REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202504302225
Jucileide da Silva Gama; Adrieny Santos Vilela Nunes; Bianca Caroline Sousa Silveira Guedes; Cintia Danilla Vieira De Sousa Magalhães; Helayne dos Anjos Rocha; Luanna Galvão Cunha; Lucileide da Silva Abreu; Maria Marta de Sousa Silva Bueno
RESUMO
O estudo atual aborda a questão da inclusão, focando na análise do papel da escola como ambiente que promove a diversidade. A metodologia empregada consistiu em uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, com base em estudos relacionados à inclusão. Os resultados demonstraram que a inclusão requer um ambiente educacional acolhedor, no qual os professores não apenas sejam capacitados, mas também tenham a sensibilidade de valorizar as habilidades dos indivíduos, ao invés de focar apenas nas suas dificuldades.
Palavras chave: Educação. Inclusão. Especial.
Introdução
A educação inclusiva está em constante evolução em todo o mundo, como resultado das batalhas travadas pelas pessoas com necessidades especiais, seus familiares e movimentos sociais. Essas batalhas visam mudar as atitudes preconceituosas e segregacionistas que se firmaram ao longo do tempo, buscando garantir os direitos dessas pessoas na sociedade.
O indivíduo sempre fez parte de uma sociedade extremamente variada. Vivemos e interagimos diariamente com essas diversidades que englobam diferenças de origem, fé, bem-estar, status econômico e cultural, nacionalidade, residência, temperamento, entre outros aspectos. Apesar da grande diversidade, estamos todos inseridos nesse meio, seguindo os princípios de equidade. Com o tempo, foi-se estabelecendo uma visão normativa e categorizam-te do que é considerado “normal” e, de forma geral, aqueles que fogem desse padrão estão sujeitos à discriminação e, consequentemente, à exclusão, que pode acontecer de maneira direta e objetiva, mas também de forma mais sutil, de modo aparentemente discreto, porém não menos desconfortável e preconceituoso, disfarçado de piedade e compaixão.
Desta forma, nos deparamos com uma contradição, pois a sociedade que busca promover a igualdade muitas vezes acaba excluindo aqueles que são diferentes. Isso significa que a exclusão social é bastante abrangente, na medida em que existem diversos mecanismos que impõem padrões de normalidade que a humanidade sempre seguiu historicamente. Esses padrões abrangem questões estéticas, de inteligência, linguagem, condição econômica e cultural, aos quais somos pressionados a nos adequar, sob o risco de sermos marginalizados socialmente (MATISKEI, 2004, p. 187).
Ao longo da trajetória da humanidade, as pessoas com deficiência enfrentaram a barreira da não aceitação pela comunidade, sendo excluídas socialmente e privadas de acesso à educação, participação na sociedade e dignidade. Isso as privou do seu direito humano fundamental de pertencer à sociedade de forma igualitária aos demais cidadãos.
Até o século XX, as pessoas com necessidades especiais, especialmente aquelas com deficiência, eram largamente negligenciadas, abandonadas e vistas como incapazes. Historicamente falando, as conquistas dessas pessoas são relativamente modernas, com avanços significativos a partir do século XX, em 1948, quando a sociedade começou a questionar e mudar seus preconceitos em relação à educação especial.
Neste ano, foi criada a primeira orientação política com a ideia de que todos os indivíduos têm direitos e responsabilidades. Essa orientação foi baseada na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que afirmou claramente o direito de todas as pessoas à educação formal. A partir desse momento, a educação inclusiva passou a ser um tema amplamente debatido em todo o mundo.
No sistema educacional do Brasil, frequentemente são debatidas questões relacionadas à integração de indivíduos com necessidades especiais, porém somente recentemente começou a ser efetivamente implementada nas instituições de ensino. É crucial compreender a urgência em buscar não apenas respaldo legal, mas também formas concretas de promover a inclusão. Para isso, é necessário promover mudanças em todos os âmbitos da sociedade, com destaque para o papel fundamental da escola nesse processo de inclusão.
É um estudo de referências bibliográficas que ajuda a desenvolver ideias amplas a partir de pesquisas realizadas, avaliações de estudos possíveis e as aplicações práticas do conhecimento adquirido.
A execução desse plano se desenrolou mediante seis fases distintas, categorizadas como: direcionamentos iniciais; critérios de seleção e exclusão, coleta de informações, avaliação das pesquisas escolhidas.
A metodologia aplicada para realizar esta pesquisa é a qualitativa, fundamental para aprofundar a compreensão do conceito em questão. Assim, os estudiosos podem buscar novas perspectivas e incentivar a inovação e a originalidade, em vez de se restringirem a expressões estritamente padronizadas.
Esse artigo tem como objetivo geral integração de estudantes com necessidades especiais na instituição de ensino regular, como também: Comentar sobre a Inclusão, Compreender a Inclusão dos alunos com necessidades especiais na escola e descrever a diferença no ensino regular da Educação Básica.
Inclusão
No momento atual, a temática da inclusão tem sido amplamente debatida no Brasil e de acordo com o dicionário Aurélio (2010), esse conceito refere-se à total integração de indivíduos com exigências particulares ou especiais em uma comunidade: políticas inclusivas. Portanto, neste estudo em questão, o foco está direcionado para a escola como um ambiente de inclusão.
Dentro do ambiente educacional, o conceito de inclusão abrange um movimento que não só se refere à educação, mas também tem caráter social e político, lutando para garantir os direitos de todos os envolvidos no processo de aprendizagem de maneira consciente, com responsabilidade e respeito, mesmo que haja alguma diferença entre os alunos. Isso quer dizer que, independentemente das disparidades existentes, sejam elas físicas ou intelectuais, a escola deve acolher e proporcionar um ensino de excelência para todos, permitindo que desenvolvam suas habilidades e talentos ao máximo. Além disso, essa abordagem é fundamental para assegurar que todos tenham o direito a uma cidadania digna, considerando seus deveres, interesses e aptidões.
De acordo com Rodrigues (2000), a educação inclusiva é um tema de extrema importância.
A Escola Inclusiva é frequentemente vista como uma nova forma de ensino que sucede a escola integradora. Na realidade, ela não é uma continuidade, e sim uma quebra radical com os princípios da educação convencional. A Escola Inclusiva valoriza as diversas culturas, habilidades e potenciais de crescimento de todos os estudantes. A Escola Inclusiva promove a ideia de um ambiente de aprendizado diversificado e de excelência para todos os alunos. É um ambiente escolar que aceita as singularidades, trabalha com elas para o progresso e dá-lhes um propósito, uma dignidade e uma importância (RODRIGUES, 2000, p. 10).
A integração busca alcançar uma igualdade educacional, onde todos os estudantes tenham a chance, através de ajustes e modificações no currículo conforme necessário, de assegurar o aprendizado e progresso por meio de oportunidades justas, utilizando métodos diversos, sem parcialidade e sem prejudicar o ensino-aprendizagem. Portanto, as instituições de ensino precisam estar preparadas para promover a reestruturação metodológica a fim de efetivar a inclusão. Nesse contexto, concorda-se com Victor, Vieira e Oliveira (2017), ao defenderem que:
A urgência de reestruturação das instituições de ensino convencionais para que todos os alunos tenham acesso ao aprendizado parte do princípio de que as escolas precisam ser transformadas em ambientes que favoreçam a interação dos processos de assimilação do conhecimento desenvolvido no contato com a diversidade humana, argumento esse respaldado pelos princípios da integração social/escolar que representa um movimento ético, político e educacional que promove a ideia de que ninguém deve ser excluído na escola/sociedade e privado dos diversos direitos sociais, especialmente o direito à educação (VICTOR; VIEIRA; OLIVEIRA, 2017, p.18).
Na ótica da inclusão, a educação é um direito universal estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), que assegura em seu Artigo 59.
A equiparação de oportunidades para adentrar e permanecer no ambiente escolar, assegurando currículos, métodos, recursos e serviços exclusivos de ensino, conclusão específica, docentes especializados e aptos para instruir alunos com limitações em turmas convencionais do ensino básico. (BRASIL, 1996).
Uma parcela das vitórias estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) tem suas raízes na Conferência Mundial de Jointiem (1990), que ocorreu na Tailândia e defendeu a ideia de uma educação acessível a todos. Em seguida, houve novas discussões na Declaração de Salamanca, em 1994, que deram início a debates sobre o assunto até que progressivamente fosse colocado em prática. A inclusão passou a ser considerada forma de assegurar o direito à educação para os estudantes com necessidades educacionais especiais.
Além disso, é importante destacar a fala de Matos e Mendes (2015), que enfatiza que a inclusão é fruto de várias ações e esforços conjuntos.
Nos últimos anos, houve um grande envolvimento do governo federal na área da educação especial, tanto em termos de legislação quanto de políticas educacionais. Contudo, é importante ressaltar que esse foco também se deve à atuação ativa das organizações da sociedade civil, que lidam de forma direta ou indireta com as questões que impactam as pessoas com deficiência. (MATOS; MENDES, 2015, p. 10).
Uma das vertentes da educação inclusiva está na integração dos estudantes com deficiência ou necessidades educacionais especiais nas turmas regulares ao lado dos demais alunos. Isso gerou uma luta contra o preconceito e a favor da aceitação de todos os alunos, sem discriminação com base na cor, raça, sexo ou condição física. Esse princípio está refletido de forma mais abrangente na Declaração de Salamanca (1994),
O princípio fundamental desta abordagem é que todas as crianças devem ser bem-vindas nas escolas, sem importar suas diferenças físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. As escolas devem acolher crianças com deficiência, crianças talentosas, crianças em situação de rua ou que trabalham, crianças de diversas origens étnicas, linguísticas e culturais, assim como crianças de grupos desfavorecidos ou marginalizados (BRASIL, 1994, p. 17-18).
Contudo a luta pela integração vai além de apenas colocar alunos com necessidades especiais nas salas de aula regulares. É essencial que a escola não só inclua essas crianças, mas também esteja pronta para acolhê-las, garantir sua permanência, transmitir o conteúdo de maneira eficaz para todos os estudantes, independentemente de suas limitações, e incentivar sua participação bem-sucedida no processo de aprendizagem.
Inclusão dos alunos com necessidades especiais na escola
As limitações podem ser temporárias ou permanentes. Atualmente, há um consenso de que seria mais apropriado substituir o termo deficiência por Diferenças de Necessidades por ser menos preconceituoso.
Conforme mencionado por Sassaki (1998), o conceito de deficiência é muitas vezes negativo e está ligado à situação peculiar de alguns indivíduos, que enfrentam discriminação e obstáculos significativos ao tentarem se integrar na sociedade e no mercado de trabalho. Isso resulta frequentemente na violação de seus direitos fundamentais, os quais são essenciais para todos os membros da comunidade.
Indivíduos com necessidades diferenciadas, além de lidarem com as restrições inerentes a todos os seres humanos, enfrentam também os desafios originados de suas dificuldades cognitivas, o que os coloca em uma posição de desvantagem em comparação às pessoas tidas como ‘padrão’.
Dessa maneira, a inclusão requer diversas modificações nas estruturas sociais e de acesso para garantir a integração plena dessas pessoas, assegurando seus direitos constitucionais e o pleno exercício da cidadania.
A trajetória da educação especial, que hoje chamamos de inclusiva, evoluiu de períodos de exclusão e segregação nas escolas para fases de integração e efetiva inclusão.
Em um primeiro momento, pessoas com deficiência eram excluídas do convívio social e familiar, sendo isoladas em instituições que as acolhiam, porém, não as assistiam de maneira adequada. Durante o período de isolamento institucional, crianças com necessidades especiais eram encaminhadas para instituições voluntárias autorizadas pelo governo, sem receber apoio adequado. Essas instituições de cunho religioso se multiplicaram e passaram a cuidar dessas pessoas com o auxílio da igreja (SASSAKI, 1998).
Segundo esse escritor, a etapa de inclusão ocorreu nos séculos XVIII e XIX, período em que as primeiras turmas para educação especial foram introduzidas nas escolas convencionais. No entanto, houve diversas críticas devido à integração em um ambiente escolar despreparado, com um currículo incompatível com as necessidades da educação especial, além da escassez de professores qualificados e material didático apropriado (SASSAKI, 1998).
Ainda atualmente é possível perceber a ausência de estrutura adequada, de currículo adaptado e também a escassez de profissionais qualificados, que não conseguem lidar com as diversidades na sala de aula. Não é viável apenas inserir uma criança com necessidades educacionais especiais em um ambiente de ensino regular e esperar que ela consiga acompanhar os demais colegas, pois isso não será viável de forma alguma. É necessário adotar abordagens distintas para indivíduos diferentes, o que se mostra uma missão humanamente desafiadora.
Agora, a etapa da inclusão está marcada por transformações e ajustes nas abordagens pedagógicas, bem como nas práticas de ensino tradicionais.
Conforme Guimarães (2002), a escola inclusiva acolhe as crianças com necessidades educacionais especiais, no entanto, vai além desse conceito, pois para ser verdadeiramente inclusiva, a escola precisa capacitar seus professores para lidarem com as diversidades, preparar seus alunos convencionais para receberem as crianças especiais, o corpo administrativo deve saber lidar com situações diversas como o preconceito, em resumo, o êxito da inclusão requer o esforço de toda a comunidade escolar, trabalhando de forma empática e sem nenhum tipo de preconceito.
A despeito da escritora pintar um quadro ideal de escola inclusiva, na realidade percebemos que essa escola perfeita em termos de inclusão continua distante de se concretizar devido à falta de investimentos por parte do Estado na melhoria das infraestruturas e na formação de professores para lidar com os alunos com necessidades especiais.
Diferença no ensino regular da Educação Básica
As salas de ensino sempre receberam uma grande variedade de estudantes, independentemente de serem inclusivas, com alunos de diferentes origens socioeconômicas, raças, culturas, com desafios na aprendizagem, restrições físicas ou intelectuais, entre outras características. Com a abordagem inclusiva, a diversidade dos alunos nas escolas aumentou, incorporando aqueles que antes frequentavam instituições especializadas de ensino.
Através do método de inclusão, os educadores necessitaram manter constantemente uma visão vigilante, garantindo que o aprendizado seja acessível a todos, uma vez que é evidente que os obstáculos enfrentados pelas crianças no dia a dia têm impacto direto em seu progresso educacional.
Nossa experiência como educadores tem mostrado que dentro de uma mesma sala de aula encontramos estudantes que enfrentam adversidades como a pobreza, a violência doméstica, o uso de drogas, a falta de acesso à tecnologia, provenientes de classes sociais distintas, de regiões remotas, nômades, que precisam trabalhar para ajudar a família, que vivem nas ruas, que fazem parte de minorias étnicas, linguísticas ou culturais. São individualidades únicas e diversas, cada uma com suas características próprias (BRASIL, 2005, p. 93).
Conforme mencionado na obra, a variedade presente nas salas de aula do Brasil é enorme, sendo importante que os professores tenham cautela ao planejar suas aulas, para garantir que todos os alunos estejam envolvidos e participem ativamente do aprendizado.
A abordagem educacional inclusiva representou um avanço significativo no progresso das estratégias governamentais de ensino, uma vez que, ao ser introduzida essa proposta pedagógica, evidenciou-se a urgência de reformular a forma de instrução voltada para os alunos; instigando os docentes a se dedicarem em aprimorar o nível de ensino oferecido. Dessa forma, está em consonância com os argumentos de Rodrigues (2017), que defende a ideia de que a educação inclusiva na escola também tem um caráter social.
Na instituição de ensino inclusiva, o ato educacional deve ser compreendido como um ato coletivo, no qual todas as crianças com necessidades especiais e dificuldades de aprendizagem têm o direito de serem integradas na escola da forma mais próxima do convencional. A escola inclusiva é vista como um processo coletivo, no qual todas as crianças com necessidades especiais e dificuldades de aprendizagem têm o direito de serem integradas na escola da forma mais próxima do convencional (RODRIGUES, 2017, p. 3).
Destaca-se que a base essencial da inclusão é receber de modo mais equitativo os estudantes com limitações que eram isolados do ambiente escolar comum, os quais frequentavam uma escola exclusiva apenas para eles.
As instituições de ensino convencional, que anteriormente acolhiam alguns jovens com demandas educativas singulares, passaram a admitir todos os estudantes, sem distinção de suas particularidades. Gradativamente, houve a integração e aceitação de todos nas escolas, mesmo que encontrando certa resistência por parte dos docentes. Mesmo com menor destaque, a situação escolar atual, especialmente nas escolas públicas, evidencia que os recursos educacionais nem sempre contribuem efetivamente para a inclusão.
Frente às realidades das instituições de ensino públicas, percebe-se a existência de várias lacunas no que se refere à prestação de serviços adequados com ferramentas que realmente promovam a inclusão do indivíduo no processo de ensino e aprendizagem. Não é o bastante apenas estar presente na sala de aula para ser considerado incluído. A escola precisa encontrar maneiras de incluir o aluno de forma que ele possa de fato aprender, um direito que lhe é assegurado. A inclusão vai contra qualquer tipo de discriminação, e é necessário que a instituição educacional repense todos os seus conceitos em prol de uma educação que respeite a diversidade. No entanto, essa é uma missão difícil para uma escola que se acostumou com a padronização e excluiu qualquer forma de diferença de seu ambiente escolar (BATISTA; CARDOSO, 2020, p. 3).
O principal objetivo da escola inclusiva é assegurar que todos os alunos tenham acesso e possam permanecer na instituição, com a premissa da equidade de oportunidades e respeito à diversidade humana, valorizando tanto a cultura quanto as práticas e políticas educacionais implementadas internamente.
As instituições de ensino acolhem uma ampla diversidade de alunos com demandas educacionais específicas, o que exige uma constante atualização e formação de todos os profissionais envolvidos na educação, a fim de garantir um atendimento adequado a todos os estudantes. De acordo com Gadotti (1992),
A instituição de ensino que adota essa abordagem visa ampliar os horizontes dos estudantes para o entendimento de diferentes culturas, linguagens e formas de pensamento, em um mundo cada vez mais globalizado, visando promover uma sociedade diversificada (GADOTTI, 1992, p. 21).
A partir da adoção da educação inclusiva, todos os alunos possuem garantido o direito de ingressar e permanecer na escola, sem qualquer discriminação com base em suas capacidades físicas, intelectuais, entre outras. A instituição de ensino deve valorizar a diversidade de seu corpo discente, sem preconceitos em relação às diferenças, e proporcionar uma educação que assegure a aprendizagem de todos os estudantes.
Destaca-se a importância das escolas se transformarem em espaços socioculturais, enxergando como algo positivo e não apenas como uma obrigação o acolhimento e a preparação de um público diverso, valorizando as diferentes habilidades dos estudantes. Portanto, entende-se que a educação inclusiva deve estar alicerçada nos princípios educacionais.
Neste sentido, a educação se fundamenta em quatro princípios: adquirir conhecimento; desenvolver habilidades práticas; promover a interação social; e construir a identidade. Incorporar a educação inclusiva em todos esses princípios significa assegurar que a formação de crianças e adolescentes com necessidades especiais seja viabilizada através das diversas oportunidades de crescimento disponíveis na instituição educacional (FERREIRA, 2018, p. 4).
É importante que a instituição de ensino incentive a igualdade entre os alunos e esteja disposta a se adaptar para atender às necessidades do momento atual. O planejamento das ações deve ser feito com atenção e consideração às características individuais dos estudantes, garantindo assim uma inclusão efetiva e relevante.
Segundo Mantoan (2003), diante desses obstáculos no local de trabalho, a primeira medida é reformular a abordagem educacional para atender a todos, reestruturar as escolas pedagogicamente incentivando o diálogo, solidariedade, criatividade, promovendo e fortalecendo o pensamento crítico de todos os membros da equipe escolar, uma vez que essas competências são essenciais para o desenvolvimento da cidadania.
É responsabilidade do educador proporcionar ao estudante, oportunidade e autonomia para que ele possa adquirir conhecimento e evoluir, evitando assim a sua reprovação ao término do ano letivo. Segundo a escritora Mantoan (2003), a instituição de ensino também deve investir na capacitação constante, no aperfeiçoamento e no reconhecimento dos professores, a fim de que tenham recursos e motivação para lecionar a todos os alunos.
Assim, a instituição de ensino que enxerga e aprecia a diversidade desenvolve iniciativas educacionais inclusivas e adota estratégias de ensino personalizadas para atender às necessidades dos alunos que enfrentam dificuldades em acompanhar o ritmo da turma, por meio da adequação dos conteúdos, simplificação das tarefas e suporte nos programas de recuperação escolar (MANTOAN, 2003).
Para garantir a inclusão, é fundamental que cada escola se destaque ao oferecer um ensino de excelência, preparando os estudantes para atender às exigências do mercado de trabalho. Além de promover a educação científica de qualidade, uma sociedade avançada deve se envolver em projetos humanitários.
Mantoan (2003) argumenta que a chave para o sucesso na educação está em valorizar os talentos dos alunos, estimulá-los e encorajá-los a ter autonomia, ao mesmo tempo, em que promove a capacidade de cada um em produzir. Reconhecer as limitações é necessária, mas não deve ser encarado como um obstáculo ao aprendizado. Para o conhecimento ser acessível a todos, é fundamental compreender que a diferenciação ocorre naturalmente através do aluno ao realizar as atividades propostas, e não através da maneira como o professor ensina. O educador deve conduzir suas aulas de forma inclusiva e sem preconceitos, transformando a escola em um ambiente de diversidade e acolhimento.
Conclusão
Por meio da realização deste estudo, foi viável adquirir um conhecimento básico sobre a inclusão, compreender qual é o seu propósito e como deve ser implementada para esse público que, por um longo tempo, foi excluído e agora está sendo mais aceito pela sociedade em geral. Entretanto, para uma formação contínua, principalmente dos professores, é essencial ampliar e aprofundar o debate sobre esse tema em pesquisas futuras, uma vez que essa demanda é percebida diariamente em toda a sociedade, especialmente na área da educação.
A questão da educação inclusiva no Brasil, principalmente em algumas instituições de ensino, carece de uma reflexão profunda e de uma reestruturação que considere a importância do olhar humano. Esse tema tem sido amplamente debatido por estudiosos que reconhecem a sua relevância na vida daqueles que possuem alguma deficiência ou necessidades educacionais especiais e que se sentem acolhidos ao terem a oportunidade de conviver e compartilhar experiências. É visível, através das estatísticas, o aumento no número de alunos com necessidades educacionais especiais matriculados nas escolas do país, pois as famílias estão cada vez mais conscientes de que a educação é fundamental para o desenvolvimento pleno de seus filhos.
No entanto, é importante enfatizar que a integração é uma situação comum na rotina de praticamente todos os educadores, inclusive daqueles que não lidam diretamente com estudantes com deficiência ou necessidades educacionais especiais. Isso se deve ao fato de que a inclusão é uma característica intrínseca a uma sociedade composta por indivíduos com necessidades variadas, tornando essencial a existência de uma escola que reconheça suas limitações e incentive suas habilidades.
REFERÊNCIAS
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