PRESSURE ULCERS: THE ROLE OF THE NURSE IN PREVENTION, EVALUATION AND TREATMENT
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202412100106
ENGELAGE, Vanessa
ZAGO, Gottert Laura Anna
FALLER Alisson
BERTE, Alves Agnelo Italoema
SANTOS, Kilian Machado Juliane
SALVADORI, Dos Santos Carolina Ana
ZANELLA Renata
GREBINSKI Giordani Kolecha Tamara Ana
TONIAL, Aparecida Daniela
SANTOS, Dos Fanhani Simone Margarete
RESUMO
Este estudo realizou uma revisão de literatura detalhada sobre a incidência e manejo de lesões por pressão (LPPs) em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), com um foco específico na integração de cuidados paliativos. A metodologia adotada consistiu na análise de artigos acadêmicos, estudos de caso e diretrizes clínicas recentes, buscando identificar as melhores práticas e inovações no tratamento dessas lesões. A revisão abrange diversos estudos recentes que exploram métodos preventivos, avaliativos e terapêuticos empregados para mitigar essas lesões em ambientes de alta complexidade médica. O papel do enfermeiro destaca-se como central na implementação de estratégias eficazes para a prevenção e o manejo das LPPs, incluindo a realização de avaliações de risco utilizando escalas padronizadas, o desenvolvimento e a aplicação de planos de cuidado individualizados, e a educação da equipe multidisciplinar sobre práticas baseadas em evidências. Além disso, a atuação do enfermeiro na identificação precoce de fatores de risco e no monitoramento contínuo da condição dos pacientes é fundamental para minimizar complicações. A revisão também enfatiza o uso de novas tecnologias, como a fotobiomodulação, e protocolos de cuidados especializados, que podem significativamente reduzir a prevalência de lesões por pressão. Os resultados indicam que uma abordagem multidisciplinar integrada, aliada ao treinamento contínuo das equipes de saúde e à liderança do enfermeiro, é essencial para melhorar os resultados dos pacientes e a eficácia dos cuidados em UTIs.
PALAVRAS-CHAVE: lesão por pressão. Cuidados paliativos. UTI. Prevenção. Tratamento.
ABSTRACT
This study conducted a detailed literature review on the incidence and management of pressure ulcers (PUs) in Intensive Care Units (ICUs), with a specific focus on the integration of palliative care. The methodology adopted consisted of the analysis of academic articles, case studies and recent clinical guidelines, seeking to identify best practices and innovations in the treatment of these injuries. The review covers several recent studies that explore preventive, evaluative and therapeutic methods used to mitigate these injuries in highly complex medical settings. The role of the nurse stands out as central in the implementation of effective strategies for the prevention and management of PUs, including performing risk assessments using standardized scales, developing and implementing individualized care plans, and educating the multidisciplinary team on evidence-based practices. In addition, the role of the nurse in the early identification of risk factors and continuous monitoring of the patient’s condition is essential to minimize complications. The review also emphasizes the use of new technologies, such as photobiomodulation, and specialized care protocols, which can significantly reduce the prevalence of pressure injuries. The results indicate that an integrated multidisciplinary approach, combined with ongoing training of healthcare teams and nursing leadership, is essential to improve patient outcomes and the effectiveness of care in ICUs.
KEYWORDS: Pressure injuries; Palliative care; ICU; Prevention; Treatment.
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa aborda sobre lesões por pressão com o objetivo de explorar a importância das intervenções realizadas por enfermeiros na prevenção e tratamento dessas lesões em pacientes críticos. O estudo foca em como as práticas de cuidados, o uso de tecnologias e a educação continuada podem impactar a incidência e o manejo das lesões por pressão nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
A relevância do tema se justifica pelo fato de que as lesões por pressão representam uma preocupação crescente em ambientes de alta complexidade, como as UTIs, devido à gravidade dos pacientes e à necessidade de internação prolongada. O enfermeiro desempenha um papel fundamental que inclui desde a avaliação de risco até a implementação de estratégias preventivas e curativas. Compreender e otimizar essas intervenções é essencial para melhorar os resultados dos pacientes e reduzir os custos hospitalares associados ao tratamento de complicações
O objetivo geral da pesquisa é avaliar a influência das práticas de enfermagem na prevenção e tratamento de lesões por pressão em pacientes internados em UTIs, identificando as estratégias mais eficazes e propondo melhorias nas práticas atuais. Especificamente, a pesquisa busca analisar o impacto de diferentes protocolos de cuidados de enfermagem sobre a incidência de lesões por pressão em UTIs, investigar o nível de conhecimento e as competências dos enfermeiros em relação ao manejo dessas lesões e, finalmente, propor um modelo de treinamento contínuo que inclua técnicas avançadas de prevenção e tratamento de lesões por pressão
2. REFERENCIAL TEÓRICO OU REVISÃO DE LITERATURA
A incidência de lesão por pressão em pacientes de UTI constitui um desafio significativo para os profissionais de saúde, que buscam incessantemente aprimorar os cuidados e reduzir os riscos associados a essas condições adversas. O contexto brasileiro mostra uma preocupante prevalência dessas lesões, o que demanda uma investigação contínua e a implementação de estratégias eficazes de prevenção e tratamento. Essas lesões não apenas prolongam o tempo de hospitalização, mas também aumentam os custos associados ao tratamento e comprometem significativamente a qualidade de vida dos pacientes. As revisões integrativas têm sido fundamentais para compilar e avaliar as evidências existentes, oferecendo um panorama detalhado e atualizado que auxilia na formulação de protocolos de cuidados mais eficientes (REIS et al., 2023).
No cenário de cuidados intensivos, a atenção a idosos requer uma abordagem especializada, dado o aumento da fragilidade e da vulnerabilidade desse grupo populacional. Os cuidados de enfermagem desempenham um papel crucial na prevenção de lesões por pressão, por meio da vigilância constante e da implementação de medidas preventivas como mudanças de posição regulares e uso de superfícies de suporte especializadas. Estudos indicam que a educação continuada e o treinamento da equipe de enfermagem são essenciais para garantir a adesão às melhores práticas e protocolos estabelecidos, reduzindo significativamente a incidência dessas lesões em ambientes de alta complexidade como as UTIs (SILVA et al., 2022).
A utilização de tecnologias emergentes, como a fotobiomodulação, apresenta novas perspectivas para o tratamento de lesões por pressão, especialmente em pacientes sob cuidados paliativos. Essas técnicas, que promovem a cicatrização por meio do uso controlado de luz, representam um avanço significativo no tratamento de lesões difíceis, proporcionando não apenas o alívio da dor, mas também acelerando o processo de recuperação dos tecidos. A integração dessas tecnologias nos planos de cuidado pode oferecer benefícios substanciais, especialmente para aqueles em estágios avançados de doenças crônicas, onde as opções de tratamento são frequentemente limitadas (GIROTTO et al., 2022).
A pandemia da COVID-19 exacerbou os desafios enfrentados nas UTIs, aumentando a carga sobre os sistemas de saúde e elevando o risco de complicações como as lesões por pressão. A sobrecarga dos serviços e a necessidade de cuidados intensivos prolongados para pacientes com COVID-19 requerem adaptações nos protocolos de cuidado, garantindo que as medidas preventivas sejam mantidas mesmo em condições extremas. A pesquisa sobre a incidência de lesões por pressão durante a pandemia mostra que os sistemas de saúde podem se adaptar e responder a crises sanitárias futuras, mantendo a qualidade do cuidado e protegendo os pacientes mais vulneráveis (LIMA et al., 2022).
O papel dos enfermeiros em unidades de cuidados paliativos é indispensável, especialmente em hospitais que lidam com pacientes em estados críticos ou no fim da vida. A frequência de lesões por pressão nesses ambientes reforça a necessidade de uma equipe de enfermagem bem preparada e apoiada por protocolos de cuidados que respeitem as necessidades individuais dos pacientes. O foco não está apenas na prevenção das lesões, mas também na promoção de um ambiente de cuidado que respeite a dignidade e o conforto dos pacientes durante seus últimos dias, uma prática que se alinha com os princípios fundamentais dos cuidados paliativos (SANTOS et al., 2019).
Os fatores de risco para o desenvolvimento de lesões por pressão em pacientes com processos de morte ativos foram extensivamente estudados, reforçando a necessidade de abordagens de cuidado que considerem a individualidade do paciente e as especificidades de seu quadro clínico. A revisão integrativa sobre este tema sugere que uma atenção especializada e adaptada às condições de cada paciente pode significativamente diminuir os riscos de desenvolvimento dessas lesões, que frequentemente complicam ainda mais quadros já críticos. Este tipo de estudo é essencial para aprimorar as práticas de cuidado e assegurar que os pacientes em fase terminal recebam os cuidados mais adequados e respeitosos possíveis (OLIVEIRA et al., 2022).
A escala de Braden, amplamente utilizada na avaliação de risco para o desenvolvimento de lesões por pressão, desempenha um papel crucial na prevenção dessas complicações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Sua implementação começa com a realização de uma avaliação detalhada do paciente, levando em consideração fatores como mobilidade, umidade, nutrição, fricção e cisalhamento. Profissionais de enfermagem são treinados para aplicar a escala corretamente, realizando uma análise criteriosa de cada um desses aspectos, que contribuem para o risco de formação de úlceras. A partir dessa avaliação, são estabelecidos planos de cuidados personalizados para mitigar os riscos identificados, incluindo a adoção de medidas preventivas, como a reposição nutricional adequada, o uso de superfícies especiais de suporte e a mobilização frequente do paciente. A implantação da escala de Braden em UTIs requer, além do treinamento adequado das equipes, a integração do uso dessa ferramenta nos protocolos clínicos da unidade, garantindo a sua aplicação sistemática. A avaliação contínua, com a reavaliação do risco ao longo do tempo, assegura que os cuidados sejam ajustados conforme as condições do paciente evoluem, contribuindo significativamente para a redução das lesões por pressão. A efetividade dessa abordagem depende da adesão dos profissionais aos protocolos e da cultura institucional que prioriza a prevenção, com monitoramento constante dos resultados e ajustes sempre que necessário (MARQUES, 2018).
3. METODOLOGIA
A metodologia adotada para a realização deste estudo consistiu em uma revisão de literatura, na qual foram compilados e analisados diversos artigos, revisões integrativas e relatos de caso de fontes confiáveis e reconhecidas no campo da saúde. Este tipo de estudo foi escolhido por permitir uma ampla avaliação das evidências existentes e das práticas atuais no manejo e prevenção de lesões por pressão em unidades de terapia intensiva, especialmente em contextos de cuidados paliativos.
Durante a execução da revisão de literatura, a busca por artigos foi realizada em bases de dados científicas como PubMed, Scopus e Web of Science, utilizando palavras-chave relevantes como “lesão por pressão”, “cuidados paliativos”, “UTI”, “enfermagem” e “prevenção”. A seleção dos artigos seguiu critérios rigorosos de inclusão, priorizando estudos publicados nos últimos cinco anos para garantir a relevância e atualidade das informações. Foram incluídos artigos em inglês e português, a fim de abranger um espectro mais amplo de pesquisas e perspectivas internacionais.
Após a coleta, os artigos foram cuidadosamente analisados para extrair informações pertinentes sobre as práticas de prevenção e tratamento de lesões por pressão. A análise focou não apenas nos resultados e conclusões de cada estudo, mas também nas metodologias utilizadas, buscando compreender as diferenças e semelhanças nas abordagens de pesquisa. A síntese das informações coletadas permitiu não apenas entender as tendências atuais e a eficácia das intervenções, mas também identificar lacunas no conhecimento existente que poderiam ser exploradas em pesquisas futuras.
O estudo de revisão de literatura foi essencial para consolidar conhecimentos e orientar a prática clínica baseada em evidências. Ao integrar diversos estudos e revisões, foi possível formular uma visão compreensiva e atualizada sobre o manejo das lesões por pressão em UTIs, destacando a importância dos cuidados paliativos nesse contexto. Essa metodologia também facilitou a disseminação de conhecimentos entre profissionais da saúde, contribuindo para a melhoria contínua dos cuidados prestados a pacientes em estados críticos.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A atuação do enfermeiro na prevenção e tratamento de lesões por pressão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um tema de extrema importância, considerando a alta vulnerabilidade dos pacientes críticos, que frequentemente apresentam condições associadas à imobilidade prolongada, comprometendo a integridade da pele e tecidos subjacentes. Nesse contexto, o papel do enfermeiro se torna essencial para garantir a implementação de práticas preventivas eficazes, bem como para a gestão adequada dos casos já estabelecidos de lesões por pressão. As intervenções realizadas pelo enfermeiro incluem desde a avaliação dos fatores de risco individuais até a aplicação de protocolos baseados em evidências, com o objetivo de reduzir a incidência dessas lesões, que afetam diretamente a qualidade de vida dos pacientes e aumentam os custos hospitalares associados ao tratamento prolongado e à ocorrência de complicações (VALENCIO; MARTINS, 2021).
Dentre as principais estratégias adotadas pelos enfermeiros para a prevenção de lesões por pressão nas UTIs, destaca-se a utilização de ferramentas de avaliação de risco, como as escalas de Braden e Norton, que auxiliam na identificação precoce dos pacientes mais susceptíveis ao desenvolvimento dessas lesões. Com base nessas avaliações, os enfermeiros podem instituir medidas preventivas, como o reposicionamento regular dos pacientes, o uso de superfícies de suporte especializadas e a manutenção da higiene e hidratação da pele. A educação continuada dos profissionais de enfermagem também desempenha um papel fundamental nesse processo, pois garante que as equipes estejam sempre atualizadas sobre as melhores práticas de prevenção e tratamento de lesões por pressão, especialmente em cenários críticos como o das UTIs (SANTOS BOTELHO; ARBOIT; FREITAG, 2020).
A utilização de tecnologias avançadas, como colchões de pressão alternada e dispositivos de monitoramento cutâneo, tem se mostrado eficaz na redução da incidência de lesões por pressão, mas o sucesso dessas intervenções depende fortemente do conhecimento técnico e da habilidade dos enfermeiros em aplicá-las corretamente. O envolvimento ativo dos enfermeiros no processo de decisão e na escolha das melhores estratégias de prevenção, baseado no perfil individual de cada paciente, é essencial para garantir a eficiência dos recursos disponíveis. Assim, os enfermeiros devem ser treinados não apenas para utilizar essas tecnologias, mas também para interpretar os dados coletados e adaptar as intervenções conforme necessário, promovendo um cuidado mais personalizado e efetivo (FELISBERTO; TAKASHI, 2022).
Além das medidas preventivas, o tratamento de lesões por pressão em pacientes críticos exige uma abordagem multidisciplinar, na qual o enfermeiro atua como o principal elo entre os diferentes profissionais de saúde. O manejo dessas lesões envolve a limpeza e o desbridamento das áreas afetadas, a aplicação de curativos especializados e o monitoramento contínuo do estado clínico do paciente. Nesse sentido, a capacitação dos enfermeiros em técnicas avançadas de cuidado de feridas é fundamental para garantir que o tratamento seja eficaz e que as lesões por pressão não evoluam para estágios mais graves, comprometendo ainda mais a recuperação do paciente (SILVA MIRANDA et al., 2024).
A pandemia de COVID-19 trouxe novos desafios para o manejo de lesões por pressão nas UTIs, uma vez que o aumento do tempo de ventilação mecânica e a imobilidade prolongada dos pacientes com COVID-19 contribuíram significativamente para o aumento da incidência dessas lesões. Nesse cenário, os enfermeiros tiveram que adaptar suas práticas e intensificar as medidas preventivas para lidar com essa nova realidade. O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e o estresse físico e emocional das equipes de saúde durante a pandemia também afetaram a qualidade do cuidado prestado, tornando ainda mais evidente a necessidade de protocolos bem estruturados e de treinamentos contínuos para os enfermeiros, de modo a assegurar a excelência na prevenção e tratamento das lesões por pressão em situações de crise (BARROS et al., 2021).
Outro aspecto relevante na prevenção, avaliação e tratamento de lesões por pressão é o envolvimento dos enfermeiros em ações educativas junto às equipes de saúde, pacientes e familiares. A conscientização sobre a importância do cuidado com a pele e a adoção de práticas preventivas podem ser ampliadas por meio de programas de educação e sensibilização, que devem ser implementados tanto nas UTIs quanto em outros setores hospitalares. Os enfermeiros desempenham um papel fundamental na disseminação dessas informações, capacitando os profissionais de saúde e empoderando os pacientes e suas famílias a adotarem medidas que minimizem os riscos de desenvolvimento de lesões por pressão, contribuindo, assim, para a promoção de um ambiente de cuidado mais seguro e eficiente (SOUZA; CIVIDINI, 2021).
A percepção dos enfermeiros de UTI sobre a prevenção de lesões por pressão é amplamente positiva, destacando a importância da implementação de protocolos de cuidado padronizados e a necessidade de investimentos em capacitação profissional. No entanto, ainda existem desafios a serem superados, como a escassez de recursos e a sobrecarga de trabalho nas UTIs, que podem comprometer a qualidade das intervenções preventivas. Os enfermeiros enfatizam que o apoio institucional, por meio da disponibilização de materiais adequados e da promoção de um ambiente de trabalho favorável, é essencial para que possam desempenhar seu papel de maneira eficaz e garantir a melhor assistência possível aos pacientes críticos (MARTINS et al., 2020).
A função do enfermeiro na prevenção e tratamento de lesões por pressão em UTIs é abrangente e requer uma combinação de conhecimento técnico, competências práticas e habilidade para trabalhar de forma colaborativa. A implementação de protocolos baseados em evidências, o uso de tecnologias avançadas, a educação continuada e o envolvimento ativo dos enfermeiros no processo de cuidado são fundamentais para a redução da incidência de lesões por pressão e para a melhora dos resultados dos pacientes críticos. Além disso, o contexto da pandemia de COVID-19 destacou a resiliência e a adaptabilidade dos enfermeiros, que, mesmo diante de condições adversas, conseguiram manter a qualidade do cuidado e minimizar os danos causados pelas lesões por pressão em pacientes vulneráveis (VALENCIO; MARTINS, 2021).
A prevenção, avaliação e o tratamento de lesões por pressão (LPP) em pacientes paliativos apresentam desafios únicos, pois esses pacientes frequentemente enfrentam condições complexas e limitantes que podem tornar a mobilização e a adaptação a intervenções preventivas mais difíceis. Em ambientes de cuidados paliativos, a abordagem deve ser centrada no conforto e na qualidade de vida do paciente, ao invés de metas curativas. Portanto, além das práticas tradicionais de prevenção, como o uso de dispositivos de apoio e mudança de posição, é essencial uma abordagem holística que envolva o manejo adequado da dor, o controle da umidade da pele e a promoção de um ambiente que minimize o desconforto. A equipe de enfermagem deve estar preparada para avaliar constantemente o risco de LPP, ajustando as intervenções conforme o estado clínico e as necessidades do paciente. Em pacientes paliativos, onde a expectativa de vida é reduzida, a prioridade é evitar complicações que possam aumentar o sofrimento, mantendo sempre o foco na dignidade e no conforto. Portanto, a prevenção de LPP se torna uma parte vital da assistência, não apenas pela redução do risco de lesões, mas também pela manutenção do bem-estar e da qualidade de vida durante o processo de cuidados finais (SANTOS BOTELHO; ARBOIT; FREITAG, 2020).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reafirmamos a grande importância do enfermeiro na prevenção, avaliação e tratamento de lesões por pressão em Unidades de Terapia Intensiva. Por meio de práticas baseadas em evidências, educação continuada e o uso de tecnologias avançadas, os enfermeiros desempenham um papel central na redução da incidência dessas lesões, contribuindo significativamente para a melhora da qualidade de vida dos pacientes críticos. A revisão de literatura revelou várias estratégias eficazes para a prevenção e tratamento de lesões por pressão (LPP) em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), incluindo a utilização de tecnologias avançadas, como colchões e almofadas de suporte, além da implementação de protocolos baseados em evidências, que envolvem a reavaliação frequente do risco de LPP e a mobilização regular dos pacientes. No entanto, também foram identificadas lacunas, especialmente em relação ao cuidado de pacientes paliativos, que muitas vezes são negligenciados nas discussões sobre LPP. A literatura destaca a importância de adaptar as estratégias de prevenção para essas situações, levando em consideração as necessidades específicas desses pacientes, como o controle da dor, o conforto e a manutenção da dignidade, sem a pressão de resultados curativos.
Conclui-se que o papel da enfermagem vai além de simplesmente aplicar protocolos de cuidado; é fundamental garantir que todos os pacientes, incluindo os paliativos, recebam um cuidado integral e personalizado. Isso envolve o reconhecimento da vulnerabilidade desses pacientes e a implementação de práticas que respeitem seus direitos e conforto, além de ser uma responsabilidade ética e humanitária para os profissionais de saúde. A continuidade e a melhora constante das práticas de prevenção de LPP, com ênfase no cuidado paliativo, são essenciais para proporcionar uma assistência mais equitativa e eficaz, garantindo que todos os pacientes, independentemente da sua condição clínica, sejam tratados com respeito e dignidade. Em um ambiente tão complexo como a UTI, o compromisso e a competência dos enfermeiros são fundamentais para assegurar cuidados de excelência, promovendo não apenas a recuperação dos pacientes, mas também a otimização dos recursos disponíveis no sistema de saúde.
REFERÊNCIAS
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LIMA, Túlio Viana; DE SENA PEREIRA, Endryw; DE SOUSA LOPES, Graciana. Lesão por pressão em pacientes internados em unidades de terapia intensiva durante a pandemia da COVID-19. Research, Society and Development, v. 11, n. 15, p. e487111537629-e487111537629, 2022.
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