REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202505311338
Diana Braga de Araújo2
Hizorrana Nathieli Feitoza Esteves3
Allan Kardec Gurgel do Amaral4
RESUMO
A crescente urbanização de Porto Velho tem provocado impactos ambientais significativos, especialmente sobre a avifauna, devido à fragmentação de habitats, perda de áreas verdes e degradação de ecossistemas urbanos. Este trabalho tem como objetivo analisar como a Engenharia Civil e a Arquitetura podem contribuir para a conservação da biodiversidade local, por meio da aplicação de infraestrutura verde no planejamento urbano. A pesquisa foi conduzida por meio de revisão bibliográfica, com foco em estudos recentes sobre sustentabilidade urbana, soluções baseadas na natureza e casos aplicados em cidades nacionais e internacionais. Os resultados evidenciam que estratégias como corredores ecológicos, telhados verdes, arborização com espécies nativas e sistemas de drenagem sustentável são eficazes na reconexão de habitats e na mitigação dos impactos urbanos sobre a fauna. Experiências em cidades como Londres, São Paulo e Manaus demonstram que a integração entre infraestrutura verde e planejamento urbano pode ser adaptada à realidade amazônica. Conclui-se que a adoção dessas práticas em Porto Velho representa uma oportunidade para promover um desenvolvimento urbano mais sustentável, equilibrando crescimento e conservação ambiental.
Palavra-chave: Infraestrutura Verde; Sustentabilidade Urbana; Engenharia. Arquitetura; Avifauna.
1. INTRODUÇÃO
A urbanização acelerada tem causado impactos significativos na biodiversidade, especialmente na avifauna, devido à fragmentação de habitats, poluição sonora e luminosa e à redução de áreas verdes. A urbanização pode reduzir drasticamente a diversidade de aves em áreas metropolitanas, comprometendo os serviços ecossistêmicos prestados por essas espécies, como dispersão de sementes e controle biológico de insetos (Pauliquevis, 2019). Em Porto Velho, a expansão urbana tem avançado sobre áreas naturais, incluindo igarapés e fragmentos florestais, afetando diretamente a fauna local.
Além dos impactos da urbanização, a construção de grandes empreendimentos, como a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, modificou extensas áreas de várzea, habitat essencial para diversas espécies de aves. Melo (2022) demonstrou que a formação do reservatório da usina alterou a composição e riqueza de espécies, sendo que algumas apresentaram declínio populacional devido à perda de áreas de nidificação e alimentação.
Diante desse cenário, torna-se fundamental a adoção de estratégias urbanísticas que minimizem os impactos da urbanização e promovam a conservação da biodiversidade. Segundo Battistuzzo (2023), cidades com maior permeabilidade do solo e arborização adequada contribuem não apenas para o bem-estar humano, mas também para a manutenção da fauna e da flora urbanas. No entanto, em Porto Velho, a implementação da infraestrutura verde ainda é incipiente e carece de estudos que avaliem sua real aplicabilidade no contexto local.
Assim, este estudo tem como objetivo investigar como a Engenharia Civil e a Arquitetura podem contribuir para a conservação da avifauna em Porto Velho, por meio da implementação da infraestrutura verde no planejamento urbano. A pesquisa busca demonstrar que soluções urbanísticas sustentáveis podem beneficiar tanto a biodiversidade quanto a qualidade de vida da população. Com base nesse panorama de desafios e oportunidades, torna-se necessário aprofundar o entendimento sobre os conceitos e benefícios da infraestrutura verde, bem como os impactos da urbanização sobre a avifauna. Para isso, a próxima seção apresenta a fundamentação teórica que embasa este estudo.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A infraestrutura verde e a sustentabilidade urbana representam um campo de estudo e prática de crescente relevância, especialmente diante dos desafios impostos pela urbanização acelerada. A infraestrutura verde refere-se a uma rede de espaços naturais e seminaturais estrategicamente planejados, com o objetivo de fornecer múltiplos serviços ecossistêmicos. Esses serviços incluem a regulação do clima, melhoria da qualidade do ar e da água, conservação da biodiversidade e promoção do bem-estar humano.
2.1 Infraestrutura Verde e Sustentabilidade Urbana: conceito, aplicações e benefícios ambientais, sociais e econômicos
A infraestrutura verde é uma abordagem estratégica para o planejamento urbano, baseada na integração de espaços naturais e seminaturais ao ambiente construído, visando a conservação da biodiversidade e a melhoria da qualidade de vida nas cidades. Segundo Santos e Enokibara (2021), esse conceito envolve áreas verdes urbanas, corredores ecológicos, telhados verdes e sistemas de drenagem sustentável, contribuindo para a regulação climática, o controle da poluição e a promoção do bem-estar humano.
Cidades que investem em infraestrutura verde experimentam benefícios ambientais e sociais, como a redução do efeito de ilhas de calor, a melhoria da qualidade do ar e a mitigação de enchentes (Solera et al., 2020). Além disso, essa abordagem favorece a conectividade ecológica, permitindo o deslocamento da fauna entre fragmentos florestais e reduzindo o impacto da urbanização sobre a biodiversidade. Em Porto Velho, onde a expansão urbana ocorre muitas vezes sem planejamento adequado, a infraestrutura verde pode ser uma solução viável para minimizar os impactos ambientais e integrar áreas naturais ao tecido urbano.
2.2 Impactos da Urbanização na Avifauna: como a urbanização afeta habitats, padrões de migração e biodiversidade local
A urbanização acelerada tem levado à fragmentação de habitats e à redução da oferta de recursos essenciais para a avifauna, resultando em mudanças na composição e na abundância de espécies. Além disso, a poluição sonora e luminosa interfere no comportamento das aves, afetando seus padrões de migração, alimentação e reprodução.
No contexto de Porto Velho, Villar e Medeiros (2023) destacam que a expansão urbana tem gerado conflitos com os cursos d’água, especialmente os igarapés, impactando os ecossistemas ripários e reduzindo áreas essenciais para a fauna. A degradação dessas áreas compromete a conectividade ecológica, dificultando o deslocamento das aves e aumentando a vulnerabilidade de espécies dependentes de ambientes alagáveis.
Outro fator crítico é a construção de grandes empreendimentos, como a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, que alterou significativamente os habitats de várzea na região. Melo (2022) investigou os impactos da usina sobre a avifauna e constatou que a formação do reservatório levou à perda de locais de nidificação e alimentação, afetando diretamente a diversidade e a abundância de espécies. Esse cenário evidencia a necessidade de estratégias que minimizem os efeitos da urbanização e da infraestrutura de grande porte sobre a fauna local.
Conforme o Plano Diretor Participativo do Município de Porto Velho, a cidade possui áreas verdes urbanas distribuídas de forma desigual, com concentração em parques e margens de igarapés. A fragmentação dessas áreas pode impactar negativamente a biodiversidade local, incluindo a avifauna. De acordo com o WikiAves, há cerca de 700 espécies registradas no município de Porto Velho. Embora não existam dados precisos sobre o número de espécies de aves na zona urbana, a presença de habitats naturais é essencial para a manutenção da diversidade avifaunística. A falta de corredores ecológicos interligando os fragmentos de vegetação compromete a dinâmica populacional das aves, ressaltando a necessidade de estratégias de planejamento urbano que integrem a conservação da biodiversidade.
2.3 Soluções Arquitetônicas e de Engenharia para Infraestrutura Verde: boas práticas urbanísticas aplicadas à conservação da fauna
A Arquitetura e a Engenharia Civil desempenham um papel fundamental na promoção da sustentabilidade urbana e na conservação da biodiversidade. Projetos que incorporam infraestrutura verde ao planejamento urbano podem mitigar os impactos da urbanização sobre a avifauna e favorecer a coexistência entre o ambiente construído e os ecossistemas naturais.
Entre as principais estratégias que podem ser implementadas, destacam-se: Criação de corredores ecológicos, facilitando o deslocamento das aves entre diferentes áreas verdes e reduzindo o isolamento populacional; plantio de espécies nativas e frutíferas, fornecendo abrigo, alimento e locais de nidificação para as aves; Instalação de ninhos artificiais e poleiros, especialmente em áreas urbanizadas com poucas árvores, incentivando a permanência da fauna local; e adoção de sistemas de drenagem sustentável, como jardins de chuva e wetlands construídos, que preservam os habitats naturais e contribuem para a regulação hídrica das cidades.
Essas soluções são amplamente aplicadas em projetos urbanos ao redor do mundo, demonstrando sua eficácia na redução dos impactos ambientais e na promoção da biodiversidade (Vasconcellos; Miyamoto, 2023). Em Porto Velho, a incorporação dessas estratégias ao planejamento urbano pode ser uma alternativa viável para a conservação da avifauna, garantindo um equilíbrio entre crescimento econômico e sustentabilidade ambiental.
Algumas ações que podem ser implementadas incluem a criação de corredores ecológicos para facilitar o deslocamento das aves criando áreas arborizadas com espécies nativas e frutíferas que fornece abrigo, locais de nidificação e alimento para as aves, e em áreas urbanas com poucas árvores, a colocação de ninhos artificiais e poleiros criando assim um ambiente melhor para auxiliar na reprodução e no descanso das aves incentivando a permanência da fauna local, além da adoção de sistemas de drenagem sustentável para preservar os habitats naturais. Essas estratégias contribuem diretamente para a conservação da avifauna, promovendo ambientes urbanos mais equilibrados e favoráveis à biodiversidade. A partir das boas práticas arquitetônicas e urbanísticas identificadas, busca-se agora compreender como essas estratégias vêm sendo aplicadas e avaliadas na prática. A seção seguinte apresenta os procedimentos metodológicos adotados para guiar esta investigação.
3. METODOLOGIA
Para alcançar os objetivos propostos, este estudo adota a revisão bibliográfica como método principal, analisando pesquisas acadêmicas, projetos urbanos e iniciativas que relacionam a infraestrutura verde à conservação da biodiversidade. A pesquisa bibliográfica utilizará o critério de obras publicadas a partir de 2020, garantindo um nível de informação atualizado e alinhado às práticas mais recentes de sustentabilidade urbana.
As fontes consultadas incluirão revistas eletrônicas, repositórios acadêmicos, o Portal de Periódicos da CAPES, estudos realizados por institutos de pesquisa e órgãos ambientais, além de relatórios técnicos de instituições governamentais e não governamentais que atuam na área de planejamento urbano e conservação ambiental. Esse recorte permitirá a construção de uma base teórica consistente, fundamentada em dados atualizados e estudos de referência.
Além disso, serão analisados o Green Infrastructure Framework (ou Marco da Infraestrutura Verde) de Londres, estratégia desenvolvida pelo governo local para orientar o planejamento, desenvolvimento e gestão da infraestrutura verde na cidade e a revitalização do Rio Tietê em São Paulo. Esses projetos conseguiram integrar a expansão urbana à preservação ambiental, evidenciando estratégias bem-sucedidas na implementação da infraestrutura verde. A escolha dos casos foi baseada em critérios como impacto ambiental positivo, replicabilidade das soluções e compatibilidade com a realidade de Porto Velho. Para esse estudo, considerou-se apenas o perímetro urbano do município de Porto Velho. A partir dessa análise comparativa, busca-se identificar práticas que possam ser adaptadas e aplicadas ao contexto local, contribuindo para o desenvolvimento de soluções viáveis e sustentáveis. Com base nos métodos adotados, passa-se à análise das experiências nacionais e internacionais, cujos resultados oferecem subsídios para pensar alternativas sustentáveis aplicáveis ao contexto de Porto Velho.
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISE
A partir da revisão bibliográfica realizada, foi possível identificar um conjunto de estratégias urbanas que demonstram a eficácia da infraestrutura verde na conservação da biodiversidade, com ênfase na avifauna. As cidades analisadas, tanto no cenário internacional quanto nacional, fornecem exemplos que reforçam a viabilidade e os benefícios da integração entre o planejamento urbano e os sistemas naturais.
Quadro 1. Comparativo de Práticas Urbanas Sustentáveis

A comparação entre os diferentes contextos (Quadro 1) mostra que, mesmo em cidades com desafios distintos, é possível alcançar avanços significativos na conservação da biodiversidade urbana a partir de ações planejadas e intersetoriais. As ações descritas para Porto Velho são propostas com base na realidade ambiental e urbanística local.
Observa-se que Londres apresenta um modelo robusto de infraestrutura verde, com políticas públicas integradas e monitoramento contínuo da biodiversidade. Em contrapartida, São Paulo, apesar dos desafios socioambientais, demonstrou avanços significativos na requalificação de espaços degradados, com impacto direto no retorno da avifauna. Manaus se destaca pelo envolvimento de instituições de pesquisa no mapeamento da fauna urbana. Porto Velho, por sua vez, ainda carece de um planejamento integrado, mas possui potencial natural inexplorado. Essa comparação evidencia que, mesmo com contextos distintos, estratégias adaptadas e ações intersetoriais podem promover resultados positivos para a biodiversidade urbana.
Imagem 1. Comparativo urbano: Londres, Rio Tietê, Belém e Manaus.

Fonte: Compilação do autor
4.2 Principais Achados da Revisão
A infraestrutura verde tem se mostrado uma ferramenta eficaz para reconectar habitats urbanos, mesmo em cidades densamente ocupadas. Estratégias como corredores ecológicos, drenagem sustentável e arborização com espécies nativas são replicáveis e adaptáveis a diferentes escalas e realidades socioambientais. A participação de instituições de pesquisa, fortalece o monitoramento contínuo da fauna e a formulação de políticas públicas baseadas em dados. Em contextos como o de Porto Velho, a ausência de planejamento urbano integrado contribui para a perda de biodiversidade e acentua a fragmentação ecológica.
4.3 Aplicabilidade em Porto Velho
Para esse estudo, considerou-se apenas o perímetro urbano de Porto Velho, o qual possui cerca de 47,1 km² de área urbana (Figura 1). Considerando a existência de múltiplas Áreas de Proteção Permanente dentro da zona urbana, observa-se que Porto Velho possui condições geográficas e ambientais favoráveis à implementação de estratégias de infraestrutura verde (Figura 2).
A presença de igarapés urbanos, fragmentos de vegetação nativa, áreas de várzea, além de zonas de expansão urbana com pouca cobertura vegetal, oferece a oportunidade de aplicar soluções como: corredores ecológicos, interligando fragmentos verdes e favorecendo a movimentação da avifauna; jardins de chuva, especialmente em áreas sujeitas a alagamentos e ocupações recentes; arborização com espécies frutíferas e nativas, que promovem alimentação, abrigo e reprodução das aves; programas de ciência cidadã, como inventários participativos, educação ambiental e monitoramento colaborativo da avifauna urbana.
A articulação entre os setores da engenharia, Arquitetura, poder público e sociedade civil é fundamental para viabilizar essas ações. A experiência de outras cidades mostra que, mesmo com diferentes contextos socioeconômicos, é possível construir soluções sustentáveis e eficazes.
Figura 1: Limite do município e área urbana (colorido) de Porto Velho.

Fonte: GeoPortalPMPV
Figura 2: Áreas de Preservação Permanente (APP) na área urbana de Porto Velho.

Fonte: GeoPortalPMPV
5. ESTUDO DE CASO: LONDRES (INGLATERRA) E RIO TIETÊ (BRASIL)
Embora inseridas em contextos socioeconômicos e ambientais distintos, as cidades de Londres e São Paulo apresentam experiências relevantes na adoção de infraestrutura verde, servindo como referências práticas para cidades em desenvolvimento, como Porto Velho.
Londres é reconhecida mundialmente por suas políticas ambientais inovadoras, especialmente após a implementação do Green Infrastructure Framework, uma estratégia urbana que visa integrar natureza e cidade. Esse plano contemplou a conexão de parques, corredores verdes, áreas úmidas artificiais, telhados verdes e árvores urbanas, promovendo uma malha ecológica funcional e contínua em todo o território urbano. Além da estrutura física, a cidade desenvolveu ferramentas de monitoramento como o Urban Greening Factor (UGF), que permite quantificar o impacto ambiental positivo de novos empreendimentos.
Essa política resultou em benefícios ecológicos mensuráveis, como o retorno de espécies antes ameaçadas, entre elas o tordo (Turdus philomelos) e o pardal-comum (Passer domesticus), além da melhoria da qualidade ambiental urbana.
No contexto brasileiro a revitalização do Rio Tietê, em São Paulo, representa um exemplo nacional de recuperação de áreas degradadas por meio da infraestrutura verde. O projeto incluiu a requalificação das margens do rio, criação de parques lineares, ampliação de estações de tratamento e reaproximação da população com o ambiente aquático urbano. Apesar dos desafios ainda existentes, como o tratamento de esgoto e ocupações irregulares, foram observados resultados positivos, como o retorno gradual de aves aquáticas, especialmente em trechos mais arborizados e próximos das áreas verdes restauradas. A presença de espécies como garças e biguás indica que as condições ambientais vêm melhorando progressivamente.
Esses dois casos, embora diferentes em escala e recursos disponíveis, demonstram que a infraestrutura verde é uma estratégia versátil, eficaz e replicável. A partir dessas referências, é possível construir soluções adaptadas à realidade porto-velhense, respeitando suas particularidades ambientais, sociais e econômicas.
Imagem 2. Comparativo urbano entre Londres e São Paulo. À esquerda, Regent’s Canal, Londres. À direita, Rio Tietê, São Paulo.

Fonte: Compilação do autor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou compreender de que forma a Engenharia Civil e a Arquitetura podem atuar de forma integrada à promoção da sustentabilidade urbana, com foco na conservação da avifauna em Porto Velho, por meio da implementação de infraestrutura verde. A partir da revisão bibliográfica, da análise de experiências nacionais e internacionais e da avaliação do contexto urbano porto-velhense, foi possível identificar estratégias eficazes e viáveis para a reconexão ecológica, mitigação de impactos ambientais e valorização da biodiversidade.
Observou-se que práticas como corredores ecológicos, arborização com espécies nativas, jardins de chuva e drenagem sustentável são medidas que não apenas favorecem a fauna urbana, mas também melhoram a qualidade de vida da população, promovendo cidades mais resilientes, saudáveis e equilibradas. Casos como os de Londres e São Paulo demonstram que, mesmo diante de limitações estruturais, é possível transformar áreas degradadas em espaços vivos e integrados à natureza urbana. Já os exemplos de Manaus e Belém mostram como o engajamento científico e comunitário fortalece a conservação da biodiversidade no contexto amazônico.
No caso de Porto Velho, o estudo evidenciou que a cidade possui potencial ambiental ainda pouco explorado, com áreas verdes, igarapés e fragmentos florestais que, se integrados por políticas públicas consistentes, podem formar uma malha ecológica urbana capaz de sustentar populações de aves e demais espécies da fauna silvestre.
Dessa forma, este trabalho reforça a necessidade de articulação entre poder público, sociedade civil e profissionais do setor técnico, como engenheiros e arquitetos, para que soluções baseadas na natureza saiam do papel e contribuam, de fato, para um modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável. Recomenda-se a realização de inventários urbanos da avifauna de Porto Velho, o desenvolvimento de projetos-piloto de infraestrutura verde em bairros com baixa cobertura vegetal e o fortalecimento de ações educativas e programas de ciência cidadã, como ferramentas de engajamento e preservação ambiental. Tais medidas podem servir de base para políticas públicas mais integradas, sensíveis ao território amazônico e às suas particularidades socioambientais.
REFERÊNCIAS
MELO, Tomaz Nascimento de. Padrões de uso de habitat e o efeito do alagamento permanente sobre a avifauna de várzea afetada pela UHE Santo Antônio no Rio Madeira. 2022. 160 f. Tese (Doutorado em Zoologia) – Universidade Federal do Amazonas, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, 2022. Disponível em: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8894. Acesso em: 24 mar. 2025.
PAULIQUEVIS, Carolina Ferreira. Aves como promotoras de serviços ecossistêmicos culturais em áreas urbanas. 2019. 74 f. Tese (Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional) – Universidade Anhanguera-Uniderp, Campo Grande, 2019. Disponível em: https://repositorio.pgsscogna.com.br//handle/123456789/65800. Acesso em: 24 Mar.2025.
PORTO VELHO (Município). Geoportal de Porto Velho – Mapas Municipais. Disponível em: 14 https://geoportal.portovelho.ro.gov.br/mapas_municipais.html#meio-ambiente-2. Acesso em: 25 mar. 2025.
SANTOS, Maria Fernanda Nóbrega dos; ENOKIBARA, Marta. Infraestrutura Verde: conceitos, tipologias e terminologia no Brasil. Paisagem e Ambiente: Ensaios, São Paulo, v. 32, n. 47, e174804, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.paam.2021.174804. Acesso em: 24 Mar. 2025.
SOLERA, Maria Lucia (Org.); MACHADO, Aline Ribeiro; CAVANI, Ana Candida Melo;
SOUZA, Caroline Almeida; LONGO, Mariana Hortelani Carneseca; VELASCO, Giuliana Del Nero; IKEMATSU, Priscila; AMARAL, Raquel Aguiar Moraes. Guia metodológico para implantação de infraestrutura verde (livro eletrônico). São Paulo: IPT: FIPT, 2020. 79p. (IPT. Publicação 3035). Disponível em: https://ipt.br/2021/06/25/guia-metodologica-para-implantacao-de-infraestrutura-verde-livr o-eletronico/. Acesso em: 24 mar. 2025.
VASCONCELLOS, A.; MIYAMOTO, J. Infraestrutura verde: uma revisão de literatura. Revista Thésis, Rio de Janeiro, v. 8, n. 16, 2023. DOI: 10.51924/revthesis.2023.v8.393. Disponível em: https://thesis.anparq.org.br/revista-thesis/article/view/393. Acesso em: 24 mar. 2025.
VILLAR, Flora Martinez Palhares; MEDEIROS, José Marcelo Martins. A cidade que corta o rio: conflitos entre os igarapés e o traçado urbano em Porto Velho/RO. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETURA DA PAISAGEM, Anais VII Congresso Internacional de Arquitetura da Paisagem. Curitiba. Editora Realize. 2024. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/107802. Acesso em: 24 Mar. 2025.
WIKIAVES. Espécies de aves registradas em Porto Velho (RO). Disponível em: https://www.wikiaves.com.br/especies.php?&t=c&c=1100205. Acesso em: 25 mar. 2025.
1 Artigo apresentado à Faculdade UniSAPINES como requisito parcial para conclusão do Curso em Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil.
2 Graduanda de Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade UniSAPIENS.
3 Graduanda de Engenharia Civil pela Faculdade UniSAPIENS.
4 Graduação em Engenharia da Computação pela Universidade do Norte do Paraná e Pós Graduado em Docência Superior pela Universidade do Norte do Paraná