PHYSIOTHERAPEUTIC INTERVENTIONS IN THE PREVENTION OF FALLS IN THE ELDERLY: A SYSTEMATIC REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202410301102
Deise Cristina de Oliveira1; Angélica Rodrigues da Silveira Neta1; Ana Luisa Pessim Policarpo Alves1; Ana Karla Cardozo de Oliveira1; Giselle Saldanha Chagas2; Kelly Aline Rodrigues Costa3
OBJETIVO:
Reunir e analisar as intervenções fisioterapêuticas aplicadas para prevenção de quedas em idosos. MÉTODOS: Trata-se uma revisão sistemática conduzida pelas diretrizes Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions e relatada de acordo com a declaração Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) seguindo a estratégia do PICOS. O levantamento bibliográfico foi realizado através das bases de dados PubMed, SCIELO e PEDro, desenvolvido no período de Abril a Junho de 2023.RESULTADOS: A busca resultou em 184 artigos, dos quais 06 foram incluídos. No total foram analisados dados de 675 idosos sendo que 56 eram em instituição de cuidados prolongados e 619 na comunidade, com idade superior a 60 anos. DISCUSSÃO: O resultado dessa revisão sistemática mostra que os estudos encontrados apresentaram resultados significativos em relação ao efeito do uso das seguintes intervenções: recursos tecnológicos, exercícios estáticos e dinâmicos, alterações de multisuperfície, treinamento de imagem motora e psicomotora, sendo eles recursos fisioterapêuticos capazes de prevenir quedas em idosos. CONCLUSÃO: A presente revisão evidenciou que as diferentes abordagens terapêuticas mencionadas possuem efeitos positivos quando relacionadas a prevenção de quedas em idosos e que abordagem multidisciplinar associada com educação em saúde contribui na efetividade do acompanhamento, promoção de saúde e prevenção de agravos dessa população.
Palavras-Chave: Idoso. Fisioterapia. Quedas.
OBJECTIVE:
To gather and analyze physiotherapeutic interventions applied to prevent falls in the elderly.METHODS: This is a systematic review conducted according to the Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions guidelines and reported in accordance with the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) statement following to the PICOS algorithm. The bibliographical survey was carried out through the PubMed, SCIELO, and PEDro databases, developed in the period from April to June 2023. RESULTS: The search resulted in 184 articles, of which 06 were included. In total, data from 675 older adults were analyzed, 56 of whom were in a long-term care institution and 619 in the community, aged over 60 years.DISCUSSION:The result of this systematic review shows that the studies found presented significant results in relation to the effect of the use of the following interventions: technological resources, static and dynamic exercises, multisurface alterations, motor and psychomotor image training, being physiotherapeutic resources capable of preventing falls in the elderly.CONCLUSION: The present review evidenced that the different therapeutic approaches mentioned have positive effects when related to fall prevention in the elderly, and that the multidisciplinary approach associated with 1health education contributes to the effectiveness of follow-up, health promotion, and prevention of injuries in this population.
Keywords: Elderly. Physical therapy. Falls.
INTRODUÇÃO
Muito se tem discutido sobre o aumento da população idosa no mundo, conforme definido na Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, conhecida como Estatuto do Idoso, no Brasil é considerada pessoa idosa aquela com idade igual ou superior a 60 anos1. De acordo com Alves2 a população brasileira idosa deve atingir 14% em 2031, e alcançar 28% em 2062. Enquanto, as projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que em 2100 a população idosa brasileira estimada será de 63,8 milhões de idosos3.
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia4 (SBGG) o envelhecimento está associado a mudanças nos processos biológicos, fisiológicos, ambientais, psicológicos, comportamentais e sociais do ser humano. Há um declínio da visão, audição, cognição, atenção, coordenação, sensibilidade e força dos membros5.
A população idosa está mais propensa à perda de reflexos posturais, diminuição da velocidade da caminhada e equilíbrio dinâmico6, tais alterações das funções de marcha e equilíbrio aumentam as chances de queda5. Dados mostram que 25,1% das pessoas idosas sofrem pelo menos uma queda por ano. Essa proporção aumenta para 36,3% em mulheres com 75 anos ou mais de idade, e residentes em instalações de cuidados prolongados também estão mais susceptíveis a quedas7.
No envelhecimento as quedas têm etiologia multifatorial, estão relacionadas a fatores extrínsecos e intrínsecos, e decorrem, principalmente, de deficiências sensório-motoras, que aumentam com o passar do tempo, impactando na qualidade de vida do idoso e afetando negativamente sua capacidade funcional, aspectos físicos, fatores emocionais e saúde mental8, podendo levar à incapacidade e morte9.
A fisioterapia tem papel importante nesse processo, auxiliando na prevenção de quedas e atuando no decorrer do envelhecimento. De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO)10 Nº 476, de 20 de dezembro de 2016 – Art. 3º, V – é competência do fisioterapeuta planejar e executar medidas de prevenção e redução de risco, medidas de promoção de saúde, manutenção da capacidade funcional, prevenção de doenças/agravos próprios do processo de envelhecimento, para recuperação das funções e limitação das deficiências, buscando o estado de máxima funcionalidade5.
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo reunir e analisar as intervenções fisioterapêuticas aplicadas para prevenção de quedas em idosos.
MÉTODOS
O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática sobre o registro no Prospero CRD42023437592 e conduzida pelo Guideline Preferred ReportingItems for Systematic Reviews and Meta-Analyses – The PRISMA Statement11. Cuja pergunta norteadora foi: Quais as intervenções fisioterapêuticas que previnem quedas em idosos?
Para elaboração da pergunta de pesquisa utilizou-se a estratégia PICOS sendo: População: adultos idosos acima de 60 anos, Intervenção: qualquer intervenção fisioterapêutica, Comparação: grupos que não realizaram intervenções fisioterapêuticas, Outcomes: prevenção de risco de quedas em idosos e, Desenho do estudo: ensaios clínicos e ensaio clínico randomizado.
Foram considerados elegíveis todos os estudos originais, com delineamento do estudo sendo ensaio clínico ou ensaio clínico randomizado, disponíveis em português, inglês e espanhol, com texto completo, acesso gratuito, publicados no período entre 2018 a 2023 e, que descrevessem as intervenções fisioterapêuticas utilizadas na prevenção de quedas em idosos. Foram excluídos os artigos de revisão, de meta-análise, editoriais, cartas ao editor, notícias, comentários e, artigos que apresentassem outras intervenções e que fossem incoerentes a temática.
O levantamento bibliográfico foi realizado através de três diferentes bases de dados, a National Library of Medicine (PubMed),Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Physiotherapy Evidence Database (PEDro), no período de abril a junho de 2023. Para realização da busca utilizou-se os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Aged”, “Frailelderly”, “Dependentelderly”, “Physicaltherapy”, “Accidentalfalls” associados aos operadores booleanos “OR” e “AND”.
Para seleção dos artigos, depois de excluídos os estudos duplicados, dois autores, ALPPA e ARSN realizaram a leitura de títulos e resumos e, posteriormente, leitura integral dos estudos selecionados para verificar se contemplavam os critérios de elegibilidade da revisão e, realizado extração das seguintes variáveis: autor/ano, amostra/população, intervenções, principais resultados e avaliação da qualidade metodológica. Em caso de divergência um terceiro autor, KARC, entraria para dar o consenso.
Para avaliar a qualidade metodológica dos artigos incluídos foi utilizada a escala PEDro o que tem como objetivo auxiliar os usuários quanto á qualidade metodológica dos estudos controlados aleatorizados. O valor final da escala PEDro é determinada por meio da soma da pontuação dos critérios que foram identificados como adequados entre os critérios 2 ao 11. O critério 1 não é classificado na pontuação final porque relaciona ao item que avalia a validade externa do estudo12.
RESULTADOS
A busca nas três bases de dados resultou em um total de 184 artigos, destes 151 foram excluídos pelo título, 01 artigo foi excluído por duplicação, 32 foram selecionados para leitura de resumo, destes 16 foram excluídos, 16 foram selecionados para leitura na íntegra, 10 foram excluídos pelos critérios de elegibilidade e, 06 foram incluídos nesta revisão. A figura 1 detalha os procedimentos metodológicos para a seleção de artigos para a presente revisão. Dos 6 artigos selecionados todos eram de idioma inglês. No total foram analisados dados de 675 idosos sendo que 56 eram residentes em instalações de cuidados prolongados e 619 na comunidade, com idade superior a 60 anos. Quatro estudos apresentam grupo experimental e grupo controle com repasse de orientações. Apenas dois estudos não tiveram grupo controle e sim diferentes intervenções.
Os estudos encontrados mostram que existem resultados significativos em relação ao efeito do uso das seguintes intervenções: recursos tecnológicos, exercícios estáticos e dinâmicos, alterações de multi superfície e treinamento de imagem motora e psicomotora para a redução dos riscos de quedas. O detalhamento e as variáveis selecionadas se encontram descritos na Tabela 1.
Tabela 1 – Informações e características dos estudos incluídos (n=6).
Fonte: Elaborado pelas autoras (2023).
aMini Exame do Estado Mental (MEEM), bTimed Up and Go (TUG), cQuestionário Qualidade de Vida de cinco dimensões e cinco níveis EQ-5D-5L (EuroQol), dAssessment of Quality of Life vinte itens de avaliação da qualidade de vida em seis dimensões (AQOL-6D), eEscala Iconográfica de Eficácia de Quedas (FES-I), fQuestionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), gEscala de Equilíbrio de Berg (Berg)
Com relação à análise metodológica dos estudos foi possível observar que apenas quatro artigos realizaram a distribuição dos sujeitos de forma aleatória, três mantiveram os sujeitos cegos, todos os grupos eram semelhantes quanto ao prognóstico e recebendo a condição de controle ou intervenção. Apenas um artigo não realizou alocação sigilosa, três não mediram os resultados de forma cega e quatro não obtiveram o resultado em pelo menos 85% da amostra inicial. Em três dos artigos o terapeuta foi cegado e todos apresentaram comparação intergrupos, medidas de variabilidade e precisão. A avaliação de qualidade das pesquisas está descrita na Tabela 2.
Tabela 2 – Avaliação de qualidade pela Escala PEDro.
Fonte: Elaborada pelas autoras (2023).
1-Critérios de elegibilidade foram especificados; 2– Os sujeitos foram aleatoriamente distribuídos por grupos (num estudo cruzado, os sujeitos foram colocados em grupos de forma aleatória de acordo com o tratamento recebido); 3– A alocação dos sujeitos foi secreta; 4– Inicialmente, os grupos eram semelhantes no que diz respeito aos indicadores de prognóstico mais importante; 5– Todos os sujeitos participaram de forma cega no estudo; 6– Todos os terapeutas que administraram a terapia fizeram-no de forma cega; 7– Todos os avaliadores que mediram pelo menos um resultado-chave, fizeram-no de forma cega; 8– Mensurações de pelo menos um resultado-chave foram obtidas em mais de 85% dos sujeitos inicialmente distribuídos pelos grupos; 9– Todos os sujeitos a partir dos quais se apresentaram mensurações de resultados receberam o tratamento ou a condição de controle conforme a alocação ou, quando não foi esse o caso, fez-se a análise dos dados para pelo menos um dos resultados-chave por “intenção de tratamento”; 10– Os resultados das comparações estatísticas inter-grupos foram descritos para pelo menos um resultado- chave; 11– O estudo apresenta tanto medida de precisão como medidas de variabilidade para pelo menos um resultado-chave.
DISCUSSÃO
De acordo com o levantamento de dados, o resultado dessa revisão sistemática mostra que existem recursos fisioterapêuticos que são capazes de prevenir quedas em idosos. O fisioterapeuta tem conhecimento das alterações do envelhecimento, contribuindo na prevenção de quedas e no tratamento das consequências, devolvendo ao paciente a qualidade de vida e autonomia18.
Em estudo realizado em Taiwan, foi verificado que o treinamento de equilíbrio baseado na perturbação durante 8 semanas exerce um efeito positivo no controle do equilíbrio dinâmico em idosos na comunidade13. Outro estudo17 também realizado com adultos mais velhos na comunidade, pelo mesmo período de 8 semanas avaliou que um programa de treinamento de vibração reduziu e melhorou significativamente o risco de quedas entre idosos, e o efeito do treinamento apresentou durabilidade de até três meses.
Apesar de ambos os estudos estabelecerem a redução do risco de quedas, os testes utilizados para verificar a efetividade dos protocolos são divergentes. No estudo de Chien & Hsu13 é utilizado o teste de caminhada de 10 metros que avalia os atributos cinemáticos, espaciais e temporais da marcha19. Já, o estudo de Yang et al17, utilizou testes de resistência e força muscular dos membros inferiores e sensibilidade dos pés, após essa verificação da metodologia dos estudos observa-se que foram considerados aspectos pontuais que favorecem o risco de quedas. Portanto, os resultados devem ser considerados com ressalvas de acordo com as características da população.
Segundo Delbaere et al15,o treinamento de equilíbrio pode ter seus efeitos prolongados quando associado a informações relevantes para idosos sobre dieta saudável, medicamentos e fatores de risco de queda. Este estudo utilizou o programa StandingTall que associa a prática de exercícios, educação e promoção de saúde e reduziu significativamente a taxa de quedas e o número de quedas prejudiciais ao longo de dois anos, com efeitos semelhantes, mas que não foram estatisticamente significativos em 12 meses.
Ainda de acordo com Delbaere et al15, a maioria dos idosos incluídos no programa de treinamento StandingTall tinham escolaridade maior, melhor poder aquisitivo e acesso a computadores, esses podem ser pontos importantes a serem considerados ao abordar recursos tecnológicos para prevenção de quedas. Além disso, esse estudo foi o único que apresentou intervenção a longo prazo.
O ensaio clínico randomizado realizado por Zhou, Yaun, Ma14 em um lar de idosos no qual utilizou o treinamento de multisuperfície ao ar livre e ambiente interno, associado ao programa de treinamento de agilidade, equilíbrio e força obteve melhores resultados no equilíbrio dinâmico quando realizado no ambiente externo, e relataram maior satisfação dos idosos em participar dos exercícios. E os achados de Oh& Choi6, que realizou o treinamento de imagens motoras combinado com o treinamento orientado a tarefas obteve resultado significativo no equilíbrio estático e dinâmico, além de sugerir efeito positivo na redução do medo de quedas. Tais resultados demonstram que é benéfico expor as pessoas idosas a atividades reais nos processos terapêuticos para melhora do equilíbrio.
O medo de cair pode ocorrer após quedas e também é considerado um fator de risco para que elas aconteçam. A variável foi abordada pelos autores Oh& Choi6 e Delbaere et al15, através da Escala de Eficácia de Quedas (FES-I). A autoeficácia relacionada a quedas é o nível de segurança que a pessoa tem ao realizar atividades cotidianas sem cair, além disso, auxilia na compreensão dos motivos do medo de queda e pode contribuir em estratégias de prevenção e tratamento20.
No estudo de Rosado et al16, foi verificado que programas multimodais de exercícios de estimulação cognitiva e motora tiveram efeitos positivos feitos em conjunto quando adicionadas com o treino de vibração, apresentou uma melhora significativa em dois grupos de intervenções e foram eficazes para a prevenção de quedas em idosos. Apesar de o estudo ter utilizado abordagens terapêuticas diferentes dos demais, os resultados foram positivos e condizentes com os outros autores. Como citado anteriormente, no processo do envelhecimento há comprometimento das funções físicas e cognitivas. As funções executivas são parte da cognição e responsáveis por processos de flexibilidade, planejamento de tarefas, resolução de problemas e interagem diretamente para melhorar capacidade de marcha e redução de queda em idosos21. Dos seis autores incluídos, cinco deles utilizaram o rastreio cognitivo para assegurar a compreensão dos protocolos.
Nesta revisão 2 estudos incluídos realizaram programas de prevenção de quedas em idosos de instituição de cuidados prolongados correspondendo ao (n) total de 56 em comparação aos 619 idosos residentes na comunidade presentes nos demais artigos. As instituições de longa permanência para idosos (ILPI) são locais de residência coletiva de pessoas acima de 60 anos. A institucionalização do idoso ocorre por diversos motivos sendo alguns deles o comprometimento da saúde, redução da capacidade funcional e quedas prévias. Estes adultos mais velhos estão em maior risco de sofrer quedas provavelmente por alterações emocionais, psíquicas e piora de quadros de saúde22.
Observa-se que os estudos mencionados não fizeram acompanhamento a longo prazo, assim não sendo possível afirmar que os resultados obtidos dentro dos estudos terão efeitos positivos na vida dos idosos ao longo do tempo e assim sendo realmente efetivo para prevenção de quedas, exceto de Delbaere et al15. E tendo em vista que a neuroplasticidade no envelhecimento ocorre no idoso de maneira lenta e as intervenções em curto prazo não surtem efeitos benéficos nessa população23. Outro ponto a ser considerado é a ausência do diário de quedas.
A inversão da pirâmide demográfica decorrente do aumento da expectativa de vida, a redução da taxa de mortalidade e fecundidade vem contribuindo para o aumento da população idosa brasileira e apresentando a necessidade de promover políticas públicas, com seguridade social no sistema previdenciário1. E, diante disso, fica evidenciada a necessidade de estudos e protocolos brasileiros que atendam a demanda dessa população.
Em consequência das quedas, observa-se um declínio da qualidade de vida dos adultos mais velhos, e aumento da demanda nos serviços de saúde com maiores números de internações e reabilitação sendo mais oneroso aos serviços. O processo de envelhecimento por si só não é o único responsável pelas quedas, mas sim a junção de outros fatores como comorbidades e ambientes inseguros8. Diante do exposto podemos dizer que as diferentes modalidades encontradas para prevenção de quedas geram efeitos positivos possibilitando se adequar às características da população e aos recursos disponíveis. É necessário também investimento na educação em saúde na população idosa, uma vez que essa abordagem é promissora para sustentar os resultados em longo prazo.
Há limitações neste estudo que devem ser consideradas. Primeiro, a busca de artigos nas bases de dados para essa revisão foi um obstáculo pelo baixo número de estudos encontrados. Dos artigos incluídos 50% apresentam baixa qualidade metodológica de acordo com a escala PEDro. Além disso, os tempos de aplicação dos protocolos não foram semelhantes em relação às semanas, apenas um estudo fez análise do efeito da intervenção em longo prazo, os demais artigos não deram continuidade à observação desses efeitos.
CONCLUSÃO
De acordo com os achados, as intervenções fisioterapêuticas dos estudos mencionados nessa revisão possuem efeitos positivos na prevenção de quedas em idosos, sendo eles recursos tecnológicos, exercícios estáticos e dinâmicos, alterações de multi superfície, treinamento de imagem motora e psicomotora.
Por meio dessa revisão sistemática, evidenciou-se que a abordagem multidisciplinar e educação em saúde contribuem na efetividade do acompanhamento, promoção de saúde e prevenção de agravos dessa população, visto que as quedas são multifatoriais. Portanto, baseados nas fragilidades dos estudos acima, se faz necessário mais artigos que tenha melhor qualidade de aplicação dos protocolos de avaliação com essa temática, visto que se encontram poucos artigos publicados sobre prevenção de quedas nos últimos anos.
REFERÊNCIAS
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1Discentes do Curso Superior de Fisioterapia da Faculdade Una Campus Divinópolis
e-mail: deiseoliveira93@outlook.com, ORCID: https://orcid.org/0009-0001-5963-1144
angelicarodri1301@gmail.com, ORCID: https://orcid.org/0009-0001-4349-6814
analuisapessim@gmail.com, ORCID: https://orcid.org/0009-0007-8588-9302
anakarlacardozofisio@gmail.com, ORCID: https://orcid.org/0009-0002-1733-0455
2Fisioterapeuta Coorientadora, e-mail: giselle.schagas@gmail.com,
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2074-6582
3Fisioterapeuta Orientadora, e-mail: kellyalinerodrigues@yahoo.com.br,
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4289-1780