG, de Abreu RM, Andrade MF, Thuler LC, Bergmann A. Safety and tolerability of Kinesio Taping in patients with arm lymphedema: medical device clinical study. Support Care Cancer. 2016 Mar;24(3):1119-24. doi: 10.1007/s00520-015-2874-7.

Tsai HJ, Hung HC, Yang JL, Huang CS, Tsauo JY. Could Kinesio tape replace the bandage in decongestive lymphatic therapy for breast-cancer-related lymphedema? A pilot study. Support Care Cancer. 2009;17(11):1353‐1360. doi:10.1007/s00520-009-0592-8

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