INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NO TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202506041524


Dayane Gonçalves dos Santos
Graziele Edra Santos da Costa
Samara Aparecida Nascimento
Orientadora: Prof Paloma Tainá França Cardoso Nogueira


RESUMO  

 OBJETIVOS: revisar e sintetizar a literatura científica existente sobre a efetividade das intervenções fisioterapêuticas no tratamento da endometriose. Além disso, busca-se identificar as principais lacunas de conhecimento na área e propor diretrizes para futuras pesquisas. METODOLOGIA: realizada uma revisão integrativa da literatura, com buscas nas bases de dados PEDro, Google Acadêmico, LILACS, Cochrane Library, SciELO e RBFP,  utilizando os descritores “endometriose”, “fisioterapia” e “tratamento fisioterapêutico”, combinados com o operador booleano AND. Os critérios de inclusão consideraram artigos publicados entre 2015 e 2025, disponíveis na íntegra, em português e inglês. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, foram selecionados 30 estudos para análise qualitativa. RESULTADOS: endometriose é uma doença ginecológica crônica e inflamatória, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina, acometendo cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Esta revisão bibliográfica contribui para o conhecimento acerca das intervenções fisioterapêuticas no tratamento da endometriose, destacando técnicas utilizadas e sua relevância clínica; CONCLUSÃO: Conclui-se que a fisioterapia desempenha um papel fundamental no alívio da dor crônica associada à endometriose, por meio de recursos complementares seguros e eficazes, contribuindo significativamente para a melhora da qualidade de vida das mulheres acometidas por essa condição.

Palavras-chave: endometriose; fisioterapia; tratamento; dor pélvica; terapia manual; biofeedback.

SUMMARY 

OBJECTIVES: to review and synthesize the existing scientific literature on the effectiveness of physiotherapeutic interventions in the treatment of endometriosis. In addition, we seek to identify the main knowledge gaps in the area and propose guidelines for future research. METHODOLOGY: an integrative literature review was carried out, with searches in the PEDro, Google Scholar, Lilac, Cochrane Library, SciELO and RBFP databases, using the descriptors “endometriosis”, “physiotherapy” and “physiotherapy treatment”, combined with the Boolean operator AND. The inclusion criteria considered articles published between 2015 and 2025, available in full, in Portuguese and English. After applying the eligibility criteria, 30 studies were selected for qualitative analysis. RESULTS: Endometriosis is a chronic and inflammatory gynecological disease characterized by the presence of endometrial-like tissue outside the uterine cavity, affecting approximately 10% of women of reproductive age. This literature review contributes to the knowledge about physiotherapeutic interventions in the treatment of endometriosis, highlighting techniques used and their clinical relevance; CONCLUSION: It is concluded that physiotherapy plays a fundamental role in relieving chronic pain associated with endometriosis, through safe and effective complementary resources, contributing significantly to improving the quality of life of women affected by this condition.

Keywords: endometriosis; physiotherapy; treatment; pelvic pain; manual therapy; biofeedback.

INTRODUÇÃO 

Endometriose é uma doença ginecológica crônica e inflamatória caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina. Estima-se que aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva sejam afetadas por essa condição, o que representa mais de 190 milhões de mulheres em todo o mundo (ZANATTA et al., 2020). A enfermidade está associada a sintomas como dor pélvica crônica, dismenorreia, dispareunia, infertilidade, fadiga e distúrbios intestinais ou urinários, os quais comprometem de forma significativa a qualidade de vida física, emocional e social das pacientes (FRANÇA et al., 2022).

  Embora a etiologia da endometriose ainda não seja completamente compreendida, diversas teorias têm sido propostas, como a da menstruação retrógrada, metaplasia celômica, fatores imunológicos e genéticos. A variabilidade clínica da doença, somada à dificuldade diagnóstica, contribui para o atraso no reconhecimento e tratamento adequado, que pode levar de 7 a 10 anos desde o surgimento dos primeiros sintomas até a confirmação diagnóstica (ARAGÃO et al., 2021).

O tratamento da endometriose é complexo e deve ser individualizado, considerando a gravidade dos sintomas, os objetivos terapêuticos e o desejo reprodutivo da paciente. Embora o tratamento farmacológico e cirúrgico ainda sejam amplamente utilizados, cresce o reconhecimento da fisioterapia pélvica como abordagem eficaz e complementar, principalmente no controle da dor crônica e na reabilitação funcional do assoalho pélvico (VARELA, 2022).

Nesse contexto, a fisioterapia oferece uma variedade de técnicas baseadas em evidências, como terapia manual, liberação miofascial, cinesioterapia, eletroterapia, biofeedback e reeducação postural, que promovem a redução da dor, melhora da mobilidade e restauração da função muscular. Tais recursos possibilitam abordagens não invasivas, seguras e personalizadas, voltadas à promoção da saúde e ao bem-estar da mulher.

Diante da importância da atuação fisioterapêutica no manejo da endometriose, este estudo propõe-se a revisar e sistematizar a produção científica sobre as intervenções fisioterapêuticas aplicadas a essa condição, com o intuito de identificar evidências, lacunas no conhecimento e contribuir para práticas clínicas fundamentadas em evidências.

OBJETIVOS 

 objetivo revisar e sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre a efetividade das intervenções fisioterapêuticas no tratamento da endometriose, com ênfase na fisioterapia pélvica. Busca-se também identificar lacunas existentes na literatura e propor direcionamentos para futuras pesquisas que fortaleçam a prática clínica baseada em evidências. Além disso, pretende-se destacar os recursos fisioterapêuticos mais utilizados no manejo da dor pélvica crônica e suas contribuições para a melhoria da funcionalidade e da qualidade de vida das mulheres acometidas por essa condição.

REFERENCIAL TEÓRICO 

Fisiopatologia da endometriose 

   Embora a fisiopatologia da endometriose não seja esclarecida, a literatura aponta teorias para compreender melhor essa doença. Entre as teorias a mais conhecida e aceita é a teoria de Sampson de 1927. Segundo Sampson, durante o ciclo menstrual parte do fluxo não é expelido pelo colo do útero,  ele retrocede pelas trompas de Falópio alcançando a cavidade pélvica levando a formação de lesões endometrióticas (ROLLA, 2019; AMRO et al.,2022 BONAVINA; TAYLOR.,2022). Outra teoria importante é a teoria da Metaplasia Celômica, que propõe que as células peritoneais podem se transformar em células semelhantes ao endométrio devido fatores hormonais, essa transformação pode ocorrer devido a presença de estrogênio, hormônio que desempenha um papel crucial no crescimento do tecido endometrial (ROLLA, 2019; AMRO et al .,2022 BONAVINA; TAYLOR.,2022).

A teoria inflamatória acredita que o endométrio é uma inflamação pélvica crônica causada por sangue e ferro, essa inflamação somada a implantação de células-tronco se originou em tecido endometrial. Muito se fala sobre falhas no momento da divisão celular , estresse oxidativo além de fatores genéticos. Todavia, ainda não há um consenso a respeito da doença, é possível que uma teoria complementa as outras (ROLLA, 2019; AMRO  et al., 2022 BONAVINA; TAYLOR., 2022).

A teoria da endometriose é multifacetada e envolve vários fatores hormonais, genéticos, imunológicos e ambientais. A contínua investigação sobre essas teorias , novos estudos científicos é de suma importância para o melhor entendimento da doença.

Classificação da  Endometriose 

Endometriose Peritoneal Superficial  Geralmente acontece na superfície dos órgãos pélvicos, pode ocorrer nas formas intraperitoneal e subperitoneal.

Endometriose ovariana (endometrioma) 
Refere-se a presença de tecido endometrial nos ovários, formando cistos ovarianos (também chamados cistos de chocolate).

Endometriose infiltrativa profunda.
Ocorre quando o tecido endometrial atinge profundamente o espaço extraperitoneal (acima de 5 mm) podendo atingir vários órgãos pélvicos, como bexiga, ureteres, intestino grosso, ligamentos sacra uterinos ou vagina, ocasionando formação de aderências (SMOLARZ; KRZYSZTOF SZYLLO; ROMANOWICZ, 2021; SAUNDERS; HORNE, 2021).

Além disso, a American Society For Reproductive Medicine (ASRM) classifica a endometriose com base na localização e tamanho da lesão.

Estágio I- Endometriose mínima ( poucos implantes superficiais),

Estágio II- Endometriose leve ( mais implantes e mais profundos),

Estágio III- Endometriose moderada ( muitos implantes profundos, fossos profundos, cistos ovarianos e aderências),

Estágio IV- Endometriose severa ( várias aderências,  fístulas,  cistos ovarianos grandes e endometriose profunda) 
(SY LEE., 2020)

Sintomas da Endometriose 

      Os sintomas relacionados à endometriose é bastante variável,  a paciente pode ser assintomática,  referir apenas sintomas de infertilidade ou pode ter sintomas severos como: dismenorreia (cólica menstrual), dispareunia (dor durante as relações sexuais),  distúrbios urinários ou intestinais, fadiga , dor pélvica crônica,  menstruação irregular e intensa (SMOLARZ B et al.,2021).

   Os sintomas da endometriose afeta a saúde geral das mulheres o bem-estar mental, social e sexual, e está associado a sintomas psiquiátricos com altos níveis de depressão,  ansiedade, estresse psicossocial e limitação nas atividades do cotidiano o que leva uma diminuição na qualidade de vida (SILVA et al., 2021).

    De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a sexualidade é um dos indicadores da qualidade de vida (QV) levando em consideração que uma vida sexual satisfatória é de suma importância para a saúde global do ser humano.  Alguns estudos ainda relatam, que mulheres com lesões de endometriose têm riscos aumentados de desenvolver câncer de ovários e de mama, melanoma, asma, reumatismo,  artrite e doenças cardiovasculares (SAUNDERS ; HORNE, 2021).

Métodos diagnósticos 

 O diagnóstico  precoce da endometriose ainda é um obstáculo a ser superado, o tempo médio para diagnosticar a endometriose foi estimado de  7 a 8 anos entre o início dos sintomas e a confirmação do  diagnóstico, esse atraso é devido à diversidade de suas manifestações clínicas que podem ser confundidas com outras doenças ginecológicas, muitas mulheres sofrem durante anos até descobrirem o que tem e na maioria das vezes nem recebem o tratamento adequado, tratam os sintomas e não a causa (ARAGÃO et al.,2021).

Inicialmente,  a endometriose é investigada por meio de uma anamnese detalhada, dando ênfase nos sinais e sintomas relatados, mulheres com suspeita de endometriose são submetidas ao  exame abdominal e  pélvico para identificar sinais como redução na mobilidade dos órgãos , possíveis nódulos na vagina e massas pélvicas ou abdominais juntamente com exames de imagem,  a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, ressonância magnética e exames laboratoriais como bio marcador CA-125 ( ARAGÃO et al.,2021).

Para um diagnóstico mais preciso e assertivo, destaca-se a laparoscopia que é considerado padrão ouro para o diagnóstico da endometriose,   consiste na inserção de uma câmara na cavidade abdominal e  através de pequenos orifícios é possível dimensionar e analisar a posição correta dos focos da endometriose,  o que gera maior confiabilidade quanto a existência da doença.

Deve ser realizado preferencialmente por médico ginecologista com habilidades e treinamento laparoscópicos adequados, para otimizar a avaliação da pelve e do abdômen na laparoscopia visto que,  este procedimento  é um método invasivo com complicações cirúrgicas (morbidade e mortalidade) e é relativamente caro (GOMES & ALVES 2018).

Fibrose x Tecido endometrial

A fibrose é um processo patológico caracterizado pelo acúmulo excessivo de tecido conjuntivo, que ocorre   em resposta a lesões ou inflamações, a formação do tecido se caracteriza pelo acúmulo excessivo de componentes da matriz extracelular (MEC) especialmente fibras de colágeno dentro e ao redor do tecido inflamado, o processo envolve macrófagos e miofibroblastos, os macrófagos ajudam na resposta inflamatória enquanto os miofibroblastos são responsáveis pela remodelação, maturação e organização do tecido cicatricial, esse processo é mediado por fatores de crescimento e citocinas que promovem a inflamação e a cicatrização (KIM et al., 2023) .

Quando a lesão é pequena e não repetitiva, a cicatrização ocorre de forma eficiente, no entanto, em casos de lesões repetitivas há um acúmulo de componente da (MEC) em doenças fibróticas, os miofibroblastos continuam produzindo proteínas da matriz levando o excesso de fibrose o que pode resultar em dor, atingindo   diversos órgãos , alterando sua estrutura e funcionalidade ( ADLER et al .,2020). O tecido endometrial é o que reveste internamente o útero, ele é composto por tecido epitelial e tecido conjuntivo, desempenha um papel fundamental no ciclo reprodutivo feminino e é composto por duas camadas principais: Camada funcional que é a camada superior rica em glândulas e vasos sanguíneos ,  essencial  para sustentar uma gravidez em fase inicial, durante a menstruação essa camada é eliminada se durante o ciclo menstrual e serve como base para a regeneração da camada funcional após a menstruação.( KIM et al., 2023) 

Uma característica relevante da endometriose é a presença de tecido fibrótico dentro e ao redor das lesões, a endometriose pode, portanto, ser considerada tanto uma doença inflamatória quanto fibrótica. No entanto, ainda é uma questão sem resposta sobre o ambiente inflamatório, se os implantes endometrióticos (KIM et al., 2023, p. 2)  desencadeiam a inflamação ou se o estado inflamatório na cavidade peritoneal  desenvolve  endometriose ( IZUMI et al.,2018)

Compreender a relação entre tecido endometrial e tecido fibrótico é essencial para o direcionamento  terapêutico e a escolha correta de intervenções que visem não apenas o controle da dor, mas também a melhoria da qualidade de vida da paciente.

Importância da avaliação clínica e por imagem  

      A falta de concordância  quanto a origem e definição da endometriose, sugere que a teoria dos implantes ectópicos resultantes da  menstruação retrógrada não é mais uma explicação aceitável para essa condição. No entanto, na prática clínica essa teoria ainda persiste, indicando a necessidade de uma compreensão mais aprofundada e abrangente da endometriose. Afinal, “ como vamos tratar um problema se mal compreendemos  da sua fisiopatologia básica?”(LATORRE GFS, AYLA A 2024).

    Num estudo por Marchini et al. (2005) que analisou histologicamente os casos que supostamente tinham sido diagnosticados como endometriose ,foram levados para realizar o procedimento cirúrgico e em 75% dos casos não eram endometriose e sim fibrose. No total, foram analisadas 122 biópsias de 54 pacientes e o  diagnóstico histológico de fibrose foi o mais comum entre as amostras nas quais a endometriose não foi confirmada. De acordo ainda com Istrate-Ofiteru (2024) após analisarem amostras de lesões supostamente “endometrióticas” de 243 mulheres operadas por laparoscópica, elas descreveram que nenhuma das amostras estudadas era de fato tecido endometrial (LATORRE GFS, AYLA A 2024).

    A realidade é que mulheres que tiveram focos endometriais removidos surgiram  na tentativa de tratar a dor crônica e a dismenorreia, ao remover endométrio, útero e ovários continuam a apresentar os mesmos sintomas. Além disso, agora enfrentam desconfortos adicionais decorrentes da cirurgia e complicações como retenção urinária, fístulas uretrais e vesicais, perfuração acidental do reto dentre outras tantas.

   O cenário se torna ainda mais preocupante , uma vez que a cirurgia para endometriose é bastante comum, somente no Sistema Único de Saúde (SUS) ,são realizadas cerca de 10 mil cirurgias anualmente, sem contar aquelas realizadas na rede privada (LATORRE GFS, AYLA A 2024), não houve fertilização. E a camada basal, que é a camada inferior que permanece intacta Tratamento

   O tratamento da endometriose é um grande problema médico devido seu  diagnóstico tardio, o tratamento deve ser individualizado considerando a gravidade dos sintomas, a extensão da lesão e o desejo reprodutivo da paciente. As abordagens podem ser clínicas, cirúrgicas ou combinadas, com o objetivo de aliviar os sintomas.

   O tratamento da dor na endometriose baseia-se inicialmente no uso de antiinflamatórios não esteroides (AINEs) associado a terapia hormonal, como contraceptivos orais combinados, que atuam na inibição da ovulação e na redução do processo inflamatório, proporcionando diminuição da lesões endometrióticas e alívio dos sintomas (FRANÇA PRC et al 2022).

Entretanto, aproximadamente 25% das pacientes não respondem de forma satisfatória a essa abordagem e podem apresentar efeitos adversos incluindo sangramentos irregulares, náuseas, cefaleias e alterações de humor. A laparoscopia permanece como o método padrão-ouro tanto para o diagnóstico definitivo quanto para o tratamento cirúrgico da endometriose, sendo classificada em conservadora, com remoção das lesões, ou definitiva , como histerectomia (CORTE DL et al 2020).  Apesar de sua eficácia , o procedimento cirúrgico envolve riscos e complicações, como lesões neurológicas, urológicas e intestinais, além da possibilidade de persistência da dor após a intervenção, o que torna imprescindível uma avaliação criteriosa e individualizada, a escolha da conduta deve sempre priorizar a qualidade de vida da paciente , considerando os impactos físicos, emocionais e sociais da doença ( VANNUCCI S et al 2022).

     O tratamento fisioterapêutico na endometriose tem se destacado como uma importante abordagem complementar no manejo da dor crônica e na melhora da qualidade de vida das pacientes. Dentre as técnicas mais utilizadas, destacam-se a terapia manual, liberação miofascial , fortalecimento e o relaxamento do assoalho pélvico , além de recursos analgésicos, como a eletroterapia ( VARELA AGA.,2022). Essas intervenções atuam na redução de tensão muscular, na melhoria da mobilidade pélvica e na diminuição de aderências, que contribuem para sintomas dolorosos. Além disso, a fisioterapia orienta o paciente quanto a postura, respiração diafragmática e práticas de atividades físicas promovendo benefícios físicos e emocionais (VARELA AGA., 2022).

Intervenções Fisioterapêuticas na Endometriose 

   A fisioterapia é uma abordagem terapêutica não invasiva que utiliza diversos métodos para aliviar a dor e melhorar a condição das pacientes. Devido às frequentes alterações posturais observadas em mulheres com dor pélvica crônica (DPC), é essencial incluir exercícios de reeducação postural no plano terapêutico. Técnicas de relaxamento muscular e alongamentos são frequentemente empregadas, destacando-se a respiração diafragmática, eficaz na promoção do relaxamento e na redução do estresse localizado.

   A fisioterapeuta segue rigorosamente os protocolos de biossegurança, utilizando lençois e luvas descartáveis, além de lubrificante e a higienização adequada da sala com álcool 70%, tanto nas avaliações quanto nos atendimentos. A profissional avalia a postura, o padrão muscular e fascial, buscando a sinergia entre os movimentos da pelve e do corpo, com o objetivo de amenizar a dor intensa e suas consequências na qualidade de vida.

 Os tratamentos são individualizados e adaptados às necessidades de cada paciente. Na avaliação da musculatura do assoalho pélvico (MAP), realiza-se a palpação digital, na qual o examinador introduz o dedo indicador enluvado, com lubrificante neutro, no interior da vagina. Solicita-se à paciente uma contração muscular de cinco segundos, utilizando a maior força possível. Para mensuração da função muscular, utiliza-se a Escala de Oxford Modificada, onde: (0) indica ausência de contração; (1) esboço de contração não sustentada; (2) contração leve; (3) contração moderada com aumento da pressão intravaginal; (4) contração satisfatória, com compressão e elevação da parede vaginal em direção à sínfise púbica; e (5) contração forte, com compressão firme do dedo do examinador.

  O fisioterapeuta desempenha um papel fundamental no manejo dos sintomas funcionais da DPC, sendo capaz de reduzir significativamente a dor, interromper o ciclo “tensão-dor-tensão”, relaxar a musculatura pélvica, melhorar a mobilidade, a percepção corporal, corrigir posturas antálgicas, prevenir contraturas musculares e fortalecer a resposta imunológica da mulher. Essas intervenções resultam em melhorias significativas na saúde e bem-estar da paciente (Nascimento, 2017).

   As técnicas de terapia manual incluem mobilização de tecidos moles, manipulação articular e neural, bem como compressões específicas em tecidos profundos. Essas abordagens têm se mostrado eficazes no alívio da dor pélvica associada à endometriose. Técnicas articulatórias aplicadas aos tecidos moles promovem melhora na mobilidade lombar, no perfil clínico da endometriose e na condição emocional da paciente (Muñoz-Gómez et al., 2023).

 A Manobra de Liberação do Ligamento Largo, também chamada de Manobra de Liberação Miofascial Manual Intracavitária da Porção Infraumbilical da Parede Abdominal Anterior, é realizada por meio do posicionamento manual dos dedos indicador e médio da mão dominante da terapeuta, inseridos intravaginalmente ao lado do útero, deslizando até o colo uterino, na direção de um dos ligamentos largos. Essa técnica foi desenvolvida por um dos coautores (GFS). Quando aplicada com o objetivo de tratar a cicatriz de cesariana, recebe o nome de “Manobra de Verônica”, em homenagem à fisioterapeuta pélvica (VCA), que observou seus efeitos pioneiramente. A técnica tem mostrado bons resultados na liberação de cicatrizes, tanto recentes quanto antigas, com mais de uma década. Quando realizada com a mão esquerda (mão interna) e a direita aplicando tração, a manobra é capaz de mobilizar eficazmente as fáscias parietais e viscerais, com predominância de efeito sobre as primeiras, sendo indicada quando há necessidade de mobilização global das fáscias pélvicas e abdominais inferiores (Latorre et al., 2022).

  A terapia manual, associada à liberação miofascial e à Reeducação Postural Global (RPG), também tem apresentado resultados positivos. Massagens perineais e terapias comportamentais são recomendadas para ajudar a paciente a desenvolver estratégias de enfrentamento da dor. Exercícios baseados na cinesioterapia, como alongamentos e movimentos específicos, são indicados em diferentes posições (ortostática, sentada e em decúbito dorsal). O protocolo fisioterapêutico para DPC pode ainda incluir técnicas de alongamento, manobras abdominais e exercícios de ginástica terapêutica (Felipe et al., 2020).

  A aplicação de terapias manuais na região pélvica contribui para o tratamento da síndrome miofascial e dos espasmos musculares, por meio de técnicas como compressão isquêmica e massagem perineal. O objetivo da fisioterapia é aliviar a dor e corrigir desequilíbrios musculoesqueléticos, promovendo melhora ou até mesmo remissão do quadro clínico (Felipe et al., 2020).

 A massagem perineal, utilizada no tratamento da DPC, visa aumentar a flexibilidade e reduzir a resistência muscular, promovendo o alongamento e o relaxamento da região perineal. Inicialmente realizada pelo fisioterapeuta com o toque bidigital, pode evoluir para movimentos em “U”, com pressão para baixo e lateral, esticando o períneo de um lado ao outro. A duração da técnica varia conforme o grau de relaxamento muscular e a evolução clínica. Com o progresso, a paciente pode ser treinada para realizar a técnica de forma autônoma (Souza, 2024).

 A cinesioterapia, ao fortalecer e flexibilizar o assoalho pélvico, promove melhor funcionalidade muscular, essencial para a realização de atividades diárias com menos dor e maior autonomia. Segundo Figueiredo (2022), apesar dos efeitos imediatos da técnica na redução da dor, são necessários mais estudos para avaliar seus benefícios a longo prazo sobre a qualidade de vida das pacientes.

A eletroterapia é outra modalidade eficaz no tratamento da DPC, com destaque para a TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea), que utiliza correntes de baixa intensidade, com frequências entre 0 e 200 Hz. Esse recurso, fundamentado na Teoria das Comportas, promove analgesia. Segundo Cruz e Carneiro (2023), frequências entre 50 e 100 Hz são eficazes no alívio da dor associada à endometriose, recomendando-se a aplicação de eletrodos nas regiões paravertebrais de T10 a L1 e de S2 a S4.

O biofeedback tem sido amplamente utilizado para auxiliar as pacientes no controle da musculatura do assoalho pélvico. Por meio dessa ferramenta, é possível ensinar a realização de contrações corretas e coordenadas, fundamentais tanto para a reabilitação quanto para a prevenção de episódios dolorosos. A eletroterapia, combinada com exercícios de fortalecimento e técnicas manuais, proporciona redução significativa da dor e do desconforto pélvico (Amaral et al., 2018).

  O uso do laser promove aceleração na cicatrização e regeneração dos tecidos, melhora a microcirculação e estimula a proliferação de fibroblastos, colágeno e fibras nervosas. No tratamento da endometriose, a aplicação de laser de baixa intensidade, especialmente no infravermelho distante, favorece a restauração da função tecidual. De acordo com Wójcik et al. (2022), o protocolo consiste na aplicação pulsada de alta intensidade, três vezes por semana, durante oito semanas, com comprimento de onda de 1064 nm, fluência entre 510–1780 mJ/cm², duração de 120–150 µs, frequência de 10–30 Hz, ciclo de trabalho de 0,1% e diâmetro de sonda de 0,5 cm.

  Por outro lado, os tradicionais Exercícios de Kegel, descritos por Arnold Kegel em 1942, são atualmente considerados ultrapassados. Embora tenham sido eficazes no tratamento da incontinência urinária no pós-parto, estudos recentes mostram que, quando realizados de forma inadequada ou excessiva, podem causar fadiga da musculatura pélvica e ativação de músculos acessórios, como os abdominais e glúteos, limitando seus benefícios.

  A fisioterapia pélvica destaca-se, portanto, não apenas no alívio da dor, mas também na reabilitação funcional e na prevenção de recidivas, sendo um recurso essencial para mulheres com endometriose (Silva, 2023).

METODOLOGIA 

 Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter integrativo, cuja finalidade é reunir e sintetizar evidências disponíveis na literatura científica acerca das intervenções fisioterapêuticas aplicadas no tratamento da endometriose, com ênfase no manejo da dor pélvica crônica.

  A busca por artigos foi realizada nas seguintes bases de dados: PEDro, Google Acadêmico, LILACS, Cochrane Library, SciELO e RBFP. Para nortear a pesquisa, foram utilizados os descritores: “endometriose”, “fisioterapia”, “tratamento”, “dor pélvica”, “terapia manual” e “biofeedback”, selecionados por meio da plataforma DeCS (Descritores em Ciências da Saúde). A estratégia de busca incluiu o uso do operador booleano AND, a fim de refinar os resultados e obter publicações mais relevantes ao tema proposto.

  Os critérios de inclusão adotados foram: artigos publicados entre os anos de 2015 e 2025, disponíveis na íntegra, redigidos em português ou inglês, e que abordassem especificamente intervenções fisioterapêuticas na endometriose e seus impactos na dor e qualidade de vida. Foram excluídos os trabalhos publicados antes de 2015, as meta-análises, e os que tratavam de técnicas desatualizadas ou fora do escopo fisioterapêutico.

    Inicialmente, foram identificados 50 artigos. Após análise criteriosa dos critérios de elegibilidade, 30 estudos foram selecionados para compor a análise qualitativa desta revisão. Esses artigos abordam diversos recursos fisioterapêuticos, como terapia manual, liberação miofascial, eletroterapia, biofeedback, cinesioterapia e reabilitação funcional do assoalho pélvico em mulheres com endometriose.

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

   A endometriose é uma condição ginecológica crônica, de difícil diagnóstico e sem cura definitiva, que compromete significativamente o bem-estar biopsicossocial das mulheres. Os estudos analisados demonstram que as intervenções fisioterapêuticas são eficazes na redução da dor pélvica crônica e na melhoria da qualidade de vida de mulheres com endometriose.

  As técnicas de terapia manual, liberação miofascial, cinesioterapia, fortalecimento do assoalho pélvico e recursos eletroterapêuticos mostraram-se eficazes no controle da dor, na melhoria da mobilidade pélvica e na diminuição das aderências. Tais abordagens atuam diretamente nas disfunções músculo esqueléticas e viscerais associadas à doença.

  Estudos como o de Muñoz-Gómez et al. (2023) e Latorre et al. (2022) destacam a eficácia de protocolos específicos, como a manobra de liberação do ligamento largo e a mobilização das fáscias pélvicas e viscerais, resultando em diminuição da dor e melhora funcional. Além disso, técnicas como biofeedback, TENS e laser de baixa intensidade têm sido apontadas como complementares importantes.

    Dessa forma, conclui-se que a fisioterapia, quando aplicada com base em uma avaliação individualizada e multidimensional, promove ganhos significativos para o manejo da endometriose.

CONCLUSÃO 

    A fisioterapia pélvica representa uma abordagem fundamental na intervenção fisioterapêutica voltada ao tratamento da endometriose. Esta revisão bibliográfica tem como objetivo apresentar evidências sobre a eficácia dessa prática, contribuindo para a melhora da qualidade de vida de mulheres acometidas pela doença, especialmente diante das dores crônicas e limitações funcionais que ela impõe.

  Dessa forma, destaca-se a importância de intervenções com abordagens multidimensionais, que combinam diferentes técnicas fisioterapêuticas, como a terapia manual — incluindo manobras de liberação do ligamento largo,manobra da Verônica, liberação miofascial e massagem perineal —, a cinesioterapia, e recursos eletroterapêuticos, como TENS, laser e biofeedback.

     Além disso, evidencia-se a necessidade de mais pesquisas no cenário nacional que explorem a fisioterapia pélvica como estratégia de intervenção para as dores e disfunções associadas à endometriose, com destaque para ensaios clínicos randomizados e revisões sistemáticas que fortaleçam a base científica da prática.

   Conclui-se, portanto, que o fisioterapeuta especializado em saúde da mulher exerce um papel essencial no cuidado de pacientes com endometriose, atuando na prevenção, promoção da saúde e no tratamento das disfunções pélvicas decorrentes da doença. A aplicação de intervenções fisioterapêuticas adequadas é crucial para a melhora da funcionalidade e da qualidade de vida dessas mulheres.

REFERÊNCIAS  

AMARAL, Patrícia Pires et al. ASPECTOS DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS DA ENDOMETRIOSE: Imagem: Ass. Brasi. De Endometriose e Ginecologia. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, v. 9, n. edesp, p. 532-539, 2018.

AYALA, A.; LATORRE, G. F. S. Focos de endometriose não são tecido endometrial: teoria da origem cinesiológico-funcional. Revista Brasileira de Fisioterapia Pélvica, Porto Velho, v. 4, n. 1, p. 92–100, 2024.

BADAWY, Mohamed A. et al. Gonadotropin-releasing hormone agonist treatment for endometriosis: a systematic review and meta-analysis. Human Reproduction Update, v. 26, n. 6, p. 709-736, 2020.

BULUN, S. E. Endometriosis. New England Journal of Medicine, v. 360, n. 3, p. 268-279, 2009.

CARVALHO, Isabella de et al. Diagnóstico da endometriose: revisão de literatura. Revista Saúde, v. 7, n. 1, p. 37-46, 2021.

CRUZ, T. A. J. R; CARNEIRO, K. ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA QUALIDADE DE VIDA DA MULHER COM ENDOMETRIOSE. Volume 4. Editora Pascal. 2023

FELIPE, ANDRESSA PAMPLONA. Atuação da fisioterapia na dor pélvica crônica feminina: uma revisão. Monografia (graduação). https://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/Andressa%20Felipe%20Pamplona.p df, 2020.

FIGUEIREDO, A. T. DE. Endometriose e fisioterapia: uma análise bibliométrica e narrativa. Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará, 21 jan. 2022. Disponível em: https://repositorio.ufc.br. Acesso em: 30 out. 2024.

GOMES, Nathaly Andrade; ALVES, Karla. A ressonância magnética no diagnóstico de endometriose profunda com acometimento intestinal: relato de caso. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 15, n. 38, p. 25-39, jan./mar. 2018. ISSN 2318-2083. Disponível em: http://revista.lusiada.br/index.php/ruep.

GUIA ENDOMETRIOSE. Tipos e    classificação.      Disponível    em: https://www.guiaendometriose.com.br/tipos-e-classificacao.html.

KIM, S. Y.; LEE, J. H.; PARK, H. J.; et al. Fibrosis: Molecular Mechanisms and Therapeutic Targets. International Journal of Molecular Sciences, v. 24, n. 9, p. 1–25, 2023. DOI: 10.3390/ijms24097654. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10160154/. Acesso em: 30 maio 2025.

LABSCA. O diagnóstico da endometriose: desafios e avanços. labsca, 31 jan. 2025. Disponível    em: https://www.labsca.com.br/post/o-diagnostico-da-endometriose-desafios-e-avancos.

LATORRE, G. F. S. et al. Liberação miofascial abdomino-pélvica associada ou não ao LPF. Revista Brasileira de Fisioterapia Pélvica, v. 2, n. 1, p. 4-15, 2022. DOI: 10.62115/rbp.2022.2(1)4-15.

LIMA, Luciana Ferreira de et al. Tipos e classificação da endometriose: uma revisão narrativa. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 1452-1461, 2022.

MARCON, L. C. S., & SANTOS, M. D. dos . (2021). RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS COMO TRATAMENTO COADJUVANTE DA ENDOMETRIOSE. ANAIS DO FÓRUM DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO UNIFUNEC,12(12).               Recuperado de https://seer.unifunec.edu.br/index.php/forum/article/view/5328

Muñoz-Gómez, E., Alcaraz-Martínez, A. M., Mollà-Casanova, S., Sempere-Rubio, N., Aguilar-Rodríguez, M., Serra-Añó, P., & Inglés, M. Effectiveness of a Manual Therapy Protocol in Women with Pelvic Pain Due to Endometriosis: A Randomized Clinical Trial. Journal of Clinical Medicine, 12(9), 3310, 2023.

Nascimento, Leticia. Z. R. Kraievski, Elaine. S. Endometriose: Fisioterapia e a Doença. Rev. Conexão Eletrônica, Mato Grosso do Sul, v. 14, n. 1, 2017.

RIBEIRO, Letícia dos Santos et al. Endometriose: diagnóstico, tratamento e prevenção. Revista Saúde e Pacto Social, v. 5, n. 1, p. 1-10, 2022. Disponível em: https://revista.unipacto.com.br/index.php/rsv/article/view/179. Acesso em: 30 maio 2025.

Silva, N. R. F. da, Azeredo, L.M., L. Guimarães, M.C. , P., & Siqueira, E. C. de. Análise das características da Endometriose. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 23(2), 2023. DOI: https://doi.org/10.25248/REAS.e11961.2023

SILVA, Cyntia Nogueira da. Rastreamento da endometriose na atenção primária à saúde. 2023.

SIMKO, Sarah; WRIGHT, Kelly N. The future of diagnostic laparoscopy–Cons. Reproduction and Fertility, v. 3, n. 2, p. R91-R95, 2022.

Smolarz B, Szyłło K, Romanowicz H. Endometriosis: Epidemiology,Classification, Pathogenesis, Treatment and Genetics (Review of Literature). Int J Mol Sci. 2021 Sep 29;22(19):10554. doi: 10.3390/ijms221910554. PMID: 34638893; PMCID: PMC8508982.

Souza, S. B. de O. de. Atuação fisioterapêutica nos impactos da endometriose na saúde da mulher: um relato de caso (Trabalho de Conclusão de Curso, Faculdade EDUFOR). 2024.

VERCELLINI, Paolo et al. Revision of the American Society for Reproductive Medicine classification of endometriosis: discussion paper. International Journal of Reproductive Medicine, v. 2021, artigo ID 7787892, 2021. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC7787892/.

VIGANO, Paola et al. Current approaches and future challenges in the management of endometriosis. The Lancet, v. 397, n. 10276, p. 1443-1454, 2021.

VOS, Tamara et al. Fibrosis in endometriosis: mechanisms and therapeutic opportunities. Frontiers in Reproductive Health, v. 5, artigo 10160154, 2023. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10160154/. Acesso em: 30 maio 2025.

Wójcik, M., Szczepaniak, R., & Placek, K. Physiotherapy Management in Endometriosis. International Journal of Environmental Research and Public Health, 19(23), 16148, 2022.

YOUNG, Vincent J. et al. The role of TGF-β in the pathophysiology of peritoneal endometriosis. Human Reproduction Update, v. 22, n. 4, p. 548-565, 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32058955/. Acesso em: 30 maio 2025.

ZANATTA, A. et al. The role of stem cells in deep infiltrating endometriosis. Histology and Histopathology, v. 35, n. 5, p. 453-460.