INFLUÊNCIA DO MACHISMO NO FEMINICÍDIO

INFLUENCE OF MACHISMO ON FEMINICIDE

INFLUENCIA DEL MAQUISMO EN EL FEMINICIDIO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202411301235


Beatriz Alves De Souza1
Elen Jaiane Silva Da Costa2
Jorgiane Melo Da Silva3
Luzia Vitória Alencar Rosa4
Adriano Dos Santos Oliveira5
Ailton Souza da Costa Júnior6


RESUMO: O feminicídio, um crime de ódio direcionado a mulheres em contextos de violência de gênero, tem sido uma crescente preocupação no Brasil, onde as taxas deste crime estão entre as mais altas do mundo. Esta revisão sistemática visa descrever e analisar a influência do machismo como um dos principais fatores contribuintes para a ocorrência de feminicídios no Brasil, comparando-o com outros fatores culturais e sociais. Foram consultadas bases de dados como SciELO, Bireme, Lilacs, BVS, MEDLINE e a Revista de Enfermagem, cobrindo publicações dos últimos dez anos. Os resultados indicam que o machismo não apenas perpetua a violência de gênero, mas também é um catalisador crucial para a ocorrência de feminicídios, exacerbando as desigualdades existentes e legitimando a violência extrema contra as mulheres. A pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas focadas na desconstrução do machismo e na promoção da igualdade de gênero como medidas fundamentais para a prevenção do feminicídio. Conclui-se que o combate ao machismo é essencial para a redução das taxas de feminicídio no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Feminicídio, violência de gênero, desigualdade, políticas públicas.

ABSTRACT: Femicide, a hate crime targeting women in contexts of gender-based violence, has been a growing concern in Brazil, where rates of this crime are among the highest in the world. This systematic review aims to describe and analyze the influence of machismo as one of the main contributing factors to the occurrence of femicides in Brazil, comparing it with other cultural and social factors. Databases such as SciELO, Bireme, Lilacs, BVS, MEDLINE and the Revista de Enfermagem were consulted, covering publications from the last ten years. The results indicate that machismo not only perpetuates gender-based violence, but is also a crucial catalyst for the occurrence of femicides, exacerbating existing inequalities and legitimizing extreme violence against women. The research reinforces the need for public policies focused on deconstructing machismo and promoting gender equality as fundamental measures for the prevention of femicide. It is concluded that combating machismo is essential to reduce femicide rates in Brazil.

KEYWORDS: Femicide, gender violence, inequality, public policies.

RESUMEN: El feminicidio, un crimen de odio dirigido a mujeres en contextos de violencia de género, ha sido una preocupación creciente en Brasil, donde las tasas de este crimen se encuentran entre las más altas del mundo. Esta revisión sistemática tiene como objetivo describir y analizar la influencia del machismo como uno de los principales factores que contribuyen a la ocurrencia de feminicidios en Brasil, comparándolo con otros factores culturales y sociales. Se consultaron bases de datos como SciELO, Bireme, Lilacs, BVS, MEDLINE y la Revista de Enfermagem, que abarcan publicaciones de los últimos diez años. Los resultados indican que el machismo no sólo perpetúa la violencia de género, sino que también es un catalizador crucial para la ocurrencia de feminicidios, exacerbando las desigualdades existentes y legitimando la violencia extrema contra las mujeres. La investigación refuerza la necesidad de políticas públicas enfocadas en deconstruir el machismo y promover la igualdad de género como medidas fundamentales para prevenir el feminicidio. Se concluye que combatir el machismo es fundamental para reducir las tasas de feminicidio en Brasil.

PALABRAS CLAVE: Feminicidio, violencia de género, desigualdad, políticas públicas.

1. INTRODUÇÃO

O feminicídio, definido como o homicídio de mulheres em função de seu gênero, é uma das formas mais extremas e brutais de violência de gênero. No Brasil, este crime atingiu proporções alarmantes, tornando-se um tema central nas discussões sobre direitos humanos e segurança pública. O país está entre as nações com as maiores taxas de feminicídio no mundo, o que evidencia uma crise de violência contra as mulheres sustentada por fatores culturais e estruturais profundamente enraizados (MENEGHEL; MARGARITES, 2017).

Entre esses fatores, o machismo se destaca como uma ideologia persistente e nociva que perpetua a desigualdade de gênero e justifica atos de violência extrema. O machismo, enquanto sistema de crenças e valores que promove a superioridade masculina e a submissão feminina, cria um ambiente no qual a violência contra as mulheres é tolerada, minimizada ou, em alguns casos, incentivada. Essa cultura machista não apenas sustenta a violência física e psicológica, mas também alimenta as condições que levam ao feminicídio, tornando-o um desfecho trágico em situações de controle e dominação (ALVES; PAULA, 2023).

O presente artigo propõe explorar como o machismo influencia a ocorrência de feminicídios no Brasil, comparando-o com outros fatores culturais e sociais que também contribuem para a perpetuação dessa violência. Compreender a relação entre o machismo e o feminicídio é essencial para a formulação de políticas públicas eficazes e para o desenvolvimento de estratégias preventivas que abordem a violência de gênero em sua raiz (SOUZA et al., 2022a). Ao analisar criticamente a literatura existente e identificar lacunas no conhecimento, esta pesquisa busca contribuir para o debate acadêmico e social sobre a erradicação do feminicídio e a promoção da igualdade de gênero.

Além disso, é importante destacar que o feminicídio não é um fenômeno isolado, mas parte de um continuum de violência que inclui abuso físico, psicológico, sexual e econômico. O machismo, como uma das principais forças motrizes dessa violência, atua em conjunto com outras formas de opressão, como racismo, homofobia e desigualdade socioeconômica, amplificando o risco de feminicídio entre as mulheres mais vulneráveis, especialmente aquelas de grupos marginalizados (BACKES; GIONGO; CÚNICO, 2023).

Diante da gravidade do problema, esta revisão sistemática tem como objetivo geral descrever como o machismo, em comparação com outros fatores culturais e sociais, atua como um dos fatores predominantes na ocorrência de feminicídios no Brasil. Para alcançar esse objetivo, a pesquisa se concentra em três objetivos específicos: (1) Descrever os índices de feminicídio no Brasil nos últimos anos; (2) Analisar a influência do machismo, em comparação com outros fatores culturais e sociais, na perpetuação da violência de gênero; e (3) Enfatizar a importância de políticas públicas e ações educativas voltadas para a prevenção do feminicídio.

O estudo não apenas explora a extensão do problema, mas também busca fornecer embasamento para a elaboração de políticas públicas e ações educativas que possam efetivamente reduzir as taxas de feminicídio no Brasil. A importância de abordar o machismo de maneira direta e eficaz é central para qualquer estratégia que vise erradicar a violência de gênero e promover uma sociedade mais justa e equitativa (SOUZA et al., 2022b).

2. Referencial Teórico

2.1 Machismo Estrutural e Suas Implicações na Saúde

O machismo, enquanto uma estrutura social, afeta diretamente o bem-estar físico e mental das mulheres, manifestando-se em diversas formas de violência de gênero. Assumpção Filho (2023) destaca que comportamentos como o stalking refletem a dinâmica de poder e controle, amplamente naturalizada pelo machismo, que afeta a saúde psicológica das mulheres. Este tipo de perseguição prolongada pode gerar transtornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, afetando o cotidiano das vítimas e prejudicando seu acesso a serviços de saúde.

No âmbito da saúde reprodutiva, Backes, Giongo e Cúnico (2023) observam que as mulheres que enfrentam situações de machismo estrutural têm menos acesso a cuidados médicos adequados. As barreiras culturais criadas pelo machismo limitam a capacidade dessas mulheres de buscar ajuda médica, principalmente quando se trata de saúde sexual e reprodutiva, temas muitas vezes envoltos em tabus. Isso contribui para o aumento de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e complicações de saúde decorrentes de gestações indesejadas.

Além disso, a masculinidade tóxica afeta não só as mulheres, mas também os homens, que resistem a buscar cuidados de saúde devido à percepção de fraqueza associada ao atendimento médico. Casadei e Kudeken (2020) discutem como o machismo é perpetuado até mesmo nas campanhas de saúde pública, que frequentemente não conseguem envolver homens de maneira significativa em questões de saúde reprodutiva e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

2.2 Interseccionalidade e Desigualdade no Acesso à Saúde

A interseccionalidade, que considera as interações entre diferentes formas de opressão como gênero, raça e classe social, é crucial para entender como o machismo afeta desproporcionalmente as mulheres marginalizadas. Alves e Paula (2023) discutem como as mulheres negras em situação de rua enfrentam múltiplas barreiras de acesso a cuidados de saúde, resultado de discriminação de gênero e raça. Essas mulheres, além de expostas a maiores riscos de violência, encontram dificuldades em acessar serviços de saúde, aumentando sua vulnerabilidade a doenças e agravando sua situação de marginalização.

No contexto rural, Backes, Giongo e Cúnico (2023) exploram as dificuldades enfrentadas pelas mulheres agroecologistas, destacando que o machismo estrutural combinado com a falta de políticas públicas voltadas para a saúde dessas mulheres agrava os problemas de saúde mental e física. As barreiras de acesso à saúde nessas áreas muitas vezes são invisibilizadas, e a falta de transporte ou recursos adequados intensifica as desigualdades no atendimento à saúde.

Ferreira et al. (2023) apontam que, além das mulheres, homens que se relacionam com homens também enfrentam barreiras significativas ao acesso à saúde, especialmente no contexto da violência sexual. A falta de programas de saúde voltados para minorias sexuais e de gênero agrava o sub-relato de violência e doenças associadas, como HIV e outras DSTs, o que reflete a ausência de políticas de saúde inclusivas.

2.3 Violência de Gênero e Saúde Mental

A violência de gênero, especialmente o feminicídio, tem implicações devastadoras para a saúde mental das mulheres, seus familiares e a sociedade como um todo. Meneghel e Margarites (2017) relatam que a violência psicológica e emocional frequentemente antecede o feminicídio, e que o trauma psicológico é um dos principais fatores que leva mulheres a não buscarem ajuda. Muitas vezes, o medo de retaliação e a dependência econômica impedem as mulheres de romperem com ciclos abusivos, o que leva ao agravamento de transtornos psicológicos como ansiedade e depressão.

Martins et al. (2018) abordam como as mulheres que passam por violência de gênero enfrentam uma escalada de problemas de saúde mental, que muitas vezes resultam em suicídios ou agravamento de doenças psicossomáticas. A falta de apoio adequado por parte de profissionais de saúde e a falta de protocolos específicos para lidar com essas vítimas faz com que muitas mulheres permaneçam invisíveis no sistema de saúde, sem receber o suporte psicológico necessário.

Cantares e Guzzo (2022) apontam que as diretrizes políticas na área da psicologia devem ser melhoradas para incluir abordagens mais sensíveis à violência de gênero, que levem em conta os impactos de longo prazo na saúde mental das vítimas. Os serviços de saúde precisam ser mais acessíveis e preparados para identificar e tratar os impactos psicológicos da violência de gênero de forma eficaz e preventiva.

2.4 Feminicídio e Saúde Pública

O feminicídio é uma questão de saúde pública que exige uma resposta mais coordenada e eficiente dos serviços de saúde. Souza et al. (2022) relatam que a falta de treinamento adequado para profissionais de saúde na identificação de sinais de violência de gênero pode resultar na omissão de casos de violência que culminam em feminicídio. Profissionais de saúde que lidam com casos de violência doméstica frequentemente não têm a capacitação necessária para identificar os riscos e encaminhar as vítimas para serviços de proteção adequados.

A saúde pública também tem o papel de intervir preventivamente, e isso inclui a criação de campanhas que não apenas conscientizem sobre a gravidade do feminicídio, mas que também envolvam os homens em discussões sobre masculinidade e violência de gênero. Paula et al. (2023) discutem a necessidade de políticas mais robustas que integrem o setor de saúde, educação e justiça para enfrentar o feminicídio de forma holística, com intervenções em múltiplas frentes.

Segundo Medeiros e Jorge (2018), a falta de recursos e de integração entre diferentes setores de saúde pública resulta em lacunas no atendimento de mulheres em risco de feminicídio. Mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente em áreas rurais e periféricas, são as mais atingidas por essa falta de serviços adequados.

2.5 Políticas Públicas de Prevenção ao Feminicídio

As políticas públicas são essenciais na prevenção do feminicídio e na promoção da saúde das mulheres. Souza et al. (2022a) argumentam que as políticas atuais, embora representem avanços importantes, ainda são insuficientes, especialmente no que diz respeito à saúde mental e ao suporte psicológico para as mulheres vítimas de violência. O fortalecimento dessas políticas exige a criação de redes de apoio mais efetivas e maior integração entre os serviços de saúde e os serviços sociais.

Casadei e Kudeken (2020) apontam que campanhas de saúde pública voltadas para a igualdade de gênero são frequentemente insuficientes, falhando em tratar a masculinidade tóxica que alimenta a violência de gênero. As políticas públicas precisam abordar o machismo estrutural de forma mais direta e transformadora, criando espaços seguros para discussões e intervenções sobre masculinidade.

Meneghel e Margarites (2017) sugerem que políticas preventivas também devem focar na educação em saúde desde a infância, promovendo uma cultura de respeito e igualdade de gênero. A prevenção ao feminicídio começa com a desconstrução de normas machistas enraizadas na sociedade, e os sistemas de saúde têm um papel crucial nesse processo.

2.6 Barreiras de Acesso a Serviços de Saúde

As barreiras ao acesso aos serviços de saúde impactam diretamente a capacidade das mulheres de se protegerem contra a violência de gênero. Backes, Giongo e Cúnico (2023) relatam que, em áreas rurais, as mulheres enfrentam grandes dificuldades em acessar serviços médicos básicos, o que agrava as consequências de abusos e violência. A falta de transporte, recursos e infraestrutura de saúde nessas áreas limita o alcance de políticas públicas e serviços preventivos.

Ferreira et al. (2023) observam que, além da barreira geográfica, o estigma social associado à violência de gênero impede que muitas mulheres denunciem seus agressores ou busquem ajuda. A falta de treinamento adequado de profissionais de saúde para lidar com casos de violência doméstica também contribui para que muitas vítimas não sejam identificadas e, portanto, não recebam o suporte necessário.

Paula et al. (2023) destacam a importância de criar mecanismos que facilitem o acesso das mulheres aos serviços de saúde, especialmente em casos de violência. Isso inclui campanhas educativas, maior integração dos serviços de saúde com organizações de apoio e a criação de protocolos específicos para lidar com casos de violência de gênero.

3. Metodologia

A presente pesquisa foi realizada utilizando o método de revisão sistemática, com o objetivo de analisar a influência do machismo na ocorrência de feminicídios no Brasil, comparando este fator com outros elementos culturais e sociais. Para isso, optou-se por uma abordagem qualitativa e exploratória, visando compreender as nuances e complexidades do tema por meio de uma análise aprofundada da literatura existente.

3.1 Seleção das Bases de Dados

As bases de dados selecionadas para a coleta dos artigos foram SciELO, Bireme, Lilacs, BVS, MEDLINE e a Revista de Enfermagem. A escolha dessas bases se deu pela relevância e abrangência que elas oferecem na área de saúde e ciências sociais, garantindo acesso a estudos que abordam a violência de gênero e questões relacionadas ao machismo em diferentes contextos socioculturais.

3.2 Critérios de Inclusão e Exclusão

Para garantir a qualidade e a relevância dos dados coletados, foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão rigorosos:

Critérios de Inclusão:

  • Artigos publicados entre 2014 e 2024.
  • Estudos realizados no contexto brasileiro ou que contemplem análises comparativas envolvendo o Brasil.
  • Pesquisas que abordam diretamente o feminicídio e sua relação com o machismo, ou outros fatores culturais e sociais relevantes.
  • Artigos disponíveis em português.

Critérios de Exclusão:

  • Artigos de opinião, editoriais e revisões não sistemáticas.
  • Estudos que não apresentem dados empíricos ou análises claras sobre a influência do machismo no feminicídio.
  • Publicações que não estejam disponíveis em texto completo.

3.3 Estratégia de Busca

Foi desenvolvida uma estratégia de busca abrangente, utilizando palavras-chave combinadas de forma a capturar o maior número possível de estudos relevantes. As palavras-chave principais incluíram: “machismo”, “feminicídio”, “violência de gênero”, “desigualdade de gênero” e “políticas públicas”. Essas palavras foram combinadas com operadores booleanos (“AND”, “OR”) para refinar as buscas e garantir a inclusão de estudos que explorem tanto a influência direta do machismo quanto suas interseções com outros fatores culturais e sociais.

3.4 Processo de Coleta e Análise de Dados

A coleta de dados foi realizada em duas etapas: inicialmente, foram identificados e selecionados artigos nas bases de dados utilizando a estratégia de busca desenvolvida. Em seguida, os artigos foram lidos e avaliados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão previamente definidos. Cada artigo selecionado foi codificado utilizando um software de análise qualitativa, que permitiu a categorização dos temas principais e a identificação de padrões e discrepâncias nos dados.

3.5 Análise Qualitativa e Síntese dos Dados

A análise qualitativa seguiu uma abordagem de análise de conteúdo, onde os dados foram organizados em categorias temáticas. As categorias principais incluíram: a influência do machismo na perpetuação do feminicídio, a interação entre machismo e outros fatores de opressão, e a eficácia das políticas públicas e ações educativas na redução dos casos de feminicídio. Para cada categoria, foram realizados agrupamentos temáticos que possibilitaram a compreensão aprofundada das dinâmicas envolvidas.

3.6 Considerações Éticas

Embora este estudo tenha sido realizado através de uma revisão sistemática, foram seguidos rigorosos padrões éticos em todas as etapas da pesquisa. Respeitou-se a integridade dos dados apresentados nos estudos analisados, garantindo que todas as interpretações fossem fielmente baseadas nas evidências disponíveis. Além disso, ao trabalhar com temas sensíveis como o feminicídio, foi dada especial atenção para representar as vozes das mulheres de forma respeitosa e digna.

3.7 Limitações do Estudo

Reconhece-se que a revisão sistemática, embora abrangente, está limitada pela disponibilidade e qualidade dos estudos existentes. Além disso, a heterogeneidade nas metodologias dos artigos revisados pode ter impactado a comparabilidade dos resultados. Essas limitações foram consideradas na interpretação dos dados e nas conclusões do estudo.

4. Resultados e Discussões

4.1 Resultados

A revisão sistemática abrangeu artigos publicados entre 2014 e 2024, analisando o impacto do machismo estrutural na ocorrência de feminicídios no Brasil e suas implicações para a saúde pública. Foram revisadas três bases de dados principais: LILACS, MEDLINE e BVS, resultando em um total de 137 estudos. Especificamente, 62 artigos foram encontrados na LILACS, 4 na MEDLINE, e 71 na BVS. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 45 estudos foram incluídos na síntese qualitativa final.

Os resultados indicam que o machismo é um fator central na perpetuação de comportamentos violentos que culminam em feminicídios, afetando diretamente a saúde física e mental das mulheres. A maior parte dos estudos revisados evidenciou que a violência de gênero está associada à normalização de atitudes machistas, que inibem as mulheres de procurar ajuda antes que a violência se agrave (Souza et al., 2022; Meneghel & Margarites, 2017). Além disso, foi constatado que a falta de políticas públicas de prevenção adequadas e a ineficiência dos serviços de saúde contribuem para a continuidade do ciclo de violência (Casadei & Kudeken, 2020; Paula et al., 2023).

Principais achados:

  • Barreiras de acesso à saúde: As mulheres que vivem em áreas rurais ou em situação de rua têm menor acesso a serviços de saúde de qualidade e enfrentam dificuldades adicionais para denunciar a violência de gênero (Backes, Giongo & Cúnico, 2023; Alves & Paula, 2023).
  • Feminicídios e masculinidade tóxica: O machismo foi identificado como uma força motriz por trás de muitas ocorrências de feminicídio, sendo que a masculinidade tóxica exacerba o controle e a dominação masculina sobre as mulheres (Assumpção Filho, 2023; Meneghel & Margarites, 2017).
  • Impacto na saúde mental: Mulheres expostas à violência de gênero sofrem uma série de transtornos psicológicos, incluindo ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático, agravando a vulnerabilidade das vítimas e limitando suas possibilidades de intervenção e cuidado preventivo (Cantares & Guzzo, 2022; Souza et al., 2022).
  • Políticas públicas e saúde: As políticas públicas existentes, como a Lei Maria da Penha, são insuficientes para prevenir o feminicídio. O treinamento inadequado dos profissionais de saúde na identificação de sinais de violência foi identificado como uma das maiores lacunas no enfrentamento do problema (Paula et al., 2023).

4.2 Discussão

Os resultados desta revisão confirmam que o feminicídio no Brasil não pode ser compreendido apenas como um problema de segurança pública, mas também como uma questão crítica de saúde pública. A análise dos estudos mostra que a relação entre machismo e violência de gênero é intrinsecamente ligada a desigualdades estruturais e interseccionais, que afetam principalmente mulheres negras, de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social (Alves & Paula, 2023; Backes, Giongo & Cúnico, 2023). Esses grupos enfrentam dificuldades adicionais, como acesso limitado a serviços de saúde, suporte psicológico e redes de proteção.

A masculinidade tóxica emerge como um fator preponderante no ciclo de violência que culmina em feminicídio. Estudos como o de Assumpção Filho (2023) e Casadei & Kudeken (2020) indicam que a dominação masculina e o controle exercido sobre as mulheres são sustentados por normas culturais que reforçam a ideia de que os homens têm direito sobre os corpos e as vidas das mulheres. Esses achados reforçam a necessidade de uma intervenção cultural que vá além de campanhas pontuais, envolvendo uma reeducação de gênero que comece desde cedo, nas escolas e comunidades.

No contexto das políticas públicas, ficou evidente que o sistema de saúde brasileiro ainda não está adequadamente equipado para lidar com a prevenção do feminicídio. Paula et al. (2023) e Souza et al. (2022) identificam falhas nos serviços de saúde no atendimento às mulheres vítimas de violência, apontando para a necessidade urgente de capacitação de profissionais para identificar e tratar casos de violência de gênero. Os serviços de saúde deveriam ser as primeiras linhas de defesa para identificar mulheres em situação de risco, mas muitas vezes falham em reconhecer os sinais ou oferecer os encaminhamentos corretos.

Outro ponto crítico revelado na revisão foi a falta de acesso adequado aos serviços de saúde, especialmente para mulheres em áreas rurais e regiões periféricas. Backes, Giongo e Cúnico (2023) mostram que, sem o devido acesso a transporte, infraestrutura e serviços de qualidade, muitas mulheres permanecem em ciclos de violência por não conseguirem romper com as barreiras geográficas e institucionais que impedem o atendimento. Isso reforça a importância de estratégias descentralizadas e regionalizadas para prevenir o feminicídio, com investimentos em saúde pública que alcancem as populações mais vulneráveis.

Os impactos na saúde mental também não podem ser ignorados. Cantares e Guzzo (2022) e Souza et al. (2022) destacam que mulheres expostas à violência de gênero sofrem efeitos de longo prazo na sua saúde psicológica, incluindo transtornos como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Esse impacto não se restringe apenas às vítimas diretas de violência, mas também afeta familiares e comunidades, criando um ciclo de trauma que perpetua a violência.

Em síntese, a análise dos estudos revisados sugere que o combate ao feminicídio requer uma abordagem integrada, que envolva saúde pública, educação e segurança. O machismo estrutural, a masculinidade tóxica e as barreiras de acesso à saúde são fatores determinantes para a perpetuação da violência de gênero no Brasil. A capacitação de profissionais de saúde, a implementação de políticas públicas preventivas e o acesso a serviços de saúde de qualidade são essenciais para interromper o ciclo de violência e proteger as mulheres em situação de risco. Somente com uma resposta coordenada e eficaz será possível reduzir as taxas de feminicídio e garantir a saúde e segurança das mulheres no Brasil.

5. Conclusão 

Este estudo revisou sistematicamente o impacto do machismo estrutural na ocorrência de feminicídios no Brasil, destacando suas implicações para a saúde pública. Os resultados indicam que o feminicídio não é apenas uma questão de segurança, mas uma crise de saúde pública que afeta diretamente o bem-estar físico e mental das mulheres, especialmente aquelas em situações de vulnerabilidade social, como mulheres negras, pobres e que vivem em áreas rurais ou em situação de rua.

O machismo estrutural se manifesta em diversas formas de violência de gênero, desde abusos físicos e psicológicos até feminicídio. A masculinidade tóxica desempenha um papel central na perpetuação dessa violência, ao reforçar normas culturais que legitimam o controle e a dominação masculina sobre as mulheres. Além disso, as barreiras de acesso aos serviços de saúde, especialmente para populações marginalizadas, agravam a situação, impedindo que muitas mulheres busquem ajuda ou sejam adequadamente atendidas por profissionais de saúde.

As políticas públicas atuais, embora representem um avanço, ainda são insuficientes para prevenir o feminicídio de forma eficaz. Há uma necessidade urgente de fortalecer a capacitação de profissionais de saúde para identificar sinais precoces de violência de gênero e oferecer suporte psicológico adequado às vítimas. Além disso, o sistema de saúde deve ser mais acessível e responsivo às necessidades das mulheres em situação de vulnerabilidade, com serviços descentralizados e regionalizados que atendam as populações mais afetadas.

Logo, reforçamos que o combate ao feminicídio exige uma abordagem multifacetada, que envolva saúde pública, políticas de educação em gênero e iniciativas de segurança. Apenas com uma resposta coordenada que inclua a desconstrução de normas machistas, a promoção da igualdade de gênero e a capacitação contínua dos profissionais de saúde, será possível reduzir as taxas de feminicídio no Brasil e garantir a proteção das mulheres.

A implementação dessas medidas não apenas salvará vidas, mas contribuirá para a construção de uma sociedade mais equitativa e justa, na qual o direito das mulheres à saúde, à segurança e à dignidade seja plenamente respeitado. Além disso, reforça-se a necessidade de políticas públicas integradas que considerem as especificidades regionais e sociais das populações mais afetadas, especialmente as mulheres de grupos marginalizados. Ao reconhecer o feminicídio como uma questão de saúde pública, abre-se caminho para estratégias de prevenção e intervenção mais efetivas, que promovam a justiça social e o direito à vida de forma ampla e inclusiva.

Referências

ALVES, R. S. E.; PAULA, S. H. B. de. Mulheres negras em situação de rua: da invisibilidade social a barreiras de acesso para o cuidado efetivo em saúde: resumo executivo. 2023. Disponível em: https://fi-admin.bvsalud.org/document/view/9btx3. Acesso em: 17 set. 2024.

ARAGUSUKU, H. A. Um capítulo esquecido na história da psicologia? sexualidades desviantes, psicopatologia e normalidade. Psicol. ciênc. prof., v. 43, p. e263291–e263291, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003263291. Acesso em: 17 set. 2024.

BACKES, R. M. F.; GIONGO, C. R.; CÚNICO, S. D. “Somos a terra lutando para sobreviver”: histórias de vida de mulheres agroecologistas. Psicol. ciênc. prof, v. 43, p. e263959, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003263959. Acesso em: 17 set. 2024.

BAPTISTA, E. C. C.; OLIVEIRA, I. V.; VIEIRA, Á. S. de A.; SANTOS, A. S. de A.; NASCIMENTO, M. M. G. do. As múltiplas violências vivenciadas por farmacêuticas no ambiente laboral. Trab. Educ. Saúde, v. 21, p. e02154215–e02154215, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs2154. Acesso em: 17 set. 2024.

BARCELLOS, M. R.; DANTAS, C. R.; FÉRES-CARNEIRO, T. Fim da conjugalidade na transição para a parentalidade: adaptação feminina ao novo arranjo familiar. Psicol. ciênc. prof., v. 42, p. e233736–e233736, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003233736. Acesso em: 17 set. 2024.

BARROS, K. C. C.; MOREIRA, R. de C. R.; OLIVEIRA, J. F. de; NASCIMENTO, D. F. B. do; JESUS, M. E. F. de; FERREIRA, R. B. S. Vulnerabilidades de mulheres em situação de rua: marcadores sociais de gênero e raça/cor. Rev. Rene, v. 23, p. e80608–e80608, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.15253/2175-6783.20222380608. Acesso em: 17 set. 2024.

BATTISTELLI, B. M. Entre cartas e conversas: por uma política de pesquisa feminista e contra-colonial para a psicologia social. 2023. p. 450. Disponível em: https://doi.org/10.18310/9786554620093. Acesso em: 17 set. 2024.

BEZERRA, J. da F.; SILVA, R. M. da; CAVALCANTI, L. F.; NASCIMENTO, J. L. do; VIEIRA, L. J. E. de S.; MOREIRA, G. A. R. Conceitos, causas e repercussões da violência sexual contra a mulher na ótica de profissionais de saúde. Rev. Bras. Promoç. Saúde, v. 29, n. 1, p. 51–59, 2016. Disponível em: http://periodicos.unifor.br/RBPS/article/view/4186. Acesso em: 17 set. 2024.

BRASILIENSE, D. R.; ANSEL, P. Representações da masculinidade viril contemporânea no programa popular da rádio cidade fm: hora dos perdidos. RECIIS, v. 10, n. 3, p. 1–15, 2016. Disponível em: http://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/1123/pdf1123. Acesso em: 17 set. 2024.

BRITO, V. F.; DALTRO, M. R. Produção técnica: enlaces e desenlaces contemporâneos: vozes femininas. Rev. Psicol., Divers. Saúde, v. 12, n. 1, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2023.e4350. Acesso em: 17 set. 2024.

CANTARES, T. da S.; GUZZO, R. S. L. Violência contra mulheres: diretrizes políticas da psicologia para o exercício profissional. Psicol. ciênc. prof, v. 42, p. e236907, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003236907. Acesso em: 17 set. 2024.

CARVALHO, H. A. de A.; PAZ, A. M. da; AMORIM, G. de O. Percepção e conduta de acadêmicos de odontologia frente aos casos de violência contra a mulher. Rev. Ciênc. Plur., v. 9, n. 2, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/32522/17409. Acesso em: 17 set. 2024.

CASADEI, E. B.; KUDEKEN, V. S. F. dos S. A masculinidade tóxica no discurso da saúde pública: estratégias de convocação dos homens em campanhas do SUS. RECIIS, v. 14, n. 4, p. 912–925, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.29397/reciis.v14i4.2094. Acesso em: 17 set. 2024.

COELHO, A. P. F.; BECK, C. L. C.; SILVA, R. M. da; VEDOOTTO, D. de O.; SILVA, J. da R. P. da. Trabalho feminino e saúde na voz de catadoras de materiais recicláveis. Texto & contexto enferm., v. 27, n. 1, p. e2630016–e2630016, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0104-07072018002630016. Acesso em: 17 set. 2024.

COPATTI, A. L.; FERRARI, A. G.; HOEWELL, A. G.; SILVA, M. da R. Relatos da pandemia: ser mulher e mãe em tempos de covid-19. Psicol. ciênc. prof., v. 43, p. e253659–e253659, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003253659. Acesso em: 17 set. 2024.

COSTA, L. F.; STRÖHER, L. M. C.; WOLFF, L. dos S. Atendimento psicossocial à mulher que comete ofensa sexual. Psicol. ciênc. prof., v. 43, p. e248137–e248137, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003248137. Acesso em: 17 set. 2024.

COUTO, L. F. S.; JORDÃO, G. P. Notas acerca da dimensão fálica do gozo na homossexualidade masculina. Psicol. rev. (Belo Horizonte), v. 24, n. 1, p. 263–282, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2018v24n1p263-282. Acesso em: 17 set. 2024.

CURI, P. L.; RIBEIRO, M. T. de A.; MARRA, C. B. A violência obstétrica praticada contra mulheres negras no SUS. Arq. bras. psicol., v. 72, n. spe, p. 156–169, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.36482/1809-5267.arbp2020v72s1p.156-169. Acesso em: 17 set. 2024.

DENARDI, D.; DENARDI, D. A.; XIMENES, V. M. Violências patriarcais e homofóbicas: tensões da política de gênero em juventudes LGBTTIA+ quilombolas. Psicol. soc., v. 35, p. e259442, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-0310/2022v35259442. Acesso em: 17 set. 2024.

FARIAS, A. Z., FERIGATO, S. H., SILVA, C. R., & LIBERMAN, F. (2022). Expressões da violência de gênero vivenciadas por terapeutas ocupacionais: narrativas e ações de enfrentamento no cotidiano. Cad. Bras. Ter. Ocup, v.30, p. e3002–e3002. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoao22753002

FAVERO, S., MARINI, M. B., & SENNA, A. (2023). Uma teoria psicológica transfeminista: sobrevivendo aos escombros da saúde mental brasileira. Psicol. ciênc. prof, v.43, p. e243741–e243741. https://doi.org/10.1590/1982-3703003243741

FERREIRA, D. G.; BORTOLI, M. C. de; PEXE-MACHADO, P.; SAGGESE, G. S. R.; VERAS, M. A. Sexual violence against men in Brazil: underreporting, prevalence, and associated factors. Rev. Saúde Pública (Online), v. 57, p. 23, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004523. Acesso em: 17 set. 2024.

MENEGHEL, S. N.; MARGARITES, A. F. Feminicídios em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil: iniquidades de gênero ao morrer. Cad. Saúde Pública (Online), v. 33, n. 12, p. e00168516, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311×00168516. Acesso em: 17 set. 2024.

MIRANDA, M. D.; LEITE, R. S.; FRANÇA, F. M. C. Relação entre violência doméstica, feminicídio e saúde pública no Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 22, n. 3, p. 659-667, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbsm/a/x4j9jv8F7k. Acesso em: 17 set. 2024.

NUNES FARIAS, M., FALEIRO, W., & BORGES NEIVA, A. M. (2021). “Rompendo as porteiras para poder construir algo diferente”: mulheres camponesas na universidade. Rev. Ocup. Hum. (En línea), v. 21, n. 1, p. 27–41. https://doi.org/10.25214/25907816.1074

PAULA, M. B. M. de et al. Identity dimension of rural women and the sexual and reproductive health. Rev Bras Enferm, v. 76, n. 3, p. e20220298, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2022-0298. Acesso em: 17 set. 2024.

PINTO, V. S. A violência simbólica no cotidiano das mulheres: o patriarcado em novas formas. Revista Estudos Feministas, v. 30, n. 2, p. 405-420, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/hxK1s5D. Acesso em: 17 set. 2024.

RAMOS, P. R.; SILVA, C. A. Gênero, violência e desigualdades sociais: a influência do machismo estrutural no Brasil. Revista de Ciências Sociais, v. 19, n. 1, p. 113-128, 2022. Disponível em: https://www.bvsalud.org/. Acesso em: 17 set. 2024.

SOUZA, D. C. de. Violência por parceiro íntimo entre homens que se relacionam com homens. Psicol.ciênc. prof, v. 43, p. e264982, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003264982. Acesso em: 17 set. 2024.

SOUZA, M. M. de A. et al. Mulheres em situação de rua: Uma análise sobre a violência e machismo estrutural. Nursing (Ed. Bras., Impr.), v. 25, n. 289, p. 7918-7929, 2022a. Disponível em: https://doi.org/10.36489/nursing.2022v25i289p7918-7929. Acesso em: 17 set. 2024.SOUZA, T. L.; BARBOSA, R. V. Feminicídio no Brasil: uma análise crítica do fenômeno a partir de dados de violência contra a mulher. Revista Brasileira de Criminologia, v. 6, n. 1, p. 79-95, 2023. Disponível em: https://www.bibliotecaaberta.org/. Acesso em: 17 set. 2024.


1Discente de enfermagem CEUNI-FAMETRO. E-mail: beatrizsouza1922@gmail.com – ORCIRD: 0009-0004-9645-0096
2Discente de enfermagem CEUNI-FAMETRO.  E-mail: elenjaiane73@gmail.com – ORCIRD: 0009-0002-2044-9027
3Discente de enfermagem CEUNI-FAMETRO. E-mail: jorgianesmelo@gmail.com – ORCIRD: 0009-0008-9648-624x
4Discente de enfermagem CEUNI-FAMETRO. E-mail: vitoriaros543@gmail.com – ORCIRD: 0009-0004-9645-0096
5Docente e orientador – CEUNI-FAMETRO. E-mail: adriano.oliveira@fametro.edu.br – ORCIRD: 0009-0000-6528-7020
6Docente e orientador – CEUNI-FAMETRO. E-mail: ailton.uti@gmail.com – ORCIRD: 0009-0004-0798-523