INFLUÊNCIA DAS VIVÊNCIAS EM AMBIENTES NATURAIS NA SAÚDE E BEM-ESTAR DE SERES HUMANOS: UM DIAGNÓSTICO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202409091944


Alexandre Nascimento da Silva Chaves


1. RESUMO

Este artigo buscou avaliar a relação entre saúde física, bem-estar com o contato de seres humanos com ambientes de natureza. Trabalhadores da UC (ESPAB), responderam um questionário semiestruturado que mostrou correlação positiva entre a saúde física e bem-estar das pessoas a sua frequência na ESPAB. Os dados mostraram convergência com as evidências científicas pertinentes, permitindo afirmar que estar em ambientes de natureza pode ser uma ótima forma de manutenção e promoção de saúde em diversas vertentes.

Palavras Chave: Humano-Natureza, Saúde e Bem-Estar, Unidades de Conservação, Uso Público.

2. INTRODUÇÃO

Em vivências diversas em Unidades de Conservação (UCs), imagina-se que possam trazer inúmeros benefícios para a saúde dos seres humanos através da integração com a natureza e de toda beleza que ela dispõe, assim como buscar as melhores formas de estar em contato com a biodiversidade gerando boas práticas de conservação da fauna, flora silvestres e riquezas naturais diversas, através da Educação Ambiental (TIRIBA; PROFICE, 2019; LIMA et al., 2021; SANTOS, 2022; CHAVES et al, 2024).

Este trabalho tem como foco esclarecer se há relação direta entre o tempo de permanência das pessoas na Estação Ecológica do Pau Brasil (ESPAB) e sua saúde física das pessoas que a frequentam, além do bem estar nos domínios da qualidade de vida em geral, físico, psicológico, social e meio ambiente. A ESPAB foi criada a partir da publicação do Decreto n.°6.228 em 21/02/1997, e foi destinada a ser uma Estação Ecológica, dando a esta o status de proteção permanente (CHAVES et al, 2024).

No entanto, registros mais antigos indicam que a Estação Ecológica do Pau Brasil (ESPAB), localizada no município de Porto Seguro e abrangendo uma área de 1.145ha, foi implantada em 1969. Inicialmente, era uma estação experimental sob responsabilidade da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), destinada à pesquisa ecológica, silvicultura e Educação Ambiental (VASCONCELOS, 1992; CHAVES et al, 2024).

Na atualidade, a ESPAB mantém parcerias com instituições de ensino formal, incluindo a Companhia Independente de Policiamento e Proteção Ambiental – Porto Seguro – CIPPA-PS, Centro de Triagem de Animais Silvestres – CETAS/IBAMA e a Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB, as quais podem desenvolver programas de Educação Ambiental em seu interior. Durante a pesquisa, essas instituições estão buscando uma sessão conjunta de Uso Público junto à Superintendência do Patrimônio do União (SPU), com o objetivo de criar um plano de manejo que contemple os 345ha destinados primordialmente para Uso Público, além de desenvolver ações diversas dentro de seu escopo de atividades na ESPAB (CHAVES et al, 2024).

Os profissionais que trabalham nessas instituições terão seus indicativos de saúde física medidos através de protocolos adequados por meio de questionário semiestruturado e haverá correlação estatística dos dados encontrados para aferir se sua permanência em meio natural influi de forma positiva em sua saúde (CHAVES et al, 2024).

O objetivo é compreender se realizar atividades laborais e atividades na natureza, corrobora com o bem-estar em variadas vertentes. O diagnóstico visa perceber se atividades em meio natural pode favorecer a saúde, para que se possa utilizar estes resultados como um meio de fomentar um aumento do interesse humano pelo meio natural, estimular as atividades de contemplação e educação ambiental, e estimular a melhora da saúde de indivíduos que possam vir a se interessar por essas práticas como meio terapêutico ou profilático (CHAVES et al, 2024).

Ao reunir dados por meio do questionário, espera-se obter informações que nortearão a proposição de práticas diversas na UC, permitindo a continuação de projetos em curso e destacando a importância da participação humana na conservação. A proximidade da ESPAB à cidade de Porto Seguro – Bahia facilita a adesão da comunidade, embora uma reclassificação da UC possa vir a ampliar as possibilidades de práticas diversas (CHAVES et al, 2024).

A abordagem busca entender os dados dos trabalhadores, por estes serem os maiores frequentadores desta UC, identificando possibilidades de estímulos a práticas que possam favorecer o contato ser humano/natureza, respeitando os limites de classificação da ESPAB, que mesmo sendo uma UC de proteção permanente, possui potencial para diversas atividades, como acampamento, arborismo, pesquisa científica, treinamentos policiais, atividades educativas, interpretação ambiental, trilhas ecológicas, entre outras (CHAVES et al, 2024).

A realização dessas atividades exigirá a elaboração de um Plano de Manejo com levantamentos e zoneamento, garantindo um monitoramento adequado dos impactos na biodiversidade. Essa abordagem, destacando a integração humana ao meio ambiente, pode ser um diferencial significativo para a UC, contribuindo para a compreensão dos impactos gerados por ações humanas e o que pode ser feito para a melhorar suas atividades conservacionistas (CHAVES et al, 2024).

Em suma, a união de ações de Educação e Interpretação Ambiental pode transformar a abordagem nas UCs, utilizando diagnósticos para compreender o potencial dessas áreas, promovendo a aquisição de conhecimentos socioambientais e justificando a importância desses esforços, contribuindo positivamente nos indicativos de saúde e bem-estar das pessoas e estimular a prática de atividades diversas em meio natural, de preferência fazendo desses praticantes vindouros, novos ambientalistas, que ão de entender a importância dos serviços ecossistêmicos e contribuir com a sua conservação de forma inteligente e sustentável (CHAVES et al, 2024).

3. METODOLOGIA

Tipo de Pesquisa

A pesquisa inclui análises quantitativas e qualitativas, através de questionários semiestruturados com informações sobre a fala dos entrevistados, evidenciando aspectos subjetivos. Foi realizado um levantamento, visando determinar informações sobre práticas ou opiniões atuais de uma população específica e que envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Cronologicamente, é transversal, pois os dados são coletados num único instante temporal, obtendo um recorte momentâneo dos fenômenos investigados (LAKATOS; MARCONI, 2003; CHAVES et al, 2024).

Área de Estudo

A pesquisa será realizada no município de Porto Seguro, estado da Bahia, Brasil, que possui uma população estimada de 152.529 habitantes (IBGE, 2022), com uma densidade demográfica de 52,70 hab/km² (IBGE, 2022). O projeto foi desenvolvido na Estação Ecológica do Pau Brasil (ESPAB), localizada em Porto Seguro. A ESPAB foi implantada em 1969 e abrange uma área de 1.145 hectares. A sua administração era de responsabilidade da Comissão Executiva do Plano Lavoura Cacaueira – Ceplac, que foi extinta. Após a extinção do órgão gestor da ESPAB, a área está sob a responsabilidade da Superintendência do Patrimônio da União – SPU, que está finalizando uma análise de cessão conjunta de uso público para a Companhia Independente de Policiamento e Proteção Ambiental de Porto Seguro – CIPPA-PS, Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB, e o Centro de Triagem de Animais Silvestres, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – CETAS/IBAMA (VASCONCELOS, 1992; CHAVES et al, 2024).

De acordo com o Conselho Regional de Administração – CRA, essa Unidade de Conservação é caracterizada pela presença de uma densa floresta com árvores de Pau-Brasil (Paubrasilia Enchinata) e outros exemplares da Mata Atlântica, como o jequitibá (Cariniana sp), jacarandá (Jacarandá Mimosifólia), peroba (Aspidosperma Polyneuron), mogno (Swietenia Macrophylla), entre outros, constituindo um significativo banco genético dessas espécies. A área da estação foi subdividida em duas partes: a primeira, com 800 hectares, é dedicada à proteção permanente, enquanto a segunda, com 345 hectares, é destinada à pesquisa ecológica, silvicultura e Educação Ambiental (VASCONCELOS, 1992; CHAVES et al, 2024).

A ESPAB possui seis edificações, sendo três delas destinadas ao CETAS/IBAMA, duas utilizadas pela CIPPA-PS e um prédio com grande estrutura que será disponibilizado para a UFSB, conforme o plano de manejo ainda não publicado. Atualmente, a UC não possui estruturas prediais exclusivas para Educação Ambiental, razão pela qual as instalações de uso da CIPPA-PS são empregadas para esse fim, facilitando o controle de acesso pela Polícia Ambiental. Contudo, futuramente, após a cessão de uso público estabelecida, será necessária uma logística específica para atender às necessidades fundamentais de permanência no espaço, como banheiros, auditório, sala para exposições, espaços de convivência e dormitórios (CHAVES et al, 2024).

Coleta de dados

Para a coleta dos dados, será utilizado o Google Forms, software gratuito de criação de formulários on-line, disponível para indivíduos que possuem conta na plataforma Google, de acesso possível por vários aparelhos eletrônicos, inclusive celular. Os questionários serão apresentados em subtópicos.

A sequência de apresentação dos questionários na plataforma será a seguinte: 1) Declaração de Responsabilidade (DR): Perfil da (o) participante; Tipo de atividade efetuada na ESPAB; Frequência na ESPAB e tempo de permanência; Indicadores de Saúde Física dos Participantes; Discurso do Sujeito Coletivo.

Os dados foram tabulados e tratados usando o software RStudio/2024.04.2+764, onde foram feitos todos os testes estatísticos e a construção dos gráficos.

Os dados serão obtidos por meio da escrita e afirmações das (os) participantes, a partir de suas experiências, vivências e certezas, e como toda fala humana, pode haver contradições, repetições e/ou enganos. Haverá um período de três dias de testagem, seguido por mais sete dias para aferir incongruências, repetições ou dificuldade no entendimento das questões.

Para aferir dados sobre à saúde dos participantes, foi utilizado o método rPAR-Q (Physical Activity Readiness Questionnaire ou Questionário de Prontidão para Atividade Física em sua versão revisada), em que visa conhecer a presença de: Doenças cardiovasculares e/ou pulmonares; Necessidade de supervisão por profissionais de saúde; Surgimento de sinais ou sintomas patológicos quando pratica atividade física; Histórico de dores no peito no último mês; Uso de medicamentos para pressão arterial e/ou problema de coração, considerando a data da aplicação do questionário; Desequilíbrio devido à tontura e/ou perda de consciência; Problema ósseo ou articular que poderia ser piorado pela atividade física.

Discurso do Sujeito Coletivo – Percepções dos Participantes sobre Qualidade de Vida

Após a abordagem qualitativa, houve a aplicação do questionário estruturado e aplicou-se- o questionário do WHOQOL – The World Health Organization Quality of Life (WB), versão curta, para a diagnose da Qualidade de Vida. O WHOQOL-Bref (WB) dispõe de 26 questões, sendo duas delas gerais sobre qualidade de vida/satisfação com a saúde e as demais visavam as 24 facetas que compõem o instrumento original.

Esse questionário contém 4 domínios: Físico, Psicológico, Relações Sociais e Meio Ambiente. As respostas seguiram a escala Likert: 1 – Nada; 2 – Muito pouco; 3 – Mais ou menos; 4 – Bastante; e 5 – Extremamente (RONCADA et al., 2015). No domínio “Físico”, as facetas são/eram: Dor e desconforto; Energia e fadiga; Sono e repouso; Mobilidade; Atividades da vida cotidiana; Dependência de medicação ou de tratamentos; Capacidade de trabalho. No domínio “Psicológico” foram considerados: Sentimentos positivos; pensar, aprender, memória e concentração; Autoestima; Imagem corporal e aparência; Sentimentos negativos; Espiritualidade/religião/crenças pessoais. No domínio “Relações Sociais”: Relações pessoais; Suporte (Apoio) social; Atividade sexual. No domínio “Meio Ambiente” identificou-se: Segurança física e proteção; ambiente no lar; Recursos financeiros; Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade; Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades; Participação em, e oportunidades de recreação/lazer; ambiente físico – poluição/ruído/trânsito/clima; Transporte (FLECK, et al, 2000; RONCADA et al., 2015). Os dados quantitativos foram analisados por estatística e os qualitativos por meio do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) (LEFÉVRE 2005; LEFÈVRE, 2014).

4. RESULTADOS e DISCUSSÃO

No universo de 189 cadastros nos relatórios de frequência da ESPAB da Companhia Independente de Policiamento e Proteção Ambiental, Porto Seguro (CIPPA-PS), 51 indivíduos que trabalham no local (48 do sexo masculino e 03 do sexo feminino) responderam ao questionário de forma online, através de link da plataforma Google Forms, representando 27% do total de cadastrados nesta UC.

Perguntados sobre a frequência na ESPAB, algumas pessoas responderam que nunca foram na Estação, corroborando com a idéia de que talvez não conheçam o nome da ESPAB, ou as referências aludidas a antiga CEPLAC, pois todos trabalham na referida UC.

A amostra evidenciou que 52,1% não tem horário definido, 20,8% frequentam no período da manhã, 14,6% permanecem o período diurno inteiro, 10,4% em escalas de 24hs, e 2,1% no período vespertino. Foi utilizado teste de variância através do RSTDIO 2024.04.2 Build 764, apontando um p value: 0,001 para confiabilidade da amostra.

No domínio 1, a percepção da qualidade de vida dos participantes apresentou uma média (média:4, Moda:4, Mediana:4, DP:0,646), maior que a satisfação com a saúde (Média:3,55, Moda:4, Mediana:4, Desvio Padrão:0,711). As pessoas se consideram saudáveis em suas mais diversas vertentes de saúde, tendo em vista a descrição estatística dos dados. A maioria das pontuações é positiva, com média no valor 4, indicando que os participantes não sentem desafios neste quesito. A dor (física) ou desconforto limitante (Média: 3.5536, Moda:4 Mediana:4, Desvio Padrão: 0,711) e a “Satisfação com o Sono” (Média: 3.285, Moda:3, Mediana:3, Desvio Padrão: 0.846) demonstrando que os participantes da pesquisa sentem “nada” ou “nenhum pouco” de dor ou que necessitam de pouco ou nenhum tratamento para melhorar sua vida diária neste quesito.

Os dados do domínio 2, que tratam do psicológico (Média:4, Moda:4, Mediana:4, Desvio Padrão: 0.778) indicam que estão satisfeitos com este aspecto de suas vidas.

No domínio 3 (Média:4, Moda:4, Mediana:4, Desvio Padrão: 0.752) percebe-se dos participantes um bom grau de satisfação com suas relações pessoais.

Com relação ao domínio 4 – Meio Ambiente, que diz respeito às condições de vida dos participantes em relação ao seu espaço físico e questões logísticas,  as menores médias foram para os recursos financeiros (Média: 3.089, Moda:3, Mediana:3, Desvio Padrão:0.720) e para disponibilidade e qualidade de acesso aos cuidados de saúde (Média: 3.089, Moda:3, Mediana:3, Desvio Padrão: 0.858).Todavia, mesmo estas médias sendo neutras, demonstram boa relação indivíduo com o Meio Ambiente (conceituado neste formulário como o ambiente geral onde a pessoa vive), segundo a amostra.

Comparados os dados da pesquisa com outras evidências na literatura científica, a média geral de qualidade de vida percebida pelos trabalhadores da ESPAB sobre si mesmos é boa.  Pode-se considerar ou levantar a hipótese de que o trabalho em uma área natural traz benefícios (CHAVES et al, 2024). No momento, temos como resultado um grupo de trabalhadores que está bem fisicamente e psicologicamente, e, neste sentido, podem ser agentes de educação e participar em atividades ao ar livre na UC, fomentando saúde física, mental e emocional, através do contato com o meio natural (CHAVES et al, 2024).

O papel dos espaços verdes no fornecimento de locais para atividades ao ar livre e no aumento da quantidade de atividade física para os residentes urbanos, aumenta à medida que novos espaços verdes são introduzidos ou espaços antigos são revigorados (SHANAHAN et al, 2016). Os benefícios da atividade física e as experiências na natureza se acumulam sinergicamente. Uma compreensão clara dessas questões ajudará a orientar o investimento eficaz na provisão de espaços verdes, melhoria ecológica e promoção de exercícios verdes (SHANAHAN et al, 2016).

Figura 1. Relação dos Dados de Bem Estar e Permanência na ESPAB

Na figura 1, os dados mostram uma relação direta com de bem estar dos participantes da pesquisa em relação a sua permanência em meio natural, ao passo que as respostas apontando maior frequência/permanência na UC, as pessoas demonstraram ter melhores indicativos de bem estar nos cinco principais domínios avaliados pelo WHOQOL- BrefThe World Health Organization Quality of Life, versão curta.

Em relação à aplicação do rPAR-Q versão curta, houve uma proporção estatisticamente significante da amostra que passou por avaliação médica, e não apontou nenhuma limitação para iniciar uma rotina de atividades físicas (85,8%). O problema ósseo ou articular foi o único apontado pelos entrevistados (14,2%) do total da amostra.

Com base nesses dados foi possível a realização da estratificação de risco para a realização de exercício físico de acordo com o quadro do American College of Sports Medicine – ACSM dos participantes, considerando todos aptos a iniciarem ou se manter realizando atividades e/ou exercícios físicos.

Sobre a relação da saúde física correlacionada com a permanência dos participantes da pesquisa em meio natural, podemos visualizar mais claramente na figura abaixo.

Figura 2. Relação da Saúde Física e Frequência/Permanência na ESPAB

Corroborando com os dados da pesquisa, estudos sugerem que a poluição atmosférica está diretamente relacionada com aterosclerose, e esta condição pode ser prevenida através da prática regular da atividade física (HENNIG et al, 2020). Mas apesar de considerar o contato com áreas naturais por si só uma ação curativa, uma revisão sistemática aponta que as evidências não consideram o que chamaram de “Exercício Verde”, ter melhores resultados em relação ao desempenho atlético quando comparado com exercícios indoor. Todavia, é uma ótima forma de promover saúde e bem estar nos principais domínios aferidos nesta pesquisa (LAHART et al, 2019).

Nesse espectro, pesquisadores consideram que estar em ambiente natural pode motivar as pessoas a praticarem atividades físicas e por meio dessas promover e manutenir sua saúde. As evidências suscitam inclusive, a necessidade de criar meios para elaborar ambientes paisagísticos que simulem ambientes naturais para que estimule pessoas ao alto cuidado mesmo em ambientes urbanos (BRITO et al, 2022).

Outra sugestão de um estudo é a mistura específica de espaços que possam promover a participação de diferentes tipos de experiências. Integrar combinações de espaços residenciais urbanos com áreas verdes, pode, portanto, ajudar a mitigar estilos de vida sedentários, impulsionando os resultados de saúde pública nas populações da cidade (TAN et al, 2020). Esta ideia faz da ESPAB uma boa forma de verter a realidade do sedentarismo com a manutenção desta UC que fica a poucos quilômetros da zona urbana de Porto Seguro-BA, e pode colaborar tanto com a saúde das pessoas, quanto como um espaço provedor de contemplação e educação ambiental, e pode por meio dessas contribuir com a conservação de toda a biodiversidade.

Os dados gerados por esta pesquisa em concordância às evidências já existentes, concluem que estar em meio natural está diretamente relacionado com bons indicativos de bem estar nos cinco principais domínios aferidos, e sobretudo no que diz respeito a saúde física, tão presente, que demostrou pouca variabilidade nesse ponto específico.

REFERÊNCIAS

BRITO, H; BRYMER, D, ARAÚJO, D. An ecological dynamics perspective on designing urban nature environments for wellbeing and health-enhancing physical activity. Front. Public Health 10:877208 (2022). doi: 10.3389/fpubh.2022.877208

CHAVES, Alexandre Nascimento Da Silva; MARTINS, Cristiana Saddy; RIBEIRO, Marlene Francisca Tabanez, Neiman, Zysman. ATIVIDADES NA NATUREZA – EDUCAÇÃO, BEM ESTAR E CONSERVAÇÃO SOB A ÓTICA DE QUEM TRABALHA NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO PAU BRASIL. Zenodo, v.1 n.1 p.62, Porto Seguro, 2024.  https://doi.org/10.5281/zenodo.11389720.

FLECK, M. P. A.; LOUZADA, S.; XAVIER, M.; CHAMOVICH, E.; VIEIRA, G.; SANTOS, L.; PINZON, V. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de saúde pública, v.34, n.2, pp.178-183, 2000.

HENNIG, F; HENRIKE GEISEL, M; KÄLSCH, H; LUCHT, S; ABBAS MAHABADI, A; MOEBUS, S; ERBEL, R; LEHMANN, N; JÖCKEL, K; SCHERAG, A; HOFFMANN, B; NIXDORF, H. Air Pollution and Progression of Atherosclerosis in Different Vessel Beds—Results from a Prospective Cohort Study in the Ruhr Area, Germany. Environmental Health Perspectives Volume 128, Issue 10 CID: 107003. https://doi-org.ez427.periodicos.capes.gov.br/10.1289/EHP7077

LAHART, I; DARCY, P; GIDLOW, C; CALOGIURI, G. The E ects of Green Exercise on Physical and Mental Wellbeing: A Systematic Review. Int. J. Environ. Res. Public Health, v16, 1352, 2019. doi:10.3390/ijerph16081352

LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7710716/mod_resource/content/1/Fundamentos%20de%20metodologia%20cient%C3%ADfica.pdf>. Acesso em: 11/07/2024.

LEFÈVRE, F.; LEFÈVRE, A. M. C. O sujeito Coletivo Que Fala. Faculdade de Saúde Pública da USP. Comunic, Saúde, Educ, v.10, n.20, p.517-24, jul/dez, 2005.

LEFÈVRE, F.; LEFÈVRE, A. M. C. Discourse of the collective subject: social representations and communication interventions. Texto & Contexto – Enfermagem, v. 23, n.2, 2014.

RONCADA, C. et al. Valor do emprego do questionário WHOQOL‐BREF na avaliação da qualidade de vida de pais de crianças com asma. Revista Paulista de Pediatria, v. 33, n. 3, p. 267-273, 2015. 2015.

SANTOS, L. F. A. Unidades de Conservação e Sociedades Sustentáveis: a Educação Ambiental desenvolvida nas UC da Costa do Descobrimento – BA. / Leandro Fernandes Antonio Santos. – Porto Seguro, pag.210, 2022.

SHANAHAN, D; LARA FRANCO, L.; LIN, B; GASTON, K. J.; FULLER, R. The Benefits of Natural Environments for Physical Activity. Sports Med, Jul; v46(n7), p989-95, 2016. doi: 10.1007/s40279-016-0502-4. 2016

TAN, C. L. Y, et al. The right mix: Residential urban green-blue space combinations are correlated with physical exercise in a tropical city-state. Urban Forestry & Urban Greening v57, n126947, January, 2021. https://doi.org/10.1016/j.ufug.2020.126947

TIRIBA, L.; PROFICE, C.C. Crianças da Natureza: vivências, saberes e pertencimento. Educação & Realidade, Porto Alegre, Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 44, n. 2, e88370, 2019.

VALLEJO, L. R. USO PÚBLICO EM ÁREAS PROTEGIDAS: ATORES, IMPACTOS, DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO E GESTÃO: I Encontro Fluminense de Uso Público em Unidades de Conservação – UFF/RJ, v. 1 n. 1, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em:< https://orcid.org/0000-0002-2411-7436> Acesso em: 22/12/2023.

VASCONCELOS, J.G. Pólo Ecológico de Porto Seguro: A Odisséia do Pau Brasil. Editexto Projetos Editoriais. Porto Seguro, v.1, n.1, p.27, 1992.