REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10277808
Antonio Rafael Holanda Oliveira
Liliani Lopes Barros Navegante
Maria Gabriella Gomes Araújo
Orientador(a): Msc Prof. Eduardo da Costa Nunes
RESUMO
A terapia de fotobiomodulação utiliza baixa potência de laser, dispositivos que emitem utiliza luz do tipo LED e outros dispositivos que emitem luz em diferentes comprimentos de onda. Essa técnica tem sido amplamente estudada e utilizada para atenuar sintomas após cirurgias em diversas áreas da saúde. O uso do laser tem mostrado resultados promissores na estimulação da regeneração de tecidos danificados por diferentes causas. Na odontologia, esta terapia tem sido empregada como uma técnica vantajosa devido à sua abordagem pouco invasiva, boa aceitação pelo organismo e baixos efeitos adversos. Ela atua estimulando a atividade celular, aumentando a produção de ATP nas mitocôndrias, resultando em síntese proteica e multiplicação celular. Além disso, essa técnica modula a percepção do edema e apresenta propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e cicatrizantes. terapia a laser é segura e geralmente não causa efeitos colaterais significativos. Entretanto, há algumas restrições relativas, tais como casos específicos de cistos malignos, hipertiroidismo, epilepsia, exposição da retina e do abdômen durante a gravidez, entre outros. A fotobiomodulação aprimora a aparência clínica e histológica de úlceras traumáticas e edemas resultantes de cirurgias na cavidade oral. Com base nos benefícios desta terapia descritos na literatura científica, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão de literatura acerca da aplicação terapêutica da fotobiomodulação em cirurgias orais.
Palavras chaves: Fotobiomodulação, anti-inflamatória, cirurgia oral.
ABSTRACT
Photobiomodulation therapy uses low-power lasers, devices that emit LED light, and other devices that emit light at different wavelengths. This technique has been widely studied and used to alleviate symptoms after surgery in various areas of health. The use of laser has shown promising results in stimulating the regeneration of tissues damaged by different causes. In dentistry, this therapy has been used as an advantageous technique due to its non-invasive approach, good acceptance by the body and low adverse effects. It works by stimulating cellular activity, increasing the production of ATP in mitochondria, resulting in protein synthesis and cell multiplication. Furthermore, this technique modulates the perception of edema and has analgesic, anti-inflammatory and healing properties. This laser therapy is safe and generally does not cause significant side effects. However, there are some relative restrictions, such as specific cases of malignant cysts, hyperthyroidism, epilepsy, exposure of the retina and abdomen during pregnancy, among others. Photobiomodulation improves the clinical and histological appearance of traumatic ulcers and edema resulting from surgery in the oral cavity. Based on the benefits of this therapy described in the scientific literature, the present study aimed to carry out a literary survey on the therapeutic application of photobiomodulation in oral surgeries.
Keywords: Photobiomodulation, anti-inflammatory, oral surgery.
1 INTRODUÇÃO
O papel do dentista é buscar cada vez mais conhecimento em tratamentos complementares, que ofereçam maior conforto ao paciente, buscando transformar a odontologia traumática e dolorosa em técnicas que utilize métodos preventivos, aliados a materiais modernos e equipamentos avançados que proporciona tratamentos conservadores, rápidos e mais confortáveis aos pacientes, pois a tendência na área odontológica é incorporar métodos menos invasivos, para minimizar a dor e o mal-estar durante as intervenções odontológicas (SANTOS et al., 2021).
Nessa perspectiva, a Odontologia tem manifestado interesse na aplicação da Laserterapia desde 1960, a qual é vista como uma ferramenta adicional que, anteriormente, era utilizada apenas nas especialidades médico-cirúrgicas. Sua efetividade tem sido notável, uma vez que seu potencial de uso se estende a todas as áreas da prática odontológica. Recentemente, houve um crescimento significativo no interesse por pesquisas nesse campo, graças à observação de seus efeitos em diferentes tipos de tecidos, tanto duros quanto moles (SCHULZ et al., 2021).
A expressão “light amplification by stimulated emission of radiation”, conhecida como laser, é oriunda do inglês. Essa radiação eletromagnética de alta concentração propaga-se de forma ondulatória e não-ionizante. Assim como as demais radiações eletromagnéticas, essa luz possui uma frequência, um comprimento de onda e uma velocidade de propagação que são, aproximadamente, iguais a 300.000 km por segundo (no vácuo). O uso do laser na Odontologia foi primeiramente estudado por Stern Sogannaes em 1964. Essa pesquisa demonstrou aplicação em tecidos dentais “in vitro” (WATHIER et al., 2010).
Os lasers podem ser divididos em categorias gerais: lasers de alta potência ou lasers cirúrgicos, chamados também como HILT (high intensity laser treatment), que têm indicações cirúrgicas, como corte, cauterização, coagulação e efeitos de ablação, que são usados em preparos odontológicos de cavidades e prevenção. E lasers de baixa potência, lasers terapêuticos, fotobiomoduladores ou chamados LILT (low intensity laser therapy), amplamente utilizados para fins terapêuticos, analgesia, anti-inflamatório e bioestimulantes, atuando principalmente como aceleradores em processos de cicatrização (EVANGELISTA, 2022).
Dessa maneira, é necessário que o laser de baixa potência seja capaz de ser absorvido pelos tecidos, visto que é uma luz altamente concentrada que consegue penetrar profundamente nas camadas dos tecidos vivos da mucosa e tecidos moles, estimulando os fotorreceptores (OLIVEIRA., 2018). Esses receptores têm a habilidade de absorver fótons de um comprimento específico, o que resulta em alterações nas funções celulares e metabólicas, com efeitos anti-inflamatórios, analgésicos, bioestimuladores, fotoquímicos e fotofísicos. Por outro lado, os lasers cirúrgicos de alta potência atuam por meio da geração de calor. Apesar dos tecidos biológicos apresentarem pouca homogeneidade do ponto de vista óptico, a escolha do tipo de laser deve ser determinada principalmente pela interação com o tecido alvo, independentemente se ele for tecido mole ou duro (SALES., 2022).
A luz que é emitida pelo laser, com seus diferentes comprimentos de onda, tem sido objeto de estudo em diversas áreas da odontologia, como preparos de cavidades, periodontia, redução bacteriana em canais radiculares, bioestimulação de tecidos moles e condicionamento de esmalte. Diversas pesquisas estão sendo desenvolvidas para determinar os melhores parâmetros e técnicas de irradiação, a fim de permitir sua utilização em diferentes procedimentos odontológicos (CALVALCANTE et al., 2011).
A utilização da técnica de Fotobiomodulação tem conquistado espaço na prática clínica odontológica como uma terapia vantajosa. Sua principal vantagem é ser minimamente invasiva, bem tolerada pelo corpo e com poucos efeitos colaterais. Essa tecnologia utiliza radiação não ionizante, por meio de diodos ativos que emitem luz vermelha (com comprimentos de onda entre 632-660 nanômetros) e infravermelha (entre 820-940 nanômetros) (RODRIGUES., 2020). Ela atua estimulando a atividade das células, aumentando a produção de adenosina trifosfato (ATP) mitocondrial, o que resulta na síntese de proteínas e na multiplicação celular. Além disso, ela promove modulações na percepção da dor, alterando a condução nervosa, o que causa efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e cicatrizantes. Portanto, trata-se de um dispositivo seguro e não farmacológico, capaz de articular diversos processos metabólicos através da absorção de energia devido cromóforos das membranas celulares e mitocondriais (COSTA et al., 2023).
Com base nos benefícios desta terapia descritos na literatura científica, o presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento literário acerca da aplicação terapêutica da fotobiomodulação em cirurgias orais.
2 REVISÃO DE LITERATUA.
2.1FOTOBIOMODULAÇÃO:ASPECTOS CONCEITUAIS
Embora a cirurgia seja comum, mas existem desafios significativos que devem ser superados. Na literatura as dificuldades mais relatadas incluem proximidade de estruturas anatômicas importantes, angulação de coroas de dentes adjacentes, impacção, além de possíveis complicações durante ostectomia, odontosecção e extração dos dentes 13 e 14. (PEDREIRA., 2013). Além disso, traumas cirúrgicos graves ocorrem frequentemente em cirurgia oral. Isso ocorre estimulando o sistema imunológico inato conhecido como inflamação. lesões afetam ossos e tecidos moles. Como a face é altamente vascularizada e o tecido mole é composto por tecido conjuntivo frouxo, há uma grande propensão para o desenvolvimento de edema e, portanto, de outros fenômenos pós-operatórios indesejáveis, como trismo e dor. (MOMENI et al., 2021).
Nesse sentido, a terapia de fotobiomodificação envolve o uso de tecnologia que utiliza lasers de baixa potência, diodos emissores de luz e outros dispositivos que emite luz em diferentes faixas de comprimento de onda. Esta terapia tem sido amplamente estudada e utilizada para aliviar os sintomas pós-operatórios em diversas áreas da medicina. O uso da luz laser é cada vez mais promissor para estimular a regeneração de tecidos organoides comprometidos sistemicamente ou por danos físicos, químicos, mecânicos ou biológicos. Nestes casos, a reparação do tecido deteriorado pode ser retardada porque não são aplicados recursos adicionais. (ARAÚJO., 2021).
Devido à falta de conhecimento sobre como este mecanismo funciona em células e tecidos, esta tecnologia ainda não encontrou ampla aplicação para tratamento e regeneração de tecidos. Assim, a terapia tecidual a laser pode ser útil no tratamento da tendinite. Tratamento de osteoartrite e lesões nervosas (ABESI & DERIKVAND., 2023). Os efeitos colaterais leves da terapia podem incluir irritação da pele comichão e vermelhidão, que não são muito perigosos. e não aumenta a temperatura do tecido alvo (DOMPE., 2020).
2.2MECANISMO DE AÇÃO
Esta terapia tem a capacidade de atingir tecidos biológicos através da absorção de fótons por fotorreceptores presentes nas mitocôndrias, que ativam componentes da cadeia respiratória mitocondrial e desencadeiam uma série de eventos celulares. Sob diferentes condições fisiológicas, os lasers atuam nos processos de troca iônica, acelerando o aumento do ATP mitocondrial e promovendo reações que afetam o metabolismo celular. (HANNA et al., 2022). À medida que a atividade das células aumenta, a síntese de ADN e RNA aumenta. aumento da formação de colágeno e precursores. O nível de β-endorfina, responsável pelo efeito analgésico, aumenta. alterações na quantidade de prostaglandinas que têm efeitos anti-inflamatórios e modificação da síntese de proteínas criação de novos vasos sanguíneos Proliferação e diferenciação celular (CERTELLI., 2020).
Usualmente tem comprimento de onda entre 600 e 900 nanômetros, caraterizado por uma boa capacidade de penetração na pele e nas mucosas. Dentro do espectro de comprimento de onda que abrange as cores vermelha e radiação infravermelha próxima estão as radiações responsáveis por efeitos terapêuticos, como bioestimulação, proliferação, diferenciação e síntese proteica. Consequentemente, a fototerapia com luz emitida pelo laser emerge como uma opção de tratamento que promove a bioestimulação da reparação tecidual, aumento da circulação sanguínea local, proliferação celular e síntese de colágeno (THORAT & NILESH., 2020).
O laser de baixa potência possui a capacidade de gerar efeitos fotoquímicos e fotobiológicos, os quais impactam tanto a área onde é aplicado, quanto as regiões ao seu redor. Os efeitos fotobiológicos podem ser classificados de maneira convencional como imediatos, de curto prazo, e tardios, de longo prazo, em resposta à radiação (ROCATO & FREITAS., 2023). As reações imediatas ocorrem quando os efeitos acontecem segundos ou minutos após a exposição. Os efeitos tardios são observados várias horas ou dias após o término da irradiação e geralmente estão associados a nova biossíntese. (NETO et al.; 2020).
2.2.1AÇÃO ANTI-INFLAMATORIA
A ação do laser contra inflamação e edema ocorre através do aumento da circulação sanguínea, que provoca mudanças na pressão dos capilares, facilitando a absorção do inchaço e a eliminação de metabólitos. Além disso, a laserterapia estimula o crescimento de células endoteliais, levando à formação de vários vasos sanguíneos que relaxam a musculatura vascular e promovem melhor fluxo sanguíneo, metabolismo celular e ativação de fibroblastos. Isso ajuda a aumentar o limite da dor e reduzir o inchaço (SOHEILIFAR et al., 2020).
Também atua exercendo um efeito anti-inflamatório devido à inibição ou redução das prostaglandinas e da histamina, bem como à diminuição da quantidade de cicloxigenase 2 (COX-2). Por sua vez, suprimir esses mediadores tem o potencial de causar diminuição na entrada de neutrófilos, na necrose dos tecidos e no edema, todos esses são indicadores de redução do processo inflamatório. Isso influencia diretamente na resposta inflamatória, sendo recomendado para reduzir edemas, aliviar sintomas que possam causar trismo e aplicado de maneira geral em todos os tecidos com inflamações locais (FULLER., 2017).
2.2.2AÇÃO ANALGESICA
A estimulação da síntese de endorfinas endógenas (beta-endorfina) resulta nos efeitos analgésicos do LLLT, que incluem a redução de citocinas e enzimas inflamatórias, a alteração do limiar de dor e a indução de mudanças neuronais morfológicas. Além disso, ocorre a diminuição do potencial de membrana mitocondrial e o bloqueio do fluxo axonal rápido, que leva ao bloqueio da condução neural. (HOSSEINPOUR et al., 2019).
A ação analgésica dessa terapia ocorre em vários níveis. Localmente, há redução da inflamação mediante a absorção de exsudatos e eliminação de substâncias que causam dor. Além disso, interfere na condução elétrica durante a transmissão dos estímulos, mantendo o equilíbrio iônico em ambos os lados da membrana celular e evitando ou reduzindo a despolarização dela. Também age sobre as fibras nervosas mais grossas, as quais, quando estimuladas pelo laser, bloqueiam as fibras mais finas (RIBEIRO., 2021).
Tem a capacidade de diminuir tanto o potencial de ação quanto a velocidade do impulso nociceptivo, mesmo quando aplicada na pele. Além disso, o laser pode bloquear o potencial de ação provocado por mediadores pró-inflamatórios, como formalina e turpentina, inibir a inflamação neurogênica e reduzir a liberação de mediadores pró-inflamatórios que sensibilizam os nociceptores (DOMPE., 2020). Os efeitos analgésicos começam poucos minutos após a aplicação devido ao bloqueio periférico do nociceptor. Em seguida, os efeitos centrais entram em ação, reduzindo a transmissão sináptica na medula espinhal e, como resultado, proporcionando ainda mais alívio da dor. A analgesia proporcionada pela LLLT traz mais conforto ao paciente e contribui para uma redução no uso de medicamentos. Além disso, é utilizada como uma modalidade terapêutica para diversas condições, como hipersensibilidade dentinária, disfunções temporomandibulares, neuralgia do trigêmeo, entre outras. (FULLER, 2017).
2.2.3AÇÃO BIOMODULAÇÃO TECIDUAL
Os efeitos da biomodulação causados pelo laser com baixa intensidade podem desencadear resultados terapêuticos, como estimulação do crescimento e diferenciação celular, formação de novo tecido, melhora na regeneração celular, redução do inchaço, aumento do fluxo sanguíneo, melhoria da circulação local e aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos (AZEVEDO et al., 2023).
O processo de cura geralmente consiste em três a quatro etapas principais, as quais costumam não ter um tempo definido: homeostase e inflamação, proliferação, remodelação e maturação. A terapia de baixa intensidade com laser atua a nível celular, causando mudanças bioquímicas, bioelétricas e bioenergéticas. O laser acelera o metabolismo e a maturação celular, assim como aumenta a quantidade de tecido e reduz a inflamação. Esse processo é fundamental para garantir a cicatrização. Estima-se que, mesmo em pacientes com dificuldades de cicatrização, como por exemplo os diabéticos, ela ocorra de maneira mais rápida e eficaz devido à diminuição das citocinas (DOUAT., 2021).
2.3 EFEITOS COLATERAIS E CONTRAINDICAÇÕES
O tratamento a laser é geralmente um método de tratamento seguro, sem efeitos colaterais. Isto se deve à natureza térmica do laser. Portanto, não haverá danos aos tecidos ou outros danos. Isso geralmente envolve o uso de um laser de alta potência. Após mais de 40 anos de uso, nenhum efeito colateral perigoso foi identificado. Certas contraindicações foram descritas, como a presença de tumor maligno na área irradiada, irradiação do pescoço em casos de hipertiroidismo, epilepsia, exposição da retina e exposição do abdome durante a gravidez Febre e doenças infecciosos, certas doenças do sangue perda significante de sangue, neuropatias e radiação das gônadas são consideradas contraindicações relativas (PROCKT et al.,2008).
3 DISCUSSÃO
Por CATÃO et al (2012) O laser é uma forma de radiação não ionizante altamente concentrada que, ao entrar em contato com diversos tecidos, ocasiona efeitos térmicos, fotoquímicos e não lineares, dependendo do seu tipo. Essa radiação tem sido utilizada em procedimentos cirúrgicos para potencializar os benefícios e ajudar a melhorar a prognose clínico. Suas principais vantagens são desinfecção do campo operatório, ausência de vibrações, vaporização das lesões conforto do paciente, propriedades anti-inflamatórias e bioestimulantes, acurácia na destruição tecidual, dano mínimo aos tecidos adjacentes, efeito hemostático, redução de dor e inchaço, esterilização. do campo operatório e possibilidade de controle microscópico e endoscópico.
Autores corroboram com SILVEIRA et al (2021) que relata os lasers mais aplicados para estimulação de tecidos biológicos estão na faixa do espectro eletromagnético entre 630 e 1000 nm. Esta faixa cobre a região vermelha e radiação infravermelha com comprimentos de onda que variam de 540 nm a 900 nm. Durante este período, a divisão celular é significativamente acelerada, aumentando a taxa de produção de colágeno e fibroblastos.
Desta forma segundo ZECHA et al (2016) O mecanismo não foi completamente elucidado, mas, dados os seus reconhecidos efeitos terapêuticos, poderá ser útil em diversas complicações da boca faringe, face, glândulas exócrinas e pescoço. A titulação apropriada da dose e a determinação de outros parâmetros necessários de acordo com dados coletados sistematicamente para cada indicação são pré-requisitos para o uso bem-sucedido desta técnica. Sem padronização das mensurações do feixe cálculos de dose e relatórios precisos desses parâmetros, os resultados serão inconsistentes.
O estudo realizado por Atuá et al (2021) destaca os principais resultados obtidos por meio da fotobiomodulação, que estão relacionados à regeneração tecidual, alívio da dor redução da inflamação e aceleração do processo de cicatrização. Além disso, foi observado efeito inibitório na produção de prostaglandinas, através da ação da enzima ciclooxigenase sobre o ácido araquidônico, bem como da ativação da circulação sanguínea local e do sistema linfático.
Segundo RATHOD et al (2022) O laser tem a capacidade de reduzir a inflamação e a produção de MMP8 (metallopeptidase de matriz 8). Também pode inibir a produção de prostaglandinas e aumentar a atividade do plasminogênio. A enquete mostra que pode reduzir os níveis de interleucina 1 beta (IL-1β), mas isso é afetado pelo comprimento de onda utilizado. O interferon é simultaneamente inibido. juntos, estimulando a produção do fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) e do fator de crescimento transformador beta (TGF-β). Essas duas modificações resultam nos efeitos anti-inflamatórios da terapia com fótons, justificando sua capacitância de promover a cicatrização de feridas. O uso do laser 670 nm em combinação com o tratamento odontológico tradicional proporciona excelentes resultados de tratamento e reduz o tempo de tratamento.
O PIVA et al (2011) relata em seu estudo que a fotobiomodulação surgiu como uma opção no combate à inflamação, com efeitos semelhantes aos dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), inibindo e/ou reduzindo a presença de prostaglandina E2 (PGE2), ciclooxigenase 2 (COX-2) e histamina. Também estimula o processo inflamatório nas fases iniciais do processo de reparação tecidual. Isso leva a sinais de aumento da inflamação. Esta estimulação notada foi devida a estimulação vascular significativa primeiras 36 horas após a injeção. Portanto, é capaz de modular a inflamação em diferentes tecidos e, por ser um método não invasivo e não farmacológico, apresenta baixos efeitos colaterais.
4 CONCLUSÃO
Assim sendo, a fotobiomodulação pode melhorar tanto o aspecto clínico quanto histológico das úlceras traumáticas e edemas resultantes de cirurgias na cavidade oral. Isso é possível graças à regulação da percepção da dor e da inflamação, à aceleração da cicatrização e, consequentemente, à redução das lesões. Devido ao fato de ser um dispositivo inofensivo, não farmacológico e de aplicação fácil, seu uso é vantajoso para o paciente, já que alivia o desconforto e melhora a qualidade de vida. Contudo, é necessário realizar mais estudos clínicos controlados a fim de estabelecer a padronização de protocolos clínicos para obter melhores resultados.
5 AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a Deus pela saúde e oportunidade de estar chegando ao fim de mais uma fase em minha vida, aos meus pais João Lopes e Nilce Lopes, aos meus irmãos, filhos, genro e netos. Ao meu marido Marcos Alexandre que me deu todo o suporte necessário para que eu pudesse me dedicar a esse sonho.
Liliane Lopez Barros Navegante.
Agradeço, primeiramente, a Deus, que me deu oportunidade de concluir esse trabalho. Agradeço a minha família, que me incentivaram todos os anos em que estive na faculdade, ao meu orientador por ter aceitado e ter dados informações relevantes, ao meu avô, que mesmo longe, me deu apoio e assistência em toda vida acadêmica. Enfim, agradeço a todas as pessoas que fizeram parte dessa etapa decisiva da minha vida.
Maria Gabriella gomes Araújo.
6 REFERÊNCIAS
SOHEILIFAR, S.; FATHI, H.; NAGHDI, N. Terapia de fotobiomodulação como modalidade de tratamento de alto potencial para COVID-19. Lasers na Ciência Médica, v. 5, pág. 935-938, 2021. | |
AZEVEDO, A. R.; REIS, I. R.; ARAUJO, R. J.; TELES, B. J.; PAGLIARINI. O emprego terapêutico do laser de baixa intensidade na promoção da cicatrização e alívio da dor em Intervenções cirúrgicas orais de pequeno porte: uma revisão integrativa. 2023. | |
SILVEIRA, K. G.; VERISSIMO, M. H.; INAOKA, S. D.; COSTA, D. F.; FILHO, J. R.; VASCONSELLOS, R. J. Estudo da eficácia do laser de baixa intensidade em cirurgia bucomaxilofacial: Uma revisão narrativa da literatura. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, v. 10, n. 9, pág. e12410917761-e12410917761, 2021. |
ABESI, F.; DERIKVAND, N. Eficácia da terapia a laser de baixa intensidade na cicatrização de feridas e redução da dor após gengivectomia: uma revisão sistemática e meta-análise. Revista de Lasers em Ciências Médicas, v. 14, 2023.
ARAUJO, J. G. A fotobiomodulação pode favorecer um melhor reparo de feridas cirúrgicas em mucosa oral?, 2021. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
ATUÁ, R. H.; PERERIA, K. F.; JARDIM, E. C.; ZAFALON, E. J.; BOSCAINE, E. F.; SILVA, J. C. Emprego do Laser de baixa intensidade no pós-operatório de exodontia de terceiros molares. Archives of health investigation, v. 10, n. 3, p. 489-496, 2021.
CATÃO, M. H.; MOURA, A. M.; NASCIMENTO, A. S. Eficácia da laserterapia na redução de morbidade após cirurgia de 3° molares-uma revisão de literatura. Revista da Faculdade de Odontologia de Lins, v. 22, n. 1, p. 33-37, 2012.
CAVALCANTI, T. M; CATÃO, M. H. C. V; LINS, R. D. A. U; ALMEIDA -BARROS, R, Q; FEITOSA, A. P. A. Conhecimento das propriedades físicas e da interação do laser com os tecidos biológicos na odontologia. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 86, p. 955-960, 2011.
CERTELLI, F. O efeito da low-level-laser-therapy depois da extração dos terceiros molares mandíbulares. 2020.
COSTA, M. R.; SOUZA, M.; ANDRADE, M. X.; MARQUES, M. V. Aplicação da fotobiomodulação laser em úlceras traumáticas na cavidade oral: revisão integrativa da literatura. Revista Fluminense de Odontologia, v. 2, n. 61, p. 145-161, 2023.
DOMPE, C.; MONCRIEF, L.; MATYS, J.; LESNIAK, K.; KOCHEOVA, L.; BRYJA, A.; BRUSKA, M.; DOMINIAK, M.; MOZDZIAK, P.; SKIBA, T.; SHIBLI, J.; VOLPONI, A.; KEMPISTY, B.; KONWINSKA. Fotobiomodulação – mecanismo subjacente e aplicações clínicas. Revista de medicina clínica, v. 6, pág. 1724, 2020.
DOUAT, I. S.; SILVA, P. V.; PALAZZI, A. A. Terapia com laser de baixa potência exercendo efeito anti-inflamatório no processo cicatricial em exodontias de terceiros molares. Revista Ensaios Pioneiros, v. 5, n. 2, 2021.
EVANGELISTA, A. S. Aplicabilidades da laserterapia na odontologia estética: uma revisão de literatura. 2022.
FREITAS, M. M.; ROCATO, L. P. O uso de laser de baixa potência na hipersensibilidade dentinária: revisão de literatura. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar-ISSN 2675-6218, v. 4, n. 5, p. e453197-e453197, 2023.
FULLER, M. G. A eficácia do uso de laser de baixa potência após extração de terceiros molares inferiores. 2017.
HANNA, R, BENSADOUN, R. J.; BEKE, S. V.; BURTON, P.; CARROL, J.; BANEDICENTI, S. Outpatient oral neuropathic pain management with photobiomodulation therapy: a prospective analgesic pharmacotherapy-paralleled feasibility trial. Antioxidants, v. 11, n. 3, p. 533, 2022.
HOSSEINPOUR, S.; TUNÉR, J.; FEKRAZAD, R. Fotobiomodulação em cirurgia oral: uma revisão. Fotobiomodulação, fotomedicina e cirurgia a laser, v. 37, n. 12, pág. 814-825, 2019.
MOMENI, E.; BARATI, H.; ARBABI, M. R.; JALALI, B.; MOOSAVI, M. Laserterapia de baixa potência utilizando diodo laser 940 nm na cirurgia de terceiros molares impactados: ensaio clínico randomizado duplo-cego. BMC Saúde Bucal, v. 1, pág. 1-8, 2021.
NETO, J. M.; SANTOS, J. K.; GOMES, N. M.; SILVA, C. C.; BARROS, J. V.; MEDERIROS, M. L. Aplicação da laserterapia de baixa intensidade na odontologia: revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 39, p. e2142-e2142, 2020.
OLIVEIRA, F. A.; MARCELO, T. M.; MOTA, P. H.; PAULA, M. V. Indicações e tratamentos da laserterapia de baixa intensidade na odontologia: uma revisão sistemática da literatura. HU rev, p. 85-96, 2018.
PEDREIRA, A. A. Avaliação clínica e termográfica do efeito da fotobiomodulação laser 808 mm após extração de terceiros molares. 2013.
PIVA, J. A.; ABREU, E. M.; SILVA, V. S.; NICOLAU, R. A. Ação da terapia com laser de baixa potência nas fases iniciais do reparo tecidual: princípios básicos. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 86, p. 947-954, 2011.
PROCKT, A. P.; TAKAHASHI, A.; PAGNONCELLI, R. M. Uso de terapia com laser de baixa intensidade na cirurgia bucomaxilofacial. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, v. 49, n. 4, p. 247-255, 2008.
RATHOD, A.; JAISWAL, P.; BAJAJ, P.; KALE, B.; MASURKAR, D. Implementação da terapia com laser de baixa intensidade em odontologia: uma revisão. Cureus, v. 14, n. 9, 2022.
RIBEIRO, L. A. Frenectomia lingual utilizando laser de diodo de alta potência associada à terapia de fotobiomodulação–conforto e segurança para o paciente. 2021.
RODRIGUES, T. A. Centro universitário doutor leão; de sá, sâmia liberato. aplicação clínica do laser de baixa potência na odontologia. 2020
SALES, M. G. Benefícios associados à laserterapia como tratamento pós-operatório em cirurgias de terceiros molares. 2022.
SANTOS, L. T.; SANTOS, L. O.; GUEDES, C. C. Laserterapia na odontologia: efeitos e aplicabilidades. Scientia Generalis, v. 2, n. 2, p. 29-46, 2021.
SCHULZ, M; ROGALSKI, V. C; YAMASHITA, R. K. Laserterapia “ilib” na odontologia: revisão de literatura. Facit Business and Technology Journal, v. 1, n. 28, 2021.
THORAT, S.; NILESH, K. Eficácia da terapia com laser de baixa potência no manejo de sequelas cirúrgicas pós-operatórias após remoção cirúrgica de terceiros molares inferiores impactados. Revista Nacional de Cirurgia Maxilofacial. v. 13, n. Suplemento 1, pág. S52, 2022.
WATHIER, J; CONTAR, C. M.; ALANIS, L. R.; IGNÁCIO, S. A; MACHADO, M. A. Avaliação da efetividade do laser de baixa potência na redução da dor pós-operatória em cirurgia de terceiros molares inferiores inclusos. Odonto, v. 19, n. 38, p. 131-138, 2011.
ZECHA, J. E.; DURLACHER, J. E.; NAIR, R. G.; EPSTEIN, J. B.; SONIS, S. T.; ELAD, S.; HAMBLIN, M. R.; BARASCH, A.; MIGLIORAT, C. A.; MILSTEIN, D. M.; GENOT, M.; LANSAAT, L.; BRINK, R. V.; DOMINGUEZ, J, A.; MOLEN, L. V.; JACOBI, I.; DIESSEN, I. V.; LANGE, J.; SMEELE, L. E.; SCHUBERT, M. M.; BENSADOUN, R. Laserterapia de baixa intensidade/fotobiomodulação no manejo dos efeitos colaterais da quimioradioterapia no câncer de cabeça e pescoço: parte 1: mecanismos de ação, dosimetria e considerações de segurança. Cuidados de Suporte no Câncer, v. 24, p. 2781-2792, 2016.