INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E SUCESSO PROFISSIONAL

EMOTIONAL INTELLIGENCE AND PROFESSIONAL SUCCESS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10157874


Cláudia Soraya Souza Sá¹, Chimene Kuhn Nobre², Francléia de Nazaré Correa Silva³


RESUMO

Nos últimos anos, o conceito de inteligência emocional tem atraído cada vez mais atenção. Ao longo do tempo, muitos estudos sugeriram que a inteligência emocional tem um potencial apoiante no bem-estar emocional e geral de um indivíduo, bem como melhora a capacidade de completar tarefas com competência e alcançar o sucesso. O principal objetivo deste estudo é analisar o uso da inteligência emocional como uma ferramenta essencial na busca contínua pelo sucesso de um profissional. Trata-se de um estudo qualitativo de revisão bibliográfica baseado em artigos, periódicos e dissertações de sites especializados no tema. Pode-se notar que os pesquisadores nesta área são unânimes na importância de uma inteligência emocional bem desenvolvida para formação de líderes organizacionais de sucesso. Os resultados mostraram que existe uma forte relação entre inteligência emocional e desenvolvimento de liderança.

Palavras-chave: Inteligência Emocional. Sucesso. Liderança.

ABSTRACT 

In recent years, the concept of emotional intelligence has attracted increasing attention. Over time, many studies have suggested that emotional intelligence has the potential to support an individual’s emotional and general well-being, as well as to improve the ability to competently complete tasks and achieve success. The main objective of this study is to analyze the use of emotional intelligence as an essential tool in the continuous search for success as a professional. This is a qualitative bibliographic review study based on articles, periodicals and dissertations from websites specializing in the topic. It can be noted that researchers in this area are unanimous in the importance of well-developed emotional intelligence for the formation of successful organizational leaders. The results showed that there is a strong relationship between emotional intelligence and leadership development.

Keywords: Emotional Intelligence. Success. Leadership.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, percebe-se que a inteligência emocional é crucial para o sucesso e tem grande relevância não só na vida pessoal, mas também na vida profissional. Inteligência emocional é a capacidade de reconhecer os nossos próprios sentimentos e os dos outros, motivar-se e gerir bem as suas próprias emoções e nos relacionamentos. Embora ser amigável ou dizer tudo o que pensa não significa ter inteligência emocional.

 É preciso entender e administrar suas emoções, e também aprender a lidar com as emoções e sentimentos das pessoas ao seu redor, administrar suas emoções e expressá-las de maneira adequada, pode criar um ambiente de trabalho produtivo e tranquilo, buscar seus objetivos e alcançar o sucesso.

A inteligência emocional está relacionada a diversos aspectos como escolhas profissionais, relacionamento interpessoal no cotidiano de trabalho, resolução de conflitos, saber ouvir e saber se fazer entender corretamente e obter os resultados desejados. Contudo com os avanços na psicologia, na psiquiatria e na neurociência atual revelaram vários fatores que determinam o sucesso individual e organizacional.

Saber lidar com as emoções é tão importante para um líder, gestor ou para a vida pessoal que tem a seguinte problemática: Qual a importância da inteligência emocional e sua relação com o sucesso organizacional? Entender como os próprios sentimentos e dos funcionários podem motivar e gerenciar melhor as emoções na organização.

Acredita-se que o autocontrole decorre da inteligência emocional e da autoconsciência, e que o hábito de criticar os próprios pensamentos e padrões estabelecidos aumenta o período de pré-reação, permitindo que o indivíduo tome decisões por conta própria, principalmente em momentos de estresse.

A liderança influencia no desempenho dos funcionários, por isso ter inteligência emocional é essencial para o bom comportamento dos funcionários. Portanto, desenvolver a inteligência emocional como prioridade organizacional continua a ser um grande desafio. Algumas empresas não reconhecem esta importância por desconhecimento ou descrença nos seus benefícios. Porém, neste novo cenário que se vive atualmente, a necessidade deste tema no ambiente corporativo está se tornando cada vez mais evidente.

Portanto, o objetivo geral deste estudo é discutir a relação entre a inteligência emocional e o sucesso profissional. Para atingir isto, os objetivos específicos são explicar os conceitos da inteligência emocional e liderança; descrever o trabalho em equipe; discorrer sobre o sucesso profissional.

O tema foi escolhido com base na consciência da importância da inteligência emocional para o sucesso na carreira. As empresas buscam crescer constantemente no mercado de trabalho, por isso adquirir conhecimento sobre inteligência emocional pode se tornar uma estratégia para alcançar melhor eficácia de liderança, bem como sucesso organizacional.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Foi utilizada uma abordagem de pesquisa exploratória para demonstrar a relação entre a inteligência emocional e o sucesso profissional nas organizações, por meio da análise de estudos, baseado em conceitos apresentados pelos autores na área de inteligência emocional e sucesso profissional.

Este estudo foi realizado com o objetivo de encontrar informações comprovadas em trabalhos científicos.  Os descritores utilizados foram “inteligência emocional e o sucesso profissional”,” inteligência emocional e liderança”, “a relação da inteligência emocional com o sucesso profissional”, os documentos foram selecionados somente em português.

Köche (2009), define a pesquisa bibliográfica como “indispensável a qualquer tipo de pesquisa”, pois nela o pesquisador explora e analisa as principais teorias e contribuições existentes sobre o tema.  Para Minayo (2010), a pesquisa qualitativa permite pesquisas mais amplas e complexas voltadas para a compreensão da dinâmica das relações sociais.

 Os critérios de inclusão foram artigos completos disponíveis e confiáveis ​​nas bases de dados citadas, sendo o idioma apenas o português, e relevantes aos objetivos deste estudo. Os critérios de exclusão foram artigos incompletos, duplicados, revisões e resumos.

3 RESULTADOS 

Goleman (2011) acredita que com o desenvolvimento da ciência, assim como da psicologia, da psiquiatria e da neurociência, descobriu-se que existem diferentes fatores que determinam o sucesso das pessoas e das organizações, chegando ao QE (quociente emocional), que vem se verificando que a inteligência emocional também se tornou crucial neste processo.

O controle das emoções pode provocar transformações significativas nos ambientes profissionais e familiares, à medida que o indivíduo se torna mais consciente da sua responsabilidade pelo seu próprio bem-estar e pelo bem-estar dos outros, utilizando as competências adquiridas para contribuir para a mudança cultural e do ambiente social no meio em que se insere. (GOLEMAN, 2011)

Como já foi mencionado, a inteligência emocional pode ser definida como a capacidade de identificar emoções de forma mais favorável. Portanto, ao apoiar a capacidade de pensar de forma eficaz, pode contribuir para um melhor desempenho emocional, tornando as relações humanas mais agradáveis. A inteligência emocional ajuda você a fazer melhores escolhas diante de obstáculos, muitas vezes conseguindo resolver os problemas da melhor maneira possível. 

Neste sentido, a inteligência emocional é entendida como o uso inteligente das emoções, de modo que haja um equilíbrio entre a razão e emoção ao lidar com adversidades, conflitos, pessoas, seja no contexto profissional ou no pessoal. É uma capacidade que pode ser desenvolvida e proporciona o crescimento individual, gerando resultados positivos para o indivíduo e para o meio em que está inserido.

O sucesso organizacional pode ser remodelado com a ajuda da inteligência emocional, levando a melhores resultados e confiança nas relações de trabalho, decisões mais inteligentes, capacidades de liderança mais eficazes, comunicação honesta, confiança nas equipes de trabalho, inovação e criatividade, responsabilidade e respeito e compromisso.

 Os líderes precisam desenvolver certas habilidades de inteligência emocional para desempenharem suas funções de forma eficiente, que são habilidades pessoais que ajudam a gerenciar situações, e habilidades sociais para ajudar a construir melhores relacionamentos. Mais que o trabalho realizado, os líderes sempre apontam para objetivos e metas a serem alcançados, por isso os funcionários recebem muita pressão para alcançar metas.

O comportamento e a participação dos funcionários nas atividades podem ser influenciados positivamente pela liderança. Porém, é o líder que consegue contribuir ativamente no processo produtivo, o que por sua vez pode ajudar a implementar de forma mais eficiente as estratégias da organização.

O aspecto conceitual do comportamento, deve ser analisado sob diversas perspectivas, com o objetivo de melhor compreender as formas como as pessoas e as organizações agem nos ambientes em que operam. Como o bom desempenho no trabalho depende de mais do que apenas capacidade de liderança, todos devem contribuir para alcançar melhores resultados.

No ambiente de trabalho, como em outros lugares, a expressão humana precisa de ser reconhecida e aceita pelos grupos a que pertence, participar dele e de perceber que a organização reconhece e valoriza o seu trabalho e se preocupa com ele. Neste ponto, a organização deve propor a sua contraparte, que seleciona e contrata um funcionário para atender às suas necessidades como empresa e precisa proporcionar-lhe condições para que ele compreenda e se adapte à sua cultura, desenvolva-se e contribua para o desenvolvimento dos demais. Sendo assim, as empresas são muito importantes na manutenção do seu clima organizacional. (OLIVEIRA, 2010)

Portanto o ambiente organizacional afeta diretamente o comportamento das pessoas, interferindo no desempenho das tarefas dos colaboradores, pois o ambiente corporativo estimula a autoestima. O clima organizacional pode ser dividido em dois tipos, tipo bom, onde os funcionários estão motivados e satisfeitos, conseguem realizar suas atividades com qualidade, e tipo ruim, onde há ruídos na comunicação, causando conflitos.

A capacidade de permanecer flexível e consistente diante de determinadas situações pode melhorar significativamente a capacidade de um líder enfrentar as adversidades, resistir à tensão e adaptar-se aos mais diversos ambientes. Isso significa que ele não se deixa desanimar por circunstâncias infelizes, mantendo a equipe em constante estado de motivação.

Segundo a psicologia, pessoas flexíveis são aquelas que passam por situações difíceis sem perder a coragem ou a vontade de lutar. Os líderes futuros e atuais precisam desenvolver competências emocionais para executar seus processos porque as organizações são inerentemente constituídas por pessoas com características e percepções diferentes.

Para Weisinger (2001) o desenvolvimento da inteligência emocional tem apresentado resultados positivos nas empresas, aumentando a produtividade dos funcionários, reduzindo o estresse, aumentando a satisfação entre gestores, líderes e clientes, bem como altos níveis de satisfação entre os profissionais. As pessoas com essa habilidade tornam seu ambiente de trabalho mais agradável, reduzem conflitos desnecessários em suas equipes e focam mais no propósito e nos objetivos, aumentando a probabilidade de se sentirem felizes e satisfeitos em suas carreiras. Portanto, utilizam as emoções como habilidades para dominar seu dia a dia. Já as pessoas que não possuem essa habilidade podem ter falta de concentração durante as atividades.

Os líderes devem receber o treinamento necessário, como: desenvolver autoconsciência emocional, empatia e autogestão para ajudar a desenvolver habilidades sociais para liderança. A inteligência emocional pode ser utilizada para funções básicas de liderança, como pensamento flexível e adaptabilidade, considerando que para que os líderes trabalhem de forma mais eficaz, não basta identificar problemas, mas também precisa resolvê-los por meio de tomadas de decisão assertivas. (GONZAGA, 2009).

Os líderes e as organizações têm a responsabilidade de manter um bom clima organizacional. A organização desempenha um papel importante na comunicação clara dos seus valores e cultura organizacional a todos os membros, e na promoção de formação para o desenvolvimento de competências técnicas e emocionais. Os funcionários, motivados e incentivados por seus supervisores, realizam bem o seu trabalho, tornam-se mais eficientes e produzem resultados positivos para a empresa.

A inteligência emocional e a liderança são muito importantes no ambiente organizacional porque o líder é um modelo para a equipe e se apresentar alta inteligência emocional pode reduzir conflitos no local de trabalho, resistir às tensões, otimizar processos e tornar-se mais flexível.

4 DISCUSSÃO

4.1 A inteligência emocional na organização 

Segundo Torres (2019), a inteligência emocional pode ser entendida como a capacidade de cada indivíduo desenvolver e reconhecer suas emoções de forma mais conveniente. Na mesma medida, você deve ter habilidades e saber utilizá-las da melhor forma para ter sucesso em todas as áreas da vida. 

 A investigação sobre os tipos de inteligência em contextos organizacionais só começou nas últimas duas décadas. Embora a produção científica tenha sido suficiente para confirmar as teorias, no Brasil mais pesquisas e estudos científicos precisam ser realizados, pois existem centros de pesquisa dedicados a esse assunto em todo o mundo.

Segundo Goleman (2011) os principais componentes da Inteligência emocional são: autoconhecimento, como autoestima, conhecimento das próprias emoções; empatia, que é a compreensão e motivação para responder às necessidades dos outros, em sincronia com o seu estado emocional.

 A motivação é a necessidade de autoconsciência e vontade; autocontrole, que é a capacidade de regular as emoções e impulsos; e competência em relacionamentos interpessoais, incluindo persuasão, gestão de conflitos e habilidades de liderança.

Fulanetto (2012) lista a importância das emoções da seguinte forma:   

1 Sobrevivência: Ao longo de milhões de anos de evolução, as emoções evoluíram naturalmente e isso criou um dispositivo que orienta e avisa quando as necessidades naturais não são satisfeitas.  

 2 Tomada de decisões: As emoções são grandes aliadas na tomada de decisões. Alguns estudos mostram que quando as ligações emocionais de uma pessoa são prejudicadas, até as suas decisões mais simples ficam comprometidas, porque ela não consegue sentir nada em relação à decisão que tomou.

3 Ajustar limites: As emoções permitem-nos impor limites necessários para proteger a saúde física e mental. Isso é possível quando se aprende a confiar mais em suas emoções e sentidos do que nos outros.

4 Comunicação: Pode-se comunicar com outras pessoas através de expressões faciais, porque são diversas, também expressam emoções diferentes, facilitando a integração social.  

5 União: As emoções podem ser utilizadas para unir todos os membros da raça humana. Infelizmente isso não acontece devido às diferenças de pensamento, embora as emoções sejam comuns.

Machado (2013) acredita que a inteligência deve se desenvolver de acordo com os acontecimentos que ocorrem em nossas vidas. Muitas vezes somos encorajados a enfrentar problemas com os quais não estamos familiarizados. O treinamento mental torna-se importante para alcançar melhores resultados pessoais e profissionais.  

Portanto, sabemos que o ser humano pode desenvolver diferentes tipos de inteligência, por isso é necessário entender os pontos específicos que estão agitados, desde o aspecto emocional, e tentar se adaptar da melhor forma, para desenvolver um melhor equilíbrio pessoal e profissional. 

Considerando que as empresas exigem cada vez mais que os profissionais tenham um bom controle emocional, os indivíduos com inteligência emocional estável conseguem se adaptar a diferentes tipos de atividades e geralmente ajudam a organização a funcionar bem (BASTOS; BERGAMINI; DALPIA, 2018). 

 Um dos primeiros elementos da inteligência emocional é o autoconhecimento, pois facilita o reconhecimento das emoções pessoais nos colegas e também pode ajudar no desempenho das atividades. Portanto, as pessoas se sentem mais à vontade para expressar suas dificuldades sem medo de pedir ajuda (LACOMBE, 2012).

No nível organizacional, os colaboradores que trabalham com inteligência emocional podem alcançar melhores resultados pessoais e profissionais. Nesses casos, os funcionários geralmente conseguem se dar melhor com seus colegas de trabalho. Os líderes devem assumir a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento da inteligência emocional no ambiente organizacional.

 Pois é o líder quem mantém as pessoas engajadas com o negócio. Os líderes devem trabalhar de forma transparente, transmitindo os valores e a missão almejados pela organização, ou seja, enfatizando para sua equipe a importância do trabalho realizado (GOLEMAN; BOYATZIS; MCKEE, 2018).

4.2 Conceitos da liderança no ambiente organizacional  

A liderança pode ser definida como a capacidade de inspirar positivamente um grupo a atingir os objetivos desejados. Outro aspecto essencial é a capacidade de ter uma visão crítica do futuro, para poder superar com competência os problemas do quotidiano.  

A liderança pode ser vista como um mecanismo que influencia positivamente o desenvolvimento pessoal e profissional dos envolvidos na organização como um todo. Seu comportamento no ambiente corporativo torna-se essencial porque afeta o desenvolvimento das tarefas exigidas, em todas as áreas de produção da empresa (BRITO; MAGALHÃES, 2018).

Liderança é uma forma de influenciar os funcionários a se envolverem mais na realização das atividades. O trabalho deve ser desenvolvido com maior motivação e qualidade para alcançar melhores resultados no presente e no futuro na carreira e na vida pessoal. 

Segundo Jung e Kyrillos (2015), a liderança pode ser entendida como uma ferramenta positiva que permite à organização implementar estratégias identificadas, e tem a capacidade de contribuir positivamente para o desenvolvimento da produtividade dos funcionários.

A liderança pode ser descrita ainda como um poder pessoal que influencia o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho e, entre outras funções, atua na direção positiva para alcançar resultados significativos para sua equipe. 

Segundo Chiavenato (2014) para que um líder exerça a liderança de forma eficaz, ele deve começar por ter consciência de si mesmo, sabendo primeiro quem ele é e quais são os seus valores. Dois tipos de competências específicas, conhecimento e comportamento, também são exigidos.  

As habilidades de liderança têm a capacidade de influenciar o desempenho das atividades realizadas pelos grupos de trabalho. Portanto, os líderes devem ajudar e garantir um melhor comprometimento dos colaboradores, contribuindo assim para o melhor alcance dos objetivos esperados pela organização.

Para que os grupos de trabalho sejam equilibrados emocionalmente, é fundamental ter líderes preparados, capazes de transmitir segurança e carinho, bem como que saibam ouvir, ouvir e se comunicar para evitar conflitos. O nascimento cronológico é abordado o mais precocemente e da melhor forma possível (RAMOS et al., 2016). 

4.3 Trabalho em equipe e comportamento organizacional

Segundo Ponte (2022), para que um grupo tenha sucesso, as condições devem permitir que o grupo cumpra eficazmente as suas tarefas, que são: confiança entre os membros; senso de identidade de grupo; e percepções de eficácia do grupo. Uma equipe pode ter elementos de inteligência emocional, mas isso não significa necessariamente que seja uma equipe emocionalmente inteligente. Para que uma equipe seja emocionalmente inteligente, devem existir padrões para o desenvolvimento de habilidades para responder construtivamente às situações emocionalmente desconfortáveis.

Segundo Goleman, Boyatzis e Mckee (2018), o trabalho em equipe é um canal de comunicação, cooperação, persuasão, perseverança, motivação, liderança, empatia, ouvir e falar o que pensa são características principais da inteligência emocional definido como competência profissional. 

Os indivíduos que desenvolvem estas competências emocionais básicas devem viver em sintonia com as emoções dos outros, saber resolver certas divergências, ou seja, saber gerir os conflitos internos e externos e tentar resolver o problema, as situações são criadas pela criatividade, pela realização de tarefas e pela liderança, persuadindo os indivíduos a trabalhar em direção a um objetivo comum.

O comportamento organizacional como ferramenta que auxilia no estudo do comportamento dos funcionários nas empresas. Para eles, as organizações precisam investir em avaliações para analisar o ambiente e o desempenho dos colaboradores. 

Freitas (2015) afirma que para alcançar um bom comportamento organizacional dentro de uma empresa é preciso que haja harmonia em todos os ambientes. Não é apenas a liderança que importa, são todos os grupos que trabalham para a organização.

No momento em que os funcionários iniciam um novo emprego, eles perdem a oportunidade de agir da maneira que desejam. No entanto, deve ser adaptado à cultura e aos comportamentos da organização. As empresas também devem estar preparadas para receber da melhor forma possível os novos membros da equipe. 

 Da mesma forma, Regato (2014) enfatiza a importância de os funcionários estarem satisfeitos com seu ambiente organizacional. Para o autor, a convivência com um grupo de trabalho torna-se mais eficiente, além de auxiliar e melhorar o conhecimento dos indivíduos e, consequentemente, melhorar o desempenho da equipe de trabalho.

Segundo Menegon (2012), o desempenho dos funcionários pode influenciar o comportamento dentro de uma organização e pode ser categorizado em quatro características:  

  1. Produtividade: Os funcionários conseguem produzir em quantidade e qualidade satisfatórias.  
  2. Absenteísmo: O absenteísmo pode afetar as atividades de uma organização.  
  3. Rotatividade: Mudanças constantes no número de empregados acabam por levar a um declínio no desempenho das metas planeadas, para não mencionar novos aumentos no custo de desgaste, recrutamento e programas de formação para novos empregados, isso terá um impacto negativo.  
  4. Cidadania Organizacional: O objetivo é realizar as atividades da melhor forma possível e apoiar os colegas quando necessário.

O comportamento organizacional avalia o comportamento dos grupos, líderes e episódios comportamentais, buscando sempre a eficácia do ambiente organizacional bem como o desenvolvimento dos colaboradores. Para alcançar uma boa eficiência organizacional, os colaboradores devem ter conhecimento das tarefas desempenhadas, procurar desempenhar com competência todas as funções atribuídas. 

Além disso, os líderes devem ter estratégias e objetivos organizacionais claramente definidos. Portanto, podem influenciar positivamente o comportamento organizacional, pois os líderes são modelos para os colaboradores. Contudo, os colaboradores observaram e direcionaram sua atenção para o que é importante para o bom funcionamento do grupo de trabalho e do âmbito organizacional.

 A influência do comportamento organizacional pode afetar diretamente no clima da empresa, pois é através dele que pode ser avaliado a desenvoltura das equipes de trabalho. Com um clima organizacional agradável, os resultados e objetivos da organização serão alcançados com mais eficiência (HANNECK e SANTOS, 2018).

O clima organizacional, como resultado do comportamento humano, pode ser influenciado pela cultura da empresa, mas é resultado do aspecto que a organização dá aos seus colaboradores. O desempenho no trabalho dos funcionários pode ser afetado pelo ambiente da empresa. 

Para Machado (2013), pode-se ressaltar que o ambiente organizacional tem influência direta no comportamento humano. O clima organizacional pode ser entendido como as ações que o ambiente de trabalho exerce sobre os colaboradores. Pode ser dividido em dois tipos:

  • Bom: Os funcionários estão motivados, se esforçam para realizar um trabalho de qualidade e estão satisfeitos com o ambiente de trabalho. 
  • Ruim: Os funcionários estão insatisfeitos com o ambiente da organização, o que acaba por levar a conflitos e muitas vezes cria ruído na comunicação.

O clima organizacional é um fator decisivo para uma boa qualidade de vida no trabalho. As organizações devem estar sempre preocupadas com o ambiente que proporcionam aos seus colaboradores. Tanto os colaboradores como as organizações são afetados pelo clima organizacional e, quando o clima é positivo, pode ser benéfico para o ambiente de trabalho e levar a uma maior produtividade para a organização.

Porém, se o clima for desfavorável, a empresa e todos os envolvidos sofrerão porque o processo produtivo declinará e o meio ambiente se tornará inabitável. A reputação de uma organização no mercado de trabalho pode ser afetada pelo clima organizacional. (ERCICO; CASAGRANDE; SANTOS, 2016).

Muitas vezes, através da percepção dos colaboradores sobre a organização, a empresa pode ser vista como um diferenciador no ambiente de negócios, tendo o bem-estar dos colaboradores um impacto significativo no clima organizacional. Portanto, as empresas devem estar atentas à satisfação dos colaboradores para atingir com mais sucesso os objetivos traçados.  

O clima organizacional pode ser avaliado com base no entusiasmo dos funcionários com o ambiente da empresa. Segundo Lacombe (2012), isso pode estar associado à dedicação dos funcionários, à motivação no trabalho, ao comprometimento em realizar suas atividades da melhor forma, sem prejudicar os outros colegas, sem fazer barulho, na comunicação, trabalhando com as emoções. 

4.4 Sucesso Profissional inserido no ambiente organizacional 

Segundo Ryback (2002), para alcançar o sonho do sucesso na carreira, a inteligência emocional precisa ser somada à inteligência racional, formando assim a inteligência executiva. Para fazer isso, você precisa compreender algumas das atitudes necessárias para integrar efetivamente a inteligência emocional à sua maneira de trabalhar.

O fundamental é a ação quando a pessoa possui certas características (habilidades) que contribuem para o sucesso. Boas habilidades sem ação não combinam com uma pessoa de sucesso. Para Estrada, Moretto Neto e Augustin (2011), algumas competências são adquiridas na escola e outras nas empresas onde trabalham, outras são adquiridas através de experiências de vida.

Para alcançar o sucesso profissional na escolha da carreira, precisa-se tomar as decisões certas para cada situação que encontrar na vida. Questionar sempre a sua carreira e adaptar-se às mudanças que as empresas e a sociedade atuais enfrentam. 

 As competências cognitivas são as primeiras avaliadas durante o processo de recrutamento e seleção. No entanto, é a sua capacidade de lidar com as próprias emoções e com as emoções dos que o rodeiam que determina a progressão na carreira de um candidato.

Gerenciar suas emoções com sabedoria torna-se o fator diferenciador para todo líder. Autoconsciência, automotivação, autocontrole, empatia e habilidades sociais são características que entrarão em jogo na gestão eficaz de equipes e facilitarão o alcance de metas, tanto pessoais quanto profissionais, para o gestor.

O sucesso na carreira é usado para o desenvolvimento pessoal de um indivíduo, questionando primeiro se o indivíduo tem a capacidade de ter um bom desempenho em situações específicas de sua carreira e os motivos e condições que levam um indivíduo a escolher uma carreira, seja por impulso ou porque existem motivos que o levam a fazer essa escolha profissional. Esta motivação profissional pode levar a uma pessoa a motivar sua vida e criar perspectivas novas e diferentes, levando a uma mudança na direção da carreira.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Foi demonstrado a necessidade de aprender a administrar as próprias emoções e depois lidar com as emoções das outras pessoas, principalmente dentro das organizações. Se não souber processar os próprios sentimentos, não se entenderá como os outros se sentem, o que não é fácil, mas é necessário para se obter sucesso, especialmente na liderança. Todos os gestores devem conhecer a inteligência emocional, pois acredita-se que ela impacta não só o sucesso de um indivíduo como profissional, mas também em sua vida pessoal e no sucesso de toda a organização.

Os líderes devem estar emocionalmente preparados para liderar suas equipes, evitar conflitos e criar um ambiente de trabalho agradável, repleto de confiança e respeito. As equipes de trabalho devem ser motivadas e ter harmonia porque esses fatos significam não só o bem-estar de cada pessoa como indivíduo, mas também o bem-estar de toda a equipe, qualidade de vida no trabalho, produtividade e desempenho gerando resultados positivos para a organização. Os líderes devem focar nos relacionamentos da equipe para evitar ou resolver conflitos que surjam e não permitir que os conflitos impactem negativamente os resultados da organização e o bem-estar da equipe.

 Portanto, conclui-se que a inteligência emocional é um tema muito relevante e atualmente que se bem aplicado poderá não só trazer resultados muito satisfatórios aos líderes, como terão uma maior capacidade de gerir conflitos individuais e profissionais, e isso terá resultados muito satisfatórios para a organização que aumentará a eficiência e a eficácia e todos os funcionários terão melhores relacionamentos, não apenas com seus gestores, mas também com os membros de sua equipe.

REFERÊNCIAS

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¹Acadêmica de Psicologia. E-mail: psicosorayasa@gmail.com. Artigo apresentado à Faculdade Unisapiens, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Psicologia, Porto Velho/RO, 2023

²Professora Orientadora. Professora do curso de Psicologia da Faculdade Unisapiens.E-mail:chimenekn@gmail.com

³Professora Orientadora. Professorado curso de Psicologia da Faculdade Unisapiens.E-mail:francleia@icloud.com