CHILDHOOD IN FRONT OF SCREENS: CHALLENGES FOR MOTOR DEVELOPMENT, EXECUTIVE FUNCTIONS, AND OBESITY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202509291020
Carla Bueno Medina1
Nadia Cristina Valentini2
Resumo
Atualmente, a tecnologia e a mídia constituem parte integrante da vida de bebês, crianças pequenas, pré-escolares e escolares. Objetivo: Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão narrativa da literatura, investigando as relações entre o tempo de tela, o desenvolvimento motor, as funções executivas e a obesidade na infância. Método: Os dados foram obtidos por meio de buscas online nas bases Google Scholar, PubMed e SciELO, considerando publicações no período de 2000 a 2025. Foram selecionados 45 artigos e 2 guias informativos sobre o tempo de tela adequado para crianças e o tempo recomendado de atividade física diária, com o intuito de construir a narrativa do estudo. Conclusão: O aumento do uso de telas e do peso corporal, aliado à diminuição das atividades motoras, como brincadeiras ao ar livre e participação em esportes, apresenta associação negativa com o desenvolvimento motor, cognitivo e social das crianças. Estratégias simples, como a redução do tempo excessivo de tela e o aumento do tempo de atividades ao ar livre, podem constituir medidas preventivas significativas.
Palavras-chave: Desenvolvimento infantil; Tempo de tela; Desenvolvimento motor; Funções executivas; Obesidade; Crianças.
Abstract
Currently, technology and media are an integral part of the lives of infants, young children, preschoolers, and school-aged children. Objective: This study aimed to conduct a narrative literature review, investigating the relationships between screen time, motor development, executive functions, and obesity in childhood. Method: Data were obtained through online searches in the Google Scholar, PubMed, and SciELO databases, considering publications from 2000 to 2025. A total of 45 articles and 2 informational guides on appropriate screen time for children and the recommended daily physical activity time were selected to construct the narrative of the study. Conclusion: Increased screen use and body weight, combined with decreased motor activities such as outdoor play and sports participation, are negatively associated with children’s motor, cognitive, and social development. Simple strategies, such as reducing excessive screen time and increasing outdoor activity, can be significant preventive measures.
Keywords: Child development; Screen time; Motor development; Executive functions; Obesity; Children.
1 INTRODUÇÃO
A tecnologia vem assumindo proporções cada vez maiores ao longo dos anos e, no contexto infantil, não tem sido diferente. Atualmente, a tecnologia e a mídia constituem parte integrante da vida de bebês, crianças pequenas, pré-escolares e escolares (Madan & Ranganathan, 2023). No cenário contemporâneo, as telas, antes restritas à televisão (Bernard, 2017), evoluíram para dispositivos móveis, portáteis e de uso cotidiano. Assim, celulares, tablets e smartphones, em razão de sua portabilidade, passaram a integrar a rotina das pessoas — incluindo das crianças — em idades cada vez mais precoces (Radesky, 2016).
Entretanto, o aumento do tempo de tela não tem ocorrido de maneira adequada para a faixa etária infantil, podendo ocasionar prejuízos na rotina diária. O uso excessivo desses dispositivos está associado à redução das interações sociais, ao enfraquecimento das relações interpessoais e à diminuição da prática de atividades físicas (Hu et al., 2020). Evidências apontam que a crescente exposição às telas exerce efeitos negativos sobre o desenvolvimento motor (DM), configurando-se como uma barreira tanto para o crescimento do DM quanto para a manutenção de níveis adequados de atividade física (Ghanamah, 2025). Nas últimas décadas, o tempo de tela excessivo, incluindo televisão, computadores e smartphones, tem sido considerado um dos principais fatores determinantes da redução da prática motora ao longo da infância (Madigan et al., 2019; Landhuis et al., 2007).
Diversos estudos indicam que o uso excessivo de telas está negativamente associado a parâmetros cognitivos, motores e sociais em diferentes idades. Em crianças de até cinco anos, por exemplo, o desenvolvimento social e cognitivo apresenta relação inversa com o tempo de tela passiva, refletindo-se em dificuldades de atenção, socioemocionais e comportamentais (Mistry, Minkovitz, Strobino, & Borzekowski, 2007; Swing, Gentile, Anderson, & Walsh, 2010; Verlinden et al., 2012). Pesquisas prévias demonstraram ainda que o aumento do tempo de tela está frequentemente associado a prejuízos nas funções executivas (Barr et al., 2010a), sendo essa relação observada desde os primeiros anos de vida (McHarg et al., 2020).
Além dos impactos motores e cognitivos, o uso prolongado da tecnologia digital tem sido relacionado à falta de atenção, a comportamentos agressivos, ao sedentarismo, à obesidade e a distúrbios do sono em crianças em idade pré-escolar e escolar (Mustafaoglu et al., 2018). Estimativas recentes revelam que a prevalência de sobrepeso e obesidade aumentou de forma alarmante em todas as faixas etárias e sexos ao redor do mundo (Leite, Cornona & Habitante, 2022). Evidências sugerem que a obesidade infantil apresenta associação inversa com a prática sistemática de atividade física. Ademais, a presença de televisores, computadores e videogames no ambiente doméstico, somada ao baixo consumo de alimentos saudáveis, reforça a influência do meio ambiente no desenvolvimento do excesso de peso (Oliveira et al., 2003).
Diante da relevância e da recorrência da temática, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão narrativa de literatura, com a finalidade de descrever as relações entre o tempo de tela, o desenvolvimento motor, as funções executivas e a obesidade na infância.
2 MÉTODO
Esta revisão narrativa teve como objetivo descrever e interpretar, de forma integrativa, a produção científica acerca do tempo de tela infantil, ampliando a compreensão sobre a evolução desse campo de conhecimento e os desafios atuais relacionados ao tema. A escolha pela revisão narrativa justifica-se por permitir a integração e a análise crítica de estudos com diferentes delineamentos, sem a obrigatoriedade de critérios sistemáticos de inclusão e exclusão.
A coleta de dados foi realizada entre janeiro de 2023 e julho de 2025, por meio das bases Google Scholar, PubMed e SciELO, considerando publicações compreendidas entre os anos de 2000 e 2025. Os termos de busca empregados foram: “tempo de tela infantil”, “tempo de tela e desenvolvimento motor”, “tempo de tela e funções executivas”, “tempo de tela e obesidade” e “tempo de tela para crianças”.
Foram incluídos artigos publicados em português e inglês, que abordassem crianças de 0 a 12 anos e investigassem relações entre tempo de tela, desenvolvimento motor, funções executivas ou obesidade. Excluíram-se artigos de opinião, editoriais e duplicados. Ao final do processo, foram selecionados 48 artigos e 2 guias informativos, os quais subsidiaram a construção da presente revisão narrativa.
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 Tecnologia digital, tempo de tela e infância
A integração da tecnologia digital no cotidiano das crianças tem se intensificado, influenciando de forma significativa o desenvolvimento cognitivo, emocional e social (MUSTAFAOGLU et al., 2018). Atualmente, crianças utilizam dispositivos eletrônicos para múltiplos propósitos, como jogos, vídeos, músicas, interações sociais e navegação em diferentes plataformas digitais (SUNDUS, 2018).
Entretanto, o uso excessivo dessas tecnologias pode comprometer o desenvolvimento ideal, uma vez que períodos prolongados diante das telas reduzem oportunidades de consolidação de habilidades interpessoais, motoras e comunicativas (MADIGAN et al., 2019). Entre os principais impactos observados estão a diminuição das práticas esportivas, das brincadeiras ao ar livre e da movimentação corporal, fatores essenciais para o desenvolvimento motor, além da redução das interações face a face (SUNDUS, 2018).
Embora os dispositivos digitais modernos possam favorecer aprendizagens e competências educacionais, sua utilização excessiva tem sido associada a efeitos negativos sobre funções mentais e motoras (SUNDUS, 2018). Além disso, o crescimento da oferta de brinquedos digitais e a redução do uso de espaços de lazer ao ar livre, como parques, representam riscos adicionais ao desenvolvimento infantil adequado (MUSTAFAOGLU et al., 2018).
3.2 Relações entre tempo de tela e desenvolvimento motor na infância
Apesar de os recursos digitais oferecerem benefícios no processo de aprendizagem e no cotidiano infantil, o aumento do tempo de tela está associado a desafios sociais e de saúde, como o sedentarismo e o risco de obesidade (TWENGE & CAMPBELL, 2018). Períodos prolongados de exposição às telas reduzem as oportunidades de participação em atividades físicas, fundamentais ao desenvolvimento integral (WEBSTER, MARTIN & STAIANO, 2019).
Evidências apontam que crianças de 3 a 4 anos que passam mais tempo diante de telas apresentam menor proficiência em habilidades motoras básicas. O uso excessivo desses dispositivos pode comprometer funções corporais, afetar a visão, reduzir o tempo de atividades ao ar livre, aumentar o risco de obesidade e ocasionar danos na coluna vertebral, influenciando negativamente o crescimento e o desenvolvimento (MAJUMDAR, BISWAS & SAHU, 2020; WEBSTER, MARTIN & STAIANO, 2019).
Crianças com maior domínio em habilidades motoras fundamentais (HMF) tendem a permanecer menos tempo sentadas e a se engajar em atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa (WEBSTER, MARTIN & STAIANO, 2019). Contudo, observa-se que, na idade pré-escolar, o tempo destinado a atividades físicas diminui progressivamente, enquanto o uso de telas aumenta (WEBSTER, MARTIN & STAIANO, 2019).
Estudos longitudinais demonstraram que altos níveis de tempo de tela nos primeiros anos estão associados a menor proficiência em HMF aos 7 anos de idade (CADORET et al., 2016), enquanto crianças com menor tempo de tela apresentam maior engajamento em atividades físicas (MINESHITA et al., 2021). Assim, há uma relação inversa entre tempo de tela e competência motora (MINESHITA et al., 2021; WEBSTER, 2019).
Por outro lado, crianças com maior proficiência motora tendem a apresentar padrões de movimento mais complexos, associados a níveis mais elevados de atividade física (SPESSATO et al., 2012; VALENTINI et al., 2016; VALENTINI; NOBRE & DUARTE, 2022). Essa evidência reforça a necessidade de promover atividades físicas regulares na infância, uma vez que o desenvolvimento das HMF não ocorre espontaneamente, mas exige ensino e prática deliberada (MARTINS et al., 2025; WEBSTER, MARTIN & STAIANO, 2019).
3.3 Relações entre tempo de tela e funções executivas na infância
As funções executivas englobam um conjunto de habilidades cognitivas responsáveis pela regulação do comportamento, da cognição e das emoções, sendo fundamentais para a realização de metas (TOMAZ & LEÓN, 2021). O avanço das tecnologias digitais, sobretudo com dispositivos móveis sensíveis ao toque, ampliou as formas de interação, incluindo streaming, chamadas de vídeo e aplicativos interativos (ADAMS, KUBIN & HUMPHREY, 2023). Nesse contexto, o tempo de tela pode ser categorizado como ativo, quando envolve engajamento intencional e interativo, ou passivo, quando restrito à recepção de conteúdo, como na televisão (HU et al., 2020).
A infância caracteriza-se por elevada plasticidade neural (CONWAY & STIFTER, 2012; ZELAZO & CARLSON, 2012), sendo um período crucial para o desenvolvimento das funções executivas, como a atenção e a autorregulação (BEST, MILLER & JONES, 2009; HOROWITZ-KRAUS et al., 2016). Por essa razão, a primeira infância constitui uma fase sensível para investigar os efeitos da exposição às telas sobre essas habilidades (BEST, MILLER & JONES, 2009). Estudos mostram que o uso precoce de dispositivos digitais, sobretudo para assistir vídeos e jogos em tablets e celulares, está associado a desempenhos deficitários nas funções executivas em pré-escolares (COURAGE, 2017).
O uso excessivo de tecnologia nos primeiros anos também tem sido relacionado a atrasos cognitivos, linguísticos, sociais e emocionais (PAGANI et al., 2010). Do ponto de vista comportamental, o tempo prolongado diante das telas pode substituir práticas protetivas, como sono adequado, atividade física, interações sociais presenciais e tempo de estudo (TWENGE, MARTIN & SPITZBERG, 2019). Adicionalmente, foi observado que a exposição excessiva a telas está associada à menor integridade microestrutural e mielinização da substância branca cerebral em crianças de 3 a 5 anos (MARTINS et al., 2020).
Evidências mais recentes sugerem que tanto o tempo excessivo de tela quanto a prática de multitarefa em mídias podem comprometer negativamente as funções executivas, as habilidades sensório-motoras e o desempenho escolar (MUPPALLA et al., 2023), além de favorecer atrasos cognitivos e dificuldades de aprendizagem (SUNDUS, 2018). Ainda que muitos pais reconheçam o excesso de exposição dos filhos, relatam utilizar os dispositivos como forma de distração ou regulação comportamental, sobretudo em situações de exaustão ou necessidade de conciliar tarefas (KABALI et al., 2015; RIDEOUT & ROBB, 2020).
Conclui-se que os impactos do tempo de tela sobre as funções executivas são multifatoriais, variando de acordo com a quantidade e duração da exposição, o tipo de dispositivo, a natureza da atividade (ativa ou passiva) e as características individuais da criança (MUSTAFAOGLU et al., 2018).
3.4 Tempo de tela e índice de massa corporal
O sobrepeso e a obesidade configuram-se como um dos principais problemas de saúde pública, tanto pelo impacto na carga global de doenças quanto pelos elevados custos econômicos associados (ZHAO et al., 2008). Estima-se que, em 2022, mais de 390 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos estavam acima do peso, incluindo 160 milhões em situação de obesidade (Organização Mundial da Saúde, 2025).
Paralelamente, observa-se a substituição progressiva do tempo ativo por comportamentos sedentários mediados por telas, fator associado ao aumento da obesidade infantil (DUCH et al., 2013). Historicamente, a televisão foi considerada a principal influência no sobrepeso infantil; contudo, dispositivos como smartphones, tablets e computadores passaram a ter papel igualmente relevante no ambiente doméstico (CHANG et al., 2023). Ainda que o tempo em mídias digitais apresente menor poder preditivo do que o tempo de televisão, ambas as formas de exposição estão associadas a riscos para a saúde (CHANG et al., 2023).
O tempo excessivo em frente às telas está diretamente associado ao sedentarismo, que, por sua vez, relaciona-se ao sobrepeso e à obesidade, além de prejuízos em aspectos como atenção, sono, desempenho acadêmico e bem-estar psicológico (EPSTEIN et al., 2007; STIGLIC & VINER, 2019; NAKSHINE et al., 2022). Crianças com excesso de peso frequentemente permanecem entre três e seis horas diárias diante de telas, sendo que uma parcela significativa ultrapassa seis horas de exposição. Além disso, a maioria pratica atividades físicas no máximo três vezes por semana (LEITE, CORNONA & HABITANTE, 2022).
Estudos também evidenciam correlações positivas entre sobrepeso/obesidade e tempo de tela total, incluindo televisão e computador (FANG et al., 2019). Dessa forma, a redução do tempo de tela pode ser considerada um fator de proteção relevante para a prevenção do sobrepeso e da obesidade em crianças e adolescentes.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como objetivo analisar e compreender a relação entre o tempo de tela, o desempenho motor, as funções executivas e o índice de massa corporal em crianças. Os resultados indicam que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos está associado a impactos negativos no desenvolvimento motor, nas funções executivas e no estado nutricional infantil.
Crianças com maior tempo de tela, seja ativo ou passivo, apresentam menor disponibilidade para esportes, brincadeiras físicas ou atividades sem telas, refletindo um menor envolvimento em atividades físicas gerais (HOFFERTH, 2010; GREIER et al., 2019). Essa situação preocupa tanto do ponto de vista do desenvolvimento quanto da saúde infantil. A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde recomendam que crianças até 2 anos não tenham qualquer exposição a telas; crianças entre 2 e 5 anos devem ser expostas, no máximo, a 60 minutos por dia; e crianças de 6 a 10 anos não devem exceder 120 minutos diários. No entanto, pesquisas indicam que o tempo de tela na infância frequentemente ultrapassa essas recomendações, podendo chegar a 2,05–2,16 horas diárias em crianças pequenas e até 3,2 horas em crianças a partir de 2 anos, aumentando progressivamente até a adolescência (LANDHUIS et al., 2007; TWENGE & CAMPBELL, 2018; HU et al., 2020).
Os resultados destacam a importância de refletir sobre os hábitos cotidianos das crianças, especialmente no equilíbrio entre atividades digitais e práticas que promovam movimento, interação social e desenvolvimento cognitivo. O tempo de tela deve ser compreendido como um comportamento sedentário distinto de outras formas de inatividade, com relação dose-resposta potencialmente prejudicial à saúde e ao desenvolvimento infantil (SIGMAN, 2015). Além disso, o uso excessivo de telas pode impactar negativamente o desenvolvimento socioemocional, aumentando o risco de depressão, ansiedade e obesidade (MUPPALLA et al., 2023). Crianças com excesso de peso apresentam maiores dificuldades em atividades motoras de sustentação corporal, devido ao maior esforço exigido para suportar o peso contra a gravidade (LIMA et al., 2019). Evidências sugerem que a competência motora está inversamente associada ao estado nutricional e positivamente associada à aptidão cardiorrespiratória e musculoesquelética ao longo da infância (CATTUZZO et al., 2016).
As diretrizes da OMS também recomendam que crianças acima de cinco anos realizem, em média, pelo menos 60 minutos diários de atividade física de intensidade moderada a vigorosa. Assim, este estudo reforça que o aumento do tempo de tela, o excesso de peso corporal e a redução de atividades motoras e brincadeiras ao ar livre estão negativamente associados ao desenvolvimento motor, cognitivo e social das crianças.
Reduzir o tempo de tela excessivo pode representar uma estratégia preventiva significativa. Recomenda-se que os pais sigam as orientações da OMS, promovendo mais atividades ao ar livre em parques, praças e outros espaços de lazer. O envolvimento ativo de familiares em atividades físicas e sociais, bem como a participação em escolas de esporte no contraturno escolar, contribui para o desenvolvimento motor, cognitivo e social.
Dessa forma, conclui-se que a reflexão sobre o impacto do tempo de tela deve ultrapassar o âmbito científico, alcançando famílias, educadores e profissionais da saúde. Promover um uso consciente da tecnologia, aliado a oportunidades de movimento e experiências enriquecedoras, é fundamental para favorecer um crescimento saudável, equilibrado e integral das crianças.
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1Mestranda no Programa de Pós-graduação Ciências do Movimento Humano; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Bolsista CAPES.
2Professora Titular; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Programa de Pós-graduação Ciências do Movimento Humano; Bolsista produtividade em pesquisa CNPQ.