PLASMA JET: NON-SURGICAL SOLUTION FOR EYELID SAGGING
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10144056
Ana Karoline Aguiar Bastos Bardawil
Alessandra Salewski
Roberta S. Cruz Bueno
RESUMO
Com a chegada da pandemia de COVID-19 fez-se necessário o uso da máscara, evidenciando-se a área dos olhos, chamando a atenção para a aparência da região periorbital. Acredita-se que pelo destaque da região periocular com o uso da máscara, aumentou a demanda por tratamentos estéticos para melhora dessa região da face. Sabe-se que a técnica mais conhecida é a cirurgia de blefaroblastia. Porém essa técnica cirúrgica traz algumas desvantagens, tais como: tempo de recuperação, possíveis cicatrizes, incisão, sutura, risco de contaminação na área, entre outras. Com a evolução das técnicas de tratamentos estéticos, surgiram novos conceitos para melhora da região periorbital, com menos efeitos adversos, tais como: peelings, laser CO2 fracionado, Ultraformer e Liftera – ultrassons microfocados e macrofocados e a tecnologia do jato de plasma, dentre outras.
O jato de plasma possui algumas técnicas próprias que são utilizadas no procedimento conhecido como blefaroplastia não cirúrgica, sendo que as mais utilizadas são a técnica ponto a ponto e técnica de dano superficial.
A exérese plasmática vem sendo atualmente muito indicada para tratar a flacidez das pálpebras e as rugas. O jato de plasma é uma tecnologia relativamente nova e promissora no tratamento do envelhecimento periorbital e tem como destaque o tratamento da ptose, elastose e da dermatocalase, sendo tal tratamento popularmente conhecido como blefaroplastia não cirúrgica. Muito ainda se discute se é viável substituir a blefaroplastia cirúrgica pela técnica de exérese de plasma. Objetivo: Contextualizar a efetividade do jato de plasma como alternativa não cirúrgica no tratamento de flacidez palpebral. Método: Esse trabalho trata-se de uma revisão de literatura com abordagem qualitativa. Essa revisão bibliográfica foi realizada em artigos e livros que abordavam o tema. Resultados: Por meio da literatura se identificou vários procedimentos eficientes para tratar a flacidez palpebral, todavia, reforça-se que este artigo não tem o intuito de trazer em comento procedimentos invasivos, o que potencializa o jato de plasma como procedimento efetivo para pessoas que ainda não possuem flacidez muito severa e preferem técnicas não invasivas ou cirúrgicas. Cumpre ressaltar que algumas pessoas com idade avançada podem ter flacidez leve nas pálpebras e indicação de tratamento com jato de plasma, assim, temos que qualquer procedimento é dependente de avaliação individual e criteriosa de profissional habilitado.
CONSIDERAÇÕES
Percebe-se que a avaliação do grau de flacidez será decisória no momento da escolha entre a cirurgia de blefaroplastia ou o tratamento com jato de plasma, conhecido como blefaroplastia não cirúrgica. Cabe destacar que o tratamento de flacidez palpebral com o uso do jato de plasma é indicado para casos leves e moderados de flacidez e em situações nas quais o paciente não esteja disposto a se submeter aos riscos e desvantagens da cirurgia convencional (riscos operatórios e pós-operatórios).
Conclui-se dessa forma que o tratamento da flacidez palpebral com jato de plasma trará resultados satisfatórios, a depender do grau de flacidez, e se mostra como uma interessante alternativa aos pacientes que rejeitam tratamento cirúrgico.
Palavra-chave: Estética. Flacidez palpebral. Procedimentos estéticos não invasivos.
INTRODUÇÃO
A área periorbital, que inclui os olhos e suas proximidades, é uma das regiões faciais mais propensas a mostrar sinais de envelhecimento. Essa área é delicada e está sujeita a vários fatores que podem contribuir para uma aparência prematuramente envelhecida. Existem várias alterações que podem ocorrer na área periorbital durante o envelhecimento. Alguns dos sinais mais comuns incluem: rugas e linhas finas, bolsas de gordura e flacidez, olheiras e hiperpigmentação. Essas alterações podem causar uma aparência cansada, triste, zangada, mesmo quando a pessoa não está necessariamente se sentindo dessa forma. Essa interpretação emotiva pode ser resultado da perda de firmeza e do aspecto envelhecido da área periorbital.1
No processo de envelhecimento da região periocular, há perda de elasticidade, flacidez e afinamento da pele, configurando a dermatocalase. Afisiopatologia da dermatocalase não está totalmente elucidada. O estudo fisiopatológico demonstra associação direta com atrofia da derme, aumento dos espaços entre os feixes de colágeno, dilatação dos vasos linfáticos e linfedema. A dermatocalase e a ptose são as principais queixas relacionadas com a flacidez palpebral.
Há uma gama de tratamentos disponíveis para melhorar a aparência da área periorbital e reverter os sinais de envelhecimento. Os tratamentos mais comuns são: toxina botulínica, preenchimentos dérmicos, blefaroplastia, tratamentos a laser, jato de plasma, peelings, liftings cirúrgicos entre outros. É importante consultar um especialista para avaliar o grau de flacidez e aspecto da pele, e assim indicar o tratamento mais adequado a ser realizado. Cada pessoa é única, e um plano de tratamento personalizado ajudará a alcançar os melhores resultados para melhorar a aparência da área periorbital e restaurar uma aparência mais jovem e descansada2.
O jato de plasma é considerada uma ótima opção quando se trata de flacidez palpebral, incluindo a dermatocalase e ptose, atuando como solução não cirúrgica para esses casos. O plasma provoca uma sublimação tecidual e estimula a neocolagenase, como consequência há melhora do tônus cutâneo ( skin tightening) e retração da pele.
O plasma é considerado o quarto estado da matéria, além dos estados sólido, líquido e gasoso. É formado por gases ionizados, nos quais os átomos perdem ou ganham elétrons, resultando em partículas carregadas eletricamente. As primeiras aplicações do plasma na área médica foram para cauterização de tecidos e esterilização de instrumentos médicos, devido à sua capacidade de alta temperatura e ação antimicrobiana. No entanto, atualmente, o plasma também tem sido utilizado em procedimentos estéticos3.
Um exemplo de aplicação estética do plasma é o tratamento conhecido como “jato de plasma” ou “lifting não cirúrgico”. Nesse procedimento, um dispositivo emissor de plasma é utilizado para criar pequenas descargas elétricas na pele, sem contato direto. Essas descargas causam a formação de um pequeno arco elétrico, que gera um calor controlado na camada superficial da pele. Isso estimula a regeneração celular, a produção de colágeno e a contração das fibras de colágeno existentes, resultando em um efeito de lifting e rejuvenescimento da pele4.
Além disso, o plasma também pode ser usado em outros procedimentos estéticos, como remoção de lesões cutâneas, tratamento de cicatrizes e estrias, e melhora da aparência de rugas e linhas finas. É importante ressaltar que os procedimentos estéticos com plasma devem ser realizados por profissionais qualificados e em clínicas especializadas, seguindo todas as precauções necessárias para garantir a segurança e eficácia do tratamento5.
O jato de plasma é um tratamento estético não cirúrgico que tem sido utilizado para tratar a flacidez palpebral, ou seja, a pele frouxa e caída das pálpebras superiores e inferiores. Esse procedimento pode ser uma opção eficaz para melhorar a aparência das pálpebras sem a necessidade de cirurgia invasiva. Neste sentido, cabe destacar que a justificativa deste estudo aponta para as descobertas das potencialidades do jato de plasma em relação à flacidez palpebral.
Esse tema confere relevância pois atualmente a perspectiva de vida aumentou consideravelmente, as pessoas estão vivendo por mais tempo e procurando envelhecer da melhor forma estética e funcional possível. Também há o aspecto funcional envolvido porque uma ptose por flacidez pode causar desconforto e até atrapalhar a visão. Outra questão é que a preocupação com a estética está em alta, e a região periorbital é uma das áreas mais atingidas pelo envelhecimento em sua aparência. Tudo isso faz com que as pessoas busquem procedimentos que amenizem os danos causados pelo envelhecimento e que tenham um equilíbrio entre a recuperação e os resultados obtidos. As pessoas também estão buscando o resgate da autoestima sem realizar procedimento estéticos cirúrgicos, como a blefaroplastia, tendo visto que estes procedimentos apresentam maior risco. Todavia, a blefaroplastia não cirúrgica da pálpebra, pode estar associada a complicações tais como: lagoftalmo, assimetria do sulco palpebral, hematoma persistente, retração palpebral, ptose, discencia da sutura e cicatriz cirúrgica inestética.
Além disso, é fato que atualmente as pessoas preferem procedimentos estéticos que não exijam afastamento das suas atividades, mais baratos, menor risco de morte, menor tempo de recuperação e bons resultados, assim, neste estudo, se aborda estas potencialidades nas quais o jato de plasma está inserido.
O objetivo geral deste estudo é contextualizar a efetividade do jato de plasma como alternativa não cirúrgica no tratamento de flacidez de pálpebra. Por meio de uma revisão de literatura, em que a busca dos artigos será realizada de forma a trazer maiores evidências na biblioteca virtual de saúde, com os seguintes descritores em português e inglês: Plasma, Condicionamento Palpebral, Conditioning, Eyelid, Procedimento Estético e Aesthetic Procedure.
ANATOMIA DA PELE E FLACIDEZ PALPEBRAL
A pele é o maior órgão do corpo humano e é composta por várias camadas e estruturas que desempenham diferentes funções. Observemos a anatomia da pele e como a flacidez está relacionada a algumas dessas estruturas, vejamos: a pele é composta por três camadas principais: Epiderme, Derme e Hipoderme6.
Epiderme: É a camada mais externa da pele e atua como uma barreira protetora contra agentes externos. Ela é formada por várias camadas de células, incluindo queratinócitos, que produzem a queratina, uma proteína que ajuda a manter a integridade e resistência da pele. A epiderme também contém melanócitos, responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele7.
Derme: É a camada intermediária da pele, localizada abaixo da epiderme. A derme é composta por tecido conjuntivo e contém vasos sanguíneos, fibras de colágeno e elastina. O colágeno fornece resistência e estrutura à pele, enquanto a elastina confere elasticidade e flexibilidade. A derme também abriga terminações nervosas, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.
Hipoderme: É a camada mais profunda da pele, também conhecida como tecido subcutâneo. A hipoderme é composta por tecido adiposo (gordura) e tem função de isolamento térmico, absorção de impacto e armazenamento de energia8. Na hipoderme nós encontramos os coxins de gordura ou compartimentos de gordura superficial da face que durante o envelhecimento vão sofrendo um afrouxamento.
Cumpre observar que é na derme que encontramos os fibroblastos, células responsáveis pela síntese de colágeno e elastina, que vão ser responsáveis pela remodelação e retração do tecido, após um processo de inflamação induzido por alguns procedimentos estéticos, que tem como objetivo melhorar a flacidez e danos causados pelo envelhecimento.
Assim, a flacidez da pele está relacionada principalmente à derme e às fibras de colágeno e elastina presentes nessa camada. Com o envelhecimento e outros fatores, como exposição ao sol, perda de peso significativa, tabagismo e diminuição da produção de colágeno, as fibras de colágeno e elastina podem se deteriorar e enfraquecer. Isso leva à perda de elasticidade e firmeza da pele, resultando em uma aparência flácida e caída9.
Além disso, à medida que envelhecemos, ocorre uma redução na produção de colágeno e elastina, levando a uma diminuição da sustentação estrutural da pele. As fibras de colágeno e elastina existentes também sofrem alterações na sua organização e qualidade, resultando em uma pele menos elástica e mais propensa à flacidez6.
Outro fator que contribui para a flacidez é a diminuição da atividade das glândulas sebáceas e das células de gordura na hipoderme. Essa diminuição pode resultar em perda de volume e sustentação da pele, tornando-a mais flácida. Em resumo, a flacidez da pele está relacionada à deterioração das fibras de colágeno e elastina na derme, à diminuição da produção dessas fibras com o envelhecimento e à perda de volume na camada subcutânea da pele. Vários tratamentos estéticos e procedimentos podem ser utilizados para melhorar a flacidez, estimulando a produção de colágeno10.
A flacidez palpebral é uma condição em que a pele das pálpebras superiores ou inferiores se torna frouxa, resultando em um aspecto caído e envelhecido. Essa flacidez pode ser causada por uma combinação de fatores, incluindo o envelhecimento natural, perda de elasticidade da pele, danos causados pelo sol, fatores genéticos e enfraquecimento dos músculos e tecidos que sustentam as pálpebras11;12.
Os principais sinais de flacidez palpebral incluem: Excesso de pele: A pele das pálpebras pode se tornar excessiva e se acumular em dobras ou pregas, causando uma aparência caída e pesada; Pálpebras superiores caídas: A flacidez na região das pálpebras superiores pode resultar em um aspecto de pálpebras “pesadas” e interferir no campo de visão; Bolsas de gordura: O enfraquecimento dos tecidos e músculos pode permitir que bolsas de gordura se projetem nas pálpebras, contribuindo para a aparência de flacidez e inchaço; Olhos cansados ou tristes: A flacidez palpebral pode causar uma aparência geral de cansaço ou tristeza, mesmo quando a pessoa está descansada e se sentindo bem13;14;15.
PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS UTILIZADOS PARA FLACIDEZ PALPEBRAL
Vários são os procedimentos estéticos que podem ser utilizados para tratar a flacidez palpebral, que é caracterizada pela pele solta ou caída nas pálpebras superiores e /ou inferiores. Alguns dos procedimentos comumente utilizados incluem a blefaroplastia, elevação de sobrancelhas, terapias a laser, radiofrequência, ácido hialurônico e jato de plasma16.
A blefaroplastia é um procedimento cirúrgico em que o excesso de pele, músculo e gordura é removido das pálpebras. A blefaroplastia pode ser realizada nas pálpebras superiores, inferiores ou em ambas, dependendo da necessidade do paciente para corrigir a flacidez palpebral, e que pode ter um impacto positivo na autoestima das pessoas que se submetem a ele. A flacidez das pálpebras pode causar uma aparência cansada, envelhecida e até mesmo triste. Isso pode afetar a autoconfiança e a forma como a pessoa se vê17.
Ao realizar a blefaroplastia e obter resultados satisfatórios, muitas pessoas experimentam um aumento significativo na autoestima e na confiança em sua aparência. A cirurgia remove o excesso de pele, músculo e gordura das pálpebras, resultando em um aspecto mais rejuvenescido e revitalizado. Além disso, a melhoria na aparência física pode ter efeitos emocionais positivos. Sentir-se mais confiante em relação à própria aparência pode levar a um aumento na autoestima e autoaceitação. Isso pode refletir em várias áreas da vida, como relacionamentos, carreira e interações sociais18.
Por sua vez, a terapia a laser é um tratamento que pode ser utilizado para estimular a produção de colágeno na região das pálpebras, ajudando a melhorar a elasticidade e reduzir a flacidez. Existem diferentes tipos de lasers que podem ser utilizados, como o laser de CO2 fracionado19.
A terapia a laser na região palpebral inferior pode ser utilizada para tratar a flacidez e melhorar a qualidade da pele nessa área e elevar a autoestima. Existem diferentes tipos de lasers que podem ser empregados, como o laser de CO2 fracionado, o laser de Erbium YAG e o laser de Nd:YAG20;21.
Esses lasers atuam estimulando a produção de colágeno na pele, o que ajuda a melhorar a elasticidade, a firmeza e a textura da região palpebral inferior. Além disso, o laser também pode ser usado para tratar rugas finas, linhas de expressão e pigmentação irregular. Durante o procedimento, o laser emite uma energia controlada na forma de luz, que é absorvida pelas camadas mais profundas da pele. Isso aquece o tecido e estimula a produção de colágeno, o que resulta em uma remodelação da pele ao longo do tempo22.
Há também o tratamento através de radiofrequência, que trata-se de uma técnica que utiliza energia eletromagnética para aquecer as camadas mais profundas da pele. Esse aquecimento estimula a produção de colágeno e a contração das fibras de elastina, melhorando a flacidez palpebral. A radiofrequência na região palpebral é um procedimento que pode ajudar a melhorar a flacidez e a firmeza da pele ao redor dos olhos22.
Já o preenchimento da região com ácido hialurônico não é o procedimento mais comum para tratar a flacidez palpebral, mas pode ser usado em alguns casos específicos. O ácido hialurônico é uma substância que ocorre naturalmente no corpo e tem a capacidade de reter água, conferindo volume e hidratação à pele. No contexto da flacidez palpebral, o preenchimento com ácido hialurônico pode ser utilizado para corrigir perdas de volume localizadas ou para suavizar a aparência de rugas e linhas finas na região das pálpebras. É mais comum utilizar o preenchimento com ácido hialurônico em outras áreas do rosto, como sulcos nasogenianos (bigode chinês) e rugas ao redor da boca23.
O jato de plasma, também conhecido como técnica de lifting não cirúrgico, é um procedimento estético relativamente novo que utiliza um dispositivo que emite corrente de plasma para tratar diferentes condições da pele, incluindo a flacidez palpebral. No caso da região palpebral, o jato de plasma pode ser utilizado para estimular a contração das fibras de colágeno e elastina, promovendo a redução da flacidez e o rejuvenescimento da área. O dispositivo emite um feixe de plasma ionizado que cria pequenas lesões na pele, o que estimula a produção de colágeno e promove a regeneração dos tecidos24.
O USO DO JATO DE PLASMA COMO PROCEDIMENTO ESTÉTICO PARA FLACIDEZ PALPEBRAL
A flacidez palpebral tende a aumentar com o avanço da idade cronológica. Isso ocorre devido a fatores como a diminuição da produção de colágeno e elastina, a perda de elasticidade da pele e a redução da atividade dos músculos faciais. Quanto à quantidade de tecido que necessita ser contraído, isso pode variar de pessoa para pessoa, visto que, cada indivíduo possui características únicas de pele, estrutura facial e nível de flacidez. Em alguns casos, pode ser necessário um maior estímulo para obter uma retração efetiva dos tecidos e um resultado satisfatório, seja pelo aumento da quantidade de sessões de jato de plasma ou por meio de tratamentos associados. Um desses tratamentos de associação poderá ser o uso de peelings, a depender do grau de flacidez, sendo o peeling químico de fenol o mais utilizado atualmente para tratar a região.
O jato de plasma vem se tornando cada vez mais presente como procedimento estético para tratar a flacidez palpebral. Durante todo o procedimento com o jato de plasma, é aplicado plasma ionizado de forma controlada e precisa na pele das pálpebras, sem a necessidade de cortes ou incisões. Neste sentido, o plasma ionizado é direcionado para a área a ser tratada, criando pequenas lesões na pele. Essas lesões ativam o processo de cicatrização e estimulam a produção de colágeno, resultando em uma melhora na firmeza e na elasticidade da pele25;26.
Esse procedimento envolve o uso de um dispositivo que emite corrente de plasma para estimular a contração das fibras de colágeno e elastina na pele. Ao aplicar o jato de plasma na área afetada, ocorrem pequenas lesões controladas na pele. Essas lesões estimulam a produção de colágeno e promovem a regeneração dos tecidos, resultando em uma melhora na firmeza e na elasticidade da pele. A contração das fibras de colágeno ajuda a reduzir a flacidez e a promover um aspecto mais rejuvenescido na região palpebral25.
DISCUSSÃO
Neto e colaboradores27 mencionam em seu estudo que pessoas com flacidez inicial na idade de 40 a 50 anos, podem fazer uso do jato de plasma com mais sucesso do que idosos que tenham uma flacidez mais severa ou com idade superior a 50 anos, todavia, os autores reforçam que tudo dependerá de uma boa avaliação estética, para definir se realmente o jato de plasma é a melhor opção de tratamento para flacidez palpebral.
É importante ressaltar que a eficácia do jato de plasma na promoção da retração do tecido flácido pode variar de pessoa para pessoa, e a magnitude dos resultados também pode depender do grau de flacidez presente. Em alguns casos mais leves de flacidez, o jato de plasma pode ser suficiente para obter resultados satisfatórios. No entanto, em casos mais severos de flacidez, outras opções de tratamento, como a blefaroplastia cirúrgica, podem ser mais adequadas.
CONCLUSÃO
O artigo traz achados importantes sobre a estética e a flacidez palpebral. Com o objetivo de contextualizar a efetividade do jato de plasma como alternativa não cirúrgica no tratamento de flacidez de pálpebra, foi identificado que este procedimento é eficaz em casos leves a moderados de flacidez do tecido, todavia, em casos de flacidez severa a blefaroplastia tradicional, cirúrgica se mantém como opção mais adequada.
Outra questão que deve ser levantada é que, sabe-se que existem no mercado outros dispositivos disponíveis que utilizam o tratamento de plasma para dermatocalose e rejuvenescimento facial. Acontece que a forma como o plasma é produzido pode mudar de um dispositivo para o outro. E isso impacta também nos resultados obtidos, apesar de usar o plasma como meio. Os outros dispositivos podem ter funções diferentes, configurações de energia, intensidade, modo contínuo ou fracionado e níveis de fração.
O jato de plasma pode ser indicado como procedimento efetivo de tratamento para pessoas que possuem flacidez leve a moderada nas pálpebras, sob avaliação individual do profissional da estética.
Diante destes achados, cabe concluir que o estudo atinge o seu objetivo e abre espaço para realização de estudo futuros que complementem a atuação do jato de plasma, para casos mais severos de flacidez, com associações de tratamentos ou maior número de sessões.
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