BIBLIOGRAPHIC INVENTORY OF THE LEPIDOPTERA ORDER FOR THE STATE OF MARANHÃO
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502031354
Francisca Vanessa de Carvalho Lima1
Viviane Diniz Lima2
Vanessa Marques Garreto3
Ricardo Nascimento de Carvalho4
Jarmyson Erick Silva de Castro5
Cláudio Gonçalves da Silva6
Resumo
A ordem Lepidoptera, é popularmente conhecida como borboletas e mariposas, são insetos que apresentam uma ampla diversidade, com representantes encontrados em quase todas as regiões do mundo auxiliando na manutenção de diversos ecossistemas, assumindo um importante papel como bioindicadoras de qualidade ambiental. Considerando a relevância desse táxon, o presente artigo teve como objetivo realizar um inventário bibliográfico visando uma análise das publicações da ordem para o estado do Maranhão. Para a redação desse material, que tem caráter qualitativo e quantitativo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica na base de dados das plataformas: Google Acadêmico e Connect Papers, em um lapso temporal compreendendo o período de 2014 a 2023. Como parâmetros de busca foram utilizados os seguintes termos: “Lepidoptera”; “Maranhão”; “Diversidade”; “Borboletas” e “Mariposas”. Foram encontrados 14 trabalhos, sendo: três artigos; quatro dissertações; quatro trabalhos de conclusão de curso (TCC); dois resumos publicados em anais de congresso e um resumo expandido, sendo contabilizado um total de 24 cidades maranhenses, nas quais foram desenvolvidas pesquisas que incluíam Lepidoptera. Embora haja trabalhos relevantes no estado, com ênfase na biodiversidade da lepidopterofauna, verifica-se que este tema ainda tem sido pouco explorado, havendo, assim, a necessidade de mais produções na área. Dessa forma, o presente artigo cumpre com o seu objetivo, uma vez que disponibiliza um inventário bibliográfico de lepidópteras no Maranhão, evidenciando a lacuna existente no âmbito das produções científicas sobre essa temática.
Palavras-chave: Biodiversidade. Bioindicador. Ecossistema. Diversidade. Polinização.
1 INTRODUÇÃO
A ordem Lepidoptera, popularmente conhecida como borboletas e mariposas, são insetos que apresentam uma ampla diversidade, com representantes encontrados em quase todas as regiões do mundo. Embora as revisões bibliográficas indiquem um número expressivo de lepidópteros com cerca de 500 mil espécies em todo o mundo e 26 mil no Brasil, correspondendo à metade da diversidade Neotropical, Almeida et al (2024) acredita que o levantamento de dados e consultas bibliográficas de materiais da atualidade levam a questionamentos sobre esses números que pode ser significativamente maior do que o referencial bibliográfico relata.
As borboletas e mariposas, são facilmente distinguíveis das demais ordens devido ao seu aspecto corporal, com dois pares de asas membranosas, possuindo o corpo recoberto por escamas. Esses animais possuem como destaque a coloração de suas asas com cores e formas variadas, com as borboletas possuindo coloração mais chamativa e são ativas durante o dia (diurnas) enquanto as mariposas têm coloração em tons escuros e os seus hábitos são noturnos, sendo considerada a segunda maior ordem dentro da classe Insecta (Santos, 2019). De acordo com esse mesmo autor, no período larval, apresentam aparelho bucal mastigador, sendo a maioria fitófagas, e é nesta fase onde muitas espécies são consideradas pragas agrícolas, como por exemplo, espécies pertencentes à família Crambidae que se destacam como prejudiciais para a cultura do arroz no Brasil (Barros, 2020). Na fase adulta o aparelho bucal é do tipo sugador em formato em formato de probóscide, longa e flexível, e se alimentam de néctar e pólen, sendo importantes polinizadores (Santos, 2019).
Os lepidópteros são reconhecidos por sua rica diversidade, além disso, são organismos que atuam auxiliando na manutenção de diversos ecossistemas como bioindicadoras de qualidade ambiental, desempenhando funções ecológicas importantes como, desfolhadores, decompositores, hospedeiros, podendo ser relacionados à ciclagem de nutrientes, dinâmica populacional de plantas e à relação predador/presa de um ecossistema (Bernardi et al, 2011).
A biodiversidade desta ordem no país é relativamente elevada, no entanto em muitas regiões do Brasil os estudos sobre os lepidópteros são escassos, sendo o Nordeste uma delas. Apesar de grande parte das pesquisas realizadas sobre esses insetos terem ocorrido em florestas ombrófilas das regiões Sul e Sudeste do Brasil, estima-se a ocorrência de mais de 3.200 espécies de borboletas no país, tornando a diversidade biológica das florestas nordestinas ainda pouco explorada (Santos et al., 2023), tendo como possíveis fatores a falta de mão de obra especializada, investimentos para o estudo e conservação das espécies, desmatamento da área que apresenta degradação, além do clima instável em vários pontos da região (Saraiva et al, 2020).
Este artigo teve como objetivo realizar um inventário bibliográfico sobre a ordem Lepidoptera no estado do Maranhão, com o intuito de oferecer uma análise abrangente das contribuições científicas sobre o tema na região.
2 METODOLOGIA
Para a redação desse material, que tem caráter qualitativo e quantitativo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica na base de dados das plataformas Google Acadêmico e Connect Papers, abrangendo o período de 2014 a 2023. Os artigos selecionados seguiram os parâmetros de busca os termos: “Lepidoptera”; “Maranhão”; “Diversidade”; “Borboletas” e “Mariposas” todos em língua portuguesa, sendo fator de exclusão artigos publicados em outros idiomas e fora do intervalo de tempo estabelecido para o estudo.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nas buscas, foram obtidos 6.000 resultados sendo 14 publicações coincidentes com o objetivo proposto, as quais são: três artigos; quatro dissertações; quatro trabalhos de conclusão de curso (TCC); dois resumos publicados em anais e um no formato de resumo expandido. Os trabalhos selecionados para redação da presente pesquisa tiveram suas atividades de campo realizadas nos municípios de Anapurus, Arari, Bom Jardim, Brejo, Buriti, Carolina, Caxias, Centro Novo do Maranhão, Chapadinha, Codó, Coelho Neto, Fernando Falcão, Formosa da Serra Negra, Fortaleza dos Nogueiras, Itinga, Magalhães de Almeida, Mata Roma, Milagres do Maranhão, Mirador, Santa Quitéria, Santo Antônio dos Lopes, São Bento, São João do Sóter e diferentes localidades nos biomas Cerrado e Amazônia, as quais não são especificadas no artigo de referência.
Santos (2023), ao realizar um estudo em diversos estados brasileiros, incluindo o município de Itinga – Maranhão, ao inferir a distribuição e ocorrência de lepidópteros em regiões de florestas plantadas de eucalipto, ao longo do período de janeiro a dezembro de 2020, coletou 4.673 indivíduos pertencentes às famílias Geometridae, Erebidae, Notodontidae, Riodinidae, Noctuidae, Saturniidae e Apatelodidae, distribuídos em 16 gêneros e 23 espécies. O número médio, a abundância e a constância de lepidópteros desfolhadores capturados em Itinga foram superiores quando comparado aos observados no estado de São Paulo, com um total de 11 espécies de lepidópteros-praga, entre as quais Thyrinteina arnobia foi a mais abundante.
Santos (2022), ao estudar as espécies de Saturniidae nos municípios maranhenses de Fernando Falcão, Formosa da Serra Negra e Mirador, onde se localiza o parque Estadual do Mirador com vegetação típica do cerrado, teve como objetivos: analisar a flutuação populacional dessa família, atualizar sua distribuição geográfica e ocorrência, além de registrar novas espécies para o estado do Maranhão e região Nordeste do Brasil. Foram coletados 1.657 indivíduos, distribuídos em cinco subfamílias, 30 gêneros e 49 espécies, sendo Othorene hodeva e Dirphia panamensis as mais frequentes.
Silva et al. (2021) examinou lepidópteros de um inventário que continha uma lista comentada de espécies de Phaegopterina do estado Maranhão, além de dados de distribuição geográfica para representantes do grupo, sendo estes pertencentes à Coleção Zoológica do Maranhão (CZMA/), localizada na cidade de Caxias-MA, e à Coleção Vitor O. Becker (VOB), localizada em Camacã-BA. No estado Maranhense, mais precisamente nos municípios de Bom Jardim, Caxias, Carolina, Centro Novo do Maranhão, Codó, Fortaleza dos Nogueiras, Mirador, São João do Sóter e São Bento, constatou-se que há no inventário 116 espécies de Phaegopterina, sendo registradas 25 novas espécies para o estado.
Barros (2020), ao realizar suas coletas na região de Arari, em safras de lavoura de arroz, nos períodos de 2018/2019 e 2019/2020, obteve 16.374 exemplares de lepidópteros, pertencentes à espécie Rupela albinella, família Crambidae, constatando que seu pico populacional ocorreu ao longo dos meses de janeiro e abril de 2019 e 2020.
Araújo et al. (2019), desenvolveram uma pesquisa no município de Coelho Neto, Área de Proteção Ambiental Morros, onde as armadilhas permaneceram em campo por 24 horas instaladas em períodos quinzenais. Dos 1.121 insetos capturados, apenas 30 insetos pertenciam à ordem Lepidoptera, família Nymphalidae.
Santos (2019) realizou um inventário das famílias de lepidópteros no povoado Porto de Melancias, município de Magalhães de Almeida, em uma área com vegetação densa de ecótono Cerrado-Caatinga, situado durante o período de maio de 2018 a março de 2019. Foram capturados 477 indivíduos, distribuídos em 17 famílias, sendo 6 de borboletas e 11 de mariposas. Em borboletas, têm-se como mais abundante a família Hesperiidae e em mariposas, Pyralidae.
Câmara et al. (2018) efetuaram uma análise faunística das comunidades de Sphingidae nos municípios de Caxias (Povoado Chapada-PC) e Codó (Fazenda Santa Rita-FSR), que correspondem a dois fragmentos de mata secundária, entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2016, obtendo 254 lepidópteros de três subfamílias, 16 gêneros e 33 espécies, onde Macroglossinae foi aquela de maior riqueza e abundância.
Pereira et al. (2018), efetuando um estudo próximo à cidade Centro Novo do Maranhão, na Reserva do Gurupi, entre janeiro de 2010 e julho de 2011, capturaram 14 subfamílias e 91 espécies, destacando-se Hypna clytemnestra, Morpho menelaus e Pareuptychia ocirrhoe, todas pertencentes à família Nymphalidae.
Urbano (2018) realizou uma pesquisa sobre medidas de supressão da Helicoverpa armigera, família Noctuidae, na região do Baixo Parnaíba em 2013, destacando-a como praga em lavouras de soja, sendo que entre os anos de 2012 até 2018, sua presença como praga foi constatada em oito municípios da região: Anapurus, Brejo, Buriti, Chapadinha, Magalhães de Almeida, Mata Roma, Milagres do Maranhão e Santa Quitéria, não tendo sido apontados números de indivíduos encontrados em cada localidade.
Da Rocha e Câmara (2017), ao efetuar uma pesquisa no município de Codó – MA, em um fragmento de cerrado de mata secundária, coletaram entre os meses de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017, 154 indivíduos de Sphingidae, distribuídos entre três subfamílias, 15 gêneros e 26 espécies, sendo que Callionima guiarti foi a mais predominante.
Silva (2017), ao conduzir suas coletas de março a dezembro de 2015 no município de Santo Antônio dos Lopes, na área da Usina Termelétrica, capturou 4.506 espécimes de lepidópteros distribuídos entre 23 famílias, sendo Pyralidae a mais abundante.
Sousa (2016) realizou estudos visando identificar famílias de artrópodes no município de Chapadinha, além da ocorrência de sazonalidade nas comunidades residentes no solo de uma área de Cerrado com predominância de vegetação do tipo Savana, durante doze meses. Entre os 5.573 artrópodes coletados, 19 pertenciam à ordem Lepidoptera e sendo Noctuidae a mais representativa.
Souza (2016) ao realizar expedições em Ouro Velho, Caxias – MA, entre junho de 2015 à março de 2016, obtiveram 454 lepidópteros, distribuídos entre 16 gêneros e 28 espécies, onde a Hamadryas februa (Nymphalidae) foi a mais abundante.
Pereira et al. (2015), efetuando coletas em diferentes localidades dos biomas Cerrado e Amazônia, entre 2004 e 2015, obteveram 98 exemplares da família Hesperiidae, pertencentes à duas subfamílias e 41 espécies, tendo como a mais abundante Bungalotis astylos.
Quadro 1 – Publicações sobre lepidópteros no estado do Maranhão, Brasil.
Autor/Ano | Título | Cidades | Lepidópteros |
Santos, Thamires Lima dos, 2023 | Análise faunística de lepidópteros desfolhadores em plantios de eucalipto em três regiões do Brasil | Itinga-MA | Geometridae, Erebidae, Notodontidae, Riodinidae, Noctuidae, Saturnidae, Apatelodidae |
Santos, Alberico Alves dos, 2022 | Saturniidae (Lepidoptera: Bombycoidea) do Cerrado Central do Maranhão | Fernando Falcão, Formosa da Serra Negra e Mirador (Parque Estadual do Mirador) | Saturniidae |
Silva, Karoline Morgana Oliveira et al., 2021 | Phaegopterina (Erebidae, Arctiinae, Arctiini) em áreas de Cerrado e Amazônia do Estado do Maranhão | Bom Jardim, Caxias, Carolina, Centro Novo do Maranhão, Codó, Fortaleza dos Nogueiras, Mirador, São João do Sóter e São Bento | Phaegopterina |
Barros, Jackson da Costa, 2020 | Título principal: Aspectos bioecológicos de Tibraca limbativentris, Oebalus poecilus (Hemiptera: Pentatomidae) e Rupela albinella (Lepidoptera: Crambidae) em lavoura de arroz no Maranhão; Capítulo utilizado: Incidência Natural de Parasitoides de Ovos de Rupela Albinella (Lepidoptera: Crambidae) em Lavoura de Arroz no Maranhão. | Arari, MA (lavoura comercial de arroz irrigado) | Crambidae |
Araújo, Raiana Cristina Simião et al., 2019 | Entomofauna da Área de Proteção Ambiental Morros Garapenses: Conhecimento e Educação Ambiental | Coelho Neto-MA (Área de Proteção Ambiental Morros Garapenses) | Nymphalidae |
Santos, Maria Samara dos, 2019 | Levantamento da Lepidopterofauna de uma Área de Mata do Povoado Porto de Melancias, Município de Magalhães de Almeida–Ma | Magalhães de Almeida–Ma (Área de Mata do Povoado Porto de Melancias) | Hesperiidae, Lycaenidae, Nymphalidae, Papilionidae, Pieridae, Riodionidae, Crambidae, Depressariidae, Erebidae, Gelechiidae, Geometridae, Noctuidae, Notodontidae, Psychidae, Pyralidae, Saturniidae, Sphingidae |
Câmara, Joseleide Teixeira; Da Rocha, Juliana Raquel Bomfim; Pereira, Surama, 2018 | Sphingidae (Lepidoptera) ocorrentes no leste do Maranhão, Brasil | Caxias–MA (Fragmento do Povoado Chapada) | Sphingidae |
Pereira, Surama; Rezende, Walisson Mickael Alves; Câmara, Joseleide Teixeira, 2018 | Borboletas (Lepidoptera: Papilionoidea e Hesperioidea) da Reserva Biológica do Gurupi, Maranhão, Brasil | abrange os municípios de Bom Jardim, Centro Novo do Maranhão e São João do Caru – Amazônia Oriental, entre as bacias do Rio Gurupi e Pindaré (Reserva Biológica do Gurupi) | Nymphalidae, Hesperiidae, Lycaenidae, Papilionidae, Pieridae, Riodinidae |
Urbano, Érico Torres. 2018 | Análise do plano de supressão da praga Helicoverpa armigera (HÜBNER, 1809) na fronteira agrícola da região do baixo Parnaíba no Estado do Maranhão | Anapurus, Brejo, Buriti, Chapadinha, Magalhães de almeida, Mata Roma, Milagres do Maranhão e Santa Quitéria. | Noctuidae (Helicoverpa armigera) |
Da Rocha, Juliana Raquel B.; Câmara, Joseleide T., 2017 | Esfingídeos (Lepidoptera, Sphingidae) do Município de Codó, Maranhão, Brasil | Codó-MA (fragmento de mata secundária) | Sphingidae |
Silva, Juliana Rodrigues, 2017 | Famílias de Lepidoptera Associadas à Termelétrica (Complexo Parnaíba III), Santo Antônio dos Lopes – Ma, Brasil | Santo Antônio dos Lopes – Ma | Arctiidae, Bombycidae, Brassolidae, Castiniidae, Crambidae, Ctenuchidae, Gelechiidae, Geomteridae, Hesperiidae, Lycaenidae, Megalopigydidae, Nymphalidae, Noctuidae, Papilionidae, Pieridae, Pterophoridae, Pyralidae, Saturniidae, Satyridae, Sessidae, Sphingidae, Thyrididae, Yponeumatidae |
Sousa, Jairisson Andrade de, 2016 | Comunidades de Artrópodes de Serrapilheira em uma Área do Cerrado Nordeste do Estado do Maranhão, Brasil | Chapadinha-MA | Pyralidae, Saturniidae |
Souza, Kelly SR et al., 2016 | Diversidade de ninfalídeos frugívoros (Lepidoptera: Nymphalidae) em área periurbana do município de Caxias, Maranhão, Brasil | Caxias-MA | Nymphalidae |
Pereira, Surama; Câmara, Walisson Ma Rezende Joseleide T., 2015 | Hesperiidae (Insecta, Lepidoptera) do estado do Maranhão | diferentes localidades dos biomas Cerrado e Amazônia | Hesperiidae |
Foram contabilizadas um total de 24 cidades maranhenses, nas quais desenvolveram-se pesquisas que incluíam a ordem Lepidoptera, sendo constatado que três trabalhos mencionavam o município de Caxias, tornando-o o mais citado com os trabalhos de Souza (2016), Câmara et al. (2018) e Silva et al. (2021), apontando a presença, consecutivamente, de Nymphalidae, Sphingidae e Erebidae.
Já em outras seis cidades, há dois trabalhos para cada uma, sendo estas, com seus respectivos autores: Codó, Da Rocha e Câmara (2017) e Silva et al. (2021); Magalhães de Almeida, Urbano (2018) e Santos (2019); Bom Jardim, Pereira et al. (2018) e Silva et al. (2021); Mirador, Silva et al. (2021) e Santos (2022); Centro Novo do Maranhão, Pereira et al. (2018) e Silva et al. (2021); Chapadinha, Sousa (2016) e Urbano (2018). Os lepidópteros encontrados nesses municípios foram identificados como pertencentes à: Crambidae, Depressariidae, Erebidae, Gelechiidae, Geometridae, Hesperiidae, Lycaenidae, Noctuidae, Notodontidae, Nymphalidae, Papilionidae, Pieridae, Psychidae, Pyralidae, Riodionidae, Saturniidae e Sphingidae.
Apenas um trabalho foi desenvolvido em cada um dos demais municípios: Coelho Neto, Araújo et al. (2019); Arari, Barros (2020); São João do Caru, Pereira et al. (2018); Fernando Falcão e Formosa da Serra, Santos (2022); Itinga, Santos (2023); Santo Antônio dos Lopes, Silva (2017); Carolina, Fortaleza dos Nogueiras, São João do Sóter e São Bento, Silva et al. (2021); Anapurus, Brejo, Buriti, Mata Roma, Milagres do Maranhão e Santa Quitéria, Urbano (2018). As famílias identificadas nesses trabalhos foram: Apatelodidae, Arctiidae, Bombycidae, Brassolidae, Castiniidae, Crambidae, Ctenuchidae, Erebidae, Geometridae, Hesperiidae, Lycaenidae, Megalopigydidae, Noctuidae, Notodontidae, Nymphalidae Papilionidae, Pieridae, Pterophoridae, Pyralidae, Riodinidae, Saturniidae, Satyridae, Sessidae, Sphingidae, Thyrididae, Yponeumatidae.
É necessário ressaltar que Pereira et al. (2018), Urbano (2018), Silva et al. (2021) e Santos (2022) citaram mais de uma cidade em seus trabalhos. Havendo, ainda, uma ressalva quanto ao trabalho de Pereira et al. (2015), devido ao fato de citar apenas que várias localidades do estado do Maranhão foram alvo de suas coletas, embora não sejam mencionadas quais, exatamente, seriam elas e sim, destacaram os biomas nos quais se encontram (Cerrado e Amazônia).
Entre os 217 municípios contabilizados para o estado do Maranhão, em apenas 24 destes há trabalhos voltados para a lepidopterofauna, o que corresponde a cerca de 11% dos municípios existentes nesse estado. A vista disso constata-se que a quantidade de publicações revisadas é restrita se comparada à extensão do território maranhense.
O Maranhão possui uma variedade de ecossistemas devido a sua localização geográfica no país, abrangendo assim três biomas, sendo eles: Amazônia, Cerrado e Caatinga (Da Silva et al., 2020). Em decorrência deste fato, o estado apresenta uma diversidade significativa de fauna e flora, sendo propício para a realização de estudos e pesquisas. Dos 24 municípios, 17 possuem extensão territorial completa no bioma Cerrado, havendo ainda a cidade de Magalhães de Almeida que é composta pelos biomas Cerrado e Caatinga. Contudo, é perceptível a escassez de publicações para a região, entre elas para a ordem Lepidoptera.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As publicações consultadas apontam a relevância da captura e registro dos espécimes de Lepidoptera para preencher a escassez de dados no estado maranhense, algo visível quando comparado os resultados obtidos com a busca na plataforma escolhida e o pequeno número de trabalhos selecionados. Apesar de ainda insuficiente, observa-se que o Cerrado tem sido alvo de estudos com maior frequência em relação às outras regiões, tornando o cenário ainda mais grave quando refere-se aos biomas Amazônia e Caatinga.
Embora haja pesquisas relevantes no estado, verifica-se que este ainda tem sido pouco explorado, havendo, assim, a necessidade de mais produções nesta área. Em virtude disso, este artigo cumpre com o seu objetivo, uma vez que disponibiliza um inventário bibliográfico de lepidópteras no Maranhão, evidenciando a lacuna existente no âmbito das produções científicas sobre esse tema no estado.
REFERÊNCIAS
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BARROS, Jackson da Costa. Incidência Natural de Parasitoides de Ovos de Rupela Albinella. In: BARROS, Jackson da Costa. Aspectos Bioecológicos de Tibraca limbativentris, Oebalus poecilus (Hemiptera: Pentatomidae) e Rupela albinella (Lepidoptera: Crambidae) em Lavoura de Arroz no Maranhão. 2020. Dissertação (Mestrado em Agricultura e Ambiente) – Centro de Estudos Superiores de Balsas, Universidade Estadual do Maranhão, Maranhão, 2020. p. 59-65.
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1 Discente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão Campus Chapadinha e-mail: fvc.lima@discente.ufma.br
2 Discente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão Campus Chapadinha e-mail: dinizvivianelima@gmail.com
3 Discente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão Campus Chapadinha e-mail: vanessa.mg@discente.ufma.br
4 Discente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão Campus Chapadinha e-mail: ricardo.nc@discente.ufma.br
5 Discente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão Campus Chapadinha e-mail: J.erick06@outlook.com 6 Docente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão Campus Chapadinha. Doutor em Agronomia/Entomologia Agrícola. e-mail: claudio.goncalves@ufma.br