LEVANTAMENTO DE PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE EM ARAGUAÍNA NO ESTADO DO TOCANTINS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202410162337


Amanda Dias Lima,
Amanda Lourenço Ribeiro,
Orientador: Pedro Henrique Peres Roriz


RESUMO

Analisar a epidemiologia da dengue no Brasil, com foco na cidade de Araguaína no Tocantins, explorando as características dos diferentes sorotipos do vírus, suas implicações clínicas e a importância do diagnóstico precoce. Neste sentido, foi conduzido um estudo quantitativo com análise de série temporal, abrangendo o período de 2014 a 2023. Utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a pesquisa correlacionou o número de casos de dengue em Araguaína com variáveis como sexo, idade e meses do ano. O objetivo foi assegurar a precisão dos resultados, evitando distorções na interpretação. A pesquisa visa fornecer informação sobre a sazonalidade da infecção e identificar grupos mais vulneráveis, contribuindo para ações de prevenção. Os dados analisados do SINAN indicam um aumento significativo na incidência de dengue em Araguaína – TO, especialmente durante os meses de maior pluviosidade, quando as condições para a proliferação do Aedes aegypti são ideais. A pesquisa confirmou que a falta de adesão da população às medidas profiláticas contribui para esse aumento, refletindo uma necessidade de intensificar campanhas de conscientização. Observou-se também que a maioria dos casos notificados é de mulheres, o que sugere uma maior busca por atendimento nas unidades de saúde. A identificação precoce de sintomas é crucial para o tratamento eficaz, ajudando a reduzir a mortalidade. Assim, reforça-se a importância de ações preventivas contínuas e corretas para o controle da dengue.

Palavras-chave: dengue, sazonalidade, Tocantins, profilaxia 

ABSTRACT

Analyzing the epidemiology of dengue in Brazil, focusing on the city of Araguaína in Tocantins, exploring the characteristics of the different virus serotypes, their clinical implications, and the importance of early diagnosis. A quantitative study was conducted with a time series analysis covering the period from 2014 to 2023. Using data from the Notification Diseases Information System (Sinan), the research correlated the number of dengue cases in Araguaína with variables such as sex, age, and months of the year. The objective was to ensure the accuracy of the results, avoiding distortions in interpretation. The research aims to provide information on the seasonality of the infection and identify more vulnerable groups, contributing to preventive actions. The analyzed data from SINAN indicate a significant increase in the incidence of dengue in Araguaína TO, especially during the months of higher rainfall, when conditions for the proliferation of Aedes aegypti are ideal. The research confirmed that the lack of adherence by the population to prophylactic measures contributes to this increase, reflecting the need to intensify awareness campaigns. It was also observed that the majority of reported cases are among women, suggesting a greater tendency to seek care in health units. Early identification of symptoms is crucial for effective treatment, helping to reduce mortality. Thus, the importance of continuous and appropriate preventive actions for dengue control is reinforced.

Keywords: dengue, seasonality, Tocantin, prophylaxis

INTRODUÇÃO

Segundo o Ministério da Saúde, a arbovirose conhecida como dengue, possui padrão sazonal e é caracterizada por ser uma doença causada por vírus, onde os vetores são artrópodes. A fêmea do mosquito Aedes aegypti quando infectado, é o principal transmissor da doença no território brasileiro. Atualmente o vírus da dengue (DENV) da família Flaviviridae e gênero Flavivirus, são classificados no Brasil em quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV4, onde individualmente apresentam genótipos e linhagens diferentes.  

Há muito tempo, a dengue tornou-se um grave problema de saúde pública, onde aspectos como o elevado crescimento desalinhado da população, a ida dos indivíduos para a área urbana, a insuficiência de saneamento básico além de fatores climáticos, constituem o ambiente para que logo se torne favorável para a proliferação do vetor, fazendo com que esse arbovírus acometa os seres humanos com maior frequência. Quando o sujeito é infectado com o vírus, ele fica suscetível ao afastamento de suas atividades produtivas, em consequência dos sintomas ocasionados, como a mialgia intensa, cefaleia, hipertermia, fadiga, e em casos graves como hemorragia e choque, levando o paciente ao óbito. (DIAS, ALMEIDA, HAES, MOTA, RORIZ-FILHO)

No brasil, na década de 1920 surgiram os primeiros registros de casos de dengue, visto que, no século 18 o vírus possa ter adentrado ao país através do tráfico de escravos em embarcações marítimas provenientes da África, um vez que, os ovos do mosquito resistem até um ano sem estar em contato com a água. Com a erradicação do vetor Aedes aegypti no Brasil em 1955, a partir de medidas tomadas contra a febre amarela, passou-se 63 anos sem casos registrados de dengue em território nacional. Logo, no final de 1960 com o relaxamento dos cuidados adotados, houve a reinfestação no país pelo vetor, que posteriormente seria a causa de epidemias. (CLARO, TAMASSINI, ROSA)

A vista disso, a primeira epidemia de dengue documentada causada pelo sorotipo 1 foi na cidade de Boa Vista, Roraima, em 1981-1982, e logo após em 1986 no Rio de janeiro onde reaparece novamente nova epidemia  na década de 1990 com a inserção do sorotipo 2, notificando os primeiros casos de dengue hemorrágicas, em consequência causando inúmeras vítimas e entre elas alguns óbitos. (DIAS, ALMEIDA, HAES, MOTA, RORIZ-FILHO)  

No Tocantins até fevereiro de 2024, foram notificados cerca de 1,6 mil casos suspeitos com 1 morte confirmada. Por ser uma doença obsoleta e de fácil transmissão, foi inevitável sua propagação, assim surgindo em novas regiões geográficas, como no Estado do Tocantins, com ênfase na cidade de Araguaína, local onde se quantificou grande incidência de dengue (CARDOSO et al). A região norte do Brasil é caracterizada por apresentar em seu período chuvoso precipitações de grande intensidade, período no qual possui maior número de casos registrados, já que o ambiente se torna favorável para a proliferação do vetor (MORAIS et al).  

OBJETIVO GERAL 

Realizar um estudo e apresentar dados obtidos pelo SINAN a respeito da incidência de dengue no município de Araguaína Tocantins, entre os anos de 2014-2023.

OBJETIVO ESPECÍFICO
  • Quantificar dados do SINAN cruzando casos de Dengue notificados na cidade de Araguaína; 
  • Tabular dados conforme a investigação;
  • Comparar dados investigados ao decorrer dos anos de 2014 – 2023;
JUSTIFICATIVA

Esse trabalho tem o intuito de expor dados referentes a incidência de infecção na população do município brasileiro do estado do Tocantins, Araguaína, causadas pelo vírus pertencente à família Flaviviridae do gênero Flavivírus, transmitido pelo mosquito vetor Aedes aegypti, arbovirose esta, conhecida popularmente como dengue. Utilizando de dados colhidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), interligando elementos como sexo, idade e mês de incidência dos casos. 

Em virtude do aumento edemaciado de notificações da dengue em 2023, ano que foi registrado o maior número de casos nas últimas décadas confirmando o crescimento abrupto das infecções, em decorrência disso o ano de 2024 fica sujeito ao aumento exponencial de casos, ultrapassando o ano de 2023 (OPAS,2023).  No estado do Tocantins em 2022, foi o estado da região norte onde mais se teve registros de casos, atingindo valores de 13,5 mil diagnósticos (GOV).  

Ademais, na cidade de Araguaína, em 2021 segundo Globo notícias, houve um aumento de 171% de casos notificados, onde juntamente com o impacto na saúde pública e riscos de ocorrer o aumento da atividade epidêmica, além do desenvolvimento de hiperendemicidade. Por conseguinte, devido as informações citadas, impulsionou-nos a realizar um levantamento de casos de Dengue, com objetivo de descrever e estudar o perfil epidemiológico da doença.

Problema de pesquisa

Qual o perfil epidemiológico da dengue na cidade de Araguaína?

Hipótese

O aumento excessivo de casos de dengue em Araguaína, está intimamente ligado ao fato da população não considerar as medidas profiláticas como algo de grande responsabilidade, fazendo com que a doença se torne um ciclo vicioso de reincidência, principalmente nos períodos de grandes precipitações chuvosas, transformando-se em um grave problema de saúde pública.  

REFERENCIAL TEÓRICO

Durante muito tempo a dengue era vista como uma doença inofensiva, porém, após a Segunda Guerra Mundial, mudou suas características devido à circulação de diferentes sorotipos em uma mesma região, facilitando o surgimento de uma forma grave de febre hemorrágica associada à dengue. O aumento considerável da incidência global da dengue nas últimas duas décadas, tanto em nível global quanto no Brasil são registradas 80% dos casos mundiais, uma vez que sua sazonalidade está ligada diretamente ao clima e sua forma rápida de transmissão, a infecção por dengue pode se apresentar de forma sintomática e assintomática (OPAS). No país encontra-se a possibilidade de infecção por 4 sorotipos, onde o sorotipo 1 e 4 foram os primeiros isolados em uma epidemia no ano de 1981, o sorotipo 2 chegou ao brasil em 1990 e por conseguinte sorotipo 3 em 2001, sendo classificados como DENV-1 que é considerado o tipo que mais afeta os brasileiros, mais explosivo e pode causar grandes epidemias em pouco tempo, DENV-2 e DENV-3 sãos apontados como os mais virulentos (BARRETO,2008).  

A Fundação Oswaldo Cruz, relata que o DEN-3 é o tipo que mais causa sintomas graves da doença, em sequência DEN-2, DENV-4 e DENV-1. Essa situação ocorre porque a maioria da população não possui anticorpos contra o sorotipo 3 da dengue, o que aumenta o risco de contrair a infecção. A reaparição da variante foi detectada em pacientes nas regiões norte e sul, ainda durante os primeiros meses de 2023 e na segunda metade do ano, já havia registros em diversas localidades do Brasil, incluindo o Sudeste. 

Logo, cada um tem suas próprias características genéticas, que moldam a resposta do sistema imunológico. Assim, a imunidade adquirida pela criação de anticorpos não se transfere de uma doença para outra, mesmo que os sintomas sejam semelhantes, uma vez que a pessoa doente adquire imunidade por um período prolongado. No entanto, apenas para o tipo de vírus que causa a infecção. Bem como, uma pessoa com o sorotipo DENV-1, por exemplo, terá anticorpos contra a variante e não contrairá a doença novamente, no entanto, é possível que ela contraia outras variedades da dengue e os sintomas da dengue tipo 3 são típicos, como manchas avermelhadas, febre acima de 39 graus, dor no corpo, nas juntas, dor de cabeça, fadiga extrema e perda de apetite. Atualmente o sorotipo 2 tem sido o de maior incidência no país, que é considerado um dos mais agressivo dentre os 4 sorotipos.  

Quando ocorre a infecção pelo vírus, o ser humano entra em um momento conhecido como período de incubação que pode varias entre 3 a 15 dias, no qual logo após a doença será capaz de evoluir para algumas formas clinicas, sendo elas: assintomática, indiferenciada, dengue clássica e febre hemorrágica por dengue. (OMS) Os primeiros sinais e sintomas da manifestação da infecção acometida pela dengue, comumente está relacionada a febre alta que seja maior de 38°C, erupções e coceira na pele, cefaleia, artralgia, algia, dor retro orbitaria, inapetência e astenia, podendo ainda em sua forma mais grave evoluir para uma dengue hemorrágica, com sinais de alarme como epigastralgia intensa, hêmese persistente, acumulo de líquidos, sangramento de mucosas, letargia ou inquietação, assim como hipotensão postural, hepatomegalia, aumento progressivo de hematócrito e a queda do número plaquetário, ou seja,  o sangue não coagulara fazendo com que aja o extravasamento grave de plasma, por consequência progredir para a síndrome de choque por dengue (SHD) e então sem o tratamento adequado o paciente poderá falecer. 

O diagnóstico precoce é essencial para o correto tratamento da doença, onde a partir de evidencias constatadas nos exames clínicos, laboratoriais e realização da prova do laço. Na cidade de Araguaína, no Tocantins, as Unidades de Básica de saúde recebem o paciente que apresenta sinais da doença a partir de 1 dia de sintomas, onde são solicitados testes sorológicos e realizado o teste de fragilidade capilar para detecção de dengue hemorrágica. O tratamento da doença consiste em aliviar os sintomas que o paciente apresenta, com a utilização de remédios que possuem ação antitérmica e analgésicas para extinguir dores e febres. Ademais, a ingestão de líquidos e o repouso são essenciais para a completa restauração do organismo. É possível que os sinais persistam por até dez dias, no entanto, a completa recuperação costuma ocorrer em um período de duas a quatro semanas. 

Idem, é importante ressaltar que, mesmo indivíduos que já se curaram da enfermidade devem manter ações de prevenção, uma vez que existem quatro tipos de vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e, mesmo que a pessoa ganhe imunidade contra o tipo que foi infectado, ainda há outros três tipos que podem causar infecção. Medicamentos como ácido acetilsalicílico, ácido salicílico, anti-inflamatórios não esteroidais e anti-inflamatórios corticosteroides, são vendidos regularmente em farmácias que não exigem receitas medicas, tais remédios são contraindicados para indivíduos diagnosticados ou que apresentam os sintomas e suspeitam de infecção por dengue, pois causam impactos no funcionamento das plaquetas sanguíneas, resultando em maior tendência para sangramentos e complicações.  

Tocantins:

Em um estudo realizado a partir de dados de 2002 a 2012 sobre a incidência de dengue no Brasil, foi observado que a região norte unicamente apresentou inclinação para o crescimento da dengue. No estado do Tocantins, os primeiros registros de infecções por dengue aconteceram no ano de 1991 no mês de março, na cidade de Araguaína, em consequência da queda de uma ponte advinda de forte chuvas na região, que provocou o bloqueio da rodovia 153 circunvizinho ao município. A partir de então, a cidade que possuía território maior que o norte goiano, teve que abrigar de modo desarranjado uma grande demanda de pessoas e cargas, circunstância essa que pode ter sido decisiva para o início da epidemia por dengue que ocorria na região. Nesse mesmo momento foi possível isolar o sorotipo DENV-2, onde pressupôs-se que 83.250 moradores foram acometidos com a patologia. Entre os anos de 2007 a 2012, o estado mostrou-se com um alto padrão de transmissibilidade do vírus da família flaviviridae, levando em conta o aumento dos casos registrados e número de internações hospitalares. (Bastos,2013) No ano de 2011 o Tocantins foi o estado da região norte que expos o maior número de casos confirmados por dengue dentre as regiões. (Maciel, 2021).

O mosquito Aedes Aegypti é o único transmissor do vírus da família Flaviviridae que possui importância epidemiológica nas Américas, portanto a melhor precaução da dengue é evitando a proliferação dessa espécie. Existem diversas formas de entrar em combate contra tal vetor, medidas que são conhecidas, mas pouco praticadas rotineiramente. O estilo de vida das populações locais contribui significativamente para a criação de condições favoráveis à reprodução do mosquito Aedes aegypti. Isso acontece tanto em áreas com problemas sanitários quanto em locais que supostamente possuem boa infraestrutura de saneamento. Nas regiões mais carentes, onde a estrutura urbana é precária, os criadouros mais comuns são recipientes usados para armazenar água, uma vez que muitas vezes não há um sistema regular de abastecimento. 

Além disso, objetos descartados ao ar livre em áreas residenciais devido à falta de coleta de lixo apropriada também se tornam locais propícios para a proliferação do mosquito. Os costumes culturais das pessoas de classes mais altas também contribuem para a presença de muitos locais de reprodução do mosquito em seus lares ou arredores, porém, com finalidades distintas, já que normalmente são utilizados para propósitos decorativos (como vasos de plantas com água) ou reservatórios de água tratada sem tampa. 

As medidas profiláticas visam o controle ou erradicação do vetor, por meio de práticas educativas, combate direto ao mosquito e saneamento. Algumas ações devem ser tomadas para o combate, principalmente em relação ao acumulo de água parada, extinguindo especialmente onde o mosquito nasce e se desenvolve, por meio da eliminação da água armazenada em vasos de planta, pneus, garrafas plásticas, calhas, jarros, filtros, piscinas que não estão sendo utilizadas e que não possuem manutenção efetiva, pequenos recipientes como tampas e utensílios que possam acumular água. Ademais, realizar a manutenção correta de caixas-d’água, em utensílios domésticos que não podem ser esvaziados ou eliminados, realizar a aplicação de larvicidas faz com que esse ambiente não se torne favorável para a oviposição.  Outras formas de evitar o contato com o vetor é a utilização de roupas de maga cumprida e calças, uso de repelentes durante o horário de maior incidência que acontece no findar do dia. Em foco na zona rural, o uso de telas mosquiteiros em janelas e ao redor da cama são importantes pois o campo já é uma área predisposta a possuir maior quantidade de mosquitos.

MÉTODOS

Foi conduzido um estudo quantitativo com análise de série temporal referente ao período de 2014 a 2023, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), respectivo a infecção por Dengue em Araguaína no estado do Tocantins, interligando o número de pessoas infectadas com sexo, idade e meses do ano, a fim de expor e quantificar o número de casos detectados a partir dessas variáveis.  

Segundo Michel, em 2005, a pesquisa com abordagem quantitativa faz uso da quantificação na coleta de dados e no tratamento destas, utilizando de técnicas estatísticas simples como percentual e media, e técnicas mais enigmáticas como analise de regressão e outras.  Tal método é utilizado quando a intenção é assegurar a minuciosidade dos resultados, impossibilitando distorções de analise de interpretação, garantindo a delimitação a respeito das interferências. 

O SINAN possui o objetivo de obter, transmitir e divulgar informações produzidas diariamente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica, apoiando e financiando analises de dados da vigilância epidemiológica das doenças com notificação compulsória. Com 20 anos desde o seu início, o Sinan é atualizado frequentemente visando adequar-se as necessidades da vigilância em saúde. Em dezembro de 2010 obteve-se a criação da plataforma do Sinan online, local onde os casos de dengue a partir desta data foram notificados. 

Essa pesquisa traz consigo benefícios para a sociedade, a respeito da sazonalidade da infecção por dengue, através da análise de dados no município de Araguaína, além de  evidenciar a faixa etária e gênero de maior risco a serem acometidos, com isso demonstrar momentos nos quais ampliar os cuidados preventivos que devem ser tomados a fim de precautelar a contaminação advinda do mosquito Aedes Aegypti.     

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Fonte: Ministério da saúde/ SVSA Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan net

No gráfico 1, é notório que o sexo feminino obteve maior incidência quando comparado a população masculina, com uma diferença de 933 casos notificados, visto que em Araguaína o índice de mulheres na cidade é maior que de homens.  Keyla Marzochi em 1998 diz que “No Brasil, a dengue, em geral, incide mais em mulheres do que em homens, porque as mulheres procuram mais o tratamento médico e aí os casos podem ser notificados”. Uma vez que não há comprovação cientifica que afirme a respeito da preferência do mosquito aedes aegypti pelo sexo feminino. 

Fonte: Ministério da saúde/ SVSA Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan net

No gráfico 2: Observa-se que, em relação aos percentuais gerais, a tabela aponta que a faixa etária mais atingida pela infecção por dengue encontra-se entre 20 a 39 anos, apresentando uma porcentagem de 42.3%. Por sequência, a faixa etária de 40 a 59 anos também apresenta uma alta incidência de casos. Tendo em vista que, um estudo realizado por Ferreira em 2018 no estado de São Paulo, cita “a faixa etária mais acometida por dengue no período foi entre 20 e 59 anos, o que corresponde à população economicamente ativa, que trabalha ou estuda durante o dia”

Fonte: Ministério da saúde/ SVSA Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan net

No 3° gráfico, é exposto que os meses de maior incidência da infecção são entre fevereiro e maio, sendo o mês de abril superior em casos. Visto que, na região esses são os meses de maior pluviosidade, alta umidade e elevadas temperaturas, no qual corrobora para aumento do acúmulo de água, elevando a taxa de notificações nesses períodos. Braga e Valle em 2007, referem que “No Brasil, a dengue apresenta um padrão sazonal, com maior incidência de casos nos primeiros cinco meses do ano, período mais quente e úmido, típico dos climas Tropicais”.

CONCLUSÕES FINAIS

Diante do levantamento de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), pode-se constatar que as manifestações infecciosas da dengue na cidade de Araguaína-TO, são decorrentes de inúmeros fatores. A partir do estudo, a hipótese pode ser confirmada, ou seja, o aumento da incidência de casos da doença esta ligado ao fato da população fraquejar nas medidas profiláticas instituídas uma vez que há a melhora no quadro de infecções na região. 

Ademais, percebe-se que a grande maioria das infecções ocorrem nos meses de maior pluvialidade, visto que, o clima úmido favorece a proliferação do vetor. Outro ponto pertinente observado em estudo, é que o transmissor da dengue não possui preferência de gênero, mas pode-se notar que o sexo feminino se sobressai devido a maior procura a unidades de saúde onde esses casos podem ser notificados. 

Por fim, saber observar sinais e sintomas da doença é de suma importância, uma vez que, o tratamento adequado e precoce evita que a infecção evolua para formas mais graves, colaborando para diminuição da taxa de mortalidade por dengue.  Portanto, há que se ressaltar que os atos de prevenção ao combate do vetor continuam mostrando-se eficazes quando realizados de forma correta e continuamente, como principais exemplos, evitar o acúmulo de água parada, realizar o uso de repelentes e roupas de manga comprida.

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