LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS E ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL NO TOCANTINS, DE 2015 A 2022

EPIDEMIOLOGICAL SURVEY OF PEOPLE LIVING WITH HIV/AIDS AND ADHERENCE TO ANTIRETROVIRAL THERAPY IN TOCANTINS, FROM 2015 TO 2022

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10042407


Marcelo Paulino Galhardo1
Bruna Mendes Coelho2
Marcelo Jorge de Castro Lima3
Diego de Abreu Noleto4


Resumo

Objetivo: Em função da relevância histórica e epidemiológica da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), esse artigo teve como finalidade comparar o total de casos de pessoas vivendo com HIV/AIDS em relação à cobertura da terapia antirretroviral no estado do Tocantins de 2015 a 2022. Método: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo com dados coletados no Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) e no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis analisadas foram faixa etária, sexo e adesão à TARV no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2022. Resultados: O estudo identificou 3.706 pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) a partir de 2 anos de vida em 2022, sendo 2.413 (65,1%) do sexo masculino e 1.284 (34,9%) do feminino. A maior prevalência do vírus ocorre em homens de 30 a 49 anos (51,2%), seguido da faixa etária maior que 50 anos (22,5%). No que tange à TARV, os dados demonstram baixa adesão de tratamento na faixa de 12 a 17 anos, entre 57,14 a 77,27% no período estudado. Já os grupos com maior aderência à TARV são os de 50 anos ou mais com 82,84 a 90,05%. Conclusões: A infecção pelo HIV/AIDS continua sendo um dos principais desafios de saúde pública no Tocantins e a adesão ao tratamento ainda não é satisfatória nas faixas etárias mais baixas. Portanto, necessita-se de maior assistência no âmbito da atenção primária aos PVHA para garantir melhor cobertura da TARV para essa população.

Palavras-chave: HIV. AIDS. Terapia Antirretroviral.

Abstract

Objective: Due to the historical and epidemiological relevance of Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS), this article aimed to compare the total number of cases of people living with HIV/AIDS in relation to antiretroviral therapy coverage in the state of Tocantins from 2015 to 2022. Method: This is a cross-sectional, retrospective and descriptive study with data collected at the Department of Chronic Conditions and Sexually Transmitted Infections (DCCI) and the Department of Informatics of the SUS (DATASUS). The variables analyzed were age group, gender and adherence to TARV from January 2015 to December 2022. Results: The study identified 3,706 people living with HIV/AIDS (PVHA) over 2 years of age in 2022, of which 2,413 (65.1%) were male and 1,284 (34.9%) were female. The highest prevalence of the virus occurs in men aged 30 to 49 years (51.2%), followed by the age group over 50 years (22.5%). Regarding TARV, the data demonstrates low treatment adherence in the age range of 12 to 17 years old, between 57.14 and 77.27% in the period studied. The groups with the highest adherence to TARV are those aged 50 or over with 82.84 to 90.05%. Conclusion: HIV/AIDS infection continues to be one of the main public health challenges in Tocantins and adherence to treatment is still not satisfactory in the youngest age groups. Therefore, greater assistance is needed within the scope of primary care for PVHA in order to guarantee better treatment coverage for this population.

Keywords: HIV. AIDS. Antiretroviral Therapy.

1 INTRODUÇÃO

O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), é um vírus intracelular obrigatório, isto é, necessita dos mecanismos celulares para sua replicação. Os linfócitos T (T CD4 +), são glóbulos brancos que possuem papel essencial no sistema imunológico e são as principais células afetadas. A infecção e morte dos CD4 + é a causa da imunodeficiência em pessoas soropositivas. Esta condição denominada Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), tornou-se um problema de saúde de proporção global desde os primeiros casos de infecção, devido a morbimortalidade e a rápida disseminação em diversos países. (AGUIAR et al., 2022 apud TRINDADE et al., 2019; LEVINSON, 2010). 

Embora a principal forma de transmissão do vírus seja por exposição sexual, a transmissão sanguínea, por transfusão ou uso de perfurocortantes contaminados, assim como e transmissão vertical, também contribuem com os altos índices de incidência da infecção. (MATOS et al., 2023). No Brasil, os primeiros casos de HIV/AIDS foram diagnosticados em 1980 em São Paulo, e nos anos seguintes, o número de novos casos cresceu de forma preocupante, chegando a 371.827 em 2005, com uma taxa de mortalidade de 46,2%, resultado das condições sociais desfavoráveis e ineficácia da prevenção e promoção em saúde.  (AGUIAR et al., 2022 apud GODOY et al., 2008; PIERI; LAURENTI, 2012).

Segundo dados do Ministério da Saúde (2021), 381.793 novos casos foram notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), de 2007 a 2021, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Apesar do estigma social ainda existir, contribuindo para a dificuldade no diagnóstico e tratamento da AIDS, nos últimos anos o conhecimento científico e investimento no rastreio para diagnóstico precoce, a disponibilização de Profilaxia Pré e Pós-exposição (PrEP; PEP), o acompanhamento da pessoa HIV positivo e as terapias antirretrovirais (TARV) para supressão da carga viral, associados às ações de conscientização sobre a prevenção em saúde contribuíram com a queda significativa no número de óbitos no Brasil. De acordo com o MS, a taxa de mortalidade caiu 29,9% entre os anos de 2010 e 2020, passando de 5,7 para 4,0 mortes por 100 mil habitantes em todo o país.

A TARV é composta por drogas de três classes diferentes: os inibidores da protease e os inibidores da transcriptase reversa, os nucleosídeos e os não-nucleosídeos, ambos impedem a replicação viral intracelular. (SOUZA; STORPIRTIS, 2004). No Brasil, começou a ser disponibilizada em 1991 pelo governo, sendo que nos anos seguintes o número de pacientes atendidos pelo sistema de saúde em uso das medicações aumentou progressivamente. Em 1998 mais de 10 diferentes drogas antivirais estavam disponíveis para soropositivos, incluindo para gestantes, objetivando reduzir a transmissão vertical. Nesse mesmo ano o país apresentava 60.000 pacientes em tratamento. Também foram disponibilizados fármacos para as infecções oportunistas mais comuns em pacientes imunossuprimidos. Em 1997 diversos laboratórios foram capacitados para a contagem de T CD4 + e carga viral, para início do tratamento em pacientes assintomáticos e avaliação da eficácia da TARV (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999).

O esquema terapêutico com combinação de drogas mostrou maior eficácia na supressão viral e evita a seleção de cepas resistentes, porém aumentam os efeitos adversos e toxicidade. Esses fatores associados à necessidade de muitos comprimidos em diferentes horas do dia reduzem a adesão desses pacientes ao tratamento (SOUZA; STORPIRTIS, 2004).

O número escasso de estudos no Estado do Tocantins dificulta a elucidação dos fatores de risco para a exposição ao HIV, da adesão ao tratamento e dos fatores que influenciam a taxa de mortalidade. Por conseguinte, faz-se necessário a exploração do tema e estudos a respeito do perfil epidemiológico de pessoas que vivem com o HIV no Tocantins e o acesso da população às terapias antirretrovirais. Esse estudo tem como objetivo definir as características epidemiológicas dos casos de AIDS e a adesão à TARV no estado do Tocantins no período de 2015 a 2022. 

2 METODOLOGIA 

Este artigo apresenta uma investigação epidemiológica retrospectiva e transversal, de abordagem descritiva, sobre a população vivendo com o HIV (PVHA) e uso da terapia antirretroviral (TARV) no estado do Tocantins. Os critérios de inclusão adotados foram o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2022, sexo masculino e feminino, faixa etária, o total de casos de PVHA detectados no estado do Tocantins e o total de usuários da TARV no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2022. Critérios de exclusão não foram adotados. As informações foram obtidas de plataformas governamentais eletrônicas de domínio público e livre acesso, incluindo o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Tabelas foram criadas com os resultados da pesquisa, por meio da ferramenta Excel, para facilitar a análise dos dados gerados no estudo.

3 RESULTADOS

A partir da coleta de dados, identificou-se um total de 3.706 pessoas vivendo com HIV e AIDS (PVHA) a partir de 2 anos de vida no ano de 2022. Não foram registrados casos em crianças abaixo dessa idade. Das ocorrências incluídas, 2.413 (65,1%) são pessoas do sexo masculino e 1.284 (34,9%) do sexo feminino. É possível extrair também que a razão de PVHA entre homens e mulheres elevou-se ao longo do tempo, conforme a Figura 01.   Os dados detalhados, de acordo com cada ano e características estudadas, estão demonstrados na Tabela 1.

Segundo a mesma fonte de dados, para o cenário nacional no mesmo período, essa razão seguiu a mesma tendência, porém variando de 1,60 a 2,00.

Para todos os anos, é possível verificar a maior prevalência do vírus em indivíduos do sexo masculino e na faixa etária de 30 a 49 anos (51,2%). O segundo maior grupo é o de pessoas a partir de 50 anos (22,5%), seguido do intervalo de 25 a 29 anos (13,9%) e de 18 a 24 anos (8,6%), respectivamente.

A partir dos dados da Tabela 01, é possível extrair a proporção dos casos em crianças e adolescentes abaixo de 18 anos em relação ao total de registros, no qual observou-se uma curva decrescente no período estudado, conforme ilustrado na Figura 02. 

Em 2015 essa faixa etária ocupava 3,82% dos casos relatados no Tocantins, em contraste com 2022, no qual representava somente 1,33% dessa população.

Com base também na Tabela 01, extraiu-se o número de novos casos para cada ano, conforme demonstrado no gráfico da Figura 03:

Apesar da queda significativa de novos casos em 2016, com 196 registros, nota-se a ascensão de diagnósticos até 2018, com 332, seguida de queda abrupta nos anos de 2019 e 2020, quando atingiu a menor incidência com 132 casos. Já em 2021, os dados alcançaram o maior patamar do período estudado, com 342 novos casos. Em 2022 foram registrados mais 198 PVHA.

Com relação à adesão da TARV, a Tabela 02 detalha o número de PVHA que estão em tratamento entre os anos de 2015 a 2022. As informações foram separadas por sexo e faixa etária:

Os dados demonstram uma baixa adesão de tratamento na faixa de 12 a 17 anos, que varia entre 57,14 a 77,27%, com média de 65,35% no período estudado. Já os grupos com maior aderência à TARV são os de 50 anos ou mais (82,84 a 90,05%, média de 85,70%), seguido da faixa 30 a 49 anos (82,73 a 87%, média de 84,75%). Nos indivíduos mais jovens, entre 2 e 11 anos, houve grande variação da adesão ao tratamento, variando de 11,11% a 100% ao longo do intervalo analisado.

A Figura 04 demonstra a proporção global de adesão TARV para todos os anos:

Conforme a Figura 04, quando consideradas todas as faixas etárias, houve um crescimento da adesão ao tratamento, variando de 76,7% em 2015 a 83,8% em 2022, e com registro máximo em 2020, com 84,8%. 

Já em relação ao sexo, a proporção de uso de TARV nos homens variou de 78,04 a 85,83%, com média de 82,04%. Nas mulheres variou entre 74,89 e 83,25%, com média de 79,64%.

4 DISCUSSÕES

A partir dos dados coletados para o Tocantins, pode-se verificar uma maior prevalência do vírus no sexo masculino, com uma razão cada vez mais elevada em relação ao feminino, chegando a 1,88 em 2022. Quando comparamos com os dados de todo o Brasil, verificamos que no estado essa proporção entre homens e mulheres é menor que a nacional em todos os anos. Entretanto, ambos os casos seguem uma tendência de elevação da razão, sendo que nos últimos anos essa diferença foi reduzida, deixando o Tocantins mais próximo do cenário nacional. Esse fato pode ser parcialmente explicado por uma redução das subnotificações no estado, uma vez que os atendimentos e procedimentos estão mais padronizados em comparação com o cenário nacional.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (2019), a prevalência maior do HIV entre os homens pode ser atribuída ao aumento de comportamentos sexuais de risco, como sexo desprotegido e sexo anal, devido a potenciais traumas, além de taxas maiores de uso de drogas injetáveis. 

Já os altos índices nas faixas etárias mais elevadas podem ser explicados pelo avanço do tratamento antirretroviral e do aumento da expectativa de vida das PVHA. Com a elevação da longevidade, é natural um prolongamento do período em que estão sexualmente ativas. Em algumas situações, essa atividade sexual ocorre de forma desprotegida devido a hábitos enraizados, especialmente entre viúvos e divorciados que compõem uma parcela significativa desse grupo etário. Além disso, a percepção dos idosos sobre os riscos associados à doença é frequentemente menor, uma vez que as orientações sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST) são muitas vezes deficientes, devido ao tabu existente em torno da sexualidade na terceira idade (SOUZA et al., 2023).

Outro ponto a se observar foi a queda da proporção do número de casos de jovens menores de 18 anos em relação à população geral com HIV no período estudado. Ela se justifica possivelmente devido à migração dos indivíduos para grupos mais velhos ao longo dos anos e também pelo diminuto registro de novos casos nas faixas mais jovens, representando um melhor controle da transmissão vertical do vírus, uma vez que essa é a principal via de infecção do HIV para o grupo pediátrico (BRIAND et al., 2013 apud ROSA et al., 2021).

No Tocantins, alguns dados diferem do cenário nacional. Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (2021), a incidência anual de HIV/AIDS no Brasil manteve constância, com considerável queda na mortalidade. Já no estado, apresentou grandes variações na incidência, com tendência ao aumento. Entretanto, a taxa de mortalidade se manteve estável durante todo esse período.

Também é possível constatar uma pequena diferença entre o número total de PVHA e a soma dos casos por sexo ou por faixa etária para cada ano. O Ministério da Saúde não detalha o motivo, mas provavelmente deve-se à falta da informação na ficha de notificação para HIV, não sendo, portanto, computada em nenhum dos grupos, mas apenas no total. No Boletim Epidemiológico da pasta de 2021, é relatado uma diminuição percentual de casos de AIDS oriundos do SINAN ao longo dos anos, além de que há a necessidade de melhoria da qualidade do preenchimento da ficha de notificação para melhor racionalização do combate ao HIV/AIDS. Isso também explica a diferença entre os números de novos casos do consolidado pelo DCCI e o total de notificações constantes no SINAN, que são menores para o período apurado.  

Com relação a adesão à TARV, os dados indicam uma maior proporção média para o sexo masculino (82,04%) do que para o sexo feminino (79,64%). Esse achado pode ser atribuído à diminuição do autocuidado devido a maior responsabilidade da mulher na administração da rotina familiar e nas tarefas domésticas. Contudo, os dados não são conclusivos e são necessários estudos adicionais para uma compreensão mais aprofundada das disparidades na adesão ao autocuidado entre os gêneros (Bonolo et al., 2013 apud FREITAS et al., 2020).

Já referente à idade, a adesão ao tratamento aumenta à medida que se eleva a faixa etária. No grupo acima de 50 anos, a adesão chegou a 90% em 2022.  Isso pode ser explicado devido à uma melhor percepção da necessidade do tratamento, com compreensão das consequências, muitas vezes por conta de as pessoas mais idosas já possuírem outras condições de saúde crônicas.

Foresto et al. (2017) correlacionou que outros fatores têm maior relevância na dificuldade de adesão, como um baixo nível de escolaridade, dificuldade de adaptação da terapia à rotina de vida do paciente, rede de apoio social, nível de isolamento do indivíduo, efeitos colaterais da medicação e o nível de ocupação. Já a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (2017) elenca ainda que o estigma, presença de comorbidades psiquiátricas, má relação com os profissionais de serviços de saúde, informações equivocadas em relação ao tratamento, uso de drogas ilícitas e abuso de álcool e a exclusão social são também variáveis importantes da nesse processo.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A infecção pelo HIV/AIDS continua sendo um dos principais desafios de saúde pública no Tocantins e o número de novos casos apresentou oscilação durante o período estudado. Apesar das pequenas discrepâncias nos dados devido aos diferentes métodos de coleta de informação, é possível delimitar o perfil epidemiológico dos pacientes com HIV no estado. 

Os dados analisados apontam que pessoas do sexo masculino e com idade entre 30 a 49 anos apresentam um risco maior de exposição ao HIV, devido a negligência com os métodos de prevenção. Os baixos índices de crianças e adolescentes soropositivos demonstram a redução na transmissão vertical, que se dá pela melhoria na assistência pré-natal. 

A porcentagem de PVHA em uso de TARV cresceu nos últimos anos.  Proporcionalmente, o gênero masculino e a faixa etária acima dos 50 anos apresentam maior adesão ao tratamento. O alto índice de pacientes com idade avançada em uso de TARV corroboram com o aumento da prevalência de casos nessa faixa etária devido ao aumento da sobrevida desses indivíduos. Apesar dos investimentos e disponibilização das drogas antivirais, a proporção de jovens entre 18 e 24 anos em uso da terapia antirretroviral ainda é baixa, os efeitos colaterais causados pela combinação de muitos fármacos, assim como a grande quantidade de comprimidos são fatores que prejudicam a adesão desses pacientes. 

Os dados mostram a necessidade do acompanhamento desses pacientes na atenção primária de saúde com assistência adequada, sendo imprescindível a implantação de políticas públicas para conscientização da importância do tratamento e facilitar o acesso desses pacientes ao atendimento. 

REFERÊNCIAS

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1,2 e 3 Discentes do Curso Superior de Medicina da Universidade Federal do Tocantins Campus Palmas. e-mail: marcelopg@uft.edu.br
4Docente do Curso Superior de Medicina da Universidade Federal do Tocantins Campus Palmas. Médico de Família e Comunidade (FESP/Palmas). e-mail: noleto.diego@uft.edu.br