TCC de fisioterapia
Alessandra Caroline Aranha Ali
Monografia apresentada como
exigência parcial para graduação
em fisioterapia sob orientação do
fisioterapeuta Paulo Eduardo L.
Monteiro, e co-orientador Sidnei
Ricardo Bernardes
SÃO PAULO
SETEMBRO 2002
RESUMO
Entre os esportes individuais, o Surf também é considerado uma das modalidades esportivas mais atraentes, por ter um contato direto com a natureza e principalmente por suas manobras radicais. Expandiu-se, saindo da recreação para o profissionalismo, tornando-se um recordista de competições. Nesta modalidade são observados diversos tipos de lesões em várias áreas do corpo, frente a isto o objetivo principal deste trabalho é investigar a principal estrutura lesionada na articulação do ombro, durante a prática desse esporte, mais precisamente no movimento da remada do surf.
Foi realizada uma pesquisa de campo no próprio habitat dos surfistas durante a prática do surf, onde foi entregue um questionário específico destinado a 50 praticantes de categorias diferentes, entre freesurf (armador) e competidores (profissionais), a faixa etária média foi de 20 à 30 anos e de ambos os sexos, o qual nos forneceu os resultados que foram a base desse estudo, apontando lesão da bursa subacromial como a principal estrutura lesionada no movimento da remada do surf, gerando uma bursite.
Com isso conclui-se que a fisioterapia poderá intervir com um objetivo preventivo, preparando essas estruturas adequadamente para o movimento, durante a prática desse esporte.
ABSTACT
Among the individual sports, one of the more attractive sporting modalities is Surf, for having a direct contact with the nature and mainly for your radical maneuvers. It expanded, becoming professional and, a recordist of competitions. In this modality several types of lesions are observed in many, are the body, so the objective principal is to investigate which structures of the shoulder use to be injuried, in the movement of the rowed of the surf.
The research was realized in the surfers\’ own habitat during the practice of the surf, where a specific questionnaire was aswered to 50 apprentices of the surf, of different categories, between freesurf (trapper) and competitors (professionals), with an anerage of 20 to 30 years old and in both sexes, which was the base of the results in this.
The king of injury more commum was the bursite subacromial because the moment of the rowed of the surf.
The conclusion was the physiotherapy can prevent injunis, can preparing those structures appropriately for the movement.
I- INTRODUÇÃO
O tema dessa pesquisa é fazer um levantamento, para investigar a principal
estrutura lesionada no ombro durante a prática no movimento na remada do surf.
O surf é um esporte, no qual vem sendo praticados principalmente por jovens atletas competidores ou amadores que além das necessidades financeiras, onde o surf tem um mercado de alta quantia de dinheiro, há também o prazer do desafio da própria natureza.[anonymus]
Em 1964, só haviam quatro países em que se praticava o surf. Hoje, em quase todo país com praias tem surfistas pegando onda, quase todas as ilhas, em cada um dos oceanos.(Endless Summer II, 1994)
Se você procurasse uma onda perfeita indo a todos os lugares de todos os países onde o surf é praticado e ficasse um dia em cada um, você levaria cinqüenta anos. (Endless Summer II, 1994 )
A remada destaca-se como a principal função do surf, onde o atleta terá uma certa resistência da própria água, forçando a musculatura, principalmente dos membros superiores.
Em cima do tema dessa pesquisa, as lesões de ombro são bastante comuns, devido ao grande trabalho da remada no surf.
Com alto riscos de lesões relacionados com a prática deste esporte, o papel da fisioterapia seria junto a prevenção, através do aquecimento, exercícios de alongamento, fortalecimento e proprioceptivos reduzindo o índice dessas lesões.
No surf, infelizmente, há uma grande carência em relação às suas prevenções e tratamentos à lesões adquiridas durante a sua prática. A vontade de praticar e competir são tantas que os atletas esquecem, ou deixam de se cuidar, levando assim à sérias conseqüências.
Portanto, através dessa pesquisa onde será levantado qual a principal lesão de ombro na remada do surf, estudaremos, se a fisioterapia poderá atuar no trabalho de prevenção no surf , reduzindo o risco dessas lesões.
O objetivo dessa pesquisa é fazer um levantamento da principal lesão de ombro na remada do surf, e mostrar como a fisioterapia preventiva pode trabalhar em cima, dessa musculatura, deixando-a propícias para o movimento realizado, evitando assim lesões, no qual o atleta não deixará de praticar o seu esporte em boas condições.
I.1- Análise da biomecânica do ombro X na remada
“Para estudarmos mais a biomecânica da remada do Surf, iremos agora separar todos os movimentos encontrados na articulação do ombro e compará-los aos movimentos encontrados neste esporte”.
I.1.A- Movimentos da remada
No momento da remada, um dos braços do atleta iniciará os movimentos com uma extensão ombro, junto com uma flexão de cotovelo, depois segue para uma abdução pura com flexão de cotovelo, logo após inicia uma adução seguido de uma flexão de ombro, estendendo o cotovelo para a entrada da mão na água, o qual encontra a resistência da água. Neste momento o atleta irá terminar o movimento da remada, realizando uma extensão seguida de uma hiperextensão horizontal, onde reinicia o movimento com a mão já fora da água, chamado de movimento de puxada
Será mostrado agora os movimentos isoladamente do ombro na remada.
• Flexão de ombro: primeiro movimento da remada, ocorre na fase de entrada da mão na água. A amplitude da flexão do ombro nesta fase, é aproximadamente 90º.(Knutzen, 1999)
Nesta fase envolve principalmente a articulação glenoumeral, com ação de vários músculos como: Deltóide anterior, Bíceps, Peitoral maior e Coracobraquial.(Knutzen, 1999)
Acima de 90º de flexão a força da bainha rotatória diminui, deixando a articulação do ombro mais vunerável à lesão. Um dos músculos da bainha, o supra-espinhoso, continua sendo um grande contribuinte à ter comprometimentos.(Knutzen, 1999)
• Extensão do ombro: Ocorre na fase de puxada. Envolve-se nesta fase a articulação Glenoumeral.(Knutzen, 1999)
Na extensão concêntrica contra uma resistência externa, como no caso da remada, à água, os músculos responsáveis são: Grande dorsal, Redondo maior e porção esternal do Peitoral maior. O Redondo maior, fica ativo somente quando o movimento é contra uma resistência.(Knutzen, 1999)
• Hiperextensão horizontal: Inicia na fase de retirada da mão na água. O movimento de hiperextensão horizontal é produzido primeiramente pelo Infra-espinhoso, Redondo menor e cabeça posterior do deltóide. Essa ação articular é comum no balanceio para trás e ações preparatórias em habilidades dos membros superiores.(Knutzen, 1999)
• Abdução do ombro: O movimento começa a ser realizado na fase final da extensão horizontal, sendo um movimento muito importante, onde se realiza uma “alavanca”, tendo-se um maior trabalho.(Knutzen, 1999)
A medida em que o braço abduz acima de 90º, o tubérculo maior na cabeça do úmero aproxima-se do arco coracoacromial, à compressão dos tecidos moles, no qual começa a limitar uma abdução adicional e a tuberosidade faz contato com o acrômio. A abdução é limitada ainda mais e pode ocorrer somente por 60º com rotação interna do braço, já que o tubérculo maior é mantido sob o arco.(Knutzen, 1999)
Os músculos responsáveis: Supra-espinhoso, Deltóide, Bíceps cabeça longa. Como a flexão o músculo que mais contribui é o Supra-espinhoso, e o Tendão da porção longa do Bíceps, tendo maior comprometimento.(Knutzen, 1999)
• Adução do ombro: Inicia no final da abdução pura, junto com uma flexão do ombro. A força da adução dos músculos do ombro é o dobro da força do movimento de abdução oposto. Os músculos que contribuem para a adução é os mesmo para extensão sendo: Grande dorsal, Redondo maior e peitoral maior.(Knutzen, 1999)
• Rotação interna do ombro: É o movimento que ocorre em todas as fases da remada, juntamente com os outros.(Knutzen, 1999)
É produzida primariamente pelo Subescapular, Grande dorsal, Redondo maior e porção do Peitoral maior.(Knutzen, 1999)
I.1.B- Movimentos da remada X lesões tendíneas do ombro
No momento da remada, algumas regiões do ombro, estão sobrecarregadas, podendo haver lesões como:
As tendinites (inflamação dos tendões) dos músculos rotatores, especialmente do biciptal e do supra-espinhoso, formam a maioria das incapacidades funcionais do ombro e são importantes fatores na ruptura desses tendões.[anonymus]
– Tendinite de supra-espinhoso – A tendinite do supra-espinhoso parece ser causada por relações anatômicas desfavoráveis, levando a isquemia local e degeneração. Exercício muscular excessivo, traumas e atividades repetitivas do braço principalmente em abdução e flexão do ombro podem levar ao quadro de tendinite.(Almeida, 2002)
– Tendinite Biciptal – Pode ser encontrada como uma entidade isolada, mas, freqüentemente, é secundária a lesões nas bainhas dos rotatores. A tendinite biciptal primária pode ser devida a traumas diretos e indiretos no ombro, exercícios excessivos e atividades repetitivas dos braços. O quadro clinico varia desde sensação de peso no local até dor na tuberosidade pequena do úmero e face anterior do braço, podendo, nos casos mais graves, irradiar-se para o todo o membro superior.(Almeida, 2002)
– Também é bastante comum as bursites que são dores originadas numa das bolsas sinoviais ( bursas ) existentes no organismo. A mais comum é a bursite subacromial, responsável pela maioria dos casos de dor no ombro em que não há sinais de doença reumática. Normalmente tem como causas principais: traumatismo agudo ou crônico ou movimentos repetitivos bruscos, que provocam o rompimento parcial do tendão de um dos músculos rotadores, o cálcio se deposita então no local traumatizado. As dores no ombro são violentas, agravando-se com os movimentos.(Almeida, 2002)
I.2- Prevenção
Segundo Krusen (1994), as lesões mais fáceis de tratar são aquelas que não ocorrem. Isto, porém, é mais fácil falar do que fazer. Para atingir o objetivo de evitar lesões eficácia, a atuação do fisioterapeuta deve ser baseada na prevenção de lesões esportivas, caso contrário correrá o risco de ter sempre um ou mais atletas lesados, afastados dos treinos e competições por um período prolongado, com lesões mais graves e recuperação mais trabalhosa, acarretam do prejuízo ao atleta.(Malta, 1995)
Com a necessidade de minimizar as lesões e ao mesmo tempo, não prejudicar o rendimento do atleta, percebeu-se que o primeiro passo seria mudar o conceito de tratar o atleta quando estiver machucado. Esta mudança, levou a uma conceito mais moderno dentro do esporte que é a prevenção de lesões. ( Malta,1995 )
Diante a importância da prevenção de lesões no Surf, sugerimos através de revisão bibliográfica princípios profiláticos em que pelos efeitos fisiológicos poderão ser benéficos para o complexo do ombro.
A realização através de exercícios de alongamento, fortalecimento e proprioceptivos, temos como objetivo melhorar a força, a resistência, a flexibilidade e os reflexos musculares.( Kloetzel,1985 )
1.2.A- Aquecimento
O aquecimento antes da prática do surf, como em qualquer modalidade desportiva, é extremamente indispensável; sua realização é a maneira de enviar um aviso prévio às estruturas musculares alertando que elas estão prestes a serem utilizadas. O fato do surf ser um esporte acíclico, onde em todo momento o praticante está realizando movimentos diferentes e vigorosos, recrutando diversos músculos há, conseqüentemente, uma sobrecarga de trabalho nos grupos musculares, em especial os dos membros superiores.(Palmeira, 2002).
Realizando o aquecimento antes de entrar na água o surfista minimiza a velocidade do acúmulo de lactato devido ao aumento da circulação sanguínea favorecendo uma melhor vascularização nos músculos com uma maior oferta de oxigênio ( Palmeira, 2002).
1.2.B- Alongamento
É um termo geral usado para descrever qualquer manobra terapêutica elaborada para aumentar o comprimento (alongar) estruturas de tecidos moles patologicamente encurtadas e desse modo aumentar a amplitude de movimento (Kisner,Colby,1992).
1.2.C- Fortalecimento
O músculo se torna mais forte com resultado de hipertrofia de suas fibras musculares e do aumento do recrutamento de suas unidades motoras. A medida que a força de um músculo aumenta, eleva-se também sua resposta cardiovascular, de modo que a resistência à fadiga e a potencia também.(Kisner; Colby, 1992)
Exercícios ativos desempenhados repetidamente com carga moderada, até o ponto de fadiga aumentarão a resistência de um músculo(Kisner; Colby,1992).
1.2.D- Flexibilidade
É a habilidade para mover uma articulação ou articulações através de uma amplitude de movimento livre de dor e sem restrições. O termo flexibilidade é usado para referir-se mais especificamente à habilidade da unidade musculotendínea para alongar-se enquanto um seguimento corporal ou articulação se move através da amplitude de movimento ( Kisner; Colby, 2000 )
Na preparação física desportiva, a flexibilidade é necessária para a execição dos movimentos com maior amplitude ( Zakharov, 1992 ).
1.2.E- Propriocepção
A propriocepção é a aferência dada ao sistema aos sistema nervoso central pelos tipos de receptores sensoriais presentes em diferentes estruturas ( Greve; Amatuzzi, 1999 ). Refere-se ao uso do input sensitivo a partir de receptores nos fusos musculares, tendões articulações para discriminar a posição articular e o movimento articular, incluindo direção, amplitude e velocidade, bem como a tensão relativa dos tendões ( Lehmkuht et al, 1997
II- MATERIAS E MÉTODO
Este trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa de campo, o qual foi realizado em algumas cidades do litoral do estado de São Paulo como: Ubatuba, Bertioga na praia de Riviera, Guarujá na praia do Tombo e Santos na praia do Gonzaga, em alguns campeonatos realizados, como nos campeonatos estaduais ocorridos no ano de 2002.
Foi utilizado um questionário específico(fig:A4), onde foram submetidos a responder o questionário 50 praticantes do surf (surfistas), entre freesurf(amadores, aqueles que não competem os campeonatos) e competidores(aqueles que competem nos campeonatos), com faixa etária média de 20 à 30 anos de ambos os sexos.
Neste questionário foram feitas questões, em relação a freqüência em que o atleta pratica o esporte, se faz alguma atividade para o melhor rendimento neste esporte, se realizam aquecimento e alongamento antes e depois da prática do surf, se tem, ou já tiveram alguma lesão de ombro, se teve, qual foi e como foi, e que tipo de tratamento foi feto em torno dessa lesão
Além de pesquisas, foram também analisados em referências literárias, temas que adotam o tratamento da lesão do ombro, como prevenção
FICHA DE ENTREVISTA
QUESTIONÁRIO PARA SURFISTAS
1)- Tempo de Prática do Esporte? _______________________________
2)- Freqüência com que pratica?
()1x semana () 5x semana
()2x semana () 6x semana
()3x semana () 7x semana
()4x semana
3)- Faz alguma atividade física para auxiliar no desempenho da modalidade?
()NATAÇÃO () YOGA () MUSCULAÇÃO
()OUTROS: ____________________________
4)- Pratica algum outro esporte?
()SIM. QUAL? __________________________
()NÃO
5)- Freqüência com que pratica esses esportes?
()1x semana () 5x semana
()2x semana () 6x semana
()3x semana () 7x semana
()4x semana
6)- Quanto ao Aquecimento e alongamento:
Realiza antes do SURF: () SIM ()NÃO
Realiza depois do SURF: () SIM ()NÃO
7)- Qual a duração média do alongamento realizado?
Antes da prática: _________________________
Depois da prática: ________________________
8)- Possui ou já teve algum tipo de dor ou lesão no ombro ocasionado pela prática do surf?
()SIM, TENHO () SIM, JÁ TIVE () NÃO
9)- Se tem, ou teve, qual o tipo de lesão?
()tendinite do supra-espinhoso
()tendinite biciptal
()bursite
()instabilidade glenoumeral anterior (luxação)
()instabilidade glenoumeral posterior (luxação)
()instabilidade tendinosa
()outros: ______________________________
10)- Como ocorreu?
()na remada
()no joelhinho
()em alguma queda da prancha
()contato com a prancha
()outros: ______________________________
11)- Toma ou tomou algum medicamento para dor ou lesão?
()NÃO () SIM. QUAL? _______________
_____________________________________
12)- Procurou algum tipo de tratamento para a dor ou lesão no ombro?
()NÃO () SIM. PORQUE? _____________
_______________________________________
13)- Se sim, à quanto tempo e qual o tipo de tratamento?
()Medicamentoso () Fisioterapia
()Outros: ______________________________
14)- Você aceitaria uma orientação de prevenção para lesões de ombro?
()SIM () NÃO. PORQUE?
III- RESULTADOS
Para uma melhor compressão do leitor, ilustraremos agora os resultados da pesquisa realizada em forma de gráficos e tabelas:
IV- DISCUSSÃO
Após a coleta de dados expressos dos questionários analisados através de uma pesquisa de campo, realizados em praias do litoral da cidade de São Paulo, onde foram preenchidos por 50 praticantes do surf, foi observado na categoria que com 44% dos atletas são freesurf (amadores), enquanto a maioria com 56% são profissionais (competidores), onde os treinamentos serão mais cobrados, portanto terão um trabalho maior para o seu desenvolvimento na prática do esporte.
Nota-se também que 80% desses esportistas realizam aquecimento antes da prática do esporte, sendo que 53% realizam exercícios de alongamento antes, e somente 26% realizam antes e depois da prática. Com isso pude observar que 29 praticantes do esporte tem ou já tiveram alguma lesão de ombro na prática do surf, principalmente no movimento da remada com 69%. Desses 29 esportistas a principal estrutura lesionada na articulação do ombro com 49% foi a bursite subacromial, seguida de uma tendinite supra-espinhoso com 31%.
Por final observou-se que desses 29 atletas lesionados, apenas 23% procuram tratamento medicamento, enquanto 42% procuram a fisioterapia como tratamento e 35% optaram por outros meios de tratamento.
Faz-se necessário à explicação da fisiopatologia, no qual através dos resultados obtidos, foi identificada a Bursite sendo a lesão mais comum do ombro no movimento da remada.
A Bursite raramente é uma condição primária. Segue-se freqüentemente a lesão degenerativas da bainha músculo-tendínea e é portanto um fenômeno secundário. A relação estreita entre as paredes da bolsa subdeltóidea, na parte superior, altamente vascularizada e ricamente inervada pelo nervo simpático, e na parte inferior inseparavelmente aderente à porção supra-espinhal da bainha músculo-tendínea rotadora, resultará numa “bursite” acompanhada por irritação e inflamação dos tecidos da bainha múculo-tendínea. (Cailliet,1989)
As bolsas sinoviais são pequenas estruturas saculares, envolvida por uma membrana sinovial semelhante a que recobre uma articulação verdadeira. A sua finalidade é facilitar o deslizamento dos músculos ou tendões sobre ossos ou superfícies ligamentosas.(Almeida; Stefanova; Silva, 2002)
Sobre o tendão da coifa dos rotadores do ombro encontra-se a grande bolsa subacromial.(Almeida; Stefanova; Silva, 2002)
A bolsa subacromial facilita o movimento entre a grande tuberosidade do úmero, onde se insere o supra-espinhoso, o infra-espinhoso e o redondo menor no acrômio, durante a abdução do braço, movimento que provoca a sua compressão.(Cailliet, 1989)
Portanto, o movimento de abdução do braço irá provocar
compressão na bolsa, como no caso do surfista no momento da remada, onde a abdução junto com uma flexão são movimentos usados repetidamente para a realização de uma remada eficaz, sendo assim, o ombro estará sujeito a lesões como no caso do aparecimento de uma bursite.
Através desta pesquisa tentei demonstrar que a fisioterapia através de um trabalho preventivo adequado, os atletas terão uma melhor condição no momento da remada, onde há alto índices de lesões no ombro como mostra os dados. A Bursite subacromial a principal estrutura lesionada no ombro como é mostrado na pesquisa pode ter sido acometida devido ao uso repetitivo de alguns movimentos e pela própria prática do esporte como: a grande ansiedade de praticar o esporte, sem se preocupar com a prevenção, a própria biomecânica do esporte e a postura arqueada dos surfistas sendo um alto indício para a lesão.
Os esforços feito pelos surfistas de nadar contra à maré para pegar suas ondas, podem provocar desequilíbrio na musculatura dos ombros, e facilitar a ocorrência de lesões na região, de acordo com pesquisa do Centro de Estudo de Fisiologia do Exercício da Universidade Federal do Estado de São Paulo.
Ao nadar no sentido contrário às ondas, os surfistas forçam a musculatura do ombro, sendo os rotadores internos os abdutores e os flexores do ombro os movimentos mais usados na remada. Já os rotadores externos, que levam os ombros para trás, são bem menos requisitados, pois os atletas não fazem o movimento contrário.
A irritação mecânica e a diminuição do suprimento de sangue durante as repetidas remadas são os pontos básicos envolvidos em lesões de ombro. Isso acontece principalmente na fase de entrada da mão na água e na metade da fase de puxada, assim resultando na instabilidade dos ombros, que pode ser acompanhada de dor e, em casos extremos, provocar degeneração dos tendões, pois os atletas continuam treinando apesar da dor. (Steinman, 1999)
Os movimentos repetitivos, comuns na pratica do surf, geram desequilíbrios que podem ir se agravando. Para o bom funcionamento dos ombros, é necessário que os músculos estejam bem preparados, igualmente fortes.
A fisioterapia preventiva, cuida da saúde em si, ou seja procura-se evitar a pré- patologia ou a patologia aguda que antecede a patologia crônica.
Não podemos afirmar nada em relação se a fisioterapia preventiva pode, ou não, evitar que essas estruturas no caso da articulação do ombro não sejam lesionados, porem, Krusen (1994), “ Para atingir o objetivo de evitar lesões eficácia, a atuação do fisioterapeuta deve ser baseada na prevenção de lesões esportivas, caso contrário correrá o risco de ter sempre um ou mais atletas lesados, afastados dos treinos e competições por um período prolongado, com lesões mais graves e recuperação mais trabalhosa, acarretam do prejuízo ao atleta.”
A realização através de exercícios de alongamento, fortalecimento e proprioceptivos, temos como objetivo melhorar a força, a resistência, a flexibilidade e os reflexos musculares.(Kloetzel, 1985)
V- CONCLUSÃO
Foi observado através desse trabalho que o surf, é uma modalidade individual bastante praticada, principalmente por pessoas com idade média de 20 à 30 anos. Encima de uma prancha, com o contato da natureza, esses atletas através do desafio direto com as ondas do mar tendem a mostrar o que realmente são capazes de fazer. Com isso o surf vem atraindo com sua beleza , cada vez mais pessoas do mundo inteiro.
Através de questionários entregue para 50 praticantes do surf, foi mostrado que a principal lesão na articulação do ombro no movimento da remada, foi a Bursite subacromial.
Por fim, fica a proposta para um trabalho futuro, onde será visado um trabalho mais específico e preventivo voltado para esta lesão.
VI- REFERÊNCIAS
1-Referências Literárias
CAILLIET, R.. Ombro, síndromes dolorosas. 1a. ed. São Paulo: Manole, 1990
CALAIS, B. e LAMOTTE, A.. Anatomia para o movimento. s.ed. São Paulo: Manole, 1991
CARR, J.. Biomecânica dos Esportes. 1a.ed. São Paulo: Manole, 1998
CIPRIANO, J. J.. Manual fotográfico de testes ortopédicos e neurológicos. 3a.ed. São Paulo: Manole, 1999
COLBY, L. A. e KISNER, C.. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. 2a.ed. São Paulo: Manole, 1995
CHIAPPA, G. R.. Fisioterapia nas lesões do volei. 1a.ed. São Paulo: Robe, 2001
HALL, S.. Biomecânica básica. s.ed. Rio de Janeiro: Ganabara Koaga, 1993
HAMIL, e KNUTZEN.. Bases biomecânicas do movimento. 1a.ed. São Paulo: Manole, 1999
HOPPENFELD, S.. Propedêutica Ortopédica: coluna e extremidades. s.ed. Rio de Janeiro, 1996
KAPANDJI, A. I.. Fisiologia articular. 5a.ed. São Paulo: Manole, 1990
KLOETZEL, K. O que é Medicina Preventiva. s.ed. São Paulo: Brasiliense, 1985
LEHMKHL, L. D; SMITH. L. K; WEISS; E. L.. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 5a.ed. São Paulo: Manole, 1999
SOBOTTA, L.. Atlas de anatomia humana. 20a.ed. Ruo de Janeiro: Guanabara, 1995
WEINERCK, J.. Biologia do esporte. 1a.ed. São Paulo: Manole, 2000
2- Referências Complementares
SOUZA, M. Z.. Reabilitação do complexo do ombro. 1a.ed. São Paulo: Manole, 2001
SPENCE, J.. Anatomia humana básica. 2a.ed. São Paulo: Manole, 1991
WEINSTEIN, S. L.; BUCKWALTER, J. A.. Princípios e sua aplicação: Ortopedia de Turek. 5a.ed. São Paulo: Manole, 1999
3- Referências em Artigos Periódicos
FARIA, E.. Preparo físico. Revista fluir.; v.8, 1998
MALTA, M.; NASCIMENTO, L. F.. Prevenção no vôlei é um caminho para o alto nível. Vôlei Técnico., v.3 p. 21-26, 1995
4- Referências extraídas da Internet
ANDRÉIA, A. (2002) Bursite subacromial.
http://www.fisioterapia.no.sapo.pt/fisio12.htm
[anonymus]. (2001) História do Surf.
http://www.guiafloripa.com.br
[anonymus]. (2002) A prancha e sua história.
http://www.gzero.com.br
Autora Alessandra
aleali@zipmail.com.br