ARTICLE TITLE: HEALTH CARE-RELATED INFECTIONS IN INTENSIVE CARE CENTERS CAUSED BY THE USE OF NON-INVASIVE AND INVASIVE DEVICES.
REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10246234
Adriana Feldkircher De Souza
Maria Gabriela Do Nascimento Santos
Orientador: Prof. José Willian de Aguiar
Resumo: As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam um sério desafio para a saúde pública, demandando uma solução efetiva através do apoio fundamental da enfermagem. Objetivo: Busca-se identificar na literatura atual os elementos de risco ligados aos procedimentos invasivos realizados pela equipe de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: A metodologia aplicada foi de revisão de literatura e os artigos científicos indexados nas bases de dados MediLine, Scientific Eletronic Librany Online, Biblioteca Virtual em Saúde e Google Acadêmico entre os anos de 2018 e 2023. Resultados e Discussões: A partir da leitura minuciosa dos artigos foi possível discutir sobre as infecções recorrentes em unidades de terapia intensiva, bem como o perfil epidemiológico das infecções relacionadas à assistência, as estratégias para prevenção e controle de infecções em UTIs e o protagonismo da Enfermagem nos processos de educação e treinamento das equipes de saúde. Conclusão: Segundo a literatura atual, reduzir a ocorrência de infecções relacionadas ao uso de dispositivos invasivos e não invasivos, é possível através do desenvolvimento de ações preventivas e programas de treinamento no campo da assistência de enfermagem.
Palavras-chave: Infecção Hospitalar; Unidades de Terapia Intensiva; Cuidados de Enfermagem/métodos
Abstract: Healthcare-associated infections (HAIs) pose a significant challenge to public health, requiring an effective solution with fundamental nursing support. Objective: The aim is to identify, in the current literature, the risk factors associated with invasive procedures performed by the nursing team in the Intensive Care Unit (ICU). Method: The applied methodology was a literature review, including scientific articles indexed in the MediLine, Scientific Electronic Library Online, Virtual Health Library, and Google Scholar databases between 2018 and 2023. Results and Discussions: Through a thorough review of the articles, it was possible to discuss recurrent infections in intensive care units, the epidemiological profile of healthcare-associated infections, strategies for prevention and infection control in ICUs, and the role of Nursing in educating and training healthcare teams. Conclusion: According to current literature, reducing the occurrence of infections related to both invasive and non-invasive devices is possible through the development of preventive actions and training programs in the field of nursing care.
Keywords: Hospital Infection; Intensive Care Units; Nursing Care/methods. 1 INTRODUÇÃO
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) constituem um desafio de interesse público, já que apresentam um considerável perigo para a segurança do paciente e acarretam impacto financeiro substancial, sobretudo em nações em desenvolvimento, onde se observa uma correlação entre menor desenvolvimento econômico e maiores índices de IRAS. A prevalência de IRAS contraídas em Unidades de Cuidados Intensivos chega a quase 20% de todas as infecções hospitalares diagnosticadas entre pacientes internados, resultando em significativa morbimortalidade e elevação de custos sobre o sistema de saúde, pacientes e seus respectivos familiares (Nogueira et al, 2015).
No contexto hospitalar, especialmente em ambientes como UTIs, as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são aquelas que surgem após a admissão do paciente e podem manifestar-se durante o período de internação ou após a alta, desde que tenham relação com a hospitalização ou procedimentos realizados durante o período de cuidado. Devido à natureza invasiva dos cuidados oferecidos na UTI, essenciais para tratar condições críticas, os pacientes estão mais suscetíveis a contrair infecções, e a ocorrência dessas infecções resulta em uma série de complicações tanto para o paciente, como a extensão da sua permanência hospitalar, atrasos na recuperação e agravamento do estado de saúde, quanto para a instituição e o sistema de saúde em geral. Isso se deve à influência da incidência de IRAS como indicador da qualidade dos serviços hospitalares, além do aumento dos gastos financeiros do sistema de saúde estatal (FREIRE et al, 2013).
Globalmente, estima-se que quase 500 mil casos de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) ocorram anualmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Essa alta incidência está diretamente relacionada às características peculiares desse ambiente, onde fatores como a gravidade clínica dos pacientes, a necessidade de internações prolongadas, o uso de imunossupressores, a administração frequente de antimicrobianos e a subsequente resistência microbiana, bem como a utilização de dispositivos invasivos como Cateteres Venosos Centrais (CVCs), Sondas Vesicais de Demora (SVDs) e Tubos Orotraqueais (TOTs) para suporte ventilatório, criam um cenário favorável para o surgimento de infecções ( KELLY et al, 2013).
É comum que os pacientes que são internados em UTIs e enfrentam condições críticas de saúde, juntamente com a necessidade de passar por diversos procedimentos invasivos, frequentemente se tornem alvos de diversos tipos de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Estudos indicam que aproximadamente 30% dos pacientes admitidos nessas unidades experimentam, no mínimo, um episódio infeccioso. As categorias proeminentes incluem infecções do trato urinário (ITU), pneumonias que ocorrem enquanto o paciente está sob ventilação mecânica (PVM) e infecções que afetam a corrente sanguínea (ICS) (BRASIL, 2012).
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam um sério desafio para a saúde pública, demandando uma solução efetiva. Nesse contexto, a vigilância epidemiológica emerge como a ferramenta primordial para entender essas infecções. Ela permite a observação ativa, constante e organizada do surgimento e distribuição das infecções entre os pacientes hospitalizados, assim como dos eventos e circunstâncias ligados ao risco de ocorrência e comportamento dessas infecções. A finalidade é possibilitar a implementação de ações oportunas visando ao controle das IRAS (VIANA, 2011).
A implementação de ações preventivas destinadas a controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde visa aprimorar a segurança dos pacientes durante os cuidados. Esse tópico tem sido objeto de análise global, evidenciando uma variedade de abordagens que podem ser empregadas para assegurar um nível elevado de qualidade nos serviços de saúde (LTA et al,2020).
Por essa razão, este artigo tem como propósito central realizar uma avaliação da adesão e conformidade do processo assistencial de enfermagem no contexto da inserção de dispositivos invasivos e não-invasivos. Além disso, busca-se investigar os desfechos de mortalidade e morbimortalidade associados a esses procedimentos. A pesquisa se concentrará na análise das práticas de acordo com a literatura, considerando diretrizes e protocolos estabelecidos, a fim de contribuir para uma compreensão mais profunda dos impactos desses processos na qualidade dos cuidados de saúde prestados aos pacientes em UTIs.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
De acordo com Bernardo WM (2004, p.104-8) a busca de evidência requer adequada definição da pergunta de pesquisa e criação de estrutura lógica para a busca bibliográfica de evidências na literatura, que facilitam e maximizam o alcance da pesquisa. A especificação da pergunta orientadora dessa revisão baseou-se na proposta de utilização do formato PICO (BRASIL, 2011), conforme descrito a seguir (Quadro1).
Quadro 1- Eixos norteadores para elaboração da pergunta
P | População relevante. | Paciente que recebem assistência à saúde ocorridas em UTI. |
I | Intervenção | Uso de tubo orotraqueal, traqueostomia, cateter venoso central, sonda vesical de demora e dispositivos não invasivos em pacientes de UTI. |
C | Controle | Conformidade de práticas de prevenção e controle de IRAS associada a dispositivos. |
O | Outcomes | Diminuição da morbidade e mortalidade em unidades de terapia intensiva decorrentes de IRAS |
Fonte: Elaboração Própria
Pacientes de recebem assistência à saúde nas unidades de terapia intensiva e fazem uso de dispositivos invasivos e não invasivos, estão mais expostos a Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde e consequentemente ao desfecho de mortalidade e morbidade, de acordo com a conformidade de práticas de prevenção e controle de infecção adotada pelos profissionais da assistência?
Para tanto, a pesquisa aderiu aos passos metodológicos estabelecidos na literatura, que emprega uma abordagem sistemática e clara para localizar, escolher e analisar minuciosamente os estudos previamente publicados sobre o tema, seguindo as diretrizes do PRISMA (PRISMA 2020).
A busca ocorreu durante o mês de setembro de 2023, em artigos publicados entre 2018 e 2023, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foi utilizada a terminologia em saúde consultada nos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e no Medical Subject Headings (MeSH), pelos quais se identificaram os respectivos descritores: Infecções Nosocomiais (Cross infection); Assistência de Enfermagem (Nursing Care) e Unidades de Terapia Intensiva (Intensive Care Units). A combinação dos descritores foi realizada por meio do operador booleano AND.
No início, a seleção dos artigos foi conduzida com base nos títulos encontrados nas bases de dados, seguindo a estratégia de pesquisa prédefinida. Quando havia incerteza, procedeu-se à leitura dos resumos e à avaliação da metodologia dos estudos. Após essa etapa de aprimoramento, procedeu-se à leitura completa dos artigos selecionados pelas duas autoras da presente revisão.
No início, foram removidos os artigos que não se encaixavam no período de tempo determinado, resultando em 50 estudos restantes. Em seguida, aplicaram-se filtros de idioma e disponibilidade do texto completo, resultando na exclusão de 5 documentos que não estavam nos idiomas desejados ou não estavam disponíveis integralmente. Assim, para a análise dos títulos e resumos, foram incluídos 44 artigos, eliminando aqueles que não estavam relacionados à questão de pesquisa.
Quando se tratou de artigos duplicados nas bases de dados, eles foram considerados apenas uma vez. Finalmente, após esse processo, chegou-se a um total de 19 estudos encontrados durante a seleção inicial e 1 adicionado por meio de busca reversa. Portanto, a revisão foi composta por um total de 20 artigos. Para facilitar a visualização da busca e dos critérios de exclusão, foi criado um fluxograma (Figura 1).
Figura 1 – Fluxograma PRISMA do processo de identificação e seleção dos artigos para a revisão de literatura sobre infecção relacionada à assistência à saúde (iras) em centros de terapia intensiva, provocados por uso de dispositivos não invasivos e invasivos.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Nesse contexto, o presente artigo investiga a conformidade do processo assistencial de enfermagem, alinhando diretamente com a busca por soluções para esse problema. Através da análise das práticas de inserção, diretrizes e protocolos, estaremos contribuindo para a identificação de lacunas e áreas de melhoria na assistência, visando à prevenção dessas infecções. Esse estudo não apenas reforça a importância da conformidade no processo assistencial, mas também tem o potencial de aprimorar a segurança e o bem-estar dos pacientes.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesse momento realizaremos a exposição dos resultados adquiridos ao examinar os artigos escolhidos. Na página seguinte, apresentaremos um resumo organizado em tabela, que inclui dados sobre os números dos artigos, seus títulos, objetivos, resultados, nomes dos autores e anos de publicação. Após
Quadro 2. Publicações científicas encontradas nas Bases de Dados LILACS, BDENF e MEDLINE, no período de 2018 a 2023, de acordo com o descritor, título, classificação QUALIS, autor(es), ano de publicação, objetivo e recomendação.
Nº | Descritor | Título | Qualis | Autor(es) | Ano de publicação | Objetivo | Recomendação |
01 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Fatores de infecções relacionados aos procedimentos de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva: scoping review | A4 | PAIVA et al | 2021 | Identificar e mapear os procedimentos invasivos executados pela enfermagem que podem ocasionar Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde em pacientes na Unidade de Terapia Intensiva. | Observa-se que identificar os principais fatores de risco para IRAS pode contribuir para o desenvolvimento de medidas preventivas e capacitações no meio assistencial, e, assim, minimizar a incidência de infecções evitáveis no ambiente de UTI, além de propiciar discussões no âmbito científico e educacional, por suscitar outras pesquisas com temáticas semelhantes e associar esse conteúdo com a segurança do paciente em sala de aula, respectivamente. |
02 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde em unidades neonatais. | B1 | JUREMA et al | 2021 | Realizar uma busca sistemática na literatura sobre a assistência de enfermagem no desenvolvimento das estratégias para prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde nas Unidades Neonatais. | É fundamental ter uma equipe treinada para a realização de todos os procedimentos invasivos com a utilização de técnica adequada. Para tanto a presente artigo recomenda que, para prevenção e controle das IRAS, o estabelecimento de prioridades é indispensável, é preciso haver o estabelecimento de políticas, a padronização da implantação e a manutenção de |
dispositivos invasivos nas instituições de saúde. | |||||||
03 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Relation between mental workload and hospital infection in the ICU. | A4 | DA SILVA et al | 2022 | Investigar a influência da infecção hospitalar com a carga de trabalho mental de enfermeiros de unidade de terapia intensiva (UTI). | A carga de trabalho mental de enfermeiros de unidade de terapia intensiva esteve associada aos níveis de infecção hospitalar do setor de terapia intensiva estudado. Para tanto, se faz necessário o apoio psicologico desses profissionais, visando a redução das taxas de IRAS |
04 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Caracterização das infecções relacionadas a assistência à saúde em unidade de terapia intensiva adulto. | B1 | GARBUIO et al | 2022 | O objetivo foi caracterizar as infecções relacionadas à assistência à saúde nos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva. | O presente trabalho demonstra a importância e valorização de um SCIRAS eficiente nos hospitais com participação dos profissionais da saúde, evitando maiores problemas relacionados à assistência do cuidado e possíveis complicações infecciosas. |
05 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Contaminação de aparelhos celulares da equipe de enfermagem em unidade de terapia intensiva de um hospital público do noroeste paranaense . | B1 | CABRAL et al | 2021 | O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de microrganismos em aparelhos celulares da equipe de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital na região noroeste paranaense. | A partir dos dados obtidos, espera-se o envolvimento da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para desenvolver ações que reduzam a prevalência e a gravidade da contaminação no ambiente hospitalar |
06 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Análise das práticas assistenciais para prevenção das infecções primárias da corrente sanguínea. | B1 | CAVALCANTE et al | 2021 | Analisar as práticas assistenciais no uso do cateter venoso central para a prevenção das Infecções Primárias da Corrente Sanguínea em uma Unidade de Terapia Intensiva. | Destaca-se a defesa pelo seguimento dos bundles de manutenção de CVC para prevenção de IPCS na realidade estudada, além da implementação de protocolos assistenciais com enfoque nas evidências clínicas e estratégias de monitorização e “feedback” dos indicadores para a equipe. |
07 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Perfil dos pacientes com infecções relacionadas à assistência à saúde em unidade de terapia intensiva de um hospital público | B1 | CARDOSO et al | 2020 | Este estudo objetiva conhecer o perfil dos pacientes com infecções relacionadas à assistência à saúde na UTI Adulto de um hospital público do Distrito Federal, Brasil. | Tão importante quanto o investimento em tecnologia de ponta em tratamento intensivo, o conhecimento do perfil dos doentes críticos é uma necessidade que se impõe, pois pode auxiliar o enfermeiro nas diretrizes das admissões, diagnóstico de enfermagem e altas dessa unidade. |
08 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Bundle de Cateter Venoso Central: conhecimento e comportamento de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Adulto | A2 | COSTA et al | 2020 | Avaliar conhecimento e comportamento dos profissionais de Unidades de Terapia Intensiva quanto às ações recomendadas no bundle de prevenção de infecção de corrente sanguínea relacionada ao cateter venoso central. | A realização de treinamentos e programas de educação permanente para todos os profissionais de saúde engajados na inserção e manutenção do CVC é imprescindível para prevenir a infecção de corrente sanguínea associada a esse dispositivo. O diagnóstico sobre o conhecimento e comportamento da equipe torna-se necessário para implementação de ações e determinação de estratégias mais assertivas em prol da segurança do paciente internado na UTI em uso de CVC. |
09 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Infecções relacionadas à assistência à saúde sob a ótica da enfermagem em terapia intensiva adulto | A1 | OLIVEIRA et al | 2019 | Conhecer o significado atribuído pela equipe de enfermagem às práticas de prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde | Torna-se de suma importância a educação permanente fundamentada em uma abordagem metodológica problematizadora e na valorização do profissional para que as ações propostas possam sensibilizá-lo e produzir o empoderamento e a reconstrução de novos significados sobre IRAS. |
10 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Condições de desinfecção de superfícies inanimadas em unidades de terapia intensiva. | B2 | SOUZA et al | 2019 | Descrever as condições de limpeza de superfícies inanimadas comuns ao toque dos pacientes e da equipe de saúde após limpeza terminal em unidade de terapia intensiva. | O artigo estabelece que sejam aplicados métodos padronizados de limpeza e desinfecção em superfícies inanimadas presentes no ambiente hospitalar, pois inúmeros microrganismos patógenos podem sobreviver por tempo prolongado em superfícies inanimadas e em equipamentos encontrados próximos aos leitos, se estes não forem adequadamente limpos e desinfetados. |
11 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Medidas preventivas de infecção relacionada ao cateter venoso periférico: adesão em terapia intensiva . | B1 | LANZA et al | 2019 | Analisar a adesão dos profissionais de enfermagem às medidas de prevenção de infecção por cateter venoso periférico. | A análise deste estudo demonstrou baixa adesão dos profissionais de enfermagem às medidas de prevenção de infecção por cateter venoso periférico. O presente artigo indica que, utilizar protocolos pautados em intervenções para reduzir as complicações da variabilidade da prática profissional, proporcionando qualidade, reduzindo riscos e complicações da terapia intravenosa periférica, dentre estas, a infecção, com |
vistas à assistência de Enfermagem segura e livre de danos aos pacientes. | |||||||
12 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Adesão às medidas preventivas versus incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica . | B1 | LOURENÇONE et al | 2019 | Objetiva-se avaliar a taxa de adesão das ações preventivas da equipe de enfermagem para PAV, após a reestruturação e aplicação do protocolo de prevenção e verificar as taxas de densidade de incidência de pacientes com PAV. | Verifica-se a necessidade de se manter a boa realização e adesão às medidas de prevenção por parte da equipe de enfermagem para prevenir o desenvolvimento da PAV no paciente crítico. |
13 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Microrganismos multirresistentes nas mãos de profissionais de saúde em Unidades de Terapia Intensiva. | B1 | SOARES et al | 2019 | Identificar os microrganismos presentes nas mãos dos profissionais em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e seu papel nas infecções hospitalares. | Devem ser reforçadas as ações de educação continuada, monitoramento da adesão à prática de higiene das mãos, manutenção e instalação de equipamentos, uso racional de antibióticos e recomendações baseadas no cuidado com procedimentos invasivos e a promoção da higiene das mãos. |
14 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Avaliação microbiológica de superfícies em terapia intensiva: reflexões sobre as estratégias preventivas de infecções nosocomiais. | A4 | GIL et al | 2018 | Determinar o perfil microbiológico de bactérias isoladas e identificadas nos leitos e bombas infusoras na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário do Estado do Rio de Janeiro. | É necessária a ampliação do debate multiprofissional sobre questões de segurança hospitalar, apresentando a educação permanente como um possível caminho de sucesso no controle das infecções. |
15 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Monitoramento da adesão à higiene das mãos em uma unidade de terapia intensiva | A4 | SILVA et al | 2018 | Caracterizar a adesão da prática de higienização das mãos pelos profissionais de saúde. | Verificou-se baixa taxa de adesão à higienização das mãos pelos profissionais de saúde. Contudo, a categoria enfermeiro é a que mais higieniza as mãos antes e após o contato com o paciente, conforme a técnica correta. Devem ser intensificados os processos de educação permanente sobre HM. |
16 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Educação permanente em saúde: estratégia de prevenção e controle de infecção hospitalar | B2 | PORTO et al | 2019 | Analisar através da literatura as estratégias da educação permanente que contribuem para a mudança de condutas de prevenção e controle de infecção em assistência à saúde pela equipe multidisciplinar. | É de suma importância a utilização da educação permanente na saúde, com foco na atualização da equipe multidisciplinar. |
17 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Taxas de infecções hospitalares na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário do sertão pernambucano. | A1 | SANTOS et al | 2023 | O presente estudo tem como objetivo descrever as Taxas de Infecções Hospitalares na Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário do Sertão Pernambucano. | Sugere-se a criação de um checklist, para a diminuição das infecções da corrente sanguínea, higienização oral com clorexidina, além de da promoção de educação continuada com os profissionais envolvidos nos cuidados intensivos e reuniões mensais com a equipe assistencial. |
18 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia | Infecções relacionadas à assistência à saúde no Brasil: | B1 | OLIVEIRA et al | 2022 | Analisar os maiores desafios da assistência as Infecções relacionadas à assistência à saúde no Brasil. | O presente artigo indica quer deve haver melhora na relação profissional/paciente com mais intensivistas de formação na ponta do cuidado assistencial. Bem como, |
Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | precisamos de mais do que colaboração | gerenciamento da UTI baseado em dados direcionando os esforços contínuos de melhoria de qualidade assistencial. Processos assistenciais e protocolos bem desenhados e baseados em evidências. Estrutura, material e equipamentos assegurados de forma minimamente adequada para que os processos assistenciais sejam cumpridos de forma confiável. | ||||||
19 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Implementation of a Nurse–Driven Protocol for Catheter Removal to Decrease Catheter– Associated Urinary Tract Infection Rate in a Surgical Trauma ICU. | A2 | TYSON et al | 2020 | Analisar a remoção precoce de cateteres urinários é uma estratégia eficaz para prevenção de infecção do trato urinário associada a cateter | A enfermagem deve atuar na implementação de um protocolo para a remoção precoce do cateter urinário como parte de uma estratégia de intervenção multimodal de ITUS. | |
20 | “Infecções Nosocomiais” AND “Unidade de Terapia Intensiva” AND “Assistência de Enfermagem” | Pneumonia associada à ventilação mecânica: conhecimento dos profissionais de saúde acerca da | A4 | SANTIAGO et al | 2019 | Avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre a prevenção da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM) em pacientes críticos internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e, | As equipes das UTIs precisam estar conectadas e dispostas a construir e aderir protocolos assistenciais ou bundles (pacote de cuidados) de prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. | |
prevenção medidas educativas. | e | promover educação permanente (EP) para profissionais das UTIs sobre prevenção de PAVM. | ||||||
Fonte: Elaborado pelas autoras
análise em base de dados utilizando os descritores desta pesquisa e realizada a leitura reflexiva para desfecho do estudo e alcance dos objetivos descritos, a presente revisão foi organizada em 4 áreas do saber, que permeiam sobre as infecções recorrentes em unidades de terapia intensiva; Estratégias e protocolos para prevenção e controle; Perfil epidemiológico e o protagonismo da enfermagem nos processos de educação e treinamento das equipes de saúde na prevenção de IRAS.
3.1 Infecções recorrentes em unidades de terapia intensiva.
As infecções recorrentes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) representam um sério problema de saúde pública, com implicações significativas na morbidade e mortalidade dos pacientes. A alta gravidade das condições clínicas, a imunossupressão e a exposição constante a dispositivos invasivos tornam os pacientes de UTI particularmente suscetíveis a infecções (VINCENT, J.L, 2017).
Nas UTIs os avanços tecnológicos altamente sofisticados, estão buscando a melhor maneira de promover a recuperação de seus pacientes. Este é um campo altamente especializado que envolve uma supervisão intensiva de enfermagem a pacientes críticos, equipados com sistemas de monitoramento contínuo. Isso permite o tratamento mais complexos com cuidados intensivos, visando atender com segurança e eficácia, com o objetivo de alcançar sua melhora clínica (CARDOSO et al, 2020).
As infecções recorrentes em UTIs podem ocorrer devido a várias razões, incluindo a persistência de microrganismos resistentes aos antibióticos, a presença de cateteres e sondas que facilitam a entrada de patógenos, além da fragilidade imunológica dos pacientes. Estas infecções não apenas prolongam o tempo de internação, mas também aumentam os custos dos cuidados de saúde e o risco de óbito (MAGILL et al, 2014).
Paiva descreve em seu estudo que dentre os procedimentos invasivos realizados pela enfermagem que podem ocasionar IRAS em pacientes da UTI, a SVD é apontada em 34 (66,67%) estudos, a sonda nasogástrica (SNG), em 10 (19,61%) e a sonda nasoenteral (SNE), em dois (03,92%) (PAIVA et al, 2021).
Em um estudo selecionado, os principais fatores extrínsecos que dificultam a redução das IRAS em Unidades Neonatais foram citados como: a falta de reconhecimento prévio de contato com doenças infectocontagiosas; realização de procedimentos invasivos desnecessários (sondagem orogástrica; ventilação mecânica invasiva; e cateter umbilical); alta taxa de permanência hospitalar, indiscriminado uso de antibiótico empiricamente; higienização inadequada das mãos ou ainda a não higienização; uso de adornos; superlotação; intercorrências com os pacientes, e dimensionamento inadequado (JUREMA et al, 2021).
Os fatores de Risco para Infecções recorrentes envolvem resistência antimicrobiana, como o uso indiscriminado de antibióticos em UTIs que tem levado ao desenvolvimento de microrganismos multirresistentes (APISARNTHANARAK et al, 2014). Em destaque, os dispositivos invasivos, como cateteres intravasculares, tubos endotraqueais e sondas urinárias que são essenciais na UTI, mas também são portas de entrada para patógenos (ZINGG et al 2015). Além de fatores relacionados a imunossupressão, já que os pacientes em UTI frequentemente sofrem de doenças graves e tratamentos imunossupressores, o que os torna mais vulneráveis a infecções (DAVEY et al, 2017).
Dos estudos selecionados para o presente artigo, quatro evidenciaram que a principal responsável pelas Infecções do Trato Urinário nas UTIs é a bactéria Pseudomonas aeruginosa, que é conhecida por causar infecções graves devido à sua resistência a múltiplos antibióticos, assim como a presença de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Essas complicações tendem a se agravar de acordo como gênero masculino, a duração da presença do cateter urinário antes da ITU, recorrência da infecção no ambiente hospitalar, histórico prévio de uso de penicilinas e o período de internação hospitalar (PAIVA et al, 2021; DA SILVA et al, 2022; GARBUIO et al, 2022; CABRAL et al, 2021).
O uso frequente do Cateter Venoso Central (CVC) em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) está relacionado ao aumento das chances de Infecções Primárias da Corrente Sanguínea. Isso ocorre principalmente devido à exposição do cateter ao ambiente externo, que pode permitir a entrada de microrganismos da pele ou transmitidos pelas mãos da equipe médica durante os cuidados ao paciente crítico. Essas infecções são graves e podem resultar em bacteremias, causando alta taxa de mortalidade no Brasil, além de prolongar a estadia hospitalar e aumentar os custos com tratamento e antimicrobianos. No entanto, é possível prevenir essas infecções adotando medidas adequadas e consistentes na prática da assistência de enfermagem (CAVALVANTE et al, 2021).
3.2 Perfil epidemiológico das infecções relacionadas à assistência à saúde em Unidade de Terapia Intensiva.
A resistência aos antimicrobianos nas UTIs tem se tornado um dos desafios mais significativos enfrentados pela enfermagem. Isso se transformou em um sério problema de saúde pública, gerando enormes custos econômicos e sociais e impactando negativo ao prognóstico dos pacientes hospitalizados. Isso ocorre porque a rápida disseminação dos genes de resistência tornou-se um obstáculo significativo para as opções terapêuticas disponíveis. Devido a essa disseminação, a resistência aos antimicrobianos agora é reconhecida como uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo (ALVIM et al, 2009).
Anualmente, aproximadamente 700 mil óbitos estão relacionados a infecções causadas por bactérias multirresistentes, e estima-se que até o ano de 2050 possam ocorrer cerca de 10 milhões de mortes por ano devido a esse problema (MOTA, et al 2018).
No Brasil, de acordo com dados da Anvisa relativos a 2017, foi constatada uma taxa global de incidência de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) de 4,4% em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para adultos. As infecções mais frequentes foram as pneumonias associadas à ventilação mecânica (PAV) com uma taxa de 11,50%, seguidas pelas infecções do trato urinário (ITU) devido ao uso de cateter vesical de demora, com 4,70%, e infecções do local de inserção de cateter venoso central (IPCSL) com 4,40%. O micro-organismo mais comumente associado à resistência foi o Acinetobacter spp, com uma taxa de resistência de 77,7% aos Carbapenêmicos, seguido pelo Staphylococcus coagulase negativo resistente à Oxacilina, com 72,2% de resistência (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2018).
O estudo epidemiológico apresentado por FELIX, evidencia que no terceiro trimestre de 2020, foi identificada uma maior incidência de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), atingindo uma taxa de 26,44%. Quando analisados os dispositivos invasivos, notou-se uma taxa mais elevada no uso de Cateter Venoso Central (CVC) durante o quarto trimestre de 2020, atingindo 83,9%. No entanto, é importante destacar que esse aumento no uso de CVC não se traduziu em um aumento das IRAS nesse local específico, provavelmente devido a pandemia. Além disso, a pneumonia associada à ventilação (PAV) foi a topografia mais frequente, representando 47,22% dos casos. Em resumo, os resultados deste estudo estão alinhados com os valores divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outras instituições de saúde semelhantes, indicando uma consistência nas taxas de IRAS observadas (FELIX et al, 2023).
3.3 Estratégias para prevenção e controle de infecções em UTIs.
Os estudos realizados no período de 2007 a 2017 demonstram a progressão da análise das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde e, consequentemente, a elaboração de programas e orientações relacionados ao tema. Essa evolução busca avaliar e aprimorar o controle e a prevenção das IRAS no ambiente hospitalar. Um exemplo notável é a criação da Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Saúde (CNIRAS) por meio da Portaria nº 1218/12 (OLIVEIRA et al, 2016).
As evidências levantadas por esse estudo, apontam que a vigilância ativa das IRAS resulta em reduções significativas nas taxas de infecção. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e as equipes de prevenção de IRAS desempenham um papel central nesse processo. A vigilância tem diversos objetivos, incluindo a obtenção de taxas para entender a realidade do serviço, permitir comparações com outros locais, orientar estratégias de prevenção, detectar surtos, avaliar a eficácia das medidas de prevenção e contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas com base nos dados obtidos (OLIVEIRA et al, 2022).
A Higienização das Mãos (HM) é considerada a medida mais importante para reduzir o risco de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. É uma medida simples, eficaz e de baixo custo, recomendada por organizações de saúde como a OMS, CDC e ANVISA. No entanto, estudos indicam que a taxa de conformidade com a HM é geralmente inferior a 50%, sugerindo a necessidade de novas estratégias, inovações ou práticas para reduzir as IRAS. É importante destacar que a inovação envolve a introdução e exploração de novos produtos, processos, materiais e formas de organização na busca por melhorias nesse contexto (TARTARE et al, 2017).
No contexto da prevenção de infecções sanguíneas, é fundamental que os profissionais da enfermagem observem o fluxo de líquidos no cateter antes, durante e após a administração de medicamentos, além de garantir a desinfecção das vias infusoras. No que diz respeito à prevenção de infecções em locais cirúrgicos, é de extrema importância que os profissionais controlem os níveis de glicose no sangue antes e após procedimentos cirúrgicos, monitorem a temperatura corporal dos pacientes e realizem a preparação da pele utilizando soluções alcoólicas. Estas são medidas essenciais para evitar complicações infecciosas, complementando a prática da HM no cuidado hospitalar (COSTA et al, 2020).
Para prevenir infecções do trato respiratório, especialmente aquelas associadas à ventilação mecânica, é essencial que os profissionais da enfermagem tomem várias medidas. Isso inclui elevar a cabeceira da cama do paciente, avaliar o nível de sedação, realizar a higienização oral com antissépticos e fazer a aspiração subglótica de forma regular. Além disso, no contexto da prevenção de infecções do trato urinário, é importante adotar ações como utilizar cateteres de calibre menor, realizar a higienização adequada da área de inserção do cateter, empregar gel lubrificante e efetuar a substituição do sistema quando ocorrer vazamento ou violação da técnica asséptica. Essas medidas são fundamentais para reduzir o risco de infecções nessas áreas críticas (FERREIRA et al, 2019).
3.4 O protagonismo da Enfermagem nos processos de educação e treinamento das equipes de saúde na prevenção de IRAS.
É crucial implementar medidas baseadas em evidências para prevenir Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) em todas as configurações de cuidados de saúde, incluindo hospitais, atenção primária à saúde, consultórios médicos, estabelecimentos que atendem pacientes crônicos e cuidados domiciliares. Isso significa que a prevenção de IRAS deve ser uma prioridade em qualquer ambiente de prestação de cuidados de saúde. Estudos demonstraram que quando os serviços de saúde e suas equipes estão cientes da extensão do problema das infecções e aderem a programas de prevenção e controle de IRAS, é possível alcançar uma redução significativa de mais de 70% em certas infecções. Portanto, a conscientização e a adesão a protocolos de prevenção são fundamentais para mitigar o risco de IRAS em pacientes (WHO, 2019).
Reconhecer os fatores mais significativos que aumentam o risco de IRAS desempenha um papel crucial no desenvolvimento de ações preventivas e programas de treinamento no campo da assistência de enfermagem. Isso, por sua vez, pode reduzir a ocorrência de infecções que poderiam ser evitadas nas UTIs e estimular debates tanto no contexto acadêmico quanto educacional. Além disso, ao abordar esse tópico, é possível estimular pesquisas adicionais relacionadas à segurança do paciente em ambientes de ensino (PAIVA et al, 2021).
É direito do paciente a receber cuidados de alta qualidade, afinal muitos sofrimentos podem ser aliviados e vidas podem ser salvas através da atenção, seriedade e competência dos profissionais de enfermagem. Isso pressupõe uma constante atualização para estar ciente das melhores e mais eficazes práticas médicas e de enfermagem disponíveis atualmente, sendo assim o investimento com educação continuada é essencial para uma visão abrangente e uma prática colaborativa, juntamente com uma infraestrutura adequada. Além disso, a pesquisa, a comunicação eficaz e o engajamento das lideranças, bem como parcerias com outras instituições, tornam-se imperativos (SILVA et al, 2009).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Infecções recorrentes em UTIs provocados por uso de dispositivos invasivos e não invasivos representam um desafio complexo, mas não insuperável. A identificação de fatores de risco, juntamente com a implementação de estratégias de prevenção eficazes, é fundamental para reduzir a incidência dessas infecções e melhorar os resultados clínicos dos pacientes em UTIs.
A enfermagem desempenha um papel fundamental na redução das infecções relacionadas à assistência à saúde. Através de uma vigilância rigorosa, práticas de higiene adequadas e educação contínua para a equipe de saúde e pacientes. Os estudos apresentados evidenciaram que a enfermagem deve garantir a aplicação correta de protocolos de higiene, deve monitorar seus pacientes de alto risco, promovendo a adesão a medidas de controle de infecções e devem principalmente, exercer com perfeição os cuidados que envolvam o uso de dispositivos invasivos. Além disso, a enfermagem também desempenha um papel vital na educação dos pacientes e de suas famílias sobre medidas preventivas, ajudando a criar um ambiente seguro nos cuidados de saúde.
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