INSTRUMENTOS DE RASTREIO DE RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS: REVISÃO DE LITERATURA

Autores:
Hendrea Beatriz Ribeiro da Silva¹
Douglas Silva Ataíde²
Denilson da Sila Veras³
Deilson Barros Siqueira⁴
Aparecida de Cássia Moreira Monteiro⁵
Leonardo Marques Reis⁶

¹Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário FAMETRO, Manaus/AM.
²Fisioterapeuta Mestre; Docente na Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, Manaus/AM. Fisioterapeuta.
³Fisioterapeuta Mestre; Docente na Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, Manaus/AM. Fisioterapeuta.
⁴Acadêmico Finalista do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário FAMETRO, Manaus/AM.
⁵Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário FAMETRO, Manaus/AM.
⁶Acadêmico Finalista do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário FAMETRO, Manaus/AM.


RESUMO

A instabilidade postural e as quedas são condições que mais acometem os idosos, devido seu grande número de incidência, constitui um dos principais problemas clínicos e de saúde pública. As quedas além de terem forte relação com maior morbidade e mortalidade no público idoso, desencadeiam grandes limitações funcionais. Objetivo: Revisar instrumentos de rastreio do risco de quedas em idosos. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura de artigos em banco de dados e publicações em revistas relativo aos anos de 2011 a 2021, utilizando os descritores: rastreio de quedas , quedas em idosos e risco de quedas. Resultados: Foram identificados 5 instrumentos de rastreio de quedas com validação e bons resultados quando aplicados no público alvo, sendo eles: Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), Timed up and go (TUG), Short Physical Perfomance Battery (SPPB), Escala de Eficácia de Quedas(EEQ) e o Teste Funcional de Alcance (TAF). Conclusão: Há uma escassez de estudos que visam a validação de ferramentas em rastreio de quedas, porém os resultados expostos nesse trabalho apresentam-se como bons instrumentos pretidores de risco de quedas em idosos.

Descritores: Rastreio de quedas; quedas em idosos; risco de quedas.

ABSTRACT

Postural instability and falls are conditions that most affect the elderly, due to their large number of incidence, constitute one of the main clinical and public health problems. Falls, in addition to having a strong relationship with greater morbidity and mortality in the elderly population, trigger major functional limitations. Objective: To review instruments for tracking the risk of falls in the elderly Methods: A literature review of articles in databases and publications in journals for the years 2011 to 2021 was carried out, using the descriptors: tracking of falls, falls in the elderly and risk of falls. Results: Five fall tracking instruments were identified with validation and good results when applied to the target audience, namely: Berg Balance Scale (EEB), Timed up and go (TUG), Short Physical Performance Battery (SPPB), Efficacy Scale of Falls (EEQ) and the Functional Reach Test (TAF). Conclusion: There is a scarcity of studies aimed at the validation of fall tracking tools, but the results presented in this work are good predictors of the risk of falls in the elderly.

Keywords: Fall tracking; falls in the elderly; risk of falls.

INTRODUÇÃO

De acordo com Wingerter et al., (2020) no envelhecimento acontecem inúmeras alterações bioquímicas, físicas, funcionais e morfológicas, transmudando a capacidade de adaptação funcional dos sistemas do corpo à conjunturas do dia-a-dia, contribuindo para que enfermidades e causalidades do cotidiano se instalem no organismo da população idosa.

A população brasileira teve um aumento significativo no número de idosos em 4,8 milhões desde 2012 até 2017, o que totalizou 30,2 milhões de pessoas na fase de melhor idade. Em cinco anos, os 4,8 milhões de novos idosos correspondem a 18% de grupo etário, sendo as mulheres em maior número com 16,9 milhões e os homens com 13,3 milhões, afirma IBGE (2018).

Wingerter et al., (2020) aponta que a instabilidade postural e as quedas são condições que mais acometem os idosos e devido seu grande número de incidência, constitui um dos principais problemas clínicos e de saúde pública. Souza et al., ( 2019, p. 3508) apresenta quedas como “o contato não intencional com a superfície de apoio, resultante da mudança de posição do indivíduo para um nível inferior à sua posição inicial, sem que tenha havido fator intrínseco determinante ou acidente inevitável e sem perda de consciência”.

Falsarella, Gasparotto e Coimbra (2014), discorrem que as quedas além de terem forte relação com maior morbidade e mortalidade no público idoso, desencadeiam outras condições incapacitantes como: restrição na mobilidade, incapacidade funcional, fraturas, perda da independência e autonomia, depressão, institucionalização e declínio da qualidade de vida, tal qual têm tornado propício sobrecargas no sistema de saúde e questões socioeconômicas.

A prevenção de quedas é importante uma vez que esta ocorrência além de ser uma condição que impõem grande limitação funcional, é uma das principais causas que levam a óbito a população idosa. Nesse contexto, ter instrumentos de avaliação para rastreio de quedas padronizados é uma forma de atuar nos vários níveis de atenção à saúde, porém com foco na atenção primária, como prevenção. Dessa forma, o objetivo desse estudo é revisar instrumentos de rastreio de quedas em idosos.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura, utilizando artigos científicos publicados entre os anos de 2011 a 2021 nos idiomas Inglês e Português. A busca eletrônica dos artigos partiu das seguintes fontes LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific Electronic Library Online), , Anais UniEvangélica, Biblioteca Digital de Dissertações da UCB, Revista Geatrics Gerontology and Aging, Revista Brasileira em Enfermagem, Revista Extensão & Sociedade, Revista Temas em Saúde e Revista Kairós Gerontologia, no período de Outubro de 2021. Foi utilizado os seguintes descritores: rastreio de quedas, quedas em idosos e risco de quedas, estes descritores poderiam estar no título ou no resumo. Os termos foram combinados entre si através do operador boleano “AND’’.

Foram incluídos artigos que utilizaram ou abordavam sobre instrumentos de rastreio de quedas ou risco de quedas na população idosa. Quanto aos artigos excluídos, não foram filtrados aqueles que tinham objetivo analisar o risco de quedas em um grupo específico com uma patologia associada, como parkinson e pós AVC. Seguindo os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 9 artigos que contemplaram o desenho metodológico proposto.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram incluídos nesta análise o total de 9 artigos que realizaram estudos experimentais através de instrumentos para analisar o risco de quedas em idosos, o que resultou em 6 instrumentos de avaliação. A Tabela 1, mostra de a forma em que os instrumentos são aplicados e quanto a interpretação dos seus dados, por conseguinte a discussão dos artigos encontrados.

Tabela 1.

AUTORINSTRUMENTOAPLICAÇÃOINTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Silva et al., (2018) e Santos et al., (2011)Escala de Equilíbrio de Berg (EEB)A avaliação acontece por meio de observação do desempenho, baseada em tempo e dificuldade de realizar as atividades de vida diárias proposta em uma escala ordinal de 0 a 4. Onde 0 representa a incapacidade de completar a tarefa e 4 a capacidade de concluir independente.A pontuação total é de 56 pontos, divididos em 14 tarefas. De acordo com o total de pontos sinalizados pode ter como resultado: 0 a 20 – prejuízo do equilíbrio; 21 a 40 – equilíbrio aceitável; 41 a 56 – bom equilíbrio.
Bretan et al., (2013) e Aveiro et al., (2012)Timed up and go (TUG)Avaliação do equilíbrio dinâmico e mobilidade funcional através de tempo. O teste consiste em levantar-se de uma cadeira (aproximadamente 46 cm do chão) sem ajuda das mãos, andar 3 m, contornar um marcador, retornar à cadeira e sentar-se. A partir do comando de voz para iniciar o teste, é cronometrado todo o percurso até o avaliado sentar-se novamente.A classificação de risco de quedas apresenta-se: Até 10 segundos – baixo risco de quedas; Até 20 segundos – risco moderado de quedas; Acima de 20 segundos – alto de quedas iminente.
Magalhães et al (2017)Short Physical Perfomance Battery (SPPB)O teste investiga o equilíbrio estático, velocidade da caminhada e força dos membros inferiores através de tempo. Para o equilíbrio estático, o avaliado realiza três posições diferentes com tempo ideal de 10 segundos em cada uma. Para a velocidade da caminhada, o paciente realiza um percurso de 3 metros, duas vezes, com sua velocidade habitual enquanto o tempo é cronometrado. O SPPB soma no total máximo de 12 pontos derivados dos três testes. Com scoring: De 0 a 3 pontos – incapacidade ou mau atuação; De 4 a 6 pontos – baixo desempenho; De 7 a 9 pontos – desempenho moderado; De 10 a 12 pontos – bom desempenho. Considerando mau atuação e baixo desempenho indicativo para risco de quedas.
Magalhães et al., (2018)Short Physical Perfomance Battery (SPPB)Por fim, a avaliação de força dos membros inferiores sucede o paciente realizando o movimento de levantar-se de uma cadeira com os braços cruzados sobre o tórax. Obtendo sucesso na primeira tentativa, será sugerido ao paciente que repita o movimento 5 vezes consecutivas enquanto o tempo será cronometrado. Todos os três testes pontuarão de 0 a 4 pontos, resultando uma pontuação máxima de 12 pontos. Quanto maior o total da pontuação, melhor desempenho do indivíduo.
Marques-Vieira et al., (2017) e Oliveira et al., (2011)Escala de Eficácia de quedasProporciona avaliação do medo de cair em atividades do quotidiano. Um questionário com 16 atividades de vida diária, no qual o paciente responde o quão se sente preocupado em cair em realizá-las em uma escala de 1 a 4.A pontuação máxima do FES é de 64 pontos. Apontando resultados de acordo com o scoring: < 23 pontos – baixo risco de quedas; ≥ 23 a pontos – risco esporádico; ≥ a 31 pontos – risco recorrente de quedas.
Brito (2015)
Teste de Alcance Funcional (TAF)Teste que avalia o equilíbrio em uma inclinação do tronco a frente a partir de centímetros. O paciente é posicionado em pé ao lado de uma parede, na qual a mesma terá uma fita métrica na altura do acrômio do avaliado. Com os ombros a 90º graus de flexão, cotovelos estendidos e punhos neutros, o paciente fará uma flexão de tronco ao decorrer da fita, sem tocá-la e sem tirar os calcanhares do chão. O movimento será realizado 3 vezes, e será anotado as medidas das três tentativas.O dado coletado é obtido a partir da média entre a posição final e a inicial. Pontuação ≤ 15 cm – maior risco de quedas; 16 a 25 pontos – baixo risco de quedas; Pontuação > 25 pontos – sem risco de quedas.
Fonte: Próprio autor.

Silva et al., (2017), realizaram um estudo transversal do tipo descritivo, prospectivo, com abordagem quanti-qualitativa com uma população do distrito de Tauapiranga – PE, onde teve objetivo avaliar o equilíbrio funcional de idosos residentes desse grupo através da Escala de Equilíbrio de Berg. A amostra foi composta por 73 idosos com boa capacidade cognitiva na faixa etária ≥ 60 anos. Para tornar a amostra homogênea, os autores os subdividiram em subgrupos de acordo com a idade. Os subgrupos se apresentaram em Grupo I – 60 a 70 anos; GII- 71 a 81 anos; Grupo III – 82 a 92 anos e Grupo IV- a partir de 93 anos. Notou-se que o maior grupo de idosos ficou na faixa de 60 a 70 anos. Ao avaliar o equilíbrio, observaram que 61,64% da amostra tem alteração do equilíbrio e que o gênero feminino é o mais afetado. Concluindo que mais da metade dos residentes do distrito de Tauapiranga tem comprometimento do equilíbrio postural e por conseguinte, maior risco de quedas.

Um estudo transversal realizado por Santos et al., (2011) com objetivo analisar os valores preditivos para o risco de queda em idosos praticantes e não-praticantes de atividade física por meio da Escala de Equilíbrio de Berg, teve como desfecho alta sensibilidade (91%) e especificidade (92%) desse instrumento no grupo não-praticante de atividade física. Porém, nos sujeitos praticantes de atividade física frequente apresentou baixa sensibilidade (entre 0 e 15%) e alta especificidade (83 e 100%), ou seja, a escala teve baixa aptidão de detectar a ocorrência de quedas dentre os indivíduos que as sofreram e alta capacidade de identificar aqueles que não tiveram um episódio de queda no grupo com atividades regulares.

O desenho do estudo se deu a partir de 188 idosos com uma média de 66 anos, com autorrelato de algum episódio de queda, onde 91 deles praticavam atividade física nos projetos do Grupo de Estudos da Terceira Idade e 96 idosos sem qualquer tipo de prática física avaliados através do EEB para analisar risco de quedas. Os autores concluíram a Escala de Equilíbrio de Berg não se mostrou sensível nos idosos ativos, sugerindo acréscimo de outras escalas para identificar risco de quedas no público em questão. Já no grupo não praticante de exercícios físicos a escala se aplica de forma adequada como preditor de risco de queda.

Bretan et al., operou um estudo descritivo transversal com 102 idosos de ambos os sexos testados com o Timed up and go para avaliar o risco de quedas. Em maior quantidade, os idosos expunham idade ≥ 75 anos, onde 66% eram do sexo feminino e 34% do sexo masculino com um possível histórico de quedas nos últimos 6 meses. Como critério de exclusão, usaram a incapacidade de compreender os comandos do teste, doenças sistêmicas ou outras descompensadas, uso de cadeira de rodas ou necessidade de ajuda para caminhar.

Os resultados apresentados foram, 15,80% (16 idosos) dos indivíduos necessitaram de 30 segundos ou mais para finalizar o teste; 16,76% (17 idosos) consumiram de 10 a 29 segundos e outros 63,7% (63 idosos) de 10 a 19 segundos. Dos 102 indivíduos avaliados, apenas 4 idosos ou 3,81% do total realizaram o teste em menos de 10 segundos. Sendo assim, o maior número de idosos dessa população avaliada apresentaram risco moderado de quedas e 15,80% alto risco de quedas. Outros achados foram que houve significância estatística entre a queixa “tontura” e o número de quedas (p = 0,03); entre a queixa “desequilíbrio” e número de quedas (p = 0,02) e entre a queixa “desequilíbrio” e tempo dispendido (p < 0,0001). Contudo, concluíram que um número expressivo desse público provavelmente está mais propenso a quedas e a dependência maior nas suas atividades de vida diária.

Os idosos da comunidade de São Carlos, participaram de um estudo transversal feito por Aveiro et al., (2012) com objetivo avaliar a mobilidade e o risco de quedas dos mesmos a partir do teste Timed up and go. A amostro foi composta por 739 idosos, com uma média de idade de 69,90 ±7,20 anos todos cadastrados à Unidade de Saúde da Família de São Carlos. Foram excluídos do estudo idosos acamados, com dificuldade de compreensão do teste, os que não conseguiam deambular e os que faziam auxílio de dispositivo de locomoção. Quanto ao histórico de quedas, foi questionado aos participantes dos episódios do ano anterior, perante esses dados, foram subdivididos em grupo de caidores e não-caidores.

Após aplicação do teste, os resultados obtidos foram caidores 13,35 ± 4,57 segundos e não-caidores 11,71 ± 3,61 segundos; p < 0,001. Ou seja, observou-se que os indivíduos do grupo caidores consumiram mais tempo para realizar o teste em relação aos não-caidores. Outros achados apresentados nesse estudo foi que quanto mais idade, maior é o tempo gasto para realizar o teste TUG (60-69 anos: 11,24 ± 3,26; 70-79 anos: 12,61 ± 3,97; 80-89 anos: 14,58 ± 4,62; 90-96 anos: 17,78 ± 4,52 segundos) e a maior prevalência se aplica no sexo feminino. Por fim, chegou-se à conclusão de que a população estudada apresentou menor mobilidade e maior risco de quedas em comparação a uma população idosa sem doenças em estágios limitantes e independente para as atividades de vida diária.

Magalhães et al., (2018) realizou um estudo transversal utilizando o Short Physical Perfomance Battery (SPPB) com intuito de rastrear risco de quedas em idosos frequentadores de uma universidade aberta para terceira idade. O SPPB avaliou o desempenho físico funcional de membros inferiores nesses idosos e o estudo ainda apresenta a avaliação da preensão palmar. A amostra foi composta por 47 idosos de ambos os sexos e apenas indivíduos matriculados em oficinas e das modalidades esportivas ofertadas na instituição, além de nota abaixo 18 pontos no Miniexame do Estado Mental e que apresentassem alterações ortopédicas incapacitantes de realizar o teste. Os idosos presentaram-se com idade média de 70,11 ± 6,23 anos e 96% da amostra praticam de atividade física duas vezes na semana.

Como resultados, notaram que 85% dos idosos obtiveram bom desempenho físico funcional de membros inferiores o que, de acordo com o autor, pode ser explicado pela participação dos idosos em atividades físicas regulares. E valores achados para preensão palmar foi de 89% da amostra não atingir a força de preensão manual predita.

Marques-Vieira et al., (2018) autor principal de um estudo composto de avaliadores da área da enfermagem, apresentou como objetivo traduzir e adaptar Falls Efficacy Scale Internacional (FES-I) e analisar as propriedades psicométricas da versão FES-I Portugal. O desenho do estudo compreendeu 170 idosos residentes da Região Autônoma da Madeira, com mais de 65 anos selecionados através de um processo não probabilístico de conveniência. Foram incluídos na avaliação idosos com ≥ 65 anos que recorressem aos centros de saúde do SESARAM, EPE, em um período de maio a junho de 2015 e que precisaram de cuidados de enfermagem, no centro de saúde ou à domicílio. Foram excluídos aqueles que residiam no Porto Santo e Porto Muniz. O estudo levou em consideração a validade, a confiabilidade e a fiabilidade interobservador da FES para esse público.

Nesse contexto, os resultados obtidos foram que a fiabilidade interobservador foi de 0,62, com um coeficiente de correlação interclasse de 0,859, para um intervalo de confiança de 95%, além de a consistência interna da versão portuguesa de 0,962. Sendo assim, o autor concluiu que a validade e a confiabilidade da FES-I Portugal são consistentes e revelam ser um instrumento adequado para a avaliação do risco de quedas em idosos.

Na cidade de Santa Cruz-RN, Oliveira et al., (2011) operou um estudo com idosos com o objetivo avaliar a preocupação do idoso com relação à possibilidade de sofrer quedas nos diferentes contextos diários. O idosos faziam parte de um grupo de terceira idade na qual foi fornecida uma ação em saúde pela FACISA/UFRN. Ao todo, 40 idosos participaram da avaliação através da Escala de eficácia de quedas (Falls Efficacy Scale-FES). Os indivíduos tinham em média 69,5 anos de idade, de ambos os sexos (70% feminino, 30% masculino) dos quais dois faziam uso de dispositivo auxiliar para se locomover. Os resultados através do FES mostraram que 14 idosos (35%) obtiveram baixo risco de quedas, ao passo que 16 (40%) tiveram grau esporádico e 10 (25%) um risco recorrente de quedas. Contudo, conclui o autor que há menos idosos com medo de cair, o que pode ser reflexo dos mesmos serem praticantes de atividades físicas semanais também por apresentar nos resultados apenas dois idosos que utilizam dispositivos auxiliares para locomoção.

Brito (2015) realizou uma pesquisa transversal com finalidade verificar a correlação entre força de Preensão manual com o teste de Alcance Funcinal e o Timed up and go para detectar risco de quedas em idosos, o estudo foi apliacado em 71 idosos entre 60 a 80 anos de idade do Centro de Especialidades do Ambulatório do Hospital da Universidade Católica de Brasília. O autor uso os três testes funcinais afim de obter correçaões entre eles quanto ao risco de quedas na amostra mencionada. Aplicaram como critério de inclusão idosos com capacidade de deambular de forma indepente, capacidade visual e auditiva para enxergar a linha de 3 metros e ouvir os comando necessários para realização do teste. Quanto aos critérios de exclusão, aplicou-se aos que apresentavam distúrbios cinéticos funcionais das articulações de membros superios e inferiores e/ou distúrbios de equilíbrio.

Aos resultados, o autor observou as correlações totais, entre o teste preensão manual direita e esquerda com o TUG não apresentaram uma boa correlação, já entre a preensão manual e o TAF, obteve uma correlação positiva ( P M direita: r=0,52; p=0,0001 e P M esquerda: r=0,51 p =0,0001). Ou seja, quanto maior for a força das mãos maior será o valor do TAF, indicando melhor equilíbrio estático resultando menor risco de quedas. Contudo, o autor não apresentou resultados significativos para relacionar a força de preensão manual como preditor de quedas, não houve correlação satisfatória entre preensão manual e TUG e por fim, atingiu êxito quanto a correlação entre TAF e preensão manual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim da pesquisa sobre instrumentos de rastreio de quedas em idosos, foi identificado os seguintes testes funcionais e escalas de avaliação: Escala de Equilíbrio de Berg, Timed up and go, Short Physical Perfomance Battery, Escala de Eficácia de Quedas e o Teste Funcional de Alcance. A literatura apresenta alguns outros testes e escalas, porém há poucos estudos que os apresentam e os aplicam como foco principal na avaliação de risco de quedas no público idoso, o que indica necessidade de novos estudos com essa temática.

Os instrumentos expostos nesse trabalho foram os mais evidentes quanto a sua validação e eficácia no público alvo, ou seja, instrumentos eficientes como preditores de risco de quedas em idosos.

REFERÊNCIAS

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