INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS NA DOR CRÔNICA EM MILITARES – REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202412221023


Matheus de Carvalho Gomes1


RESUMO

A dor crônica é uma condição persistente que impacta significativamente a qualidade de vida e é especialmente prevalente em militares devido ao estresse físico e psicológico enfrentado no serviço, com altas taxas entre veteranos. Essa condição não apenas causa consequências físicas, mas também está associada a transtornos psicológicos como depressão e ansiedade, exigindo tratamentos integrados que incluem terapias psicológicas como a cognitivo-comportamental para aliviar tanto os sintomas físicos quanto emocionais. O objetivo geral do presente trabalho foi compreender a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) utilizada em pacientes com dor crônica e apresentar a relação patológica, com um modelo biopsicossocial e os fatores agravantes causadores do sofrimento psíquico em Militares. O presente trabalho teve como metodologia a revisão bibliográfica, tendo como fonte de consulta uma variedade literária relacionada ao tema estudado, tais como o uso de artigos, livros e teses sobre o tema. Foi visto, que a dor crônica em militares, uma condição complexa que envolve aspectos físicos, psicológicos e sociais, requer uma abordagem multidisciplinar de tratamento com um papel essencial da Psicologia, utilizando técnicas como TCC e ACT. A inclusão de terapias de grupo, mindfulness, consideração do contexto sociofamiliar, superação do estigma e a necessidade de pesquisa contínua e desenvolvimento de novas abordagens são fundamentais para um tratamento eficaz, com sugestões de futuras investigações focadas em eficácia a longo prazo e estratégias preventivas e educacionais.

Palavras-Chave: Intervenções Psicológicas. Dor Crônica. Militares.

1 INTRODUÇÃO

A dor crônica, definida como uma dor persistente que dura mais do que três meses, é uma condição que afeta inúmeras pessoas ao redor do mundo, impactando negativamente a qualidade de vida, funcionalidade e bem-estar emocional dos indivíduos afetados. No contexto militar, essa condição assume uma dimensão especial. Muitos militares enfrentam situações de intenso estresse físico e psicológico durante o serviço, aumentando a predisposição para lesões e, consequentemente, para o desenvolvimento de quadros de dor crônica. Estudos têm mostrado que a prevalência da dor crônica em militares é superior à encontrada na população civil, com taxas particularmente elevadas entre os veteranos que participaram de conflitos recentes.

O impacto da dor crônica em militares não se restringe apenas às consequências físicas. Há evidências crescentes de que a dor prolongada está intrinsecamente associada a transtornos psicológicos, como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Essa interconexão entre dor e psicopatologia destaca a importância de abordagens integradas no tratamento, onde intervenções psicológicas desempenham um papel crucial. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, tem demonstrado eficácia no alívio dos sintomas da dor crônica em militares, ao abordar não só o componente físico, mas também o emocional, ensinando os pacientes a reestruturar pensamentos negativos e a desenvolver estratégias de enfrentamento adaptativas.

O presente trabalho se justifica pelo fato do foco crescente da Psicologia nas relações humanas e na rede de apoio, enfatizando a importância do fator biopsicossocial na construção da dimensão psíquica do ser humano. Destaca a necessidade de compreender a complexidade psicológica individual, especialmente em como ela se relaciona com sofrimentos psíquicos, transtornos psicológicos e dor crônica, com um enfoque particular na experiência dos militares. O estudo proposto visa explorar intervenções psicológicas e caminhos alternativos para ajudar psicólogos a abordar a subjetividade psíquica em contextos militares. Além disso, o texto menciona a revisão de literatura sobre o impacto da dor crônica na saúde física e mental, e como a Psicoterapia pode fornecer alívio, enfatizando a importância de uma abordagem multidisciplinar na Psicologia. O estudo incluirá a contextualização da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) no ambiente militar, explorando técnicas que podem melhorar a qualidade de vida de indivíduos com dor crônica, especialmente militares.

Dada a complexidade da dor crônica no contexto militar e sua relação intrínseca com aspectos psicológicos, torna-se evidente a necessidade de uma revisão da literatura sobre intervenções psicológicas específicas para esta população. Compreender as particularidades desta condição em militares e identificar as intervenções mais eficazes pode auxiliar profissionais da saúde a fornecer um tratamento mais direcionado e abrangente, contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos afetados. Portanto, diante de todas as afirmações descritas é possível afirmar: Como a Psicologia pode intervir em pacientes militares com dor crônica?

O objetivo geral do presente trabalho foi compreender a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) utilizada em pacientes com dor crônica e apresentar a relação patológica, com um modelo biopsicossocial e os fatores agravantes causadores do sofrimento psíquico em Militares. Já os objetivos específicos foram: Conceituar os princípios da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT); contextualizar sobre o manejo da dor crônica em Militares; discorrer sobre as contribuições da Psicologia no sofrimento psíquico de Militares com Dor Crônica.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Metodologia 

O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma Revisão de Literatura, no qual foi realizada consulta a livros, dissertações e em artigos científicos selecionados através de busca nas seguintes bases de dados Google Academy, Scientific Electronic Library Online (Scielo). O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados nos últimos cinco anos (2019 – 2024). As palavras-chave utilizadas foram: Intervenções Psicológicas. Dor Crônica. Militares.

Como critérios inclusivos, foram considerados conteúdos publicados completos no que se relaciona a estrutura metodológica de desenvolvimento; publicados nos últimos cinco anos; que envolvam como estudo as intervenções psicológicas na dor crônica em militares – revisão de literatura; artigos científicos originais ou de revisão. Como critérios de exclusão, foram estabelecidas resenhas críticas e pesquisas que não vinculem a dor crônica em militares com os aspectos estudados no presente trabalho.

2.2 Resultados e Discussão

A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), por sua designação em inglês “Acceptance and Commitment Therapy“, é uma forma contemporânea de terapia cognitivo-comportamental que se concentra em aumentar a flexibilidade psicológica do paciente. Essa abordagem terapêutica orienta os pacientes a abraçar suas memórias, sentimentos e sensações difíceis, ao invés de evitar ou se distanciar deles. Ao fazer isso, a ACT busca reduzir o sofrimento e permitir que os pacientes atuem de acordo com seus valores fundamentais (SANTOS, 2018).

Em comparação com outras terapias cognitivo-comportamentais, a ACT não visa necessariamente a diminuição dos sintomas. Em vez disso, sua principal meta é ajudar os pacientes a estabelecer uma relação diferente com seus pensamentos e sentimentos, permitindo-lhes viver de maneira mais rica e significativa. A ACT utiliza uma variedade de técnicas e exercícios, como a defusão cognitiva, que busca desvincular ou “descolar” o indivíduo de seus pensamentos, ajudando-os a vê-los de uma perspectiva mais objetiva (DUARTE, 2018).

Outra técnica central na ACT é a clareza de valores, na qual os pacientes são orientados a identificar e esclarecer o que é verdadeiramente importante para eles em suas vidas. Ao focar nos valores do indivíduo, a ACT proporciona uma motivação intrínseca para mudanças comportamentais duradouras. Além disso, a aceitação é um pilar fundamental da ACT. Ao invés de lutar contra emoções e pensamentos indesejados, os pacientes são ensinados a aceitá-los, criando espaço para eles em suas vidas sem julgamento (CARNEIRO, 2021).

A eficácia da ACT está intrinsecamente ligada à ideia de compromisso. Uma vez que os pacientes identificam seus valores, a terapia orienta-os a se comprometerem com ações específicas que estão alinhadas a esses valores (SILVA, 2018). Este compromisso orientado para a ação é o que, em última análise, permite aos indivíduos viver uma vida mais autêntica e satisfatória, mesmo na presença de dor psicológica.

A ACT também se destaca por sua perspectiva contextual. Ela não vê os sintomas como problemas em si, mas como comportamentos que são funcionais em certos contextos. Em vez de tentar mudar os sintomas diretamente, a ACT visa mudar o contexto em que esses sintomas são problemáticos, permitindo que os pacientes adotem comportamentos mais adaptativos (SOUSA; BARROSO, 2021).

Além disso, essa terapia não apenas se concentra no presente, mas também considera o histórico do paciente. Ao fazer isso, busca-se entender como certos padrões comportamentais foram desenvolvidos e reforçados ao longo do tempo.  Reconhecer e compreender esses padrões é crucial para ajudar os pacientes a desenvolverem novas estratégias e habilidades que os apoiem em sua jornada de cura e crescimento pessoal.

O manejo da dor crônica em militares é uma preocupação crescente, dado o aumento dos relatos de dor associados às atividades inerentes a essa profissão. A natureza e a intensidade das operações militares, frequentemente, implicam traumas físicos e psicológicos que podem resultar em dor crônica (BODONI, 2018). Este contexto requer uma compreensão profunda e estratégias específicas de intervenção.

Um fator significativo no manejo da dor crônica em militares é a cultura do estigma. Muitos militares relutam em buscar ajuda ou admitir a experiência de dor crônica por medo de serem percebidos como fracos ou incapazes de cumprir seus deveres. Esse estigma pode resultar em subnotificação e, consequentemente, subtratamento da dor crônica (DUARTE, 2018). Assim, é vital criar ambientes onde os militares se sintam seguros e incentivados a expressar suas preocupações relacionadas à dor.

A dor crônica em militares não é apenas uma manifestação física. Muitas vezes, está entrelaçada com traumas psicológicos, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). A interação entre TEPT e dor crônica pode complicar o processo de tratamento, requerendo uma abordagem holística (GONÇALVES, 2018). Portanto, além das intervenções médicas convencionais, é imprescindível incorporar estratégias psicoterapêuticas no manejo da dor.

Uma das técnicas emergentes é a Terapia de Aceitação e Compromisso, que já discutimos anteriormente. Esta abordagem, focada na aceitação da dor e no compromisso com ações alinhadas aos valores pessoais, pode ser particularmente eficaz para militares, já que estimula o reconhecimento da dor sem julgamento (CARNEIRO, 2021). Esta técnica pode auxiliar os militares a se reconectar com seus valores, promovendo uma vida plena mesmo na presença da dor crônica.

É importante também entender a especificidade das causas da dor em militares. Lesões por explosivos, treinamento rigoroso e uso prolongado de equipamentos pesados são apenas alguns dos fatores que podem contribuir para a dor crônica nessa população (SANTOS, 2018). Estes desafios exigem soluções terapêuticas adaptadas, que considerem as peculiaridades do ambiente militar.

Outro desafio é a transição para a vida civil. Muitos militares, ao se aposentarem ou serem desmobilizados, enfrentam desafios na adaptação a uma nova rotina, o que pode exacerbar a experiência da dor crônica. Assim, a reintegração dos militares à sociedade civil também deve ser considerada no manejo da dor (PENEDO, 2022).

Além disso, a abordagem farmacológica é um componente crucial no tratamento da dor crônica em militares. No entanto, a dependência e os efeitos colaterais dos analgésicos tornam-se preocupações substanciais (SILVA, 2018). Portanto, é essencial uma abordagem equilibrada, combinando medicamentos com terapias complementares e alternativas.

A fisioterapia, por exemplo, tem se mostrado eficaz no alívio da dor crônica em militares, especialmente quando combinada com estratégias psicoterapêuticas (FERREIRA, 2021). Técnicas como biofeedback e terapia cognitivo-comportamental também são promissoras no tratamento da dor, permitindo que os militares adotem técnicas de enfrentamento adaptativo.

Desse modo, é crucial a continuidade do estudo e da pesquisa nesta área. O manejo da dor crônica em militares é um campo em constante evolução, com novos desafios surgindo regularmente. Portanto, a colaboração interdisciplinar entre médicos, psicólogos, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde é vital para garantir o melhor cuidado possível a essa população única.

A relação entre dor crônica e sofrimento psíquico em militares é multifacetada e complexa. A Psicologia, ao longo dos anos, tem desempenhado um papel central na compreensão e intervenção deste fenômeno. Um dos marcos da atuação psicológica neste contexto é o reconhecimento de que a dor não é apenas um sintoma físico, mas também carrega consigo dimensões emocionais e cognitivas profundas (BODONI, 2018).

A partir deste entendimento, a avaliação psicológica tornou-se fundamental para identificar as necessidades específicas de militares com dor crônica. Através de entrevistas, testes e avaliações, os psicólogos podem determinar o impacto da dor no bem-estar emocional, identificar comorbidades como depressão ou ansiedade, e desenhar intervenções apropriadas (SILVA, 2018).

Uma abordagem frequentemente adotada é a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Esta modalidade terapêutica auxilia os militares a reconhecer e desafiar pensamentos e crenças disfuncionais relacionados à sua dor, bem como desenvolver estratégias de enfrentamento eficazes para gerir o sofrimento psíquico associado (CARNEIRO, 2021).

Além da TCC, as intervenções baseadas em mindfulness também têm mostrado resultados promissores. Estas abordagens focam na aceitação consciente da dor, ajudando os militares a desenvolver uma relação mais saudável com seu sofrimento, em vez de resistir ou evitá-lo (DUARTE, 2018).

A formação de grupos terapêuticos, especificamente para militares, também tem sido uma estratégia eficaz. Nestes grupos, os militares têm a oportunidade de compartilhar suas experiências, aprender uns com os outros e desenvolver um sentido de pertença e compreensão, mitigando a sensação de isolamento que muitas vezes acompanha a dor crônica (SANTOS, 2018).

O trauma, muitas vezes associado ao serviço militar, pode exacerbar a experiência da dor crônica. A terapia de processamento cognitivo e a terapia de exposição prolongada são abordagens terapêuticas projetadas especificamente para abordar traumas e podem ser adaptadas para incluir componentes relacionados à dor (GONÇALVES, 2018).

É vital também considerar a família no processo terapêutico. A dor crônica e o sofrimento psíquico de um militar podem ter repercussões no ambiente familiar. Assim, a terapia familiar pode ser instrumental para abordar dinâmicas familiares desafiadoras e promover um ambiente de suporte e compreensão (PENEDO, 2022).

Na esfera da prevenção, os psicólogos desempenham um papel crucial na formação e sensibilização dos militares e suas lideranças sobre a importância da saúde mental, ensinando-lhes a reconhecer os primeiros sinais de sofrimento psíquico e a importância de procurar ajuda precocemente (FERREIRA, 2021).

A formação contínua de psicólogos que atendem militares é imperativa. Os desafios específicos enfrentados por esta população requerem que os profissionais estejam atualizados sobre as melhores práticas, pesquisas recentes e intervenções inovadoras no campo da dor crônica (SOUSA; BARROSO, 2021).

Portanto, é crucial reconhecer a interdisciplinaridade no tratamento da dor crônica em militares. A colaboração entre psicólogos, médicos, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde é essencial para garantir uma abordagem holística e abrangente que atenda às necessidades físicas e psicológicas dos militares.

A dor crônica em militares exige uma atenção especializada, onde a Psicologia pode intervir de maneira significativa. Uma das estratégias efetivas é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que ajuda os militares a entenderem e modificarem pensamentos e crenças negativas associadas à sua dor, promovendo técnicas de enfrentamento e melhoria do bem-estar psicológico. Esta abordagem é crucial para lidar com a complexidade da dor crônica, que frequentemente vai além do físico, afetando os aspectos emocionais e comportamentais do indivíduo (FARIA; FAJARDO, 2022).

Além disso, intervenções que focam na aceitação, como a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), têm mostrado resultados promissores. Ao encorajar os militares a aceitarem sua dor e comprometerem-se com ações alinhadas aos seus valores pessoais, essa abordagem pode levar a uma melhor qualidade de vida, apesar da dor persistente. O ACT promove uma relação mais saudável com a dor, reduzindo a luta interna e o sofrimento associado (VITORINO, 2019).

A terapia grupal, especificamente voltada para militares com dor crônica, representa outra intervenção valiosa. Nestes grupos, os participantes compartilham experiências e estratégias de enfrentamento, criando um ambiente de apoio mútuo. Isso não apenas ajuda na gestão da dor, mas também fortalece a resiliência psicológica e social (LEAL; RODICZ, 2019).

O aspecto emocional da dor crônica também pode ser significativamente influenciado por técnicas de mindfulness. Essas práticas ajudam os militares a se concentrarem no presente, aceitando a dor sem julgamento. Isso pode levar a uma diminuição da intensidade da dor percebida e melhorar a capacidade de lidar com ela (CARTES; PEREIRA, 2021).

Além das abordagens psicoterapêuticas, é essencial considerar o contexto sócio-familiar dos militares. Intervenções que incluem a família e o círculo social do militar podem ser cruciais, pois a dor crônica pode afetar as relações e a dinâmica familiar. Terapias familiares e de suporte social podem oferecer um meio para melhorar a compreensão e a comunicação sobre a dor, contribuindo para um ambiente mais solidário e empático (FARIA; FAJARDO, 2022).

Desse modo, a integração de diversas modalidades terapêuticas se mostra fundamental. Uma abordagem multidisciplinar, envolvendo psicólogos, médicos, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde, garante um tratamento mais holístico e eficaz. Isso enfatiza a importância de uma colaboração interdisciplinar no manejo da dor crônica em militares, assegurando que todas as facetas da dor físicas, psicológicas e sociais sejam adequadamente abordadas e tratadas.

3 CONCLUSÃO

Constatou-se que a dor crônica em militares é um fenômeno complexo que abrange dimensões físicas, psicológicas e sociais. Essa complexidade demanda uma abordagem multidisciplinar no tratamento, onde a Psicologia desempenha um papel crucial. As técnicas psicoterapêuticas, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), são fundamentais no manejo da dor crônica, auxiliando na modificação de pensamentos e crenças negativas e promovendo a aceitação e o comprometimento com valores pessoais. Isso evidencia a importância da flexibilidade e da adaptação das estratégias terapêuticas às necessidades específicas dos militares.

Foi visto que a inclusão de terapias de grupo e técnicas de mindfulness amplia as possibilidades de tratamento, oferecendo suporte emocional e social aos militares. Estas abordagens ajudam na gestão da dor ao criar um ambiente de apoio mútuo e ao promover uma relação mais saudável com a dor. Além disso, a consideração do contexto sociofamiliar no processo terapêutico é essencial, pois a dor crônica pode afetar significativamente as relações familiares e sociais do indivíduo.

Notou-se que o enfrentamento do estigma associado à dor crônica em militares é um desafio adicional. Promover ambientes seguros e incentivar a expressão de preocupações relacionadas à dor são passos fundamentais para superar barreiras culturais e sociais. Além disso, a continuidade da pesquisa e do desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas é essencial para avançar no tratamento eficaz da dor crônica em militares, considerando a evolução constante deste campo.

Concluiu-se que o objetivo deste trabalho foi alcançado ao identificar e analisar as diversas abordagens psicológicas para o tratamento da dor crônica em militares. Sugere-se que pesquisas futuras explorem ainda mais a eficácia de diferentes modalidades terapêuticas e a integração de novas tecnologias no tratamento. Além disso, estudos longitudinais podem fornecer insights valiosos sobre a eficácia a longo prazo dessas intervenções, assim como a investigação de estratégias preventivas e educacionais para gerenciar a dor crônica poderia ser uma área frutífera de pesquisa futura.

REFERÊNCIAS

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1Graduado em Psicologia e Fisioterapia; Pós Graduado em Dor; Pós Graduado em Ortopedia, Traumatologia e Esportes.