INVESTIGAÇÃO DOS FATORES ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS ENTRE UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

INVESTIGATION OF FACTORS ASSOCIATED WITH THE USE OF LICIT AND ILLICIT DRUGS AMONG UNIVERSITY STUDENTS IN THE HEALTH AREA OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF PIAUÍ

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8205351


Maximiliano de Souza Zierer1
Lidiane Pereira de Albuquerque1
Kátia Bonfim Leite de Moura Sérvulo1
Tiago José do Nascimento Teixeira Leite2
Lucca Bonfim Leite de Moura Sérvulo3
Regina Maria Sousa de Araújo1


RESUMO

Este trabalho teve como objetivo verificar o consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os graduandos da área da saúde da Universidade Federal do Piauí (UFPI), de modo a alertar a importância de desenvolver programas de prevenção e tratamento da dependência de drogas nessa instituição e gerar uma reflexão sobre ações de promoção de saúde entre os nossos jovens. Participaram da pesquisa 317 estudantes dos cursos de Medicina, Odontologia, Nutrição e Educação Física. A coleta de dados foi obtida por um questionário de preenchimento on-line pela plataforma do Google Formulários. Os resultados mostraram que 22% dos estudantes que participaram da pesquisa já experimentaram drogas ilícitas, sendo que 12% utilizaram drogas ilícitas nos últimos 12 meses. Quanto a idade do início do uso de drogas ilícitas, 1% dos estudantes usou drogas aos 14 anos de idade ou antes, 4% entre 15 e 16 anos de idade, 2% aos 17 anos de idade e 15% aos 18 anos de idade em diante. Os tipos de drogas ilícitas mais utilizadas foram a maconha e os seus derivados (12%), os inalantes (8%) e os hipnóticos/sedativos (7%); 58% dos universitários pesquisados ingeriram bebidas alcoólicas e 2% consomem tabaco ocasionalmente. Conhecer as particularidades do uso de drogas entre universitários é fundamental para a detecção precoce desse consumo. Recomenda-se que a universidade e o Estado criem políticas efetivas para o enfrentamento das questões referentes ao uso de drogas lícitas e ilícitas, visando ações de prevenção e de tratamento que contemplem as reais necessidades dos universitários.

Palavras-chave: Estudantes de Ciências da saúde; Fatores de risco; Consumo de drogas.

ABSTRACT

This study aimed to verify the consumption of licit and illicit drugs among undergraduates health students at the Federal University of Piauí (UFPI), in order to highlight the importance of developing programs for the prevention and treatment of drug dependence in this institution and generate a reflection on health promotion actions among our young people. A total of 317 students from the Medicine, Dentistry, Nutrition and Physical Education courses at UFPI participated in the research. Data collection was obtained by completing an online questionnaire using the Google Forms platform. The results showed that 22% of the students who participated in the survey had already tried illicit drugs, with 12% using illicit drugs in the last 12 months. As for the age of onset of illicit drug use, 1% of students used drugs at 14 years of age or earlier, 4% between 15 and 16 years of age, 2% at 17 years of age and 15% at 18 years of age and older. The most used types of illicit drugs were marijuana and its derivatives (12%), inhalants (8%) and hypnotics/sedatives (7%); 58% of university students surveyed drank alcoholic beverages and 2% consume tobacco occasionally. Knowing the particularities of drug use among university students is fundamental for the early detection of this consumption. It is recommended that the university and the State create effective policies to deal with issues related to the use of licit and illicit drugs, aiming at prevention and treatment actions that address the real needs of university students.

Keywords: Health Sciences students; Risk factors; Drug consumption.

1. INTRODUÇÃO

Ao longo da história, a humanidade tem recorrido ao uso de substâncias psicotrópicas para diversos fins. Drogas psicotrópicas são substâncias que causam mudanças na bioquímica do tecido nervoso e são classificadas como depressoras, estimulantes e perturbadoras. Ao entrarem em contato com o organismo, essas substâncias podem causar modificações comportamentais, de humor e de cognição, podendo levar a um estado de dependência. Entre essas substâncias estão as drogas lícitas (álcool e tabaco), as ilícitas (maconha, cocaína e crack) e as psicoativas (tranquilizantes, sedativos e analgésicos fortes). Ressalta-se que nem todas as substâncias psicoativas têm a capacidade de provocar dependência, pois muitas são utilizadas para o tratamento de doenças, sendo consideradas medicamentos (BRASIL, 2010).

O uso de substâncias psicotrópicas tem sido objeto de investigação no Brasil, devido à crescente preocupação com os hábitos de consumo de drogas lícitas e ilícitas e seus impactos sociais, econômicos e, sobretudo, suas implicações na saúde da população. Segundo Carlini (2005), aproximadamente 23% da população com idade entre 12 e 65 anos, usaram drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida e, entre eles, jovens entre 18 e 24 anos apresentaram as maiores taxas de uso de drogas e de comportamentos de risco. E nessa faixa etária, um dos segmentos que têm merecido, por parte de pesquisadores e de profissionais de saúde e de educação, uma atenção especial é o dos estudantes universitários (NEMER et al., 2013; ARAÚJO et al., 2018).

Atualmente, há uma atenção especial quanto ao consumo de drogas entre os estudantes universitários (ARAÚJO et al., 2018), visto que as pesquisas revelam um nível de consumo mais elevado entre esses indivíduos do que na população em geral (NEMER et al., 2013; SANTOS et al., 2013, FREITAS et al., 2020). Segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 86% dos estudantes relataram ter consumido bebidas alcoólicas e, em relação a outras drogas, cerca de 50% disseram já ter feito uso em algum momento da vida. O mesmo levantamento constatou que 77% dos homens e 66% das mulheres relataram ter feito consumo de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011; MARANGONI & OLIVEIRA, 2012). Em termos de gênero, observa-se uma crescente similaridade de consumo de álcool e outras drogas entre homens e mulheres, em especial no ambiente universitário (GONÇALVES et al., 2019). Vale ressaltar que a pandemia da COVID-19 trouxe consequências desastrosas à saúde mental, elevando consistentemente o consumo de bebidas alcoólicas entre universitários, provavelmente devido a um conjunto de fatores como angústia, solidão, estresse e falta de convívio entre os estudantes, provocados pelo isolamento e pelo distanciamento social impostos pelas autoridades de saúde (ZIERER et al., 2022).

Sobre as demais substâncias psicoativas, que podem ser alvo de abusos e dependência, há aquelas com maiores incidências de uso no meio universitário que são maconha, cocaína (e derivados, como crack) e o outro grupo formado por substâncias sintetizadas em laboratório, como as anfetaminas (e seus derivados, como ecstasy e MDMA ou 3,4-metilenodioxi-metanfetamina), solventes (inalantes), sedativos (barbitúricos e diazepínicos), alucinógenos (como o ácido lisérgico ou LSD), além dos esteroides anabolizantes (WAGNER & ANDRADE, 2008; ZEFERINO et al., 2015).

Pesquisas relatam que os universitários iniciam o uso de alguma droga na companhia de colegas da faculdade, com quem geralmente estabelecem laços emocionais e compromissos importantes que facilitam e incentivam esse hábito em festas e calouradas (ANTONIASSI JÚNIOR & MENESES-GAYA, 2015; PEIXOTO & SOUZA, 2018; CAMARGO et al., 2019). Apesar dos acadêmicos descreverem o entretenimento como um fator de proteção para minimizar o estresse e se distanciarem dos problemas do dia-a-dia, esta atitude indica que as drogas, especialmente as lícitas, exercem um forte atrativo, em função de serem mais aceitas socialmente e pelo fácil acesso (DIAS et al., 2014; ANTONIASSI JÚNIOR & MENESES-GAYA, 2015). Ainda, estudos apontam que as expectativas relacionadas ao consumo de drogas também estão vinculadas ao aumento da autoconfiança, da sociabilidade, da sensação de felicidade e descontração (FREITAS et al., 2015; SILVA et al., 2019, PEREIRA et al., 2020).

Convém ressaltar que o uso abusivo de drogas lícitas ou ilícitas pode reduzir a expectativa de vida do estudante universitário, uma vez que o predispõe a acidentes automobilísticos, episódios de violência interpessoal, comportamento sexual de risco, distúrbios do sono, mudanças do hábito alimentar, estresse e redução da percepção, além de prejuízos acadêmicos (ZEFERINO & FERMO, 2012; SANTOS et al., 2013; PEIXOTO & SOUZA, 2018). Destaca-se também, como consequência grave, a dependência química que pode gerar prejuízos mental ou físico ao usuário. Particularmente, os universitários da área da saúde constituem um alvo de especial atenção no que se refere ao consumo de drogas pelo fato de que esses indivíduos futuramente levarão noções básicas de saúde à comunidade (SILVA et al., 2006; ECKSCHMIDT et al., 2013).

A avaliação de atitudes e comportamentos ligados ao consumo abusivo de drogas lícitas e ilícitas entre universitários fornece informações valiosas quanto à compreensão do comportamento desse grupo de indivíduos, bem como de acolhimento, principalmente quando estiverem relacionados ao uso de substâncias ilícitas e/ou psicoativas (ARAÚJO et al., 2018). O consumo de drogas lícitas e/ou ilícitas representa um dos principais problemas de saúde pública devido aos seus determinantes e condicionantes culturais, ético-legais, políticos, econômicos e tecnológicos gerando impactos sobre o indivíduo, a família e a sociedade. Portanto, essa problemática exige do Estado, pais, educadores, profissionais de saúde, da comunidade científica e de toda a sociedade atenção e ações para a prevenção e o controle desse fenômeno (ZEFERINO et al., 2015; SILVA et al., 2019; PEREIRA et al., 2020; ZIERER et al., 2022).

Tendo em vista que o aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os estudantes universitários tem se tornado uma preocupação crescente nos últimos anos, este estudo teve como objetivo analisar o perfil de consumo de drogas psicotrópicas lícitas e ilícitas em graduandos da área da saúde da Universidade Federal do Piauí (UFPI), campus Teresina, de modo a alertar a importância de desenvolver programas de prevenção e tratamento da dependência de drogas nessa instituição e gerar uma reflexão sobre ações de promoção de saúde entre esses jovens.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, transversal, analítico, de abordagem quantitativa. O público-alvo foi composto por graduandos da área da saúde matriculados na Universidade Federal do Piauí (UFPI), campus Ministro Petrônio Portella, Teresina, Piauí, dos cursos de Medicina, Odontologia, Educação Física e Nutrição.

A amostra foi de 317 estudantes de ambos os sexos, e foi calculada com nível de confiança de 95% e um erro amostral de 5%. A amostra representou duas turmas de cada curso por semestre e foi coletada durante dois semestres letivos. Não houve consulta prévia sobre o interesse dos alunos em participar da pesquisa. Comunicamos aos alunos sobre o questionário, e os que aceitaram participar espontaneamente da pesquisa acessaram o link do Google Formulários.

A coleta dos dados se deu através de um questionário contendo vinte e uma questões objetivas. O questionário foi disponibilizado aos estudantes para o preenchimento on-line através da plataforma de questionários do Google Formulários. Antes da aplicação, os graduandos foram orientados sobre como preencher os questionários na ferramenta on-line. Os dados foram coletados entre os meses de fevereiro a agosto de 2022.

Para a análise dos dados, as respostas obtidas foram tabuladas no Excel para a realização das análises estatísticas. Foi realizada a estatística descritiva das respostas dos questionários, com porcentagens, médias e desvios padrão (DP), com resultados considerados significantes para nível de significância de p<0,05.

Antes de iniciar a coleta de dados com o questionário on-line, foi inserido um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) on-line, de acordo com as diretrizes da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. O TCLE traz esclarecimentos sobre a pesquisa, além da solicitação de autorização para o uso dos dados. O protocolo da pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana (CEP) da UFPI campus Ministro Petrônio Portella (52239721.6.0000.5214).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra total deste estudo foi composta por 317 estudantes regularmente matriculados em cursos da área da Saúde, sendo 152 (48%) do sexo feminino e 165 (52%) do sexo masculino, com uma idade média de 22,11 anos (DP ± 4,15), cursando entre o 1º e o 10º período dos cursos. Quanto ao perfil socioeconômico, verificou-se que a maioria reside com familiares (75%) e apresenta renda familiar entre 1 a 3 salários mínimos (46%). Os participantes também foram avaliados quanto à percepção do estado da sua própria saúde. Oitenta e nove (28%) deles consideraram a sua saúde excelente, 168 (53%) consideraram sua saúde boa, 57 (18%) consideraram sua saúde regular e apenas 3 (1%) consideraram sua saúde ruim (Figura 1). Portanto 81% dos estudantes consideraram a própria saúde como sendo excelente ou boa (Figura 1).

Figura 1: Percentual da auto avaliação do estado de saúde pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2022.

Em relação ao percentual de estudantes que já experimentaram drogas ilícitas, 247 (78%) deles nunca experimentaram, enquanto 70 (22%) responderam que sim (Figura 2). Ou seja, embora a maioria dos estudantes nunca tenha experimentado drogas ilícitas, um percentual expressivo (22%) já experimentou (Figura 2). E sobre os tipos de drogas ilícitas já utilizadas, 41 (13%) participantes afirmaram que já consumiram maconha e seus derivados, 25 (8%) usaram inalantes, 22 (7%) usaram hipnóticos/sedativos, 9 (3%) usaram anfetaminas, 6 (2%) usaram alucinóginos e 6 (2%) experimentaram cocaína (Figura 3). Estes dados, totalizando 35% de consumo das diferentes drogas ilícitas, quando comparados com os dados da Figura 2, onde 22% dos estudantes já haviam experimentado drogas ilícitas, nos mostra que muitos estudantes acabam experimentando e consumindo mais de um tipo de droga ilícita.

Figura 2: Percentual de estudantes que já experimentaram ou não drogas ilícitas.

Fonte: Autores, 2022.

Figura 3: Percentual do tipo de droga ilícita consumida.

Fonte: Autores, 2022.

Pereira et al. (2008) analisaram, através de um estudo exploratório, descritivo, transversal e quantitativo, o perfil do uso de substâncias psicoativas entre 168 universitários do curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo. Os autores relataram que, dentre as drogas ilícitas, na categoria “uso na vida”, figuraram entre as mais preocupantes os solventes (15,5%), os ansiolíticos (13,1%), os anfetamínicos (10,1%) e a maconha (9,5%). Em um estudo levantado por Eckschmidt et al. (2013), comparando a frequência de uso de drogas entre jovens universitários e jovens da população geral, notou-se que os universitários usam mais maconha (26,9%), tranquilizantes (8,9%), inalantes (21,6%), alucinógenos (7,9%) e anfetamínicos (10,0%) que a população brasileira entre 18 e 24 anos de idade.

Em 2015, Antoniassi Jr. & Meneses-Gaya publicaram um estudo descritivo e transversal sobre os comportamentos de risco relacionados ao uso de álcool e outras drogas entre 123 universitários de uma faculdade da Região do Alto Paranaíba, Minas Gerais. A pesquisa identificou que o uso de inalantes, hipnóticos e/ou sedativos foi relatado por 10,6% (n=13) dos participantes, e o uso de cocaína e/ou crack por 8,9% (n=11). Quanto ao uso simultâneo de álcool e outras drogas, 77% (n=85) dos universitários que bebiam faziam uso associado de álcool com outra substância, como tabaco, energéticos, maconha, cocaína, merla, crack, ansiolíticos, anfetaminas, antidepressivos, barbitúricos, anticolinérgicos e ecstasy. É relevante relatar que a facilidade de acesso e o estímulo constante para o consumo de drogas nos ambientes festivos e sociais envolvendo universitários favorecem e ampliam o consumo destas substâncias entre os estudantes (PEDROSA et al., 2011; FORTESK & FARIA, 2013).

Dentre os participantes que já haviam consumido drogas ilícitas, foram questionados sobre como tiveram acesso a essas substâncias. Cinquenta estudantes (72%) obtiveram através de amigos, 13 (18%) compraram na farmácia, 5 (7%) através de traficantes e 2 (3%) através de familiares (Figura 4). Verificamos portanto que é muito expressiva a influência dos amigos no acesso às drogas ilícitas (Figura 4).

Figura 4: Percentual do modo de acesso às drogas ilícitas.

Fonte: Autores, 2022.

Canuto et al. (2006) analisaram a prevalência do uso de drogas ilícitas por jovens do 1º ano da Universidade Federal de Goiás, encontrando maior consumo de inalantes “na vida” (23%). A maior prevalência dessa substância esteve associada ao consumo em bares/boates e obtenção da substância com amigos, sugerindo que seu uso ocorre em contexto recreativo. Em relação à situação de moradia, indivíduos que moram sozinhos ou com amigos apresentaram maior probabilidade de estar em uma categoria de maior consumo de drogas do que aqueles que moram com parentes ou parceiros.

O uso e o abuso de drogas podem estar associados aos exemplos vivenciados na família e com os pares. Cabe ressaltar que os exemplos são os maiores reforços para o aprendizado entre os jovens (BAUNGARTEN et al., 2012; CAMARGO et al., 2019). O Ministério da Saúde (2003) compartilhou a reflexão de que o consumo de drogas entre membros da família e dos grupos de pares constitui fator de risco e retrata a necessidade de assistência aos familiares de dependentes.

Outro aspecto questionado foi se os estudantes haviam consumido drogas ilícitas nos últimos 12 meses. Duzentos e setenta e nove estudantes (88%) afirmaram que não utilizaram drogas no último ano, enquanto trinta e oito (12%) responderam que sim (Figura 5). E sobre a frequência do consumo de drogas ilícitas, 3 (1%) participantes afirmaram que consumiam uma vez por semana, 3 (1%) consumiam de duas a três vezes por semana, 3 (1%) consumiam diariamente e 6 (2%) consumiam somente nos finais de semana, ou seja, 5% dos estudantes faziam uso regular de drogas ilícitas (Figura 6).

Figura 5: Percentual dos estudantes que utilizaram drogas ilícitas nos últimos 12 meses.

Fonte: Autores, 2022.

Figura 6: Percentual da frequência do uso atual de drogas ilícitas.

Fonte: Autores, 2022.

Houvèssou et al. (2020) descreveram o consumo de drogas e o uso concomitante de mais de uma droga ilícita e os fatores associados em calouros da Universidade Federal de Pelotas. Os resultados mostraram que a maconha foi a droga mais consumida, com taxas de uso “na vida” e em 30 dias de 42,1% e 22,7%, respectivamente, seguida pelos alucinógenos (na vida: 13,1%; uso em 30 dias: 2,8%). Similarmente, Delgado-Lobete et al. (2020) associaram os fatores individuais e ambientais com o uso de substâncias e analisaram a relação entre tabagismo, abuso de álcool e consumo de drogas, considerando o abuso de álcool como um possível mediador. Nesta pesquisa, realizada com 550 estudantes de graduação da Universidade da Corunha, Espanha, os resultados apontaram que a maconha foi a droga mais consumida; cerca de 44% dos alunos consumiram maconha pelo menos uma ou duas vezes na vida e 15% dos alunos consumiram a droga nos últimos seis meses. A prevalência de uso de pelo menos uma droga nos últimos seis meses foi de 17%.

Os estudantes da nossa pesquisa foram indagados em relação à idade na qual experimentaram drogas ilícitas pela primeira vez. Quarenta e seis (15%) responderam que utilizaram drogas ilícitas aos 18 anos de idade ou depois, 6 (2%) utilizaram drogas aos 17 anos, 14 (4%) utilizaram drogas entre 15 e 16 anos e quatro estudantes (1%) experimentaram drogas ilícitas pela primeira vez aos 14 anos ou antes (Figura 7). Assim, cerca de um terço dos estudantes que experimentaram drogas ilícitas o fizeram antes de atingir a maioridade e dois terços somente após atingir a maioridade. E quando questionados sobre quando haviam iniciado o consumo de drogas ilícitas, 247 (78%) responderam que nunca experimentaram drogas ilícitas, 47 (15%) declararam que havia sido antes de ingressarem na universidade e 23 (7%) iniciaram o consumo após ingresso à universidade (Figura 8). Os estudantes também foram investigados se havia alguém nas suas famílias com problema de consumo de drogas ilícitas. Duzentos e vinte e dois (70%) responderam que não possuíam familiares com esse problema, enquanto 95 (30%) afirmaram que havia familiares com problemas de consumo de drogas ilícitas (Figura 9).

Figura 7: Percentual da idade com a qual os participantes utilizaram drogas ilícitas pela primeira vez.

Fonte: Autores, 2022.

Figura 8: Percentual de quando os estudantes passaram a consumir drogas ilícitas.

Fonte: Autores, 2022.

Figura 9: Percentual de estudantes com problema de consumo de drogas ilícitas na família.

Fonte: Autores, 2022.

Fiorini et al. (2003) investigaram o consumo de drogas realizado com estudantes de duas universidades na cidade de Alfenas, Minas Gerais, e constataram que dentre a população, ao responder afirmativamente que já havia utilizado drogas, cerca de 92% o fez antes do ingresso na universidade. Esta é uma informação de grande relevância, uma vez que o meio universitário não seria o ponto de partida para o uso de drogas. Destes 92%, 14% afirmaram ter experimentado drogas antes dos 12 anos; 45%, entre os 13 e 15 anos; 33%, entre os 16 e 18 anos; e apenas 8%, após os 18 anos. Em outros estudos, Pereira et al. (2008), Pereira et al. (2013) e Zeferino et al. (2015) relataram que, entre as drogas ilícitas, a idade de experimentação para os solventes, maconha, anfetamínicos e ansiolíticos foi de 16 a 18 anos. No entanto, boa parte dos estudantes experimentou solventes entre 13 e 15 anos de idade.

No Brasil, os dados apontam que quase metade dos universitários (48%) relatou já ter consumido alguma substância psicoativa pelo menos uma vez na vida. Um fato alarmante é que a maioria dos estudantes já experimentou drogas antes do ingresso na universidade, durante a adolescência por volta dos 12 anos de idade (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011).

Quando questionados se já tiveram alguma queda no seu desempenho acadêmico, devido ao consumo de drogas ilícitas, 311 (98%) participantes afirmaram que não (Figura 10).

Figura 10: Percentual dos estudantes com queda no desempenho acadêmico devido ao consumo de drogas ilícitas.

Fonte: Autores, 2022.

Segundo o levantamento de Stempliuk et al. (2005), ao analisar uma amostra populacional nas áreas de Humanas, Ciências Exatas e Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo, cerca de 10% dos estudantes relacionaram o uso de drogas com distúrbios do sono, 5% com a redução do desempenho acadêmico, 5% relatam alterações nos hábitos alimentares e 2% com a inibição da performance sexual. Um estudo quantitativo realizado com 437 estudantes em uma instituição de ensino superior do Médio Vale do Paraíba, São Paulo, teve por objetivos identificar o número de universitários que faziam uso de substâncias psicoativas e verificar quais fatores influenciavam esse consumo e o número de universitários que necessitavam receber intervenções. Evidenciou-se que apenas 15% (n=68) dos estudantes admitiram que o uso de drogas causou prejuízo acadêmico (PEREIRA et al., 2013).

A bibliografia reporta que, em relação ao desempenho acadêmico, os universitários entendem que o uso e o abuso de álcool e/ou de outras drogas causam prejuízos na aprendizagem. No entanto, mesmo tendo consciência, muitos fazem uso de drogas (ANTONIASSI JÚNIOR & MENESES-GAYA, 2015; CAMARGO et al., 2019). Estudos feitos na Universidade Federal do Amazonas, Universidade Estadual de São Paulo e Universidade Federal do Ceará (KERR-CORRÊA et al., 1999; MATOS E SOUZA et al., 1999; LUCAS et al., 2006) com estudantes da área de saúde mostraram que todos os alunos, nas três pesquisas, citaram queixas em relação ao desempenho acadêmico decorrente do consumo de substâncias lícitas e ilícitas.

Outro questionamento da nossa pesquisa foi os motivos que levaram os participantes a consumir drogas ilícitas. O questionário listou dezessete motivações para o consumo de drogas ilícitas, dos quais os estudantes puderam escolher várias delas simultaneamente. Duzentos e trinta e oito estudantes (75%) afirmaram que a influência dos amigos foi o principal motivo, seguido pela curiosidade (71%), fuga dos problemas (66%), diversão (62%), relaxamento (61%), convívio com outros usuários (55%), problemas com ansiedade (52%), busca pela sensação de prazer (51%), aliviar depressão (45%), facilidade de acesso (35%), falta de perspectiva de vida (34%), ajuda para desinibir (32%), problemas com autoestima (31%), influência da mídia (19%), desconhecimento dos efeitos adversos (15%), baixo custo (7%) e para melhorar o desempenho sexual (6%) (Tabela 1).

Tabela 1- Frequência e percentual dos motivos que levaram os estudantes universitários a consumir drogas ilícitas.

MotivaçõesPercentual (%)Frequência (n)
Influência dos amigos75238
Curiosidade71225
Fuga dos problemas66209
Diversão62196
Ajuda a relaxar61193
Convívio com usuários55174
Ansiedade52165
Prazer51162
Depressão45143
Facilidade de acesso35111
Falta de perspectiva de vida34108
Ajuda a desinibir32101
Baixa autoestima3198
Influência dos meios de comunicação1960
Desconhecimento dos efeitos adversos1547
Baixo custo722
Melhora a performance sexual619
Fonte: Autores, 2022.

Similarmente aos nossos achados, a análise de Kerr-Corrêa et al. (1999) sobre a prevalência do uso de drogas por estudantes da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp) mostrou que os amigos foram os mais frequentemente apontados como quem primeiro introduziu os alunos no uso experimental de drogas. Boniatti et al. (2007), por sua vez, observaram que 39,1% dos 183 universitários do estudo faziam uso de drogas por curiosidade e 31,5% por diversão. Já os depoimentos apurados por Camargo et al. (2019) evidenciaram que o uso e o abuso de álcool e/ou de outras drogas são referenciados pelos jovens, principalmente, como uma forma de amenizar os problemas vivenciados, enfatizando que esse consumo é uma das maneiras de minimizar a dor, o sofrimento, as frustrações e as perdas que ocorrem no cotidiano.

Diversos fatores podem levar os universitários a utilizarem drogas, como afastamento da família, necessidade de adaptação a um ambiente desconhecido, formação de novas amizades, independência, novos desafios impostos pela vida acadêmica e preocupação relacionada à futura inserção no mercado de trabalho (HIRSCH et al., 2015). Considerando que o ambiente universitário representa um ambiente para a experimentação de álcool e/ou outras drogas pelo seu fácil acesso e pela naturalização de seu consumo entre os estudantes, eles iniciaram ou deram continuidade como uma forma de pertencimento, de interação, de ritual de passagem para a vida adulta, de coragem, de liberdade, de prazer sexual e de reafirmação da masculinidade. Sobre estes dois últimos fatores, tem ocorrido uma busca incessante por substâncias psicoativas com a finalidade de aumentar a libido e o prazer, bem como de facilitar a aproximação entre as pessoas (DIEHL et al., 2014; MCBRIDE et al., 2014; DÁZIO et al., 2016).

Com o objetivo de restaurar o bem estar dos jovens, é fundamental que as instituições de ensino realizem investigações sobre o bem-estar e a saúde mental dos estudantes e planejem ações efetivas para minimizar os efeitos colaterais do uso e do abuso de álcool e/ou de outras drogas. É importante considerar a necessidade de programas educativos na conscientização dos universitários e a inserção da Politica Nacional do Álcool e de outras drogas, assim como as leis vigentes no país para compreensão desse fenômeno (ZEFERINO et al., 2015; CAMARGO et al., 2019). Assim, é necessário que as universidades empreendam esforços para o estabelecimento de medidas preventivas no combate ao uso indiscriminado de drogas lícitas e ilícitas, de tratamento e reinserção destes estudantes na sociedade e na vida universitária. É imprescindível analisar e compreender os fatores que influenciam os estudantes ao consumo de álcool e/ou outras drogas para que sejam capazes de se desenvolver intelectualmente e, ainda, de enfrentar as adversidades decorrentes das exigências do meio acadêmico (NÓBREGA et al., 2012; ARRIA et al., 2016).

Indagamos os estudantes quanto à frequência do uso de preservativos nas últimas relações sexuais. Cento e setenta e oito (56%) declararam sempre usar preservativos nas últimas relações sexuais, 47 (15%) afirmaram usar muitas vezes, 35 (11%) utilizaram apenas às vezes, 16 (5%) raramente utilizaram e 41 (13%) não utilizaram preservativos nas relações sexuais mais recentes (Figura 11).

Figura 11: Percentual dos estudantes quanto à frequência do uso de preservativo nas últimas relações sexuais.

Fonte: Autores, 2022.

Sabe-se que um dos comportamentos de risco mais frequentes associados ao consumo de drogas é a relação sexual sem preservativos (REIS et al., 2010). Nos estudos de Giacomozzi (2011) e Antoniassi Júnior & Meneses-Gaya (2015), foi observado um predomínio desse comportamento entre estudantes usuários e não usuários. Inclusive, mesmo estando em condições de risco de contrair uma infecção sexualmente transmissível (IST), a maioria dos estudantes investigados nunca realizou um teste de HIV. A exposição ao risco de contrair uma IST representa um grave problema de saúde pública no mundo, chamando atenção para a necessidade de se desenvolver e revisar ações de prevenção e promoção da saúde que favoreçam a conscientização do universitário em relação aos comportamentos de risco (REIS et al., 2010; FREIRE & GOMES, 2012; GOMES et al., 2013).

Em relação ao consumo de tabaco, 254 (80%) estudantes declararam que nunca fumaram, 54 (17%) já experimentaran, porém não fumam regularmente; 6 (2%) fumam apenas em festas ou finais de semana e 3 (1%) já foi fumante (Figura 12). Similarmente, Mendonça et al. (2018), ao realizar um estudo transversal com 1.147 estudantes do primeiro e do penúltimo período da área de saúde de duas universidades da Grande Aracaju, constataram elevada prevalência (99,0%) de universitários não fumantes. Os resultados aqui observados podem decorrer da influência positiva e eficácia das políticas antifumo entre estes estudantes.

Por outro lado, estudos apontam que os porcentuais de fumantes universitários da área da saúde, no Brasil, variam de 8,1% a 17,8%, com destaque para a Região Sul, maior produtora de tabaco no Brasil (MAGLIARI et al., 2008; RODRIGUES JÚNIOR et al., 2009). A tentativa de fumar/experimentar cigarros ao menos uma ou duas tragadas foi declarada por 43,9% universitários da área da saúde de instituições de Ensino Superior do interior de São Paulo; 10,0% dos acadêmicos eram tabagistas e, destes, 61,8% fumavam cigarros diariamente; 70,0% fumavam há mais de 4 anos; 46,3% conviviam com uma ou mais pessoas tabagistas, sendo 16,5% amigos; e 1,1% ex-fumantes (FERREIRA et al., 2014).

Figura 12: Percentual da frequência do consumo atual de tabaco.

Fonte: Autores, 2022.

Sobre a frequência de consumo de bebida alcoólica, 133 (42%) estudantes declararam que nunca beberam, enquanto 41 (13%) consumiram uma vez por semana, 16 (5%) de duas a três vezes por semana, 3 (1%) consumiram diariamente e 124 (39%) afirmaram consumir pelo menos uma vez por mês (Figura 13). Questionamos aos participantes se há alguém na família com problema de alcoolismo e, como resultado, 168 (53%) responderam que não há problema na família (Figura 14).

Figura 13: Percentual da frequência do consumo de bebidas alcoólicas.

Fonte: Autores, 2022.

Figura 14: Percentual dos estudantes com problemas de alcoolismo entre familiares.

Fonte: Autores, 2022.

Estudos sobre o consumo de álcool entre universitários têm aumentado na tentativa de compreender as características de consumo e o perfil da população de interesse, visando aprimorar programas de prevenção existentes em instituições de ensino superior. Quando se avaliaram padrões de consumo de álcool entre brasileiros, os jovens relataram início de uso de bebidas alcoólicas entre 14,8 anos e 17,3 anos de idade, período relativamente anterior ao ingresso no curso superior, que se caracteriza, geralmente, a partir dos 18 anos (WAGNER & ANDRADE, 2008; MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011).

A prevalência de uso de álcool na vida dos jovens universitários do estudo de Mendonça et al. (2018) foi de 80,7%, semelhante à observada em pesquisa realizada com estudantes da área da saúde da Universidade Estadual de Montes Claros, Minas Gerais (74,9%) (CARDOSO et al., 2015). Estes dados mostram a elevada prevalência de uso de álcool na vida de estudantes de ciências da saúde.

Em um estudo anterior aos mencionados anteriormente, desenvolvido por Lucas et al. (2006), com 521 estudantes da área da Saúde da Universidade Federal do Amazonas, apontou que 249 (47,8%) destes alunos relataram haver tomado bebidas alcoólicas até a embriaguez em algum momento da vida; 32 (6,1%) o haviam feito num período de 1 a 5 dias no último mês; 21 (4%), de 6 e 19 dias no último mês e 15 (2,9%), de 20 dias ou mais no último mês. Estes fatos merecem atenção especial devido às funções que esses alunos desempenharão junto a seus pacientes durante e após a formação acadêmica, transmitindo seus conhecimentos nos cuidados com a saúde e, muitas vezes, servindo-lhes de exemplo de conduta. Ademais, o alto consumo alcoólico entre jovens que cursam a área de saúde, com currículo acadêmico que demonstra os malefícios da droga, deve decorrer da licitude e da ampla aceitação social do consumo etílico (MENDONÇA et al., 2018).

Também questionamos se os participantes já utilizaram ou utilizam medicamentos sem orientação médica. Duzentas e doze (67%) declararam que não utilizaram nem fazem uso atualmente de medicamentos, enquanto 105 (33%) afirmaram que sim (Figura 15). Silveira et al. (2014), ao avaliar a prevalência do uso do metilfenidato entre estudantes do 5º e do 6º ano de uma faculdade de medicina no Sul do Brasil, observaram que 23% dos estudantes relataram ter tomado metilfenidato sem receita, provavelmente como forma de aliviar o estresse das provas de residência ao final do programa, bem como uma forma de lidar com o extenso conteúdo curricular a ser estudado com o intuito de ter mais atenção e/ou ficar acordado durante mais tempo. Boclin et al. (2020) investigaram, através de um questionário autoaplicável, o uso de psicofármacos entre 287 estudantes de medicina e odontologia de uma instituição de ensino superior em Passo Fundo (RS), além de verificar os fatores demográficos e de estilo de vida associados. Entre os estudantes que faziam uso de psicofármacos, altas frequências destes medicamentos foram prescritos por médicos (95,8%) com objetivo de relaxamento ou alívio do estresse (73,2%). A maioria desses alunos fazia uso dos medicamentos há um ou dois anos (35,2%) e fazia diariamente (71,9%). Os autores também observaram que quase metade dos alunos precisou aumentar a dose a partir da prescrição inicial do medicamento (49,3%).

Figura 15: Percentual dos estudantes que já utilizaram ou utilizam atualmente medicamentos sem orientação médica.

Fonte: Autores, 2022.

Por último, questionamos aos participantes se a universidade deveria oferecer um programa de prevenção ao consumo de drogas lícitas e ilícitas. Duzentos e trinta e oito (75%) concordaram totalmente com a proposição, 54 (17%) concordaram parcialmente, 19 (6%) não concordaram nem discordaram, 3 (1%) discordaram parcialmente e 3 (1%) discordaram totalmente (Figura 16).

Figura 16: Percentual dos estudantes quanto a necessidade da adoção de um programa de prevenção ao consumo de drogas ilícitas e licitas na UFPI.

Fonte: Autores, 2022.

O uso e o abuso de drogas lícitas e ilícitas devem ser prioridades nas instituições de ensino, incluindo apoio psicopedagógico e atividades extensionistas com programas de orientação e de prevenção. A abordagem dessa temática deve ser transversal em todos os conteúdos. É importante considerar que essa estratégia deve estar em consonância com as políticas públicas sobre drogas vigentes no país (DÁZIO et al., 2016; CAMARGO et al., 2019).

Naturalmente, como um fenômeno evolutivo, antigas políticas exigem ajustes às práticas atuais para continuarem pertinentes e adequadas. Desta forma, uma política que conta com fortes evidências são as medidas de prevenção e controle do uso abusivo de drogas, reduzindo a oferta e o acesso às substâncias, regulamentando e dificultando sua comercialização. Isso inclui também a fiscalização das companhias farmacêuticas e o monitoramento das prescrições para evitar o uso desnecessário de medicamentos controlados (BOCLIN et al., 2020; CAMARGO et al., 2019).

Apesar da crescente produção de estudos acerca do uso de álcool e/ou outras drogas entre universitários, é de suma importância a reunião de esforços dos pesquisadores no sentido de conhecer de perto essa experiência, inclusive com a realização de mais estudos na perspectiva sociocultural, dando voz e vez aos usuários. Essa também é uma forma de oferecer subsídios que contribuam, ainda mais, com o planejamento e a implementação de ações condizentes com a singularidade do universitário, a qual traz consigo a sua cultura (GEERTZ, 2014; DÁZIO et al., 2016).

4. CONCLUSÃO

Este estudo analisou o perfil de consumo de drogas psicotrópicas lícitas e/ou ilícitas em estudantes de diferentes cursos da área da Saúde da UFPI. Os dados encontrados neste trabalho demonstraram que, dentre aqueles que já experimentaram drogas ilícitas, as principais motivações foram a influência de amigos, a curiosidade, a fuga dos problemas, a diversão, o prazer e o convívio com outros usuários. Embora a maioria dos estudantes participantes da nossa pesquisa alegou nunca ter experimentado drogas ilicitas, não podemos desconsiderar que o uso e o abuso de álcool e/ou outras drogas em universitários é bastante preocupante no Brasil e é considerado problema de saúde pública.

Espera-se que as reflexões deste estudo ofereçam subsídios para o desenvolvimento de futuras pesquisas, em diversas regiões do Brasil, que visem atender as especificidades dos universitários e, dessa forma, contextualizar os fatores de riscos e vulnerabilidades destes estudantes ao consumo de drogas. Adicionalmente, seria interessante realizar estudos comparativos para acompanhar os alunos ao longo do tempo para que medidas preventivas específicas e terapêuticas possam ser disponibilizadas para eles.

Compete ao Estado brasileiro a elaboração e o incentivo para o cumprimento de políticas públicas que minimizem o uso e o consumo abusivo de drogas psicotrópicas entre jovens, especialmente os universitários. À universidade compete a educação para a autonomia não apenas profissional, mas também à implementação de atividades e oportunidades para além da sala de aula, que estimulem a sua participação e contribuam para a saúde física e mental destes estudantes, o que é essencial para um bom desempenho tanto no meio acadêmico quanto no mercado de trabalho.

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1Docente do Departamento de Bioquímica e Farmacologia da Universidade Federal do Piauí

2Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Piauí

3Acadêmico de Biomedicina da Universidade Federal do Delta do Parnaíba