INTERVENÇÕES PRECOCES EM CARDIOPATIAS FETAIS – O PAPEL DO ENFERMEIRO OBSTETRA NO CUIDADO INTEGRADO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

EARLY INTERVENTIONS IN FETAL HEART DISEASE – THE ROLE OF THE OBSTETRIC NURSE IN INTEGRATED CARE: INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202506300807


Maria Eduarda Borges Da Silva¹
Rafaela Stefany Lemos Braga²
Izabella Araujo Morais³


RESUMO

Introdução: As cardiopatias fetais são malformações comuns e graves, responsáveis por alta mortalidade neonatal. O diagnóstico precoce é essencial para o planejamento de cuidados e intervenções eficazes. O enfermeiro obstetra tem papel fundamental na identificação precoce, no cuidado humanizado e na articulação da assistência multiprofissional. Este estudo investiga a importância dessas intervenções no contexto do cuidado integrado. Objetivo: Demonstrar sobre a atuação do enfermeiro obstetra na equipe multidisciplinar e a sua importância na organização do cuidado, beneficiando o bem-estar da gestante e a sobrevida do recém-nascido. Além de contribuir para a avaliação pré-natal, identificação precoce de riscos, encaminhamento e acompanhamento de gestantes com fetos cardiopatas. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Seguindo as seis etapas estabelecidas pela autora Marcela Tavares de Souza, sendo utilizada (LILACS, MEDLINE, PubMed e BVS) como base de dados e aplicado descritores específicos, triagem dos artigos por títulos, textos completos e análise crítica dos estudos selecionados com intuito de realizar o presente estudo. Resultados: A ferramenta Rayyan foi utilizada para organização da seleção, inicialmente, foram encontrados 591 artigos, sendo 12 selecionados para análise final, com base em critérios de inclusão como idioma (português, inglês e espanhol), recorte temporal (últimos 10 anos) e relevância para o tema. Considerações finais: O estudo evidenciou que o diagnóstico precoce das cardiopatias fetais é essencial para reduzir a morbimortalidade neonatal e garantir melhores desfechos. O enfermeiro obstetra tem papel fundamental nesse processo, atuando de forma humanizada, identificando riscos, orientando a gestante e articulando o cuidado com a equipe multiprofissional.

PALAVRAS-CHAVE: Cardiopatia fetal, gestação, pré-natal, acompanhamento, atuação do enfermeiro.

ABSTRACT

Introduction: Fetal heart diseases are common and serious malformations, responsible for high neonatal mortality. Early diagnosis, ideally by the fifth month of pregnancy, is essential for planning effective care and interventions. The obstetric nurse plays a fundamental role in early identification, providing humanized care, and coordinating multiprofessional assistance, thereby contributing to better maternal and neonatal outcomes. This study investigates the importance of such interventions within the context of integrated care. Objective: Demonstrate the role of the obstetric nurse in the multidisciplinary team and its importance in organizing care, benefiting the well-being of the pregnant woman and the survival of the newborn. In addition to contributing to prenatal assessment, early identification of risks, referral and monitoring of pregnant women with fetuses with heart disease. Methodology: This is an integrative literature review. Following the six stages established by Marcela Tavares de Souza, the study used databases such as LILACS, MEDLINE, PubMed, and BVS. Specific descriptors were applied, with article screening based on titles, full texts, and critical analysis of selected studies to support the development of this research. Results: The Rayyan tool was used to organize the selection process. Initially, 591 articles were identified, with 12 selected for final analysis based on inclusion criteria such as language (Portuguese, English, and Spanish), time frame (last 10 years), and relevance to the topic. Final considerations: The study demonstrated that early diagnosis of fetal heart diseases is essential to reduce neonatal morbidity and mortality and ensure better outcomes. The obstetric nurse plays a crucial role in this process by providing humanized care, identifying risks, guiding the pregnant woman, and coordinating care with the multiprofessional team.

KEYWORDS: Fetal heart disease,gestation, prenatal, monitoring, nurse’s duties

1. INTRODUÇÃO

A cardiopatia fetal refere-se a qualquer anomalia estrutural ou funcional que afete o coração do feto, sendo uma das malformações congênitas mais frequentes. De acordo com a pesquisas realizadas através do sistema de informações de nascidos vivos (SINASC) as cardiopatias congênitas são uma das principais causas de mortalidade infantil, representando cerca de 28% das malformações congênitas exclusivas ao nascimento. A taxa global de incidência dessas condições varia de 4 a 10 casos por 1.000 nascidos vivos, e o diagnóstico precoce durante a gestação é essencial para um planejamento de cuidados específicos, principalmente quando associados a intervenções antes e após o nascimento. Já no Brasil, os dados do Ministério da Saúde apontam que, a cada ano, cerca de 30 mil bebês nascem com algum tipo de cardiopatia congênita, dos quais 20% necessitam de intervenções cirúrgicas imediatas após o nascimento (Ministério da Saúde, 2021).

As malformações cardíacas podem ser isoladas sendo de forma idiopáticas, ou resultado de alterações genéticas, como histórico de doenças pregressas da mãe, resultado de alterações genéticas e medicações do uso materno. Essas malformações, são dividem-se em acianóticas e cianóticas, as primeiras são comunicações intracavitárias (CIV; CIA), intravasculares, mistas e alterações valvares; já as segundas, são normalmente as patologias que exigem intervenções terapêuticas rápidas, cirurgias de emergência (Tetralogia de Fallot) (Urakawa, Kobayashi, 2012).

As cardiopatias congênitas apresentam uma variação de incidência de acordo com o nível socioeconômico dos países, sendo menos frequentes em regiões desenvolvidas e mais comuns em áreas com menores recursos. No Brasil, grande parte das crianças acometidas por essas malformações é assistida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A prevalência nacional gira em torno de 9,5 casos a cada (1.000) mil nascidos vivos. Dentre os recém-nascidos afetados, estima-se que quase 1% apresentem algum tipo de cardiopatia, e aproximadamente um terço desses casos envolve anomalias estruturais consideradas severas, com taxa de mortalidade neonatal que pode alcançar até 5%. Uma parcela significativa dos recém-nascidos — cerca de 30% — deixa o hospital sem diagnóstico, o que pode resultar em complicações graves, como hipóxia, colapso circulatório ou até mesmo morte precoce, antes que qualquer intervenção seja realizada. Visto que a formação do coração ocorre nas primeiras semanas da gestação, especialmente até a oitava semana, torna-se essencial que a identificação dessas alterações seja feita de forma antecipada, idealmente até o quinto mês de gravidez (Pavão, Taynar et al, 2017). Florence Nightingale é amplamente reconhecida como uma das precursoras da enfermagem. Com base em sua trajetória histórica, torna-se cada vez mais evidente que a enfermagem desempenha um papel crucial na promoção da saúde e na prevenção de doenças. Além disso, sua importância se destaca na realização de intervenções precoces, principalmente durante o período de desenvolvimento embrionário, na qual tendo uma intervenção eficaz é possível evitar possíveis problemas ou até mesmo amenizar a gravidade destes, e são ações executadas imediatamente após a identificação de um problema de saúde, visando minimizar complicações e facilitar uma recuperação mais eficaz (Riegel, Fernando et al, 2021).

Com base na questão norteadora “Em gestantes com diagnóstico de cardiopatia fetal, as intervenções precoces realizadas pelo enfermeiro obstetra, comparadas ao cuidado pré-natal tradicional sem essas intervenções, resultam em melhores desfechos para a saúde fetal e materna?”, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), uma abordagem integrada e precoce pode reduzir em até 30% a mortalidade associada às cardiopatias congênitas críticas, especialmente quando há uma coordenação eficaz entre as equipes. Portanto, o estudo das intervenções precoces nas cardiopatias fetais, com foco na atuação do enfermeiro obstetra, se insere em um cenário de avanços científicos e tecnológicos que transformam a prática clínica, permitindo salvar vidas e melhorar significativamente a qualidade de vida dos recém-nascidos cardiopatas (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2021).

Justifica-se através deste estudo que a enfermagem neonatal é essencial para monitorar sinais e sintomas de complicações, oferecer suporte emocional aos pais, além de educá-los sobre os cuidados com a criança afetada. Além disso, a implementação de cuidados sistematizados e individualizados pode prevenir agravos e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. A literatura destaca que os enfermeiros são responsáveis por intervenções clínicas, como monitoramento hemodinâmico, manejo da ventilação e suporte nutricional, além do cuidado humanizado, que abrange o bem-estar psicossocial da família. A relevância desse tema se justifica não apenas pelo impacto das cardiopatias na saúde perinatal, mas também pela crescente demanda por capacitação e especialização dos profissionais de saúde, visando o cuidado integrado e precoce às gestantes e seus filhos (Sanfelice, Clara et al, 2019).

O diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas durante o período gestacional contribui significativamente para a realização de um atendimento qualificado e eficiente ao recém-nascido e à sua família, além de aumentar as chances de sucesso terapêutico. Além disso, a identificação antecipada dessas malformações possibilita a implementação de intervenções com foco na melhoria do prognóstico e da qualidade de vida do paciente. Considerando a recorrência de diagnósticos tardios, o presente estudo propõe uma revisão das práticas assistenciais voltadas ao cuidado de recém-nascidos com cardiopatias congênitas, com ênfase na atuação do enfermeiro obstetra diante do diagnóstico fetal dessas condições (Ministério da Saúde, 2017). O objetivo deste estudo é apontar que a presença de um enfermeiro obstetra como parte de uma equipe multidisciplinar resulta em melhor organização do cuidado, favorecendo tanto o bem-estar da gestante quanto a sobrevida do recém-nascido, ele também atua na avaliação pré-natal, na identificação precoce de riscos, no encaminhamento adequado e no acompanhamento das gestantes com fetos diagnosticados com cardiopatias.

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa, onde foram utilizadas seis etapas, que de acordo com a autora, (De  Souza, Marcela  et al, 2010) seriam essas: elaboração da pergunta norteadora; busca ou amostragem na literatura; coleta de dados; análise crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados; apresentação da revisão integrativa. Visando aprofundar a compreensão sobre as intervenções precoces em cardiopatias fetais e o papel do enfermeiro obstetra no cuidado integrado. O estudo permitiu captar as percepções e experiências dos profissionais de saúde envolvidos no atendimento de gestantes com fetos cardiopatas, enquanto a parte exploratória busca identificar as práticas e estratégias adotadas nesse tipo de assistência.

A primeira etapa foi realizado a estratégia PICO para definição da questão norteadora, onde constitui-se o P (Paciente/Problema) se aplica em gestantes com diagnóstico de cardiopatia fetal; I (Intervenção) serão as intervenções precoces em cardiopatias fetais; C (Comparação) se relaciona aos cuidados tradicionais pré-natais sem intervenções precoces ou com intervenção mínima; Enquanto o O (Resultados) é a melhoria na sobrevida fetal e neonatal, qualidade de vida materna e envolvimento do enfermeiro obstetra no cuidado integrado.

Na segunda etapa, as buscas foram realizadas com os seguintes descritores (“Heart Defects,Congenital” OR “Defect, Congenital Heart” OR “Malformation Of Heart”) AND (“Primary Nursing” OR “Nursing Care” OR “Primary Care Nursing”) (“Heart Defects, Congenital” OR “Defect, Congenital Heart” OR “Malformation Of Heart”), através das bases de dados: Lilacs, Medline, Pubmed, BVS, Decs Mesh. Adotando as seguintes estratégias de busca: cardiopatia fetal, intervenção precoce, malformação cardíaca, diagnóstico precoce, papel da equipe de enfermagem, atuação do enfermeiro, cuidados de enfermagem, cuidado no pré-natal, pré-natal efetivo e saúde da mulher.

A definição dos descritores foi realizada por meio do estudo em artigos com temas relacionados, onde foram encontrados os descritores mais utilizados nesses estudos. Após esta etapa os descritores que apresentaram maior frequência foram pesquisados no DeCS/MeSH e depois eleitos para a pesquisa.

Já na terceira etapa, foi feita a leitura dos títulos e resumos para verificar a adequação ao tema. Posteriormente, na quarta etapa, os artigos selecionados foram lidos na íntegra, e os dados relevantes extraídos para análise. Para a extração de dados, por meio da plataforma Rayyan, foram selecionados os seguintes filtros: idiomas inglês, espanhol e português e os últimos dez anos de publicação. Inicialmente, foram identificados 591 artigos, dos quais 554 foram excluídos por atenderem aos critérios de inclusão propostos. Com a exclusão, na quinta etapa, o total de artigos elegíveis para análise foi limitado para 37. Foram analisados todos os 37 artigos, resultando na exclusão de 25, incluindo os artigos duplicados e os que atenderam aos critérios propostos.

De acordo com a sexta etapa, o fluxograma demonstra a metodologia empregada na condução das pesquisas, abrangendo o processo de seleção dos artigos e as etapas de revisão da literatura. Esse processo incluiu a aplicação de critérios de inclusão e exclusão em diferentes bases de dados, resultando na seleção de 12 artigos.

FIGURA 1 – FLUXOGRAMA

FONTE: Adaptado de fluxograma PRISMA (2009)

3. RESULTADOS

O fluxograma apresentado descreve, de forma integral, a metodologia usada na pesquisa. O processo de seleção dos artigos foi realizado com base em critérios de inclusão e exclusão, considerando diversas bases de dados. Inicialmente, foram identificados 591 artigos, dos quais 37 foram selecionados para análise do conteúdo. Após a aplicação dos critérios estabelecidos, 25 artigos foram excluídos por não atenderem aos requisitos definidos, resultando em um total de 12 artigos lidos na íntegra. As bases de dados utilizadas para a pesquisa foram SciELO, LILACS, PubMed e BVS.

Quadro 01 – Principais métodos de triagem e diagnóstico precoce das cardiopatias fetais

Autor/AnoTítuloTipo de estudoSíntese
Ana Paula Agostini, 2019Coração fetal: por que e quando investigar?Trata-se de um artigo de revisãoO artigo busca mostrar como o diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas ainda na gestação pode favorecer intervenções que melhoram o cuidado ao bebê após o nascimento. Também destaca a importância do acompanhamento especializado e do trabalho em equipe, onde o enfermeiro obstetra tem papel essencial no cuidado integral à gestante.
Yamixa Delgado, 2024Associação de defeitos cardíacos congênitos (DCC) com fatores relacionados à saúde materna e à gravidez em recém-nascidos em Porto Rico.Trata-se de um estudo transversal com foco observacional comparativo.Este estudo teve como objetivo analisar a associação entre fatores relacionados à saúde materna especificamente o índice de massa corporal (IMC), a presença de diabetes pré-gestacional e gestacional e a ocorrência de defeitos cardíacos congênitos (CHD) em recém-nascidos em Porto Rico, no período de 2016 a 2020. A investigação buscou identificar possíveis fatores de risco modificáveis que possam subsidiar estratégias de prevenção e cuidados mais eficazes durante o pré-natal.
Silveira, Daniela Tarta da, 2021Indicações de ecocardiografia fetal e ausência de associação entre exames anormais e idade materna avançada.Trata-se de um estudo transversal, analíticoEste estudo teve como propósito compreender melhor as indicações que levam à realização da ecocardiografia fetal, buscando identificar se há relação entre alterações nos exames e a idade materna avançada. Ao trazer essa análise, contribui para o fortalecimento do cuidado pré-natal, especialmente no que diz respeito à detecção precoce das cardiopatias fetais. Essa perspectiva reforça a importância de um olhar atento e qualificado por parte da equipe de saúde, incluindo o enfermeiro obstetra, na promoção de um cuidado integrado, baseado em evidências, e centrado nas necessidades materno-fetais.
Catarina Maduro, 2023Diabetes pré-gestacional e defeitos cardíacos congênitos.Trata-se de um artigo de revisãoO estudo investiga a relação entre a diabetes pré- gestacional e a ocorrência de defeitos cardíacos congênitos nos recém-nascidos, tendo em consideração os tipos específicos de defeitos e a importância do controle glicêmico.
Meller, César H et al, 2019Doença cardíaca congênita, diagnóstico pré-natal e tratamento.Trata-se de um artigo de revisãoO estudo teve como objetivo evidenciar a importância do diagnóstico pré-natal das cardiopatias congênitas, destacando os avanços tecnológicos na detecção precoce, as possibilidades de intervenções intrauterinas e os benefícios para o prognóstico do recém-nascido. Além disso, ressalta o papel essencial do cuidado multiprofissional, enfatizando a atuação da enfermagem no acompanhamento integral da gestante.
Rev Bras Cir Cardiovasc, Shi-Min Yuan, 2014Intervenções cardíacas fetais: uma atualização das opções terapêuticasRevisão narrativa da literaturaEste artigo tem como objetivo apresentar as opções terapêuticas mais recentes para o tratamento das cardiopatias congênitas fetais, abordando tanto o diagnóstico quanto as opções de intervenção. Busca destacar os avanços no tratamento dessas condições e a importância do trabalho conjunto entre diferentes profissionais de saúde, visando melhorar os resultados para os fetos diagnosticados.
Edward Araujo Júnior, 2023Ectopia cordis: diagnóstico pré-natal, resultados perinatais e acompanhamento pós-natal de uma série de casos de coorte multicêntrica internacionalPesquisa quantitativa com delineamento retrospectivo observacional.O presente estudo teve como objetivo analisar, de forma retrospectiva, os aspectos relacionados ao diagnóstico pré-natal, aos desfechos perinatais e ao seguimento pós-natal de fetos diagnosticados com ectopia cordis (EC), uma rara malformação congênita caracterizada pela exteriorização parcial ou completa do coração. Buscou compreender o momento do diagnóstico, as anomalias cardíacas e extracardíacas associadas, as decisões clínicas tomadas durante a gestação (incluindo interrupções e óbitos fetais), bem como os resultados cirúrgicos e a sobrevida dos recém-nascidos acometidos.
Pinheiro, Diesa et al, 2019Precisão do diagnóstico pré- natal de malformações cardíacas congênitasEstudo de corte retrospectivoO objetivo do estudo é compreender o quão preciso é o diagnóstico das cardiopatias fetais feito por meio de ultrassonografias durante o pré- natal, comparando esses achados com as avaliações realizadas após o nascimento. A proposta é observar se o que foi identificado ainda na barriga da mãe corresponde, de fato, ao que se confirma depois do parto, contribuindo assim para um cuidado mais seguro, planejado e eficaz tanto para o bebê quanto para a família.
Pavão, Taynar et al, 2017Diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas: uma revisão integrativaRevisão integrativa da literaturaEste estudo busca fazer uma revisão sobre os principais métodos usados para diagnosticar as cardiopatias congênitas, destacando a importância do diagnóstico precoce. Quando é possível identificar essas condições logo no início, é possível entender melhor os riscos e os possíveis impactos na saúde do bebê. O diagnóstico antecipado não só facilita o planejamento de cuidados mais adequados, mas também oferece melhores chances de evitar complicações graves, proporcionando uma abordagem mais segura e eficaz para a saúde tanto da gestante quanto do recém-nascido.
Amazonas, Bruna et al, 2023Orientações de enfermagem para cuidadores de crianças com cardiopatia congênita após alta: Revisão Integrativa.Trata-se de uma revisão integrativa.O artigo teve como objetivo identificar e discutir as necessidades de cuidado das crianças com cardiopatia congênita e de seus cuidadores familiares, destacando o papel fundamental da enfermagem no suporte a essas famílias desde a hospitalização até o cuidado domiciliar. Além disso, enfatizou a importância da capacitação dos cuidadores, da comunicação efetiva entre a equipe de saúde e a família e da adoção de uma abordagem centrada na família, promovendo o empoderamento dos pais e garantindo a continuidade do cuidado.
Yun, Sin 2011Cardiopatia congênita no recém-nascido que requer intervenção precoce.Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo.O presente artigo tem o objetivo de avaliar a eficácia do rastreamento neonatal de cardiopatias congênitas críticas e descrever os desfechos clínicos dos recém-nascidos diagnosticados com essas malformações.
Rita, Sione et al, 2021Pré-natal e perfil de mães/cuidadores de recém-nascidos com cardiopatia congênitaTrata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa.O principal objetivo do estudo foi analisar o perfil sociodemográfico e de assistência pré-natal de mães e cuidadores de recém nascidos com cardiopatia congênita. Também buscou avaliar aspectos relacionados à detecção precoce dessas malformações durante o pré-natal, um fator importante para o manejo clínico do bebê e o preparo da equipe de saúde.
Fonte: Elaborado pelas autoras (2025)


4. DISCUSSÃO 

4.1 Triagem e diagnóstico precoce

O diagnóstico de cardiopatia congênita durante o pré-natal é considerado benéfico para o neonato, permitindo o preparo da equipe e o encaminhamento imediato do recém- nascido para assistência médica pediátrica especializada, diminuindo, portanto, a morbidade decorrente de alterações metabólicas, acidose, hipoxemia e lesões em órgãos- alvo, além de prevenir grandes traumas emocionais nos pais, proporcionando-lhes tempo suficiente para a compreensão da doença e uma ideia clara e real do prognóstico do feto (Landis, Benjamin J et al, 2013).

Estudos têm demonstrado que há uma melhor taxa de sobrevida após a correção cirúrgica da cardiopatia quando o diagnóstico das anomalias é realizado durante a gestação em vez do período pós-natal (Pinheiro, Oliveira et al, 2019). A importância do diagnóstico pré-natal também se reflete no número de recém-nascidos que foram para UTI neonatal (87%), além da necessidade de cirurgia (50%), permitindo uma melhor organização antes do nascimento quando o diagnóstico já é conhecido (Lopes L., 2016).

A identificação precoce das cardiopatias congênitas fetais representa um marco importante na assistência pré-natal, permitindo uma abordagem clínica mais eficaz, com impacto direto na morbimortalidade perinatal. A literatura destaca que a triagem inicial é realizada por meio da ultrassonografia obstétrica de rotina, especialmente na avaliação fetal entre a 20ª e 24ª semanas de gestação. A análise da visão de quatro câmaras e dos tratos de saída dos ventrículos tem se mostrado um recurso fundamental para a detecção de anomalias cardíacas, embora a acurácia deste método esteja diretamente relacionada à experiência do profissional e à qualidade do equipamento utilizado (Meller et al, 2020).

O estudo científico (Delgado et al.,2024), destaca sobre a importância do cuidado préconcepcional e monitoramento durante a gravidez e o quanto são essenciais para o diagnóstico precoce de cardiopatias fetais, com a ultrassonografia sendo uma ferramenta mais eficaz. O ecocardiograma fetal, é um exame que é realizado especialmente no segundo trimestre, que permite a detecção de defeitos cardíacos. Indicado quando há pacientes que possuem os diagnósticos de diabetes pré-gestacional e índice de massa corporal (IMC) acima da média, essas necessitam ser acompanhadas através de pré-natais rigorosos e exames específicos. Através do acompanhamento as possibilidades de identificar riscos para cardiopatias são maiores, assim possibilitando uma intervenção precoce, caso seja possível.

Na presença de fatores de risco ou alterações estruturais suspeitas, indica-se ecocardiografia fetal como exame de referência na identificação das malformações. Ainda segundo os autores, a oximetria de pulso nas primeiras 24 a 48 horas de vida do recém-nascido também constitui uma estratégia eficaz para o diagnóstico precoce de cardiopatias críticas, contribuindo significativamente para a conduta clínica imediata (Agostini et al, 2020).

A ecocardiografia fetal surge como o principal exame de diagnóstico para confirmar a suspeita de cardiopatia congênita. Com sensibilidade de até 88,5% e especificidade de 99,9% para anomalias cardíacas estruturais, trata-se de um exame não invasivo que permite a visualização detalhada da anatomia e função do coração fetal. Indicações para sua realização incluem histórico familiar de cardiopatias congênitas, aumento da translucência nucal, diabetes materno e achados sugestivos em exames ultrassonográficos prévios. É importante salientar que, apesar da ampla cobertura de saúde em alguns países, a taxa de detecção pré-natal das cardiopatias congênitas ainda varia entre 30% a 60%, sendo ainda menor em países em desenvolvimento (Meller et al., 2020; Silveira et al., 2020).

Um estudo demonstrou sensibilidade de 97,7%, especificidade de 88,9% e acurácia de 93,0% no diagnóstico de cardiopatia congênita durante o período pré-natal. Noventa e seis por cento das gestantes do estudo realizaram pelo menos uma ecografia obstétrica, mas apenas 36,5% realizaram ecografia morfológica. Após analisarem cada tipo de ecografia separadamente, foi encontrado sensibilidade de 29,3% para a ecografia obstétrica, de 97,7% para a ecografia morfológica e de 97,7% para a ecocardiografia fetal (Pinheiro, Deisa et al, 2019)

A ecocardiografia fetal contribuiu para o diagnóstico da cardiopatia em 67,7% dos casos, a ecografia morfológica em 16,7% e a ecografia obstétrica em 11,5% dos casos. As patologias pré-natais mais frequentemente diagnosticadas foram malformações cardíacas múltiplas (18,8%), transposição de grandes vasos (11,5%), hipoplasia do ventrículo esquerdo (11,5%), tetralogia de Fallot (9,4%), comunicação interatrial (7,3%) e constrição do canal arterial (6,3%). A figura 2 mostra as características do grupo de estudo de acordo com as cardiopatias identificadas na ecocardiografia pós-natal (Pinheiro, Deisa et al, 2019).

FIGURA 2

Fonte: Pinheiro, Deisa et al, 2019

A literatura evidencia a relevância dos métodos de triagem e diagnóstico precoce das cardiopatias fetais, principalmente em casos complexos como a ectopia cordis (EC), tetralogia de Fallot ou a transposição das grandes artérias, que a identificação precoce dessas malformações é fundamental para o manejo clínico, o planejamento terapêutico e o aconselhamento parental (Escóbar-Díaz et al., 2010).

Além dos exames realizados durante a gestação, métodos pós-natais também desempenham papel fundamental na triagem precoce das cardiopatias. Entre eles, destacam-se o exame físico criterioso e a oximetria de pulso arterial. A ausculta cardíaca, observação de sinais como cianose, taquipneia e sopros cardíacos podem levantar suspeitas logo após o nascimento. Já a oximetria de pulso, que mede a saturação de oxigênio no sangue periférico, é um exame simples, de baixo custo, com alta especificidade e pode ser realizado por profissionais de enfermagem. Quando aplicada de forma rotineira em recém-nascidos a termo e saudáveis, apresenta alta efetividade na identificação de cardiopatias críticas, mesmo quando o exame físico é normal (Pavão et al., 2017).

O uso integrado desses métodos, ultrassonografia obstétrica, translucência nucal, ecocardiograma fetal, exame físico neonatal e oximetria de pulso, contribui significativamente para o diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas. A atuação multiprofissional, com a inclusão do enfermeiro obstetra capacitado para a realização de triagens, é essencial para garantir a detecção precoce e, consequentemente, a implementação de intervenções oportunas, reduzindo a morbimortalidade neonatal e melhorando o prognóstico das crianças afetadas (Pavão et al., 2017).

4.2 Desafios na assistência às gestantes com fetos cardiopatas

A assistência às gestantes com fetos cardiopatas impõe desafios significativos ao enfermeiro obstetra, que se depara diariamente com a complexidade de cuidar não apenas do feto, mas também do sofrimento emocional da mulher e de sua família. Um dos primeiros obstáculos enfrentados é a dependência de exames de alta tecnologia, como a ecocardiografia fetal, ainda de difícil acesso em muitas regiões do Brasil (Agostini et al, 2019). A limitação de recursos e a escassez de serviços de referência dificultam o encaminhamento adequado e impactam diretamente a qualidade do cuidado ofertado no pré-natal.

A dificuldade no rastreamento precoce das cardiopatias congênitas é outro ponto crítico. Apesar do avanço da ultrassonografia obstétrica, muitas vezes o diagnóstico é inconclusivo, principalmente em locais onde o exame é realizado por profissionais não especializados (Agostini et al, 2019). Diante disso, o enfermeiro obstetra precisa estar atento aos sinais de alerta e, mesmo em cenários de incerteza, assumir a responsabilidade de orientar a gestante, garantindo o acolhimento e o encaminhamento necessário.

Diante da complexidade dos casos de cardiopatias fetais, principalmente da ectopia cordis (EC), o enfermeiro obstetra enfrenta inúmeros desafios e limitações na assistência às gestantes e fetos cardiopatas. Pois, o diagnóstico precoce depende da extensão da malformação e do tipo de CE, sendo mais facilmente detectado nos casos de exposição completa do coração. Isso exige do enfermeiro obstetra conhecimentos técnicos aprofundados em diagnóstico prénatal e interpretação de achados ultrassonográficos. Com o diagnóstico de cardiopatia fetal o enfermeiro obstetra deve oferecer suporte psicológico, acolhimento emocional da gestante e da família. Considerando a alta mortalidade perinatal associada à EC e à síndrome pentalógica de Cantrell (PC), com taxas de mortalidade elevadas mesmo após a cirurgia corretiva (Junior et al, 2023).

De acordo com (Delgado et al, 2024), o controle glicêmico é essencial para reduzir os riscos de cardiopatia congênita (CHD) em recém-nascidos. O enfermeiro obstetra enfrenta dificuldades no monitoramento da glicose materna, principalmente quando a gestante não é diagnosticada com diabetes ou não recebe acompanhamento adequado. A falta de recursos, como testes de glicose frequentes e suporte adequado, impacta negativamente o diagnóstico precoce. Além disso, mulheres grávidas com fetos cardiopatas podem enfrentar ansiedade e estigma, e o enfermeiro tem um papel crucial no apoio emocional. A etiologia da CHD é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais, o que torna desafiador para o enfermeiro obstetra oferecer cuidados adequados, especialmente quando o histórico familiar ou diagnóstico genético não está disponível.

É possível considerar que um dos maiores obstáculos enfrentados por esses profissionais está relacionado à baixa taxa de detecção pré-natal dessas malformações. Mesmo em países com sistemas de saúde avançados, como Bélgica e Holanda, a taxa de identificação durante a gestação ainda é limitada, variando entre 30% e 60%. Em contextos como o latino-americano, a realidade é ainda mais preocupante, com diagnósticos frequentemente realizados tardiamente, por volta da 29ª semana gestacional, o que dificulta a articulação de um plano de cuidado eficaz e integral (Meller et al., 2020).

Além da questão da detecção tardia, a qualidade do diagnóstico pré-natal depende diretamente da experiência e da capacitação dos profissionais envolvidos. Em muitos serviços de saúde, os exames obstétricos se limitam à verificação da frequência cardíaca fetal, sem a devida avaliação da anatomia cardíaca. Isso mostra o quanto é necessário investir em formação continuada e em programas de qualidade voltados à saúde fetal. Para o enfermeiro obstetra, essa realidade limita sua capacidade de atuação na triagem e no direcionamento de gestantes para centros especializados, prejudicando a continuidade do cuidado (Meller et al., 2020).

A falta de protocolos clínicos padronizados para a condução dessas gestações torna a atuação do enfermeiro obstetra ainda mais desafiadora. A ausência de diretrizes claras e a fragmentação da rede de atenção dificultam o encaminhamento adequado das gestantes, prejudicando o cuidado contínuo e humanizado. Nesse contexto, a enfermagem obstetra, que deveria atuar como articulador do cuidado, encontra limitações práticas e institucionais para exercer sua função com autonomia e efetividade (Yuan, 2014).

Maduro et al (2023), destaca que em casos associados ao Diabetes Gestacional Préexistente (DGP), representa um grande desafio para os profissionais de saúde, com destaque para o enfermeiro obstetra. A hiperglicemia materna é apontada como principal fator teratogênico, exigindo do enfermeiro atuação intensiva no controle glicêmico e na educação em saúde. Dificuldades na adesão ao tratamento, limitações no acesso a exames especializados como a ecocardiografia fetal, e a fragmentação dos serviços dificultam um cuidado eficaz e integrado. Além disso, o suporte emocional às gestantes, frequentemente em situação de vulnerabilidade, demanda habilidades empáticas e comunicacionais que nem sempre são possíveis devido à sobrecarga de trabalho e à ausência de protocolos específicos.

Somado a essas barreiras, há ainda o desafio da integração multiprofissional. O cuidado ao feto cardiopata demanda uma rede articulada de profissionais, como cardiologistas pediátricos, obstetras de alto risco e intensivistas neonatais. No entanto, a realidade mostra que essa articulação, muitas vezes, é falha, e o enfermeiro obstetra se vê diante da difícil missão de mediar a comunicação entre os diferentes níveis de atenção e manter a continuidade da assistência (Agostini; et al, 2019).

Além dos aspectos técnicos e organizacionais, o enfermeiro obstetra também se depara com a dor emocional da mulher que recebe o diagnóstico de uma cardiopatia fetal. É preciso ter sensibilidade para acolher, escutar e orientar essas famílias, muitas vezes em momentos de grande sofrimento, incerteza e luto. No entanto, nem sempre o profissional dispõe do suporte emocional e institucional necessário para lidar com essas situações tão delicadas (Agostini; et al, 2019).

As desigualdades sociais e regionais aprofundam ainda mais esses desafios. A realidade de muitas gestantes brasileiras é marcada pela dificuldade de acesso a exames especializados e centros de referência. Assim, o enfermeiro obstetra, especialmente em regiões mais vulneráveis, torna-se uma peça fundamental no reconhecimento precoce de sinais suspeitos e no encaminhamento ágil dessas gestantes para serviços adequados (Silveira et al., 2020). Sua atuação, portanto, é não apenas técnica, mas profundamente humana, conectando ciência e cuidado em um dos momentos mais frágeis da vida.

Dessa forma, é evidente que os desafios enfrentados pelos enfermeiros na assistência a gestantes com fetos cardiopatas vão muito além do conhecimento técnico. Envolvem também questões estruturais, organizacionais e políticas de saúde, que exigem atenção urgente para garantir uma assistência segura, integrada e centrada na mulher e no feto.

4.3 Diretrizes e protocolos para o acompanhamento de gestantes cujos fetos possuem cardiopatias congênitas

As principais diretrizes e protocolos para o acompanhamento de gestantes cujos fetos apresentam cardiopatias congênitas baseiam-se em estratégias diagnósticas e clínicas destinadas à detecção precoce, avaliação detalhada e encaminhamento adequado para centros especializados. O enfermeiro obstetra atua de forma integrada em todas as etapas do cuidado, oferecendo suporte emocional, realizando o acompanhamento clínico da gestante e participando ativamente do planejamento perinatal. Além disso, é responsável por promover um cuidado humanizado, acolhedor e seguro, tanto no pré-natal quanto no puerpério.

A identificação precoce de cardiopatias congênitas (CC) em fetos, especialmente em gestantes com diabetes mellitus gestacional ou pré-gestacional (DGP), é crucial para reduzir a morbimortalidade materna e fetal. Diretrizes nacionais e internacionais recomendam monitoramento fetal rigoroso, com destaque para a ecocardiografia fetal entre 18 e 24 semanas, além de ultrassonografias seriadas e avaliação dopplerfluxométrica. A equipe multidisciplinar deve acompanhar a gestante e o recém-nascido, incluindo obstetra, cardiologista pediátrico, endocrinologista e outros profissionais. O planejamento do parto deve ser realizado em centros de referência, considerando possíveis complicações. Após o nascimento, o acompanhamento contínuo do recém-nascido é essencial, visto o risco elevado de complicações a longo prazo (Maduro et, al., 2023)

Segundo Silveira et al. (2020), a ecocardiografia fetal deve ser indicada em casos com fatores de risco específicos, como diabetes materno, translucência nucal aumentada e achados suspeitos na ultrassonografia obstétrica, em consonância com a Diretriz Brasileira de Cardiologia Fetal. No estudo, exames realizados com base nessas diretrizes apresentaram uma taxa de anormalidades de 38,06%, significativamente maior que os exames realizados sem indicação específica, com 4,59% de alterações. Isso reforça a importância da triagem baseada em protocolos clínicos definidos e validados.

O estudo (Delgado, et al.,2024) enfatiza que é recomendado que mulheres com diabetes devem controlar rigorosamente os níveis de glicose antes e durante a gravidez, especialmente aquelas com diabetes pré-gestacional, para reduzir os riscos de defeitos cardíacos congênitos (CHD) no feto. Aquelas que possuem o risco de CHD ou diagnóstico de CHD fetal devem receber acompanhamento especializado e monitoramento constante da saúde fetal, o controle de condições como hipertensão, diabetes e obesidade é essencial durante a gestação, pois essas comorbidades podem contribuir para complicações fetais. Monitoramento através de USG e ecocardiografia fetal para avaliar a gravidade da condição.

Em casos de malformações mais evidentes, como a ectopia cordis (EC), o diagnóstico pode ser possível ainda no primeiro trimestre, conforme demonstrado em estudos recentes. A partir da confirmação diagnóstica, é essencial o encaminhamento da gestante a centros de referência em medicina fetal, com equipe multiprofissional composta por obstetra, cardiologista pediátrico, cirurgião pediátrico, neonatologista, psicólogo e enfermeiro obstetra. Essa equipe será responsável pela realização de exames seriados, incluindo ecocardiografia fetal e ultrassonografias para monitoramento da vitalidade fetal e detecção de outras malformações associadas (Smith et al., 2021).

Nos casos mais críticos, como estenose valvar aórtica com risco de evolução para síndrome de hipoplasia do coração esquerdo, atresia pulmonar com septo íntegro ou comunicação interatrial restrita, podem ser indicadas intervenções cardíacas fetais intrauterinas, como valvoplastia aórtica e pulmonar, septostomia atrial e marca-passo fetal. Esses procedimentos são indicados em centros especializados, preferencialmente durante a gestação intermediária (entre 21 e 32 semanas), e dependem de critérios rigorosos de elegibilidade e da disponibilidade de equipe e tecnologia adequadas (Yuan, 2014).

De acordo com a primeira Diretriz Brasileira de Cardiologia Fetal (Simone R. F. Fontes Pedra, et al, 2019), o rastreamento para malformações cardíacas congênitas deve ser realizado em todas as gestações, independentemente da presença de fatores de risco, já que cerca de 90% das gestantes cujos fetos apresentam cardiopatias não possuem antecedentes clínicos relevantes. O exame de ecocardiografia fetal é indicado a partir da 20ª semana de gestação, especialmente quando há suspeita de cardiopatia nos exames morfológicos ou presença de fatores de risco como idade materna avançada, diabetes ou história familiar de cardiopatias congênitas (Agostini, et al, 2019).

O acompanhamento deve ser feito preferencialmente por serviços especializados em cardiologia fetal, que são classificados em três níveis. O nível 1 realiza diagnóstico e acompanhamento básico; o nível 2 inclui equipe multidisciplinar para manejo ao nascimento; e o nível 3 é apto a realizar intervenções neonatais e deve estar preparado para atender casos mais graves (Agostini, et al, 2019). A definição do local de nascimento deve ser feita com base na complexidade da cardiopatia e na necessidade de suporte cirúrgico ou hemodinâmico imediato, visando à redução da morbimortalidade perinatal.

As diretrizes também preconizam o envolvimento de uma equipe multiprofissional, composta por enfermeiro obstetra, médico obstetra, cardiologista pediátrico, cirurgião cardíaco, neonatologista e psicólogo, a fim de garantir um plano terapêutico que inclua desde a gestação até o pós-natal. Além disso, o diagnóstico precoce possibilita o aconselhamento dos pais sobre o prognóstico e as possibilidades terapêuticas, inclusive quanto à interrupção da gestação, quando legalmente permitida (Agostini, et al, 2019). O estudo (Escobar-diaz et al., 2020), destaca sobre aconselhamento parental pré-natal que é uma etapa central do acompanhamento, sendo fundamental para oferecer informações claras e embasadas sobre o diagnóstico fetal, possíveis complicações, prognóstico e alternativas terapêuticas. Esse processo contribui para o empoderamento da gestante e de sua família, promovendo decisões informadas e éticas, inclusive diante da possibilidade legal de interrupção da gestação em casos de malformações incompatíveis com a vida.

O protocolo de acompanhamento também contempla a realização de exames pós-natais nos recém-nascidos com suspeita de cardiopatias congênitas. Dentre eles, destacam-se o exame físico detalhado, a oximetria de pulso arterial e o ecocardiograma neonatal. A oximetria de pulso, por exemplo, é um teste de triagem simples e eficaz, podendo ser realizado pela equipe de enfermagem ainda nas primeiras 24 horas de vida do bebê. Esse exame possui elevada especificidade e boa sensibilidade para identificar cardiopatias críticas, embora não substitua exames mais sofisticados (Pavão et al., 2017).

Estudos apontam que o sucesso do tratamento pós-natal depende de fatores como a maturidade gestacional, peso ao nascer, tipo e extensão da cardiopatia, além do momento e abordagem cirúrgica utilizada. A correção cirúrgica, frequentemente realizada em etapas, pode envolver técnicas complexas e cuidadosas para evitar complicações hemodinâmicas e respiratórias (Smith et al., 2021; Amato et al., 2018).

Essas intervenções visam melhorar a função cardíaca fetal, reduzir a progressão da doença e aumentar a viabilidade de correções biventriculares no período pós-natal. Contudo, seu sucesso depende não apenas da técnica, mas também de fatores anatômicos e hemodinâmicos específicos, além da qualidade do cuidado neonatal e cirúrgico disponível após o nascimento (Yuan, 2014).

Dessa forma, o sucesso do acompanhamento das gestantes com fetos portadores de cardiopatias depende da implementação de um fluxo diagnóstico bem estabelecido, que envolve desde a triagem no pré-natal até o monitoramento pós-natal, com apoio de recursos tecnológicos e participação ativa de profissionais treinados. A estruturação de uma rede de atenção integrada à saúde, com ênfase na capacitação da atenção primária e na articulação entre os níveis de cuidado, é apontada como fundamental para garantir o acesso e a continuidade da assistência, promovendo melhor prognóstico e reduzindo a morbimortalidade neonatal (Pavão et al., 2017).

4.4 Impacto da atuação do enfermeiro no cuidado e nos desfechos neonatais em casos de cardiopatias fetais

A atuação do enfermeiro obstetra exerce um impacto significativo no cuidado e nos desfechos neonatais em casos de cardiopatias fetais, especialmente por meio de um pré-natal qualificado e humanizado. Embora o estudo (Rita et al., 2021) aponte que a maioria das gestantes demonstrou preferência por consultas médicas (65,5%), ressalta-se que os enfermeiros obstetras oferecem um cuidado pautado na escuta ativa, acolhimento e vínculo com a gestante, promovendo uma abordagem integral e contínua durante o ciclo gravídico-puerperal. Essa atuação favorece a detecção precoce de malformações congênitas, como as cardiopatias, possibilitando intervenções oportunas e contribuindo diretamente para a redução da morbimortalidade neonatal. Políticas públicas, como o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) e a Rede Cegonha, reconhecem o protagonismo do enfermeiro obstetra ao indicarem sua presença desde o início da gestação, com atenção aos aspectos biopsicossociais e fortalecimento do vínculo com a gestante. Nesse contexto, a atuação desse profissional é essencial para o planejamento do cuidado e a obtenção de desfechos mais favoráveis à saúde do binômio mãe-bebê (Rita et al., 2021).

O enfermeiro obstetra, por estar ao lado da gestante durante todo o processo, desempenha um papel de grande responsabilidade na identificação de sinais de alerta, como alterações na ultrassonografia, presença de diabetes materno ou aumento da translucência nucal. Esses fatores, como aponta o estudo (Silveira et al. 2020), estão fortemente associados a alterações cardíacas fetais, tornando indispensável o olhar atento e capacitado desse profissional. A atuação precoce do enfermeiro no encaminhamento e no acompanhamento das gestantes permite que os exames complementares, como a ecocardiografia fetal, sejam realizados no tempo oportuno, melhorando os desfechos neonatais.

Em desfechos neonatais relacionados a cardiopatias fetais, é fundamental a ação dos profissionais da enfermagem nos cuidados e especialmente em gestações complicadas por diabetes pré-gestacional. Conforme aponta a literatura, esse tipo de diabetes está fortemente associado a um aumento no risco de malformações cardíacas congênitas, mesmo quando há controle glicêmico adequado (Maduro et al., 2022). Diante disso, o enfermeiro obstetra, como integrante da equipe multidisciplinar, atua de forma decisiva na vigilância pré-natal, no acompanhamento do controle metabólico materno e na promoção da educação em saúde. Seu envolvimento desde o planejamento da gestação permite a detecção precoce de fatores de risco, favorecendo o encaminhamento para exames especializados, possibilitando o preparo antecipado para o parto e os cuidados neonatais. Dessa forma, a presença ativa desse profissional contribui diretamente para a redução da morbimortalidade perinatal e para a melhoria dos prognósticos em recém-nascidos com cardiopatias congênitas (Maduro et al., 2022).

O acompanhamento especializado do enfermeiro obstetra está diretamente relacionado à melhoria dos desfechos neonatais. Com a vigilância contínua, o controle rigoroso da glicemia e a monitorização do bem-estar fetal, é possível reduzir a incidência de complicações neonatais graves, como icterícia, distúrbios respiratórios, e principalmente a mortalidade neonatal associada a cardiopatias congênitas. A atuação do enfermeiro obstetra no cuidado às gestantes e recém-nascidos cardiopatas tem se mostrado fundamental na melhoria dos desfechos neonatais. Conforme destaca (Yun, 2011), as cardiopatias congênitas críticas podem não apresentar sinais evidentes ao nascimento, tornando o diagnóstico precoce um desafio clínico.

O artigo enfatiza que a sobrevida de neonatos com cardiopatias congênitas depende diretamente de intervenções nas primeiras horas ou dias de vida. A mortalidade neonatal, que pode alcançar 2–3 por 1.000 nascidos vivos em casos não tratados, pode ser reduzida para 0,6– 0,8 por 1.000 quando há intervenção precoce. O enfermeiro obstetra, ao integrar-se de forma ativa às equipes multiprofissionais, favorece a implementação de condutas imediatas após o parto, impactando positivamente a sobrevida do recém-nascido. Dessa forma, observa-se que a atuação qualificada do enfermeiro obstetra é um elemento estratégico dentro do cuidado perinatal, influenciando diretamente nos desfechos clínicos e na redução de complicações em neonatos com cardiopatias congênitas (Yun,2011).

Além disso, o enfermeiro obstetra pode oferecer suporte pré-concepcional para mulheres com diabetes, orientando sobre a importância do controle adequado do açúcar no sangue antes da concepção. Esse acompanhamento contínuo também envolve a monitorização de outros fatores de risco, como o IMC materno, hipertensão e uso de substâncias como álcool e tabaco, que podem impactar negativamente o desenvolvimento fetal. A atuação do enfermeiro obstetra, em colaboração com outros profissionais de saúde, pode melhorar a adesão ao plano de cuidados, reduzir complicações durante a gestação e, assim, contribuir para melhores desfechos neonatais (Delgado et, al., 2024).

Além disso, é importante destacar o acolhimento e o suporte emocional prestado por esse profissional, especialmente em situações de diagnóstico de uma condição complexa. O enfermeiro obstetra não apenas realiza cuidados técnicos, mas também oferece escuta, orientação e conforto, atitudes que fortalecem o vínculo com a família e ajudam na adaptação ao plano terapêutico. Essa humanização do cuidado é um diferencial que contribui para a adesão ao acompanhamento e para a segurança emocional da gestante, impactando positivamente também no bem-estar do bebê. O estudo enfatiza que o envolvimento da enfermagem nas etapas de rastreamento e cuidado inicial é essencial para garantir a continuidade do cuidado e melhores desfechos neonatais (Pavão et al, 2017).

Portanto, o impacto do enfermeiro obstetra na assistência às gestantes com suspeita ou confirmação de cardiopatias fetais é essencial, sendo um agente facilitador na integração dos cuidados, no acesso a tecnologias diagnósticas e na promoção de um cuidado centrado na família e no recém-nascido. A revisão integrativa evidencia que, quando capacitado e inserido estrategicamente na rede de atenção, esse profissional contribui significativamente para a redução de complicações graves e óbitos evitáveis em neonatos portadores de cardiopatias congênitas (Pavão et al., 2017).

A presença ativa do enfermeiro obstetra no acompanhamento de gestações com cardiopatias fetais se mostra crucial na redução de complicações, na melhoria da qualidade de vida das famílias envolvidas e na efetividade dos encaminhamentos e intervenções. Sua atuação fortalece o cuidado humanizado e baseado em evidências, contribuindo de maneira decisiva para a qualificação da assistência pré-natal e dos desfechos neonatais. Seu papel é, portanto, estratégico tanto na identificação precoce quanto no cuidado contínuo e humanizado (Yuan, 2014).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme evidenciado ao longo do presente estudo, conclui-se que o diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas revela-se de fundamental importância para a promoção de intervenções, contribuindo significativamente para a redução da morbimortalidade e para a melhoria do prognóstico neonatal. Em casos de fetos diagnosticados com cardiopatias, também possibilita o planejamento antecipado da assistência, a atuação de equipes multiprofissionais e a organização do parto em serviços de referência, proporcionando maiores chances de sobrevida e qualidade de vida ao recém-nascido.

O acompanhamento pré-natal, frequentemente realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), apresenta-se como uma estratégia essencial no cuidado à gestante, sobretudo quando conduzido por uma equipe multiprofissional qualificada. Nesse contexto, destaca-se a atuação do enfermeiro-obstetra, cuja formação permite identificar sinais e sintomas clínicos, fatores de risco e aspectos da história pregressa materna que possam interferir no desenvolvimento cardíaco fetal. Cabe a esse profissional não apenas a solicitação e interpretação adequada de exames complementares, mas também o encaminhamento oportuno da gestante para os serviços de referência, assegurando uma assistência integral e resolutiva.

Nesse contexto, a atuação do enfermeiro obstetra mostra-se essencial, tanto na detecção precoce de sinais clínicos e fatores de risco quanto na condução de um cuidado humanizado, seguro e contínuo. Sua formação específica permite que atue de forma resolutiva desde o prénatal, integrando-se à equipe de saúde para garantir o encaminhamento adequado da gestante, bem como o suporte emocional necessário para ela e sua família.

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¹Graduanda em Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). E-mail: Maria.silva13@iesb.edu.br. Orcid: https://orcid.org/0009-0001-9005-4322;
²Graduanda em Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). E-mail: Rafaela.stefany@iesb.edu.br. Orcid: https://orcid.org/0009-0004-3181-9374;
³Docente do curso de graduação em Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). E-mail: enf.izabellamorais@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8923-6420;