INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA RECUPERAÇÃO MUSCULAR DE DIÁSTASE ABDOMINAL EM PUÉRPERAS UTILIZANDO O MÉTODO HIPOPRESSIVO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10011298


Julia Fernanda Alves Almeida1
Michelle Dias Santos Santiago2


RESUMO

Introdução: As mulheres passam por alterações musculares na gestação, onde ocorre o estiramento da musculatura abdominal para permitir o crescimento uterino, ocorrendo, na maioria das vezes, a separação dos feixes musculares, chamado de diástase abdominal. O método de Ginástica Abdominal Vácuo é uma técnica postural e sistêmica desenvolvida na década de 80 pelo Dr. Marcel Caufriez, com o intuito de fortalecimento da musculatura abdominal e do Assoalho Pélvico (AP) de mulheres no pós-parto. Objetivo: Avaliar os benefícios da intervenção fisioterapêutica na recuperação da diástase abdominal através da abordagem hipopressiva, nas três fases do puerpério. Método: A pesquisa realizada caracteriza-se como uma revisão bibliográfica, a fim de abordar intervenção fisioterapêutica na diástase abdominal em puérperas, através da utilização do método de hipopressivo. Foram pesquisados artigos publicados nas bases de dados PEDro, Pubmed, SciELO e Biblioteca Virtual da Saúde. Foram pesquisados artigos do período de 2012 a 2023. Resultados: Nos estudos analisados verifica-se que através do método hipopressivo é possível haver melhora na reabilitação física no período pós-parto das mulheres, para prevenção de complicações decorrentes do tratamento, promovendo adequada recuperação funcional e consequente melhoria na qualidade de vida. Conclusão: Neste estudo pode ser observado a importância do método GAH sendo um recurso de fácil execução, com um intuito fortalecimento abdominal, melhora da imagem corporal e atuando precocemente nas alterações decorrentes da gestação e pós-parto, visando prevenção e recuperação da DMA, e em todas as fases do puerpério, os estudos ressaltam que o método GAH tem um papel fundamental nesta nova etapa da vida da mulher.

Palavras-chave: Fisioterapia; Gravidez; Puerpério; Diástase muscular e Vácuo.

ABSTRACT

Introduction: Women go through muscular changes during pregnancy, which causes stretching of the abdominal muscles to allow uterine growth, most of the time resulting in separation of the muscle bundles, called abdominal diastasis. The Vacuum Abdominal Gymnastics method is a postural and systemic technique developed in the 1980s by Dr. Marcel Caufriez, with the aim of strengthening the abdominal muscles and the Pelvic Floor (PF) of postpartum women. Objective: To evaluate the benefits of physiotherapeutic intervention in the recovery of abdominal diastasis through the hypopressive approach, in the three phases of the postpartum period. Method: The research carried out is characterized as a bibliographical review, in order to address physiotherapeutic intervention in abdominal diastasis in postpartum women, through the use of the hypopressive method. Articles published in the PEDro, Pubmed, SciELO and Virtual Health Library databases were searched. Articles from the period 2012 to 2023 were searched. Results: In the studies analyzed it was verified that through the hypopressive method it is possible to improve physical rehabilitation in postpartum period for women, to prevent complications resulting from treatment, promoting adequate functional recovery and consequent improvement in quality of life. Conclusion: In this study, the importance of the GAH method can be observed, being an easy-to-implement resource, with the aim of strengthening the abdomen, improving body image and acting early on changes resulting from pregnancy and postpartum, aiming to prevent and recover from AMD, and At all stages of the postpartum period, studies highlight that the GAH method has a fundamental role in this new stage of a woman’s life.

Keywords: Physiotherapy; Pregnancy; Postpartum; Muscle diastasis and vacuum

INTRODUÇÃO

As mulheres passam por alterações musculares na gestação, principalmente durante a vigésima semana, onde ocorre o aumento abdominal e afastamento dos músculos oblíquo interno, oblíquo externo, transverso do abdômen e o reto abdominal, sendo que estes têm função de estabilizar a pelve e a coluna vertebral (RETT, 2012).

O período pós-parto (Puerpério), tem duração de seis a oito semanas, este período é dividido em três fases: imediata, mediata e tardia. A fase imediata tem início na retirada da placenta até a segunda hora do pós-parto. A fase mediata tem início na terceira hora do pós-parto até o décimo dia do pós-parto. Já a fase tardia compreende o fim do pós-parto e início do ciclo menstrual (LEITE,2012).

Durante a gestação ocorre o estiramento da musculatura abdominal para permitir o crescimento uterino, ocorrendo, na maioria das vezes, a separação dos feixes musculares, chamado de diástase abdominal (DA), dos grupos musculares citados acima. (COITINHO, 2019). Em um estudo realizado por Sperstad (2016) a prevalência de mulheres puérperas com diástase foi de 60,0% na 6ª semana após o parto, 45,5% 6 meses após o parto e 32,6% 12 meses após (SPERSTAD,2016). A DA é geralmente diagnosticada através da palpação, mas, em alguns casos pode apresentar quadros visíveis da linha alba que separa musculatura abdominal, formando assim, uma cavidade na região do abdômen, nestes casos o diagnóstico é feito pela mensuração da linha alba com régua antropométrica (MICHALSKA,2018).

Os valores obtidos na mensuração avaliam a largura da DA, no pós-parto geralmente que é aproximada de 2-3cm de largura (PAMPOLIN, 2021). No entanto, pode ser considerado anormal quando os valores obtidos apresentam-se superiores a 12cm durante o período gestacional (FERREIRA, 2019).

O método de Ginástica Abdominal (GAH), Vácuo é uma técnica postural e sistêmica desenvolvida na década de 80 pelo Dr. Marcel Caufriez, com o intuito de fortalecimento da musculatura abdominal e do Assoalho Pélvico (AP) de mulheres no pós-parto (DUTRA, 2021).

O método de hipopressivo, visando o tratamento e a prevenção de   futuras complicações, tem como objetivo recuperar os músculos abdominais, através do fortalecimento abdominal, melhora da imagem corporal e diminuição das complicações do pós-parto (FRANCHI, 2016; FEITOSA, 2017), através de abordagens posturais e respiratórias (COITINHO, 2019).

Este método tem o intuito de fortalecer o AP e musculatura abdominal reduzindo o perímetro abdominal causado pela DA, serão aplicadas as seguintes sequências de posições que podem ser: em ortostatismo, sedestação, ortostatismo com semi flexão de joelho bilateral e decúbito dorsal. A posição escolhida para realização do método dependerá da necessidade da paciente. Após o posicionamento adequado, a paciente irá realizar uma inspiração diafragmática profunda seguida de uma expiração diafragmática lenta, em sequência entrará em apnéia forçada juntamente com uma pressão negativa que se dá pela contração dos músculos abdominais com a duração 3 segundos (COSTA, 2019; FRANCHI,2016; MARTINEZ, 2019).

OBJETIVO

Avaliar os benefícios da intervenção fisioterapêutica na recuperação da diástase abdominal através da abordagem hipopressiva, nas três fases do puerpério.

MÉTODOS

A pesquisa realizada caracteriza-se como uma revisão bibliográfica, a fim de abordar intervenção fisioterapêutica na diástase abdominal em puérperas, através da utilização do método de hipopressivo. Foram pesquisados artigos publicados nas bases de dados PEDro, Pubmed, SciELO, Biblioteca Virtual da Saúde, com a utilização das seguintes palavras chaves: fisioterapia, gravidez, puerpério, diástase muscular e vácuo. Foram pesquisados artigos do período de 2012 a 2023.

RESULTADO

AUTOR/ANOOBJETIVOMÉTODOSRESULTADOSCONCLUSÃO
Rett et al., 2012Avaliar a prevalência DMRA no puerpério imediato em região supraumbilical e infraumbilical de mulheres primíparas e multíparas.Estudo transversal de análise de 467 fichas, sendo 227 de mulheres primíparas e 240 de mulheres multíparas, ambos os grupos de parto vaginal e que fossem atendidas no
mínimo 6 horas após o parto.
As medidas da DMRA encontradas em primíparas e multíparas foram de:
– Supra-umbilical: 2,8 cm (p<0,389);
– Infra umbilical: 1,5 cm (p<0,018).
A DMRA tanto em primíparas quanto em multíparas, houve um predomínio significativo na região supraumbilical.
Leite et al., 2012Relacionar os valores obtidos das medidas da diástase dos músculos abdominais com variáveis obstétricas em puérperas.Análise de 100 puérperas com idade fértil, de puerpério imediato e que durante a internação não receberam atendimento fisioterapêutico para correção da diástase.
Realizou-se o   levantamento dos  antecedentes   obstétricos e clínicos por meio de um questionário e avaliou-se a diástase com um paquímetro
digital.
56 puérperas com maior incidência da diástase supraumbilical nas multíparas ou multigestas, idade 19 a 30 anos, partos normais, com
intervalos curtos entre as gestações.
A diástase é uma condição onde se observa a
necessidade de  intervenção
precoce, por meio de um protocolo de atendimento
pré-natal.
Pitangui et al., 2016Avaliar a credibilidade do método
paquímetro e palpação na mensuração da DMRA no puerpério
imediato.
Estudo transversal com mulheres no puerpério imediato para avaliar a
diástase de 261 puérperas (23 a 42 anos) destas, 143 são
primíparas e 118 multíparas.
Os resultados demonstraram-se satisfatórios na avaliação entre os avaliadores com a utilização da palpação e do paquímetro para a avaliação DMRAOs  dois  métodos de diagnóstico são confiáveis para a mensuração.
Pampolin et al., 2021Analisar o tratamento fisioterapêutico na redução da diástase abdominal no puerpério imediato.Estudo randomizado com 50 puérperas no pós-parto imediato (18 a 40 anos), em atendimento no ambulatório de obstetrícia, que possuíam até 4 filhos e diástase superior a 3 centímetros dos músculos retos abdominais, divididas em 2 grupos (controle x tratamento).A atuação da fisioterapia para redução da diástase abdominal no pós-parto imediato apresentou uma
excelente repercussão na diminuição da diástase abdominal supra umbilical em ambos os grupos de (p < 0,001), na região infra umbilical no grupo tratamento sendo significante (p < 0,001).
Após o         atendimento
fisioterapêutico houve redução na diástase abdominal nas puérperas
Coitinho et al. 2019Verificar os tratamentos fisioterapêuticos na reabilitação da DMRA no puerpério.Revisão integrativa de 135 artigos (2008 a 2018), utilizando 5 estudos para análise e discussão dos
tratamentos encontrados.(Cinesioterapia,
Eletroestimulação, Método de Ginástica Hipopressiva,
Bandagem Elástica, Pilates).
A fisioterapia proporciona diversas condutas para reabilitação da DMRA demonstrando a importância de sua atuação na atenção às puérperas.O tratamento da DMRA vêm apresentando bons resultados e demonstrando assim a importância da fisioterapia na puérpera.
Gluppe et al., 2021Avaliar programas de exercícios para os músculos abdominais e do assoalho pélvico (MAP) para tratamento da DRA pós-parto.Revisão sistemática com meta-análise referente ao treinamento dos músculos abdominais e do assoalho pélvico (MAP) para tratamento da DRA pós-parto.2 estudos com evidências baixas mostraram que o treinamento do transverso abdominal reduziu o IRD.Evidências mostram que TrA e recomendado como
Programas de exercícios específicos no tratamento da
DRA pós-parto.
Cañamero et al., 2020Comparar a redução da diástase abdominal no período pós-parto.Estudo analítico em 100 mulheres (37 a 57 anos), divididas em dois grupos: grupo A (n=47) e grupo B (n=53) com pós-parto até 1 ano, com afastamento abdominal de 2,5 cm para obter a mensuração da diástase pelo método de palpação.Houve uma redução significativa em ambos os grupos do início da avaliação de até
-3 semanas sendo (p=0,00).
-3 a 6 semanas mostrou em ambos os grupos redução significativa de superior, medial e inferior (p=0,00).
-6 a 9 semanas nos dois grupos diástase superior e medial e de inferior no grupo B, que obtiveram uma redução significativa (p= 0,00), porém no grupo A, a diástase inferior não houve diferenças significativas (p=0,107) entre as
semanas 6 e 9.
O programa de exercícios leva a uma redução da diástase em mulheres no
pós-parto.
Costa et al., 2021Analisar o tratamento fisioterápico é a importância em  minimizar os efeitos negativos da DMRA.Revisão bibliográfica.O estudo traz que muitas mulheres não conhecem a importância do tratamento fisioterapêutico na prevenção e cuidado da diástase, tendo como intuito diminuir e fortalecer a musculatura abdominal.
A falta de informação pode piorar os sinais da diástase que podem acarretar um maior afastamento dos músculos reto abdominal.
O tratamento fisioterapêutico tem sua importância durante a gravidez e no pós-parto para fortalecer e sustentar a musculatura abdominal.
Benjamin et al., 2013Avaliar a eficácia do tratamento conservador (exercícios) na prevenção ou redução da DMRA no pré e pós-parto.Revisão sistemática com meta-análise de estudos referentes à prevenção e redução da DMRA.– Todas as intervenções incluíram exercícios voltados para  o fortalecimento abdominal;
– Os exercício durante o período pré-natal reduziu a presença de
DRAM em 35%;
–  A  largura da DMRA pode ser reduzida por exercícios durante os períodos pré e pós-natal.
Os exercícios podem ajudar a prevenir ou reduzir DMRA durante os períodos pré e pós-natal.
Benjamin et al., 2023Determinar intervenções conservadoras para reduzir a presença de DRAM em mulheres grávidas e
pós-parto.
Revisão sistemática e meta-análise de ensaios randomizados, de 15 estudos
examinando quaisquer intervenções conservadoras para gerenciar DMRA durante o período pós-natal.
–  Sendo 2 estudos de exercício abdominal 6h pós-parto imediato não teve efeito na distância inter-recto;
–  2 estudos não houve redução de DMRA com exercícios abdominais
em mulheres pós-parto em comparação      com os cuidados
habituais;
–  Houve pouca probabilidade em 3 estudos de que o exercício abdominal profundo não teve efeito na distância inter-recto em mulheres pós-parto;
–  2 estudos de que os exercícios abdominais não reduziram a
distância entre os retos;
– 6 estudos de exercício abdominal reduziram a distância entre os retos em mulheres pós-parto em comparação com os cuidados habituais.
Os métodos   conservadores
não têm reduções
significativas entre os retos abdominais em mulheres no período pós-natal, mas os exercícios abdominais têm benefícios físicos na DMRA.
Sancho et al., 2015Comparar o inter-reto abdominal, em mulheres de parto vaginal e cesariana.Estudo experimental transversal em 38 puérperas primíparas (10 a 12 semanas pós-parto), sendo 23 no grupo de parto vaginal e 15 no grupo de cesariana, foi realizada a mensuração da DMRA de 12 semanas pós-parto.Entre as variáveis não obteve diferença entre os grupos, acima do umbigo IRD houve uma redução
significativa durante os exercícios abdominais (P<0,05). Abaixo do umbigo, houve diferenças significativas do IRD durante os exercícios de retração (P<0,05).
Exercícios abdominais entre mulheres no pós-parto, traz benefícios ao fortalecimento abdominal e redução do IRD        independente do tipo de parto.
Franchi et al., 2016Verificar casos de mulheres no puerpério imediato e suas modificações.Foram avaliadas 2 mulheres de puerpério imediato, com idades de 30 e 40 anos de parto vaginal que não realizaram fisioterapia. Foram aplicadas avaliações corporais e protocolo de GAH.Após a aplicação do protocolo de ginástica abdominal hipopressivo houve uma melhora significativa em ambas participantes, no 1 caso mulher de 30 anos houve aumento da mobilidade torácica a nível axilar e redução em nível umbilical, no 2 caso mulher de 40 anos houve uma redução da mobilidade torácica a nível axilar e um aumento da mobilidade nos níveis xifóide e umbilical. Mostrando assim que se for aplicado logo após o parto terá um melhor resultado.O estudo demonstrou que aplicação da ginástica abdominal hipopressiva em puérperas logo após o parto mostrou uma redução da
diástase nas participantes, porém não foi conclusivo por falta de participantes
Costa et al., 2021Analisar o tratamento fisioterápico é a importância em minimizar os efeitos negativos da DMRA.Revisão bibliográfica.O estudo traz que muitas mulheres não conhecem a importância do tratamento fisioterapêutico na prevenção e cuidado da diástase, tendo como intuito diminuir e fortalecer a musculatura abdominal. A falta de informação pode piorar os sinais da diástase que podem acarretar um maior afastamento dos músculos reto abdominal.O tratamento fisioterapêutico tem sua importância durante a gravidez e no pós-parto para fortalecer e sustentar a musculatura abdominal.
Benjamin et al., 2013Avaliar a eficácia do tratamento conservador (exercícios) na prevenção ou
redução da DMRA no pré e pós-parto.
Revisão sistemática com meta-análise de estudos referentes à prevenção e redução da DMRA.– Todas as intervenções incluíram exercícios voltados para o fortalecimento abdominal;
– Os exercício durante o período pré-natal reduziu a presença de DRAM em 35%;
– A largura da DMRA pode ser reduzida por exercícios durante os períodos pré e pós-natal.
Os exercícios podem ajudar a prevenir ou reduzir DMRA durante os períodos pré e pós-natal.
Benjamin et al., 2023Determinar intervenções conservadoras para reduzir a presença de DRAM em mulheres grávidas e
pós-parto.
Revisão sistemática e meta-análise de ensaios randomizados, de 15 estudos
examinando               quaisquer intervenções conservadoras para gerenciar DMRA durante o período pós-natal.
– Sendo 2 estudos de exercício abdominal 6h pós-parto imediato não teve efeito na distância inter-reto;
–  2 estudos não houve redução de DMRA com exercícios abdominais
em mulheres pós-parto em comparação com os cuidados habituais;
– Houve pouca probabilidade em 3 estudos de que o exercício
abdominal profundo não teve efeito na distância inter-recto em mulheres pós-parto;
– 2 estudos de que os exercícios abdominais não reduziram a distância entre os retos;
– 6 estudos de exercício abdominal reduziram a distância entre os retos em mulheres pós-parto em comparação com os cuidados habituais.
Os  métodos   conservadores
não têm reduções significativas entre os retos abdominais em mulheres no período pós-natal, mas os exercícios abdominais têm benefícios físicos na DMRA.
Sancho et al., 2015Comparar o inter-reto abdominal, em mulheres de parto vaginal e cesariana.Estudo experimental transversal em 38 puérperas primíparas (10 a 12 semanas pós-parto), sendo 23 no grupo de parto vaginal e 15 no grupo de cesariana, foi realizada a mensuração da DMRA de 12 semanas pós-parto.Entre as variáveis não obteve diferença entre os grupos, acima do umbigo IRD houve uma redução
significativa durante os exercícios abdominais (P<0,05). Abaixo do umbigo, houve diferenças significativas do IRD durante os exercícios de retração (P<0,05).
Exercícios abdominais entre mulheres no pós-parto, traz benefícios ao fortalecimento abdominal e redução do IRD    independente do tipo de parto.
Franchi et al., 2016Verificar casos de mulheres no puerpério imediato e suas modificações.Foram avaliadas 2 mulheres de puerpério imediato, com idades de 30 e 40 anos de parto vaginal que não realizaram fisioterapia. Foram aplicadas avaliações corporais e protocolo de GAH.Após a aplicação do protocolo de ginástica abdominal hipopressivo houve uma melhora significativa em ambas participantes, no 1 caso mulher de 30 anos houve aumento da mobilidade torácica a nível axilar e redução em nível umbilical, no 2 caso mulher de 40 anos houve uma redução da mobilidade torácica a nível axilar e um aumento da mobilidade nos níveis xifóide e umbilical. Mostrando assim que se for aplicado logo após o parto terá um melhor resultado.O estudo demonstrou que aplicação da ginástica abdominal hipopressiva em puérperas logo após o parto mostrou uma redução da
diástase nas participantes, porém não foi conclusivo por falta de participantes
Armesilla et al., 2014Analisar a teoria do GAH e a forma de basear sua aplicação, na prática.Revisão bibliográfica de artigos que trazem como inclusão a origem e o método de aplicação do GAH.Entre suas origens e fundamentos teóricos do GAH, é possível afirmar que a aplicação dos exercícios abdominais sendo aplicada corretamente traz como benefício reabilitação e prevenção. Os estudos trazem que o uso do GAH tem que ser aplicado de forma global para ter seus efeitos no físico, aplicado somente por profissionais da área da saúde.O GAH é utilizado para fortalecimento da musculatura abdominal e do assoalho pélvico, embora não existam estudos científicos que comprovem sua eficácia.
Feitosa et al., 2018Intervenção fisioterapêutica
no tratamento de DMRA no pós-parto.
Revisão de literatura.Os estudos mostram que o
tratamento fisioterapêutico no pós-parto obteve uma redução significativa na DMRA, através da cinesioterapia e eletroestimulação e a ginástica abdominal hipopressiva.
Os artigos encontrados mostram diminuição da
DMRA do pós-parto com a
intervenção fisioterapêutica.
Dultra et al., 2021Avaliar os mecanismos fisiológicos, morfológicos e suas alterações no GAH, sua eficácia em tratamentos de DPP e qualidade de vida da mulher.Revisão de literatura.O fortalecimento dos músculos abdominais e pélvicos reduz os sintomas das DPP, e traz benefícios para a saúde e a qualidade de vida da mulher.A GAH fortalece e proporciona eficácia em tratamentos de DPP, dores lombares e diástases.

DISCUSSÃO

Segundo Pampolin et al., 2021, a fisioterapia está aos poucos ganhando seu espaço nas maternidades, pois vem demonstrando seus benefícios no período do puerpério, fornecendo orientações, prevenções e tratamentos para o sistema musculoesquelético. O tratamento fisioterapêutico em mulheres de puerpério imediato interfere positivamente na redução da diástase abdominal, proporcionando às puérperas uma recuperação mais rápida através do fortalecimento desta musculatura.

A gravidez é um período em que o abdômen da gestante aumenta conforme o crescimento uterino, por esta razão ocorre o enfraquecimento dos músculos abdominais. Sancho et al., 2015, afirmaram que um programa de exercícios abdominais durante a gravidez ajuda a prevenir DMRA, os exercícios também são recomendados no período pós-parto para diminuir os efeitos de enfraquecimento do músculo abdominal e na melhora da postura corporal da mulher decorrente da gravidez.

Cañamero et al., 2020, corroboram que um programa de exercícios, como o método GAH leva a ativação dos músculos abdominais e tem como efeito a redução da diástase em mulheres que já tiveram filhos, sendo realizado no pós-parto. Franchi et al., 2016, apresentam o método GAH como uma técnica fisioterapêutica postural que envolve os músculos abdominais e o diafragma.

No estudo de Feitosa et al., 2018, mostraram que o tratamento fisioterapêutico no período pós-parto obteve uma redução significativa na DMRA através do método GAH, assim como no estudo realizado por Benjamin et al., em 2023, que reafirmam a eficácia do método. Porém, Feitosa et al., ainda destacou a importância e benefícios da atuação do fisioterapeuta com método GAH tanto no período gestacional como no puerpério.

Já, Costa et al., 2021, afirmaram que um programa de exercícios pode ajudar a reduzir a distância entre os músculos retos do abdômen em mulheres no pós-parto. No estudo de Coitinho et al., 2019, citam que além de uma gama de exercícios para o tratamento da diástase, o método GAH tem uma grande importância para correção e fortalecimento da musculatura abdominal. Ainda, Coitinho et al., 2019, afirmam que este método foi desenvolvido com o intuito de promover o fortalecimento da musculatura abdominal e a redução da DMRA utilizado no puerpério imediato.

Um estudo publicado por Benjamin et al., em 2013, traz que o tratamento conservador para DMRA com exercícios no período pré-parto e pós-parto reduz em 35% a diástase. Já, em um segundo estudo realizado por Benjamin et al., em 2023 afirma que apenas no período pós-parto observou redução da DMRA não especificando o quanto de redução.

Por outro lado. Leite et al., 2012, trouxeram que as mulheres no período pré-natal devem praticar atividade física de forma segura, não restringindo apenas às fases do período puerpério, para não desenvolver diástase dos retos abdominais e outras condições, mostrando que a prática de exercícios traz muitos benefícios para a musculatura abdominal e o organismo da mulher.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo pode ser observado a importância do método GAH sendo um recurso de fácil execução, com um intuito fortalecimento abdominal, melhora da imagem corporal e atuando precocemente nas alterações decorrentes da gestação e pós-parto, visando prevenção e recuperação da DMA, e em todas as fases do puerpério, os estudos ressaltam que o método GAH tem um papel fundamental nesta nova etapa da vida da mulher.

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¹Acadêmica do Curso de Fisioterapia, UNIFACCAMP – Campo Limpo Paulista, SP
2Mestre em Neurologia e Neurociência – Unifesp. Professora do Curso de Fisioterapia, UNIFACCAMP – Campo Limpo Paulista, SP