REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411142238
Alexandre Pereira Rodrigues1
Tatiane dos Santos Maciel2
Lanna Macário Santos3
Rejane Alves Câmara4
Orientador: Fabricio Vieira Cavalcante
Orientadora: Laura De Moura Rodrigues
RESUMO
A tendinopatia de ombro é uma condição clínica comum que afeta significativamente a qualidade de vida dos indivíduos, causando dor, limitação funcional e incapacidade para realizar atividades diárias e laborais. Esta condição é caracterizada por alterações degenerativas e/ou inflamatórias nos tendões da região do ombro, incluindo o tendão do manguito rotador, tendão do bíceps e tendão do supraespinhal. O diagnóstico preciso e o manejo eficaz desta condição são desafios significativos na prática clínica, requerendo uma compreensão aprofundada da fisiopatologia, bem como uma abordagem terapêutica baseada em evidências científicas e uma colaboração interdisciplinar entre profissionais de saúde. A fisiopatologia da tendinopatia de ombro é multifatorial e envolve uma interação complexa de mecanismos patológicos, incluindo degeneração tendínea, inflamação crônica, sensibilização central e fatores de risco associados. O desequilíbrio entre a produção e a degradação do colágeno nos tendões, combinado com microlesões repetitivas, sobrecarga mecânica e diminuição da vascularização local, contribui para o desenvolvimento e progressão da lesão tendínea, resultando em dor, rigidez e limitação funcional. Além disso, a sensibilização central pode amplificar a percepção da dor e contribuir para a cronicidade dos sintomas, complicando ainda mais o quadro clínico. O manejo da tendinopatia de ombro requer uma abordagem terapêutica integrada e individualizada que considere as necessidades específicas do paciente, a gravidade da lesão, as comorbidades associadas e os objetivos terapêuticos individuais. As intervenções fisioterapêuticas desempenham um papel crucial no tratamento da tendinopatia de ombro, incluindo terapia manual, exercícios de fortalecimento, modalidades físicas, educação do paciente e autocuidado. Estas abordagens terapêuticas baseadas em evidências têm demonstrado eficácia na redução da dor, melhoria da função e otimização da qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Tendinopatia de ombro, Fisiopatologia, Diagnóstico, Manejo, Intervenções fisioterapêuticas.
ABSTRACT
Shoulder tendinopathy is a common clinical condition that significantly affects individuals’ quality of life, causing pain, functional limitation, and inability to perform daily and work-related activities. This condition is characterized by degenerative and/or inflammatory changes in the tendons of the shoulder region, including the rotator cuff tendon, biceps tendon, and supraspinatus tendon. The accurate diagnosis and effective management of this condition are significant challenges in clinical practice, requiring a deep understanding of the pathophysiology, as well as a therapeutic approach based on scientific evidence and interdisciplinary collaboration among healthcare professionals. The pathophysiology of shoulder tendinopathy is multifactorial and involves a complex interaction of pathological mechanisms, including tendon degeneration, chronic inflammation, central sensitization, and associated risk factors. The imbalance between collagen production and degradation in the tendons, combined with repetitive micro-injuries, mechanical overload, and decreased local vascularization, contributes to the development and progression of tendon injury, resulting in pain, stiffness, and functional limitation. Additionally, central sensitization can amplify pain perception and contribute to symptom chronicity, further complicating the clinical picture. The management of shoulder tendinopathy requires an integrated and individualized therapeutic approach that considers the specific needs of the patient, the severity of the injury, associated comorbidities, and individual therapeutic goals. Physiotherapeutic interventions play a crucial role in the treatment of shoulder tendinopathy, including manual therapy, strengthening exercises, physical modalities, patient education, and self-care. These evidence-based therapeutic approaches have demonstrated efficacy in reducing pain, improving function, and optimizing the quality of life for patients.
Keywords: Shoulder tendinopathy, Pathophysiology, Diagnosis, Management, Physiotherapeutic interventions.
1. INTRODUÇÃO
As tendinopatias de ombro são condições clínicas comuns que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, representando uma das principais causas de dor e incapacidade funcional na região do ombro (OLIVEIRA, 2023). Essas condições podem envolver diferentes estruturas tendíneas, como o tendão do manguito rotador, o tendão do bíceps e o tendão do supraespinhal, e são frequentemente associadas a atividades repetitivas, trauma ou envelhecimento.
A fisioterapia desempenha um papel crucial no tratamento das tendinopatias de ombro, oferecendo uma abordagem conservadora e eficaz para aliviar a dor, melhorar a função e promover a recuperação do paciente (LEOTTY; LIMA; ARAÚJO, 2020). As intervenções fisioterapêuticas na tendinopatia de ombro são baseadas em evidências científicas e visam reduzir a inflamação, restaurar a mobilidade articular, fortalecer os músculos periarticulares e melhorar a biomecânica do ombro.
Um dos principais objetivos da fisioterapia no tratamento da tendinopatia de ombro é reduzir a dor e a inflamação na região afetada (DOS SANTOS et al., 2024). Para isso, são utilizadas técnicas de terapia manual, como massagem tecidual profunda, liberação miofascial e mobilizações articulares, que ajudam a melhorar a circulação sanguínea, reduzir a tensão muscular e promover o relaxamento dos tecidos envolvidos. Além disso, modalidades físicas, como crioterapia e terapia por ondas de choque, podem ser empregadas para aliviar a dor e reduzir a inflamação na área afetada.
A restauração da mobilidade articular é outro componente essencial no tratamento fisioterapêutico da tendinopatia de ombro (BATISTA et al., 2022). A restrição da mobilidade articular pode levar a compensações biomecânicas, aumento do estresse sobre os tendões e agravamento dos sintomas. Portanto, exercícios de mobilização articular, alongamentos e técnicas de liberação miofascial são frequentemente incorporados ao plano de tratamento para melhorar a amplitude de movimento do ombro, reduzir a rigidez articular e otimizar a função biomecânica.
A fortalecimento dos músculos periarticulares é outro aspecto fundamental na reabilitação da tendinopatia de ombro (PETREK, 2022). A fraqueza muscular pode comprometer a estabilidade articular, aumentar o risco de lesões e prolongar o tempo de recuperação. Portanto, programas de exercícios de fortalecimento progressivo, focados nos músculos do manguito rotador, deltoides, trapézio e músculos escapulares, são implementados para melhorar a força muscular, estabilidade e coordenação do ombro.
Além disso, a educação do paciente desempenha um papel vital no sucesso do tratamento fisioterapêutico da tendinopatia de ombro (ARAÚJO, 2020). Os fisioterapeutas fornecem orientações sobre a modificação das atividades diárias, ergonomia, técnicas de autoajuda, prevenção de recidivas e autocuidado, ajudando os pacientes a compreenderem a sua condição e a desempenharem um papel ativo no processo de reabilitação.
Em conclusão, as intervenções fisioterapêuticas na tendinopatia de ombro são fundamentais para o manejo eficaz dessa condição clínica, proporcionando alívio da dor, melhora da função e otimização da qualidade de vida dos pacientes. A abordagem multidisciplinar, envolvendo técnicas de terapia manual, modalidades físicas, exercícios terapêuticos e educação do paciente, oferece uma estratégia abrangente e personalizada para o tratamento da tendinopatia de ombro, promovendo resultados positivos a longo prazo e prevenindo complicações futuras.
2. METODOLOGIA
A revisão bibliográfica é uma metodologia de pesquisa que visa analisar e sintetizar o conhecimento existente sobre um determinado tema, reunindo informações de estudos publicados em livros, artigos científicos, teses, dissertações e outras fontes acadêmicas. Esta abordagem permite uma compreensão abrangente e sistemática do tema em questão, identificando lacunas no conhecimento, avaliando a qualidade e a relevância dos estudos e fornecendo insights para pesquisas futuras.
Para realizar uma revisão bibliográfica rigorosa e significativa, é essencial seguir um processo metodológico bem estruturado. Inicialmente, é necessário definir claramente o objetivo da revisão, delimitando o escopo do tema e estabelecendo critérios de inclusão e exclusão para a seleção dos estudos a serem analisados. Este passo é fundamental para garantir a relevância e a precisão da revisão, evitando a inclusão de informações irrelevantes ou duplicadas.
Após a definição do objetivo e dos critérios de seleção, a próxima etapa envolve a busca sistemática e abrangente das fontes de informação relevantes. Esta busca deve ser realizada em bases de dados acadêmicas, bibliotecas digitais, periódicos científicos e outras fontes confiáveis, utilizando palavras-chave e termos de pesquisa pertinentes ao tema em estudo. A busca deve ser documentada e registrada de forma transparente, permitindo a replicabilidade e a verificabilidade do processo.
Uma vez coletados os estudos pertinentes, é necessário realizar a avaliação crítica e a análise dos dados. Nesta fase, os artigos e as fontes selecionadas são revisados e avaliados quanto à qualidade metodológica, relevância, consistência e contribuição para o tema da revisão. Esta análise crítica permite identificar as principais descobertas, tendências, padrões e controvérsias na literatura existente, além de destacar lacunas no conhecimento e áreas para futuras investigações.
Por fim, os resultados da revisão bibliográfica são sintetizados e interpretados de forma clara e objetiva, apresentando uma visão integrada e atualizada do estado da arte sobre o tema em estudo. A discussão dos achados deve ser fundamentada em evidências científicas robustas e contextualizada dentro do campo de conhecimento relevante, destacando as implicações práticas, teóricas e metodológicas dos resultados obtidos.
Em conclusão, a revisão bibliográfica é uma metodologia de pesquisa essencial para a compreensão e a síntese do conhecimento existente sobre um determinado tema, fornecendo uma base sólida para a tomada de decisões clínicas, o desenvolvimento de políticas, a elaboração de pesquisas futuras e o avanço do campo de conhecimento em questão. A realização de uma revisão bibliográfica rigorosa e sistemática requer um planejamento cuidadoso, uma execução meticulosa e uma análise crítica e reflexiva dos dados, garantindo a qualidade, a credibilidade e a relevância da pesquisa realizada.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A tendinopatia de ombro é uma condição clínica comum que envolve alterações degenerativas e/ou inflamatórias nos tendões da região do ombro, podendo afetar estruturas como o tendão do manguito rotador, tendão do bíceps e tendão do supraespinhal. Essa condição é frequentemente associada a atividades repetitivas, traumatismos, envelhecimento e fatores biomecânicos, podendo resultar em dor, limitação funcional e comprometimento da qualidade de vida dos indivíduos afetados (RODRIGUES et al., 2021).
A fisiopatologia da tendinopatia de ombro envolve um desequilíbrio entre a produção e a degradação do colágeno nos tendões, levando à degeneração do tecido tendíneo. Esse processo degenerativo pode ser desencadeado por microlesões repetitivas, sobrecarga mecânica, diminuição da vascularização local e inflamação crônica, contribuindo para a progressão da lesão e o desenvolvimento de sintomas clínicos (ALVES et al., 2020).
A abordagem terapêutica da tendinopatia de ombro tem evoluído significativamente ao longo dos anos, com uma crescente ênfase na importância da intervenção fisioterapêutica baseada em evidências científicas. As intervenções fisioterapêuticas são fundamentadas em princípios biomecânicos, fisiológicos e neurofisiológicos, visando restaurar a função normal do ombro, aliviar a dor e promover a recuperação do paciente (SANTOS DA SILVA MELO; ALVES LIVRAMENTO; GATO DO ROSÁRIO, 2023).
Um dos principais pilares da fisioterapia no tratamento da tendinopatia de ombro é a reabilitação funcional, que busca otimizar a biomecânica articular, fortalecer os músculos periarticulares e melhorar a coordenação motora. O fortalecimento dos músculos do manguito rotador, deltoides, trapézio e músculos escapulares é essencial para proporcionar estabilidade e suporte adequados ao ombro, reduzindo o risco de lesões e melhorando a eficiência biomecânica durante as atividades funcionais (PINHEIRO, 2023).
Além disso, as técnicas de terapia manual desempenham um papel crucial na gestão da dor e na restauração da mobilidade articular na tendinopatia de ombro. A terapia manual inclui uma variedade de técnicas, como mobilizações articulares, manipulações, liberação miofascial e massagem tecidual profunda, que são aplicadas com o objetivo de melhorar a circulação sanguínea, reduzir a tensão muscular, aliviar a dor e promover o relaxamento dos tecidos envolvidos (HENRIQUE et al., 2021).
As modalidades físicas, como crioterapia, terapia por ondas de choque e laserterapia de baixa intensidade, também são frequentemente utilizadas na abordagem fisioterapêutica da tendinopatia de ombro. Essas modalidades têm mostrado eficácia na redução da dor, inflamação e edema, além de promoverem a regeneração tecidual e a cicatrização dos tendões afetados, contribuindo para a melhora dos sintomas e a aceleração do processo de recuperação.
3.1 Fisiopatologia Da Tendinopatia De Ombro
A fisiopatologia da tendinopatia de ombro é uma área de estudo complexa que envolve uma série de mecanismos patológicos e processos biológicos que contribuem para o desenvolvimento e progressão desta condição clínica. A compreensão desses mecanismos é fundamental para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes e para a promoção de uma abordagem de tratamento baseada em evidências científicas (CASTRO, 2021).
A tendinopatia de ombro é caracterizada por alterações degenerativas e/ou inflamatórias nos tendões da região do ombro, incluindo estruturas como o tendão do manguito rotador, tendão do bíceps e tendão do supraespinhal. Estas alterações tendíneas podem ser desencadeadas por uma variedade de fatores, incluindo atividades repetitivas, traumatismos, envelhecimento e fatores biomecânicos, que contribuem para o desequilíbrio entre a produção e a degradação do colágeno nos tendões (ALVES; SIILVA, 2020).
Um dos principais mecanismos patológicos envolvidos na tendinopatia de ombro é a degeneração do tecido tendíneo, que ocorre devido à acumulação de microlesões e à diminuição da capacidade de reparo e regeneração do tendão. Este processo degenerativo pode ser exacerbado por fatores como sobrecarga mecânica, diminuição da vascularização local e inflamação crônica, que contribuem para a progressão da lesão e o desenvolvimento de sintomas clínicos, como dor, rigidez e limitação funcional (FREITAS, 2020).
Além disso, a inflamação tendínea desempenha um papel crucial na fisiopatologia da tendinopatia de ombro, sendo caracterizada pela ativação de células inflamatórias, produção de mediadores inflamatórios e aumento da permeabilidade vascular. A inflamação crônica pode levar à degradação do tecido tendíneo, aumento da dor e comprometimento da função do ombro, contribuindo para a manutenção e agravamento da condição patológica (CANELADA, 2022).
A sensibilização central é outro mecanismo fisiopatológico relevante na tendinopatia de ombro, referindo-se ao aumento da excitabilidade dos neurônios no sistema nervoso central, que pode amplificar a percepção da dor e contribuir para a cronicidade dos sintomas. Estudos têm demonstrado uma correlação entre a sensibilização central e as tendinopatias de ombro, sugerindo que este mecanismo pode desempenhar um papel importante na geração e manutenção da dor nesta condição clínica (DE OLIVEIRA; DOR, 2020).
Além dos mecanismos patológicos diretos, vários fatores de risco e condições associadas podem contribuir para o desenvolvimento e agravamento da tendinopatia de ombro. Estes incluem idade avançada, sexo feminino, histórico de lesões prévias, desequilíbrios musculares, alterações posturais, doenças sistêmicas e uso de medicamentos que podem comprometer a integridade do tecido tendíneo.
Em conclusão, a fisiopatologia da tendinopatia de ombro é multifatorial e envolve uma interação complexa de mecanismos patológicos, fatores de risco e condições associadas que contribuem para o desenvolvimento e progressão desta condição clínica. A compreensão destes mecanismos é fundamental para a identificação de alvos terapêuticos potenciais e para o desenvolvimento de abordagens de tratamento eficazes e baseadas em evidências científicas. A abordagem integrada e individualizada da tendinopatia de ombro, considerando os diversos aspectos fisiopatológicos e clínicos envolvidos, é essencial para promover a recuperação e melhoria da qualidade de vida dos pacientes afetados por esta condição debilitante.
3.2 Abordagem Fisioterapêutica Baseada em Evidências
A abordagem fisioterapêutica baseada em evidências representa uma abordagem clínica que integra as melhores evidências científicas disponíveis com a experiência clínica do fisioterapeuta e as preferências e valores do paciente (MAGALHÃES et al., 2023). Essa abordagem é essencial para garantir a eficácia, segurança e qualidade dos cuidados fisioterapêuticos prestados aos pacientes com tendinopatia de ombro.
No contexto da tendinopatia de ombro, a intervenção fisioterapêutica baseada em evidências é fundamental para fornecer tratamentos personalizados e eficazes que abordam as necessidades específicas do paciente, otimizam os resultados do tratamento e minimizam o risco de complicações (DE-QUEIROZ et al., 2020). A aplicação de práticas baseadas em evidências assegura que os tratamentos sejam atualizados, validados cientificamente e alinhados com as melhores práticas clínicas disponíveis.
A escolha das intervenções fisioterapêuticas mais adequadas para a tendinopatia de ombro deve ser baseada em uma avaliação clínica completa e na análise crítica das evidências científicas disponíveis. Isso envolve a seleção cuidadosa de técnicas de tratamento, modalidades terapêuticas e estratégias de intervenção que tenham demonstrado eficácia na melhora dos sintomas, função e qualidade de vida dos pacientes com tendinopatia de ombro (DE JESUS MARQUES et al., 2022).
Um dos componentes fundamentais da abordagem fisioterapêutica baseada em evidências para a tendinopatia de ombro é a reabilitação funcional. A reabilitação funcional foca na restauração da biomecânica normal do ombro, fortalecimento dos músculos periarticulares e melhora da coordenação motora, visando otimizar a função e prevenir recidivas. Os programas de exercícios de fortalecimento progressivo e treinamento neuromuscular são fundamentais para melhorar a estabilidade articular, aumentar a resistência muscular e promover a adaptação biomecânica do ombro (CANELADA, 2022).
Além disso, as técnicas de terapia manual têm um papel crucial na abordagem fisioterapêutica da tendinopatia de ombro baseada em evidências. A terapia manual engloba uma variedade de técnicas, como mobilizações articulares, manipulações, liberação miofascial e massagem tecidual profunda, que são aplicadas com o objetivo de melhorar a mobilidade articular, reduzir a dor, aliviar a tensão muscular e promover o relaxamento dos tecidos envolvidos (DE JESUS MARQUES et al., 2022).
As modalidades físicas, como crioterapia, terapia por ondas de choque e laserterapia de baixa intensidade, também são componentes importantes na abordagem fisioterapêutica baseada em evidências da tendinopatia de ombro. Estas modalidades têm demonstrado eficácia na redução da dor, inflamação e edema, além de promoverem a regeneração tecidual e a cicatrização dos tendões afetados (MAGALHÃES et al., 2023).
A educação do paciente é outro pilar fundamental na abordagem fisioterapêutica baseada em evidências para a tendinopatia de ombro. Os fisioterapeutas desempenham um papel crucial na orientação e educação dos pacientes sobre sua condição, fornecendo informações sobre as causas da tendinopatia, fatores de risco, medidas preventivas, modificação das atividades diárias, ergonomia e autocuidado (FREITAS, 2020). A educação do paciente promove a compreensão da condição, motivação para o tratamento, adesão às orientações terapêuticas e empoderamento do paciente no processo de reabilitação.
Em conclusão, a abordagem fisioterapêutica baseada em evidências é fundamental para o manejo eficaz e individualizado da tendinopatia de ombro. A integração das melhores evidências científicas disponíveis com a experiência clínica do fisioterapeuta e as necessidades específicas do paciente proporciona uma abordagem holística, personalizada e eficaz que visa aliviar a dor, melhorar a função e otimizar a qualidade de vida dos pacientes com tendinopatia de ombro (DE-QUEIROZ et al., 2020). A aplicação rigorosa de práticas baseadas em evidências assegura a eficácia, segurança e qualidade dos cuidados fisioterapêuticos prestados, contribuindo para resultados positivos a longo prazo, prevenção de complicações e promoção da saúde e bem-estar dos pacientes.
3.3 Reabilitação Funcional do Ombro
A reabilitação funcional do ombro é uma componente essencial no tratamento da tendinopatia de ombro, visando restaurar a função normal da articulação, aliviar a dor e promover a recuperação completa do paciente. Esta abordagem terapêutica envolve uma série de estratégias e técnicas fisioterapêuticas que são cuidadosamente planejadas e personalizadas para atender às necessidades específicas de cada indivíduo (PINHEIRO, 2023).
A reabilitação funcional do ombro inicia-se com uma avaliação completa da função articular, amplitude de movimento, força muscular, estabilidade e coordenação, que permite identificar as limitações e disfunções associadas à tendinopatia de ombro (HENRIQUE et al., 2021). Com base nessa avaliação inicial, é elaborado um plano de tratamento individualizado, que pode incluir uma combinação de exercícios terapêuticos, técnicas de terapia manual, modalidades físicas e educação do paciente.
Um dos principais objetivos da reabilitação funcional do ombro é otimizar a biomecânica articular, melhorando a amplitude de movimento e a estabilidade do ombro. Para alcançar este objetivo, são prescritos exercícios específicos de mobilização articular e alongamento muscular, que visam restaurar a flexibilidade e a elasticidade dos tecidos moles, melhorando a mobilidade articular e reduzindo a rigidez (CERQUEIRA, 2020).
Além disso, a reabilitação funcional do ombro inclui um componente de fortalecimento muscular, focado no desenvolvimento da força e resistência dos músculos periarticulares, como os músculos do manguito rotador, deltoides, trapézio e músculos escapulares. Exercícios de fortalecimento progressivo são prescritos, utilizando resistência progressiva, exercícios de resistência elástica e exercícios de peso corporal, que são adaptados de acordo com o progresso do paciente e a resposta individual aos estímulos de treinamento (DE-QUEIROZ et al., 2020).
As técnicas de estabilização dinâmica do ombro também desempenham um papel crucial na reabilitação funcional, visando melhorar a coordenação neuromuscular e a estabilidade articular. Exercícios de estabilização do core e técnicas de propriocepção são incorporados ao plano de tratamento, ajudando a melhorar o controle motor e a prevenir desequilíbrios musculares, que são comuns em indivíduos com tendinopatia de ombro (MAGALHÃES et al., 2023).
A educação do paciente é um componente integral da reabilitação funcional do ombro, proporcionando informações sobre a condição clínica, fatores de risco, medidas preventivas, autocuidado e modificação das atividades diárias. Os pacientes são orientados sobre a importância da adesão ao plano de tratamento, a progressão gradual dos exercícios e a comunicação ativa com o fisioterapeuta sobre qualquer sintoma ou desconforto durante a reabilitação.
As modalidades físicas, como crioterapia, terapia por ondas de choque e laserterapia de baixa intensidade, podem ser utilizadas como complemento à reabilitação funcional do ombro, proporcionando alívio da dor, redução da inflamação e aceleração do processo de recuperação. Essas modalidades físicas têm mostrado eficácia na melhora dos sintomas e na otimização dos resultados terapêuticos quando combinadas com exercícios e técnicas de terapia manual.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tendinopatia de ombro é uma condição clínica complexa e multifatorial que apresenta desafios significativos no diagnóstico, tratamento e reabilitação. A compreensão profunda da fisiopatologia desta condição é essencial para orientar abordagens terapêuticas eficazes e baseadas em evidências científicas, visando melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Ao longo deste projeto, exploramos os mecanismos patológicos, fatores de risco e condições associadas que contribuem para o desenvolvimento e progressão da tendinopatia de ombro, destacando a importância da abordagem integrada e individualizada no manejo desta condição clínica. A fisiopatologia da tendinopatia de ombro envolve uma interação complexa de alterações degenerativas, inflamatórias e neuromusculares que exigem uma compreensão abrangente e uma abordagem multidisciplinar no tratamento e reabilitação dos pacientes.
Através da revisão de literatura e análise crítica dos estudos e pesquisas recentes, identificamos várias modalidades de tratamento e intervenções fisioterapêuticas que têm demonstrado eficácia na gestão da dor, inflamação e disfunção associadas à tendinopatia de ombro. As abordagens terapêuticas baseadas em evidências científicas, incluindo terapia manual, exercícios de fortalecimento, modalidades físicas e educação do paciente, têm sido reconhecidas como componentes essenciais na reabilitação da tendinopatia de ombro, proporcionando benefícios significativos na redução da dor, melhoria da função e otimização da qualidade de vida dos pacientes.
No entanto, é importante ressaltar que a tendinopatia de ombro é uma condição clínica complexa e heterogênea, e o sucesso do tratamento requer uma abordagem individualizada que considere as características específicas do paciente, a gravidade da lesão, as comorbidades associadas e as necessidades funcionais e objetivos terapêuticos individuais. A personalização do plano de tratamento e a adaptação contínua das intervenções terapêuticas são fundamentais para alcançar resultados clínicos satisfatórios e promover uma recuperação eficaz e duradoura.
Além disso, a colaboração interdisciplinar entre fisioterapeutas, ortopedistas, reumatologistas e outros profissionais de saúde é crucial para uma avaliação integrada e um planejamento terapêutico coordenado, visando uma abordagem holística e centrada no paciente no manejo da tendinopatia de ombro. A comunicação eficaz, a coordenação do cuidado e a colaboração entre os membros da equipe de saúde são fundamentais para otimizar a qualidade do atendimento, promover a continuidade do cuidado e garantir a eficácia das intervenções terapêuticas ao longo do processo de reabilitação.
Em conclusão, a tendinopatia de ombro representa um desafio significativo na prática clínica contemporânea, exigindo uma abordagem integrada, baseada em evidências e individualizada no manejo desta condição complexa. A compreensão aprofundada da fisiopatologia, a aplicação de intervenções terapêuticas baseadas em evidências e a colaboração interdisciplinar são fundamentais para promover a recuperação, melhorar a função e otimizar a qualidade de vida dos pacientes afetados pela tendinopatia de ombro. Através do compromisso com a excelência clínica, a inovação na prática baseada em evidências e a colaboração interprofissional, podemos avançar no campo da fisioterapia musculoesquelética e melhorar os resultados de saúde para os indivíduos afetados por esta condição debilitante.
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