“INOVAÇÃO E IMPACTO DAS FOSSAS BIODIGESTORAS NA SUSTENTABILIDADE DA VIDA RURAL NO MUNICÍPIO DE PARANAVAÍ- PR”

“INNOVATION AND IMPACT OF BIODIGESTER PITS ON THE SUSTAINABILITY OF RURAL LIFE IN THE MUNICIPALITY OF PARANAVAÍ- PR., BRAZIL”

“INNOVACIÓN E IMPACTO DE LAS FOSAS BIODIGESTORAS EN LA SOSTENIBILIDAD DE LA VIDA RURAL EN EL MUNICIPIO DE PARANAVAÍ-PR”, BRASIL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202502111613


Ana Tyomi Obara1
Fabiana Silva Botta Demizu2
Sonia Maria Crivelli Mataruco3


Resumo

O presente estudo tem o objetivo de verificar a importância do saneamento básico, que é considerado fundamental para a qualidade de vida da população, no entanto, a maioria das áreas rurais ainda carece de serviços adequados de tratamento de esgoto. Trata-se de um estudo transversal, com enfoque em demonstrar a importância das fossas biodigestoras como solução compatível para o tratamento de esgoto em áreas rurais, em especial no Ribeirão Araras, no município de Paranavaí-PR. Para isso, será realizada uma revisão bibliográfica sobre a Política Nacional de Saneamento e o uso de fossas biodigestoras como alternativa para o tratamento de esgoto em áreas rurais. Além disso, serão levantados dados sobre a eficiência desse modelo de tratamento, seus custos e impactos ambientais e culturais. Desse modo realizaremos um levantamento de campo para identificar a aceitação da população rural em relação à implantação das fossas biodigestoras e compreender como essa alternativa pode contribuir para a universalização do saneamento na região. Sendo assim, a implantação de fossas biodigestoras poderá favorecer benefícios ambientais, econômicos e culturais para as comunidades rurais, justificando assim a realização deste estudo. Os dados serão analisados qualitativamente, buscando identificar as principais vantagens e desvantagens da implantação das fossas biodigestoras nessa localidade. O estudo mostrou que as fossas biodigestoras apresentam a mesma eficiência de uma estação de tratamento convencional, constituindo uma alternativa viável e sustentável para atender a população rural que não é atendida pelo saneamento. Além disso, verificamos que a implantação dessas fossas foram bem aceitas pela comunidade local sendo estabelecidas como uma excelente alternativa para atender ao dispositivo da lei 11.445/2007 cujo objetivo é garantir a qualidade de vida e a saúde da população, promovendo ações efetivas e sustentáveis no saneamento básico no quesito universalização do saneamento.

Palavras-chave: Saneamento básico; Impactos ambientais; Fossas biodigestoras.

Abstract

The present study aims to verify the importance of basic sanitation, which is considered fundamental for the population’s quality of life. However, most rural areas still lack adequate sewage treatment services. This is a cross-sectional study, focusing on demonstrating the importance of biodigester pits as a compatible solution for sewage treatment in rural areas, especially in Ribeirão Araras, Paranavaí-PR. To achieve this, a literature review will be conducted on the National Sanitation Policy and the use of biodigester pits as an alternative for sewage treatment in rural areas. Additionally, data will be collected on the efficiency of this treatment model, its costs, and its environmental and cultural impacts. A field survey will be carried out to identify the rural population’s acceptance of implementing biodigester pits and to understand how this alternative can contribute to the universalization of sanitation in the region. Therefore, the implementation of biodigester pits may favor environmental, economic, and cultural benefits for rural communities, justifying the conduct of this study. The data will be qualitatively analyzed to identify the main advantages and disadvantages of implementing biodigester pits in this location. The study showed that biodigester pits are as efficient as a conventional treatment plant, constituting a viable and sustainable alternative to serve the rural population not covered by sanitation. Furthermore, the implementation of these pits was well-received by the local community and can be an excellent alternative to comply with the provisions of Law 11.445/2007, which aims to ensure the population’s quality of life and health by promoting effective and sustainable actions in the universalization of sanitation.

Keywords: Basic Sanitation; Environmental Impacts; Biodigester Pits.

Resumen

El presente estudio tiene como objetivo verificar la importancia del saneamiento básico, considerado fundamental para la calidad de vida de la población. Sin embargo, la mayoría de las áreas rurales aún carecen de servicios adecuados de tratamiento de aguas residuales. Este es un estudio transversal que se centra en demostrar la importancia de las fosas biodigestoras como solución compatible para el tratamiento de aguas residuales en áreas rurales, especialmente en Ribeirão Araras, Paranavaí-PR. Para lograr esto, se realizará una revisión bibliográfica sobre la Política Nacional de Saneamiento y el uso de fosas biodigestoras como alternativa para el tratamiento de aguas residuales en áreas rurales. Además, se recopilarán datos sobre la eficiencia de este modelo de tratamiento, sus costos e impactos ambientales y culturales. Se llevará a cabo una encuesta de campo para identificar la aceptación de la población rural para la implementación de fosas biodigestoras y comprender cómo esta alternativa puede contribuir a la universalización del saneamiento en la región. Por lo tanto, la implementación de fosas biodigestoras puede favorecer beneficios ambientales, económicos y culturales para las comunidades rurales, justificando la realización de este estudio. Los datos se analizarán cualitativamente para identificar las principales ventajas y desventajas de la implementación de fosas biodigestoras en esta ubicación. El estudio mostró que las fosas biodigestoras son tan eficientes como una planta de tratamiento convencional, constituyendo una alternativa viable y sostenible para atender a la población rural no cubierta por el saneamiento. Además, verificamos que la implementación de estas fosas fue bien recibida por la comunidad local y puede ser una excelente alternativa para cumplir con las disposiciones de la Ley 11.445/2007, que tiene como objetivo garantizar la calidad de vida y la salud de la población, promoviendo acciones efectivas y sostenibles en la universalización del saneamiento.

Palabras clave: Saneamiento Básico; Impactos Ambientales; Fosas Biodigestoras.

1. Introdução

O presente estudo aborda a temática do saneamento básico como um direito humano fundamental, crucial para promover a saúde e a qualidade de vida. Apesar disso, muitas comunidades rurais enfrentam desafios significativos para acessar serviços essenciais de saneamento, incluindo o tratamento adequado de resíduos. Reconhecemos que a ausência de infraestrutura de saneamento nessas áreas pode resultar em sérios riscos para a saúde pública e a gestão ambiental.

Com início num tempo longínquo da sociedade o tema de saneamento já era comentado. Segundo Cavinatto (1992, apud RIBEIRO, 2010), “desde a antiguidade o homem aprendeu intuitivamente que a água poluída por dejetos e resíduos poderiam transmitir doenças.” Em países pouco desenvolvidos, o avanço de tecnologias e metodologias que melhorem o saneamento se mostrou tardia, e apesar de civilizações antigas como os gregos e romanos que possuem exemplificações no amadurecimento com técnicas avançadas de tratamento e fornecimento de água, esta temática ainda possui obstáculos a serem vencidos.

De acordo com a Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), compreende-se por saneamento um conjunto de ações socioeconômicas que visam promover o bem-estar e a saúde da população. A preocupação com o saneamento associado à saúde humana vem desde as antigas civilizações. Há relatos de que foram encontrados banheiros, esgotos nas construções e drenagem nas ruas em ruínas de uma civilização desenvolvida há 4000 anos na Índia (FUNASA,2015).

No contexto do saneamento, destacamos as fossas biodigestoras como uma alternativa eficaz para o tratamento de esgoto em áreas rurais, oferecendo uma solução sustentável, de baixo custo e fácil manutenção. Este artigo tem como objetivo discutir a importância dessas fossas para a população rural do ribeirão Araras, em Paranavaí, no estado do Paraná. Os resultados obtidos podem contribuir significativamente para melhorar o saneamento em áreas rurais, especialmente nas zonas de abastecimento público, visando garantir a qualidade da água para a população de Paranavaí-PR.

Entretanto a precariedade do saneamento básico nas localidades rurais do Brasil se dá devido à existência de uma enorme desigualdade social, pela falta de prioridade nas políticas públicas ou até mesmo pela própria cultura da pessoa que mora no meio rural, que não vê o saneamento básico como uma prioridade a sua saúde (CAMPOS, et al., 2020).

Ao analisar os resultados da implementação das fossas biodigestoras no Ribeirão Arara, uma fonte de captação para Paranavaí-PR, observamos impactos positivos significativos, com a participação ativa de várias famílias beneficiadas pelo projeto de tratamento de efluentes domésticos na zona rural.

Este estudo visa avaliar a eficiência do sistema implantado, utilizando um protótipo conforme os padrões da Embrapa, com adaptações na propriedade rural de Ribeirão Arara. A planta piloto serviu como base para estudar a previsão em um intervalo de dois anos, observando o comportamento dessa metodologia aplicada em solos com características arenosas da região Noroeste do Paraná.

Destaca-se que o projeto tem sido crucial para a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), a comunidade local (rural) e a população urbana, representando uma medida preventiva na melhoria da qualidade da água fornecida. As fossas biodigestoras surgem como uma alternativa eficaz para resolver questões de saneamento básico em áreas rurais, proporcionando uma solução sustentável que preserva o meio ambiente e promove benefícios para a saúde pública, contribuindo para a redução da contaminação do solo e das águas subterrâneas. É um sistema de tratamento do esgoto de dejetos humanos, cujo intuito é substituir o esgoto a céu aberto e as atuais fossas utilizadas em propriedades rurais, em razão dos benefícios que podem ser gerados pela mesma (NOVAES et al., 2006).

Dados coletados e organizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (IBGE, 2014) indicam que aproximadamente 12,6% dos domicílios rurais pesquisados não possuem nenhum tipo de sistema de tratamento de esgoto e que 57,7% adotam soluções consideradas inadequadas para o esgotamento sanitário, tais como o lançamento em valas, corpos d’água ou em fossas rudimentares.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1946), “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença” e Kobiyama et al. (2008) salienta que o saneamento é fator condicionante da saúde e pode ser definido como um conjunto de medidas que promovem a elevação dos níveis de salubridade e os efeitos provocados por essas medidas.

Segundo Silva e Nour (2005), pouca atenção se dá ao tratamento de efluentes líquidos gerados nas propriedades rurais que, individualmente não produzem quantidade elevada de compostos poluidores, mas ao se considerar a sua totalidade apresentam um montante considerável, e são lançados de forma dispersa e sem o devido tratamento.

O distanciamento das fossas ou sistemas de disposição final em relação aos poços subterrâneos (freáticos ou tubulares profundos) ainda não é consensual e varia muito de acordo com cada localidade, sendo determinada, muitas vezes, de forma arbitrária (PANG et al., 2003). Na Nova Zelândia, por exemplo, a distância mínima recomendada é de 30 m (PANG et al., 2003), assim como na Espanha (Ministério de Medio Ambiente y Medio Rural y Marino, 2010).

Nos Estados Unidos, a recomendação geral é uma distância entre 15 e 30 m, mas ela depende de características locais e da regulação de cada estado (USEPA, 2002). Na Austrália, a distância mínima recomendada é de 100 m (SYDNEY CATCHMENT AUTHORITY, 2012).

Ribeiro e Rooke (2010) fizeram uma revisão dos impactos do saneamento no meio-ambiente, e perceberam que a produção crescente de resíduos e o descarte irresponsável dos mesmos contribuem para o esgotamento e contaminação dos recursos naturais. Além disso, muitas vezes compostos de substâncias tóxicas, são jogados em lagos, córregos, rios, encostas e lixões à céu aberto.

Considerando as dificuldades enfrentadas pela população rural do ribeirão Araras em Paranavaí em relação ao saneamento básico, este estudo ressalta a importância das fossas biodigestoras para essa comunidade. Diante dos resultados obtidos, evidenciam os benefícios dessas fossas e as contribuições que podem ser oferecidas para melhorar a qualidade de vida da população rural do ribeirão Araras em Paranavaí-PR.

2. Metodologia

A pesquisa em questão é definida como de natureza quantitativa e qualitativa, com o objetivo de descrever os procedimentos realizados em campo e adquirir conhecimentos para aplicação em uma situação específica. O estudo visa entender o sistema de fossas biodigestoras e aplicação de sua relevância e aplicação em áreas rurais. Para isso, foram realizados levantamentos bibliográficos sobre os materiais desenvolvidos pela Embrapa, que é pioneira nesse sistema (GIL, 2010, p. 27).

Atendo-se neste momento a refletir sobre a pesquisa quantitativa, Knechtel (2014) reverbera que esta é um modo específico de pesquisa que opera a respeito de um problema de âmbito humano ou social. Baseia-se na avaliação de uma teoria, miscigenada por variáveis e dados quantificados e registrados em números apresentados de forma estatística para determinar se as generalizações previstas na teoria se sustentam ou não. A pesquisa quantitativa, desse modo, pode ser empregada para quantificar perfis populacionais, indicadores socioeconômicos, preferências, comportamentos dos indivíduos, entre outros.

Por conseguinte, a pesquisa qualitativa é um tipo de investigação que tem a finalidade de compreender fenômenos em seu caráter subjetivo. A coleta dos dados é descritiva, diferente da pesquisa quantitativa (que é numérica). O foco está mais no processo do que no resultado, e a pesquisa não parte de nenhuma hipótese pré-definida (Marconi & Lakatos, 2023).

Em consonância com o exposto, compreendemos que a metodologia envolveu a implantação do modelo (protótipo) de fossa biodigestora, fato este que foi fundamental para verificar as possibilidades de sua aplicação em solo com características arenosas da região Noroeste do Paraná. Esse processo obteve o acompanhamento da equipe técnica da Sanepar e consequentemente os padrões exigidos pela Embrapa, com adaptações necessárias. 

Como resposta aos desafios relacionados à busca por sistemas de saneamento mais adequados, numerosas experiências têm sido desenvolvidas em diferentes partes do mundo e do Brasil, trazendo melhorias nas condições de vida das comunidades, sem a destruição dos seus valores tradicionais e, muitas vezes, possibilitando a geração de trabalho e renda (SERAFIM e DIAS, 2013).

Como se pode constatar com as características supracitadas, identificamos que para avaliar a previsão do protótipo na área do manancial, foram coletadas amostras de afluente (in-natura) e efluente (tratado) para análises físico-químicas, a fim de verificar a eficiência do sistema de tratamento na liquidação dos dejetos domésticos. 

Isso posto, constata-se que os parâmetros analíticos incluíam pH, sólidos sedimentáveis, demanda química de oxigênio (DQO), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), alcalinidade total, fósforo e sólidos suspensos estão relacionados com a prática do processo. Diante disso, pressupõe que a implantação do protótipo de fossa biodigestora no âmbito do Ribeirão Arara, gestor de captação para a cidade de Paranavaí-PR, serviu como base para analisar as previsões do sistema ao longo de dois anos e observar seu desempenho em solo com características arenosas da região Noroeste do Paraná.

Para o desenvolvimento e o alcance dos objetivos almejados com a pesquisa,  compreendemos que as amostras foram avaliadas de acordo com a metodologia descrita em normas nacionais e internacionais de análise, como Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, American Public Health Association (APHA), American Water Works Association (AWWA), Water Environment Federation (WEF). ), Agência de Proteção Ambiental (EPA) e ABNT’s (APHA, 2012). Sendo assim, os afluentes e efluentes coletados foram analisados ​​no laboratório da Sanepar em Paranavaí, sendo credenciados para análise dos dados solicitados.

Os dados obtidos das análises físico-químicas foram comparados com a resolução 357 de 2007 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, que trata da classificação dos corpos hídricos, bem como padrões de lançamento dos efluentes, neste caso, em especial o gerencial de coleta. Assim sendo, após avaliação dos resultados obtidos na planta piloto utilizada para tratamento de efluentes domésticos, foram viabilizadas parcerias entre as instituições Sanepar, Emater e Prefeitura Municipal de Paranavaí. 

Logo, para ampliar a área de atendimento no tratamento de efluentes, com a fossa biodigestora, foram convidados moradores com propriedades rurais, na Área de Proteção Ambiental – APA do Ribeirão Araras, para apresentação dos resultados avaliados do protótipo e obter aceite por parte desses proprietários e, viabilizar a implantação de novas unidades de fossas biodigestoras na abrangência da área de captação gerencial da cidade de Paranavaí.

Após a formalização da adesão dos proprietários rurais foi necessária a composição de uma equipe de trabalho multidisciplinar com a participação de geólogos, técnicos em edificações, gestores ambientais e técnicos em saneamento, para realização de trabalho em campo para avaliar as condições para futuras instalações de novas unidades das fossas biodigestoras, nas propriedades contempladas, tendo em vista a técnica operacional quanto à segurança, declividade e local de instalação.

Diante da grande adesão dos proprietários rurais, a ampliação do projeto para futuras instalações das fossas biodigestoras foi viabilizada seguindo critérios definidos pela equipe multidisciplinar, dividindo-a em duas etapas, sendo que na primeira foram beneficiados vinte proprietários rurais que atenderam aos critérios de residência habitada e localização mais próxima do manancial de abastecimento e na segunda etapa, foram contempladas mais 60 propriedades rurais com residência habitada na abrangência do manancial.

É importante enfatizar que a construção da fossa séptica biodigestora utilizada no manancial Arara se constitui num sistema básico com dimensionamento específico para cada residência da área rural e atende condições sanitárias para o limite de no máximo cinco pessoas e sua estruturação requer uma sequência de três caixas interligadas de 1000 litros por unidades com execução de buracos no solo com dimensões adequadas conforme metodologia definida pela equipe de técnica.

Para compreensão do processo de instalação foram etapas condicionais a serem realizadas na implantação da fossa séptica biodigestor, Primeiramente foi utilizado o sistema da Fossa Séptica Biodigestora que é uma técnica de tratamento de esgoto doméstico, comumente utilizada em áreas rurais e em locais onde não há acesso a sistemas de tratamento convencional, por conseguinte foram utilizados os componentes básicos do sistema, que consistem em uma fossa séptica e uma câmara de biodigestão, nesta etapa, o esgoto doméstico entra na primeira caixa, a fossa séptica, onde ocorre a separação dos resíduos sólidos e líquidos por sedimentação. Por fim, a matéria orgânica é decomposta por bactérias anaeróbicas, gerando um efluente líquido direcionado para a câmara de biodigestão.

Dando continuidade ao processo, verificamos  que na câmara de biodigestão, ocorre a permanência aeróbica dos resíduos restantes, produzindo gases (principalmente metano) e um efluente líquido tratado. Esse efluente líquido é direcionado apenas para o solo através de um sistema de dispersão (como um campo de infiltração), onde é filtrado e purificado antes de retornar ao meio ambiente.

Relacionamos esses métodos, porque o sistema de Fossa Séptica Biodigestor é uma alternativa eficiente e econômica para o tratamento de esgoto doméstico em áreas rurais, e pode contribuir para a preservação do meio ambiente e a melhoria das condições de saúde da população.

Dentro do projeto, os proprietários rurais contemplados como as fossas biodigestores foram orientados pela equipe técnica a realizar o cercamento para impedir a entrada de crianças e animais, evitando possíveis incidentes e protegendo as laterais do sistema de tratamento com grama e pedrisco para prevenir erosões devido à fragilidade do solo arenito da região noroeste do Estado do Paraná. 

Neste paradigma, as águas provenientes de pias, tanques e chuveiros não foram incorporadas no sistema naquele momento, ficando para uma análise posterior. Foi realizado um treinamento por técnicos, orientando os produtores a colocarem mensalmente esterco bovino fresco na válvula de retenção da primeira caixa, a fim de fornecer bactérias estimuladoras para a biodigestão dos dejetos. 

Visto que está diretamente vinculado à implantação do sistema no qual foi  utilizada a metodologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA no qual teve uma parceria entre Sanepar, Emater e Prefeitura Municipal. Assim, o custo de implantação de uma unidade de fossa biodigestor no ano de desenvolvimento do projeto em 2022 ficou em R$ 3.500,00, contemplando materiais e mão de obra para sua execução. Por fim, os materiais necessários para implantar o sistema de fossas biodigestores incluem caixas de três fibras de vidro ou fibrocimento, conexões de PVC, registros, válvulas, borrachas, tubos e mão de obra para escavação e instalação.

3. Resultados

A partir das análises realizadas, tornou-se viável observar tanto os resultados quantitativos quanto qualitativos do diagnóstico, os quais serão apresentados e discutidos de acordo com as tabelas número 01 e 02. Segue abaixo a tabela com o resultado das análises coletadas na fossa biodigestora.

TABELA 1: AMOSTRAS DE ANÁLISES COLETADAS NA FOSSA BIODIGESTORA.

                                                              Fonte: Dados da Pesquisa, 2022.

Conforme evidenciado na Tabela 01, a ineficiência do processo executado no biodigestor foi constatada em relação a todos os parâmetros avaliados na Análise 01. O índice de eficiência para o parâmetro de Demanda Química de Oxigênio (DQO) foi de 40,57%, ficando abaixo do mínimo exigido pela Resolução nº 357/2005, 396/2008, 430/2011, 943/2021 do Conselho Nacional de Meio Ambiente, que estabelece uma remoção mínima de 60% para a Demanda Química de Oxigênio (DBO5 20).

Diante da não conformidade com a legislação, percebe-se a necessidade de implementar melhorias no processo de tratamento. Tal necessidade adicional de complementação de carga orgânica, implica a importância de adição de esterco bovino na primeira caixa do sistema.

Dando continuidade a verificação, compreendemos que a deficiência na Análise 01 é evidenciada pelo índice de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) de 4,47%, situando-se fora dos limites estabelecidos pela legislação. O parâmetro correspondente, conforme constatado na Tabela 01, apresentou índices acima do limite devido à carga orgânica elevada.

Por outro lado, os resultados da Análise 02 revelam melhorias significativas. O parâmetro DQO apresentou resultados mais expressivos na Coleta 01, atingindo um índice de 68,66%, cumprindo os limites estabelecidos pela legislação para despejo em solos e rios. Este resultado pode ser atribuído às orientações fornecidas ao proprietário rural para a operação do processo de tratamento, incluindo a inserção de éster bovino na primeira caixa.

A eficiência do tratamento em relação ao parâmetro de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) atingiu 62,65%, também atendendo aos índices estabelecidos pela legislação.

Os resultados da Análise 03 (Tabela 01) mostram uma eficiência de tratamento satisfatória para o parâmetro de Demanda Química de Oxigênio (DQO), com um índice de 78,47%, dentro dos limites legais para desprezo em solos e rios. Em relação ao parâmetro DBO, 60% dos resultados atendem aos requisitos e limites estabelecidos pela legislação.

Apesar da remoção positiva de sólidos sedimentáveis e suspensos, o DQO do efluente na fossa biodigestora ainda ultrapassa os limites permitidos pela legislação, reduzindo uma operação deficiente na remoção de produtos orgânicos presentes no esgoto doméstico.

Conforme preconiza a Lei de Saneamento Básico, é dever do poder público, das questões de serviços e dos usuários contribuir para a gestão integrada e o controle social das atividades relacionadas ao saneamento básico. Além disso, a legislação estabelece limites e padrões de qualidade para os serviços de saneamento básico, incluindo a qualidade dos efluentes tratados.

Diante disso, é crucial submeter a fossa biodigestora a manutenção e avaliação de seu funcionamento para garantir a eficácia na remoção de compostos orgânicos e atender aos padrões legais. O monitoramento contínuo dos resultados das análises é essencial para avaliar a eficácia do sistema de tratamento e implementar correções, se necessário, a fim de garantir a qualidade do efluente tratado. 

Na sequência na tabela 02 é demonstrado os resultados obtidos ao longo do ano de 2022, para o mesmo sistema de tratamento de fluentes domésticos da área rural.

TABELA 02: RESULTADO DAS ANÁLISES COLETADAS NA FOSSA BIODIGESTORA

Fonte: Dados da Pesquisa, 2022.

Os resultados obtidos na Tabela 02 evidenciam uma eficiência superior em comparação com a Tabela 03. Na análise 04, foi constatada uma eficiência excelente no tratamento da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), alcançando um índice de 81,51%.

Esse resultado satisfatório está em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação para o descarte de efluentes no solo e rios. Além disso, houve uma melhora significativa na eficiência do sistema de tratamento de resíduos. Na análise 05 (Tabela 02), a eficiência do tratamento no parâmetro de Demanda Química de Oxigênio (DQO) foi de 83,54%, atendendo aos parâmetros estabelecidos na legislação vigente para o descarte no solo e rios. A eficiência do tratamento em relação ao parâmetro de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) foi de 72,5%, dentro dos limites estabelecidos pela legislação.

Na análise 08 (Tabela 02), a eficiência do tratamento no parâmetro de DQO foi de 85,98%, dentro dos limites da legislação vigente para o descarte no solo e rios. A eficiência do tratamento em relação ao parâmetro de DBO foi de 74,64%, também dentro dos limites legais.

Quanto aos outros parâmetros analisados, como pH, sólidos sedimentáveis, alcalinidade total, fósforo e sólidos suspensos, os resultados indicaram que a qualidade dos efluentes tratados está dentro dos limites permitidos pela legislação.

4. Discussão

A partir das análises realizadas, verificou-se a eficácia do tratamento de efluentes na área rural em relação aos parâmetros de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO). Os resultados das análises, apresentados nas Tabelas 01 e 02, demonstram que, embora em alguns casos haja conformidade com os limites estabelecidos pela legislação, também há a necessidade de melhorias no processo de tratamento.

Na Tabela 01, constatou-se a ineficiência do processo executado na fossa biodigestora em relação a todos os parâmetros avaliados na Análise 01. O índice de eficiência para o parâmetro de DQO foi de 40,57%, ficando abaixo do mínimo exigido pela legislação. Diante disso, é necessário implementar melhorias no processo de tratamento, como a adição de esterco bovino na primeira caixa do sistema.

Por outro lado, os resultados da Análise 02 revelam melhorias significativas, com a eficiência do tratamento em relação ao parâmetro de DQO atingindo 68,66%, e a eficiência em relação ao parâmetro de DBO atingindo 62,65%, ambos atendendo aos índices estabelecidos pela legislação.

Os resultados da Análise 03 (Tabela 01) demonstram uma eficiência de tratamento satisfatória para o parâmetro de DQO, com um índice de 78,47%, dentro dos limites legais para desprezo em solos e rios. Porém, o DQO do efluente na fossa biodigestora ainda ultrapassa os limites permitidos pela legislação, indicando uma operação deficiente na remoção de produtos orgânicos. Portanto, é crucial submeter a fossa biodigestora a manutenção e avaliação de seu funcionamento, a fim de garantir a eficácia na remoção de compostos orgânicos e atender aos padrões legais. O monitoramento contínuo dos resultados das análises é essencial para avaliar a eficácia do sistema de tratamento e implementar correções, se necessário, para garantir a qualidade do efluente tratado.

Os resultados da Tabela 02 evidenciam uma eficiência superior em comparação com a Tabela 03. Na análise 04, verificou-se uma eficiência excelente no tratamento da DBO, alcançando um índice de 81,51%, em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação para o descarte de efluentes no solo e rios. Além disso, houve uma melhora significativa na eficiência do sistema de tratamento de resíduos, com a eficiência do tratamento em relação ao parâmetro de DQO atingindo 83,54%.

Em resumo, os resultados das análises ressaltam a importância de manter a eficiência do sistema de tratamento de efluentes, garantindo a conformidade com os padrões legais e a preservação do meio ambiente.

5. Considerações Finais

Os resultados do estudo indicam que as fossas biodigestoras são uma solução viável e econômica para o tratamento de esgoto em áreas rurais, contribuindo para melhorar a qualidade da água e preservar o meio ambiente. Consequentemente,  a comunidade rural local demonstrou aceitação e satisfação com o uso das fossas, e os parâmetros de qualidade da água analisados no efluente das fossas apresentaram redução significativa em relação aos valores encontrados no afluente. Além disso, o uso das fossas biodigestoras atende às políticas e práticas sustentáveis e está em conformidade com a lei 11.445/2007, que prega a importância da universalização do saneamento.

Para ampliar o atendimento de outras propriedades e residências rurais que ainda não dispõem de tratamento adequado para seus dejetos sanitários, é necessário investir em soluções inovadoras e sustentáveis, como as fossas biodigestoras. Além disso, a eficiência apresentada pelo sistema de fossa biodigestora permite a sua utilização pelas empresas de saneamento para o cumprimento da Lei nº 11.445/2007, no sentido de universalizar o sistema de esgotamento sanitário. É importante destacar que a implantação das fossas biodigestoras requer custos de implantação, mas os benefícios para a saúde e a preservação ambiental justificam esse investimento.

Em suma, a utilização de fossas biodigestoras para o tratamento de esgoto em áreas rurais é uma alternativa promissora, que combina benefícios econômicos, ambientais e sociais. Sua adoção contribui para a preservação dos recursos hídricos, reduz a contaminação do solo e melhora a qualidade de vida das comunidades rurais. Por fim, os resultados do estudo indicam que as fossas biodigestoras são uma solução viável e econômica para o tratamento de esgoto em áreas rurais, contribuindo para melhorar a qualidade da água e preservar o meio ambiente. 

De acordo com as informações supracitadas, verificamos que a comunidade rural local demonstrou aceitação e satisfação com o uso das fossas biodigestoras, e os parâmetros de qualidade da água analisados no efluente das fossas apresentaram redução significativa em relação aos valores encontrados no afluente. Além disso, o uso das fossas biodigestoras atende às políticas e práticas sustentáveis e está em conformidade com a lei 11.445/2007, que prega a importância da universalização do saneamento.

Considerando a predominância de fossas rudimentares na área do manancial do Ribeirão Araras, que contribuem para elevar os níveis de contaminação do solo e dos recursos hídricos, a implantação de fossas biodigestoras é uma medida essencial para garantir a saúde e a qualidade de vida da população rural. Concluímos que o projeto piloto apresentou resultados satisfatórios e gerou satisfação entre os proprietários e parceiros que aderiram ao projeto.

Referências

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1Universidade Estadual de Maringá. Paraná,  Brasil. E-mail: atobara@uem.br
2Universidade Estadual de Maringa. Paraná,  Brasil. E-mail: pg54724@uem.br
3ORCID: https://orcid.org/my-orcid?orcid=0009-0003-5574-7187 Universidade Estadual de Maringá. Paraná, Brasil. E-mail: pg55394@uem.com.br