BODY MASS INDEX, PHYSICAL ACTIVITY LEVEL AND QUALITY OF LIFE IN 9TH GRADE SCHOOLCHILDREN
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202502242138
Antonio Paulo Ferreira da Silva1; Jéssica Ferreira e Silva2; Francisco Evaldo Orsano3; Tâmyack Alves de Macêdo4; Cândida Josélia de Sousa5; Laécio Osório de Freitas6; Daniel Moreira Avelino Leal7; Antônio Francisco Veras de Carvalho8; Enéas de Freitas Dutra Junior9
RESUMO
O nível de atividade física (NAF) é considerado um importante elemento na promoção da saúde e qualidade de vida de escolares. Sob essa perspectiva, o presente estudo objetivou verificar o Índice de Massa Corporal (IMC), Nível de Atividade Física (NAF) e a Qualidade de Vida de Escolares no ensino público e privado. Em estudo quantitativo do tipo observacional, a amostra foi composta por 37 escolares do 9º ano do ensino fundamental da cidade de Timon-MA, sendo 27 escolares da rede de ensino pública e 10 escolares da rede de ensino privada representando 100% das turmas. Os escolares incluídos no estudo foram do gênero masculino e feminino, com idade entre (15,4 ± 1,01) anos. Determinou-se o IMC pela mensuração da estatura e massa corporal. Obteve os dados sobre informações pessoais através de questionários auto preenchidos de: Nível de Atividade Física (IPAQ), Qualidade de Vida (SF-36) e Nível Socioeconômico. Os resultados obtidos no estudo foram: IMC teve sua classificação de normalidade mesmo com a diferença socioeconômica, enquanto os níveis de atividade física na rede pública muito ativos e ativos (57%), e na rede privada irregularmente ativos e sedentários (70%). A capacidade funcional obtida pelo questionário de qualidade de vida teve sua média e desvio padrão total na escola pública (74,8±24,1), e na privada (75±22,6). Deve-se incentivar maiores estudos nessa população, já que os avanços tecnológicos estão se fazendo presente cada vez mais cedo em jovens e adolescentes, acarretando assim uma série de fatores como os baixos níveis de atividade física.
Palavras-Chaves: Nível de Atividade Física, Qualidade de Vida, Índice de Massa Corporal, Escolares.
ABSTRACT
Physical activity level (PAL) is considered an important element in promoting health and quality of life in schoolchildren. From this perspective, the present study aimed to verify the Body Mass Index (BMI), Physical Activity Level (PAL) and Quality of Life of Schoolchildren in public and private schools. In a quantitative observational study, the sample consisted of 37 9th grade students from the city of Timon-MA, 27 students from the public school system and 10 students from the private school system representing 100% of the classes. The students included in the study were male and female, aged between (15.4 ± 1.01) years. BMI was determined by measuring height and body mass. Data on personal information were obtained through self-completed questionnaires on: Physical Activity Level (IPAQ), Quality of Life (SF-36) and Socioeconomic Level. The results obtained in the study were: BMI was classified as normal even with the socioeconomic difference, while the levels of physical activity in the public school system were very active and active (57%), and in the private school system irregularly active and sedentary (70%). The functional capacity obtained by the quality of life questionnaire had its mean and standard deviation in the public school (74.8±24.1), and in the private school (75±22.6). Further studies in this population should be encouraged, since technological advances are becoming increasingly present in young people and adolescents, thus leading to a series of factors such as low levels of physical activity.
Keywords: Physical Activity Level, Quality of Life, Body Mass Index, Schoolchildren.
1. INTRODUÇÃO
A atividade física é qualquer atividade que propicie gasto energético acima do repouso, que implica na aquisição de comportamentos associados com prática de exercícios físicos, ou seja, uma sequência sistematizada, estruturada e repetida, com o objetivo de melhorar um ou mais componentes físicos (OGA et al., 2003; COOPER et al., 2003).
O nível de atividade física (NAF) é considerado um importante elemento na promoção da saúde e qualidade de vida de escolares. A Educação Física Escolar tem função importantíssima no combate ao sedentarismo, de forma a incentivar os alunos a praticarem atividade física regular e conscientizar os mesmos sobre a importância de serem ativos (GUEDES E GUEDES, 2003).
Nessa perspectiva, a escola aparece como um espaço para o desenvolvimento de estratégias e de promoção para a saúde, mais com o uso exagerado de novas tecnologias torna criança adolescentes cada vez mais sedentários, e quando incrementado com a inatividade física e hábitos alimentares inadequados, a uma grande probabilidade de se tornarem seres obesos (OLIVARES et al, 2004).
Segundo Guedes e Gonçalves (2007), a prática de exercícios físicos na escola, proporciona ao organismo humano uma série de adaptações a nível metabólico, cardiorrespiratório e músculo-osteoarticular que promovam benefícios ao bom funcionamento dos sistemas orgânicos, proporcionando saúde, qualidade de vida e a redução do risco de se adquirir doenças.
Desta a forma, a qualidade de vida é uma noção eminentemente humana que se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental, sendo um fator que determina a sensação subjetiva de bem-estar, para a satisfação das necessidades e desejos individuais na participação em atividades que permitem o desenvolvimento pessoal (MINAYO et al ,2000).
Neste contexto, a qualidade de vida, está associada diretamente com a saúde e consequentemente com a prática regular de atividade física, e que consiste na possessão dos recursos necessários para a satisfação das necessidades e desejos individuais, e a participação em atividades que permitem o desenvolvimento pessoal (MINAYO et al,2000).
Matsudo (2000) reitera a prescrição sobre os benefícios de atividade física como meio de prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida, e reconhece as vantagens da pratica de atividade física regular. Mais vários estudos mundiais incluindo o Brasil apontam para um elevado índice de comportamento sedentário em todos os grupos etários, variando de 50% a mais de 80% na população mundial (MENDES et al., 2006).
Deste modo, o homem contemporâneo se utiliza cada vez menos de suas potencialidades corporais e junto com o baixo nível de atividade física, é fator decisivo do sedentarismo e está associado a várias doenças e condições metabólicas adversas tais como: obesidade, doença coronariana, hipertensão, diabetes, osteoporose, câncer de cólon e depressão (OLIVEIRA, 2005).
No entanto, apesar do reconhecimento da importância da atividade física como fator de promoção da saúde e de prevenção de doenças, a prevalência de exposição a baixos níveis de atividade física, comportamento sedentário e maus hábitos alimentares é elevada e o principal responsável por tudo isso são os meios de comunicação e entretenimentos eletrônicos (SILVA, 2005).
O comportamento sedentário em adolescentes está diretamente ligado a diminuição ou a inexistência de atividade física no lazer, trabalho, no deslocamento para o trabalho e/ou escola, e nas atividades domesticas diárias. Ele é determinado pelas atividades que não geram gasto energético acima do repouso, sendo caracterizado como mais de duas horas diárias ocupados pelo uso de meios de comunicação (MALTA et al., 2009).
A partir das evidências apresentadas, uma boa qualidade de vida, bons hábitos de alimentação, níveis de atividade física, comportamento sedentário, poderão mostrar a relação dessas informações com o índice de massa corporal (IMC). Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar o IMC, Nível de Atividade Física e a Qualidade de vida de Escolares no ensino público e privado.
2. METODOLOGIA
Foi realizado um estudo quantitativo do tipo observacional, que compreendeu uma amostra de 37 escolares do 9° ano do Ensino Fundamental, sendo 27 escolares da Unidade Escolar Pública Benedito Silvestre, e 10 escolares da escola Privada do Centro de Aprendizagem e Aplicação (CENAPLI), da Cidade de Timon-MA, representando 100% das turmas. Os escolares incluídos no estudo foram do gênero masculino e feminino, com idade (15,4 ± 1,01) anos.
Para caracterização da amostra foram utilizadas fichas para registro dos dados dos escolares, como idade, sexo, medidas antropométricas (massa corporal e estatura), e questionários de Nível de Atividade Física, Nível Socioeconômico e Qualidade de Vida. Foi realizada a estatística descritiva dos dados (variável, média e desvio padrão). Para tabulação dos dados das análises no que se refere ao tratamento estatístico das informações e elaboração de tabelas e gráficos, utilizou-se o programa Microsoft Excel 2010.
Foram excluídos escolares com algum diagnóstico de doença severa. Depois de assinado o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice A), os escolares foram colocados em salas com ambiente agradável, com iluminação e ventilação adequadas. Cada escolar recebeu os questionários para responder. Os questionários foram explicados e eventuais dúvidas foram elucidadas no decorrer do preenchimento dos mesmos. E assim foram coletados os dados das seguintes variáveis:
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)
Para o cálculo do IMC, foi utilizado a equação IMC= Peso (Kg) / Estatura² (m). A massa corporal foi obtida por meio de pesagem em balança de Banheiro de marca M&C, peso máximo de 130 kg e com precisão de d=1kg. De acordo com o protocolo de Guedes & Guedes (2006), foi orientado ao avaliado se posicionar no centro do equipamento, com o mínimo de roupa possível, descalço, ereto, pés juntos e braços estendidos ao longo do corpo, mantê-lo parado nesta posição e com o rosto direcionado para frente. Para a classificação do IMC foram utilizadas as tabelas de referências propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS 2004), separadas por sexo e faixa etária.
Para obter a Estatura, foi utilizada uma fita métrica de 150 cm de marca CÍRCULO e um estadiômetro. A fita métrica deve ser aplicada verticalmente na parede, com a posição zero exatamente a 100 cm acima do solo. Os alunos de pé encostados na parede e olhando em frente. O avaliador coloca o estadiômetro sobre a cabeça dos alunos, mantendo-o nivelado, estendendo-o até a fita métrica. A estatura dos alunos é a medida (cm) indicada na fita métrica, mais 100 cm (distância a partir do solo até ao ponto zero da fita métrica). Os alunos foram orientados a vestirem apenas calção e camiseta, ou seja, com menos roupa possível para evitar que a massa das vestimentas interfira no peso da balança e exigindo se, também, a ficarem descalços e posicionados anatomicamente, com a cabeça e o tronco o mais ereto possível, com o peso corporal distribuído igualmente sobre ambos os pés e a cabeça orientada no plano de Frankfurt paralelo ao solo. Tocando o ponto mais alto da cabeça com os alunos fazendo apneia inspiratória no momento da medida (RIKLE & JONES,1999).
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA (NAF)
O Nível de atividade Física (NAF) (Apêndice B) foi avaliado através do questionário IPAQ (InternationalPhysicalActivityQuestionnaire, CELAFISC, S Matsudo, 2007), na versão curta. O IPAQ consiste em estimar o tempo semanal gasto em atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa, em diferentes contextos do cotidiano e ainda o tempo despendido em atividades passivas, realizadas na posição sentada (BARA FILHO et al, 2007). A classificação dos níveis de atividade física através do IPAQ são as seguintes apresentadas abaixo:
MUITO ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de:
a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão ou
b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA ou CAMINHADA:
≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão.
ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de:
c) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; ou
d) MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; ou
e) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa).
IRREGULARMENTE ATIVO: aquele que realiza atividade física, porém, de forma insuficiente para ser classificado como ativo pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a frequência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa).
SEDENTÁRIO: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.
O questionário é composto por oito questões abertas obtém os escores finais através do produto entre a duração (minutos/dias) relatadas pelos adolescentes nas respostas. Essa versão é a mais recomendada para a utilização em populações jovens (GUEDES et al., 2005).
QUALIDADE DE VIDA
O “Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey” (SF-36) (Apêndice C) é um questionário genérico que avalia aspectos da qualidade de vida que estão diretamente relacionados à saúde do indivíduo. O SF-36 avalia oito conceitos (ou dimensões) de saúde: Capacidade Funcional, Aspecto Físico, Dor, Estado Geral de Saúde, Vitalidade, Aspectos Sociais, Aspectos Emocionais e Saúde Mental. Foi traduzido e validado no Brasil em 1997 pela pesquisadora Rozana Mesquita Ciconelli. Ao final da aplicação do questionário, foi somando cada um dos escores e calculado os pontos de cada domínio. Para o presente estudo apenas foi utilizado o domínio de capacidade funcional.
SOCIOECONÔMICO
Questionário socioeconômico (Apêndice D) modificado pelos referidos autores para avaliar o Nível Socioeconômico dos Escolares do Ensino Fundamental da Rede Pública e Privada. Auto preenchido e composto por 10 questões que avalia os seguintes aspectos: pessoas na família, responsável pelo sustento da casa, profissão, moradia, pessoas empregadas, renda, grau de escolaridade e praticantes de atividade física. Todas as questões organizadas em módulos temáticos e criadas a partir de outras pré-existentes e adaptadas conforme a necessidade do estudo.
3. RESULTADOS
Os resultados são referentes a uma amostra de 37 alunos, compreendendo 100% das turmas do 9º ano do ensino fundamental, sendo 27 alunos da rede de ensino pública e 10 alunos da rede de ensino privada, do gênero masculino e feminino, com idade entre (15,4 ± 1,01) anos.
A tabela 01 mostra a comparação do nível socioeconômico dos escolares da rede de ensino pública e privada.
Tabela 01 – Comparação do Nível Socioeconômico dos Escolares da Rede de Ensino Pública e Privada.
Fonte: os autores
Os achados na tabela 01 mostram que os escolares da rede de ensino pública têm as médias de: pessoas na família de (5,4±). (25,9%) de pai e mãe responsável pelo sustento na família. (89,0%) possui residência própria. A média de pessoas empregadas é (1,6±), com uma renda média de (882,0±). (11,1%) foram dos pais que tem o 2º grau completo. (40,7%) são irmãos que praticam atividade física.
No entanto, as médias dos escolares da rede de ensino privada mostram que: pessoas na família de (4,8±). (50%) de pai e mãe responsável pelo sustento na família. 100% possui residência própria. A média de pessoas empregadas é de (2±), com uma renda média de (1530±). (50%) foram dos pais que tem o 2º grau completo. (40%) são os pais que praticam atividade física.
A tabela 02 mostra as variáveis, média e desvio padrão do domínio de capacidade funcional retirado do questionário SF-36, que foram feitas por gênero e por população total dos escolares das redes de ensino pública e privada.
Tabela 02 – Variável, Gêneros, Redes de Ensino, Capacidade Funcional, Quantidade.
Qtd=Quantidade, D.padrão= Desvio Padrão
A tabela 02 mostra que houve diferença mínima no domínio da capacidade funcional total dos escolares da rede pública (74,8 ± 24,1) e privada (75±22,6). Enquanto que por gênero masculino o resultado da rede pública (75,8 ± 24,4), e da privada (77 ± 27,6). Já pelo gênero feminino da rede pública foi de (74±22,5) e da rede privada foi (73 ± 16).
A tabela 03 mostra as variáveis, gêneros e quantidades dos escolares das redes de ensino pública e privada, médias e desvio padrão obtidos em idade e IMC.
Tabela 03 – Variáveis, Gêneros, Quantidades, Médias e Desvio Padrão obtidos a partir dos resultados encontrados em idade e IMC dos escolares das redes de ensino pública (n=27) e privada (n=10).
IMC= Índice de Massa Corporal, n= número amostral, Qtd= Quantidade
A média de idade dos escolares da rede de ensino pública é (15,8±) e a média dos escolares da rede de ensino privada é de (14,3±). Porém o valor da média do IMC da rede pública foi de (19,2kg/m2) enquanto que o IMC dos escolares da rede de ensino privada foi de (20,3kg/m2). Quando analisado o IMC, conclui-se que ambos os escolares das redes de ensino estão com a classificação de normalidade.
Os resultados quanto ao nível de atividade física da turma de 9° ano da escola pública se encontram no gráfico 01.
Gráfico 01 – Nível de Atividade Física- Escola Pública
Fonte: os autores
Pode-se constatar que, na população analisada, no total dos 27 alunos do 9º ano da escola pública que (11%) são muito ativos, (46%) são ativos, (18%) são irregularmente ativos e (25%) são sedentários.
Os resultados quanto ao nível de atividade física da turma de 9° ano da escola privada se encontram no gráfico 02.
Gráfico 02 – Nível de Atividade Física- Escola Privada
Fonte: os autores
Pode-se constatar que, na população analisada, no total dos 10 alunos do 9º ano da escola privada que (20%) são muito ativos, (10%) são ativos, (50%) são irregularmente ativos e (20%) são sedentários.
A tabela 04 mostra a comparação do NAF dos escolares das redes de ensino pública e privada medidas pelo questionário IPAQ.
Tabela 04 – Comparação do Nível de Atividade Física em escolares da Rede Ensino pública (n=27) e privada (n=10), medidas pelo questionário IPAQ.
NAF= Nível de Atividade Física, n=número amostral
Os achados na comparação do NAF que estão descritos na tabela 04 foram identificados com uma diferença de (32%) dos escolares que estão irregularmente ativos da rede de ensino privada em relação à rede de ensino pública. Assim como também houve uma diferença de (36%) dos escolares ativos da rede de ensino pública em relação à rede de ensino privada. Já uma diferença menor foi encontrada de (9%) dos escolares muito ativos da rede de ensino privada em relação a rede de ensino pública. Em relação aos escolares sedentários, foi encontrada apenas uma diferença de (5%) dos escolares da rede de ensino pública em relação a rede de ensino privada.
4. DISCUSSÃO
De acordo com os resultados do questionário socioeconômico podemos verificar que os escolares da rede de ensino pública possuem uma renda inferior quando comparado aos escolares da rede de ensino privada, isso pode ser observado pelo grau de escolaridade dos pais.
De acordo com o estudo de Hallal et al (2006), observaram, dentre 4.452 adolescentes, com prevalências de sedentarismo de 49% entre os meninos e 67% entre meninas, sendo a inatividade física maior nos níveis socioeconômicos altos.
Em outro estudo de Ribeiro (2006), estudantes matriculados em escolas públicas e de níveis socioeconômicos mais baixos apresentaram valores maiores de gasto energético, quando comparados aos da rede de ensino privada e de maior nível socioeconômico. Tal achado é consistente com o do presente estudo.
Em relação a qualidade de vida dos escolares, de com Fernandes et.al (2009), em um estudo feito com funcionários da Gerência de Assistência Nutricional, onde foi utilizado o questionário SF-36, obteve o seguinte resultado sobre o domínio da capacidade funcional de (72.3±). Valor que corrobora com os nossos achados.
Os resultados sobre o estado de classificação do IMC do presente estudo das redes de ensino pública e privada foi de normalidade e corrobora com o estudo de Ramalho (2013), com 68 alunos do 6° ano do ensino fundamental, onde indicou que não houve índice de sobrepeso e obesidade na sua amostra.
O resultado sobre o nível de atividade física dos escolares da rede de ensino pública foi bastante satisfatório associado aos resultados obtidos por OLIVEIRA et, al (2013), com 116 adolescentes de ambos os sexos regularmente matriculados nas séries finais do ensino fundamental de uma escola do Distrito de Nova Esperança do Município de Montes Claros-MG, onde em seus estudos apresenta a classificação do nível de atividade física quanto ao gênero, a maioria da amostra total (54%) eram sedentários e (46%) ativos. Grande parte do sexo masculino (53%) foram classificados como ativos, enquanto que para o sexo feminino a maior parte (61%) foi classificada como sedentária.
O resultado desse estudo sobre o nível de atividade física dos escolares da rede de ensino privada tem associação com o estudo feito por VENANCIO (2006), onde os escolares da rede de ensino privada, 31,3% são sedentários; 29,4% insuficientemente ativos; 24,4% moderadamente ativos; e apenas 15 % são ativos.
Na comparação dos resultados dos níveis de atividade física das redes de ensino pública e privada, as diferenças aqui encontradas mostram que 57% dos escolares ativos e muito ativos da rede de ensino pública foram mais superiores do que os escolares da rede de ensino privada, em contrapartida foram achados 70% de escolares irregularmente ativos e sedentários da rede de ensino privada em relação a rede de ensino pública.
Em relação ao nível de atividade física dos escolares das redes de ensino pública e privada, nossos resultados mostram um percentual de 45% de sedentarismo diferente dos resultados encontrados no estudo de Rivera et al. (2010), publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, onde foi investigado através de questionário, por crianças e adolescentes de 07 a 17 anos de idade das redes de ensino pública e privada de Maceió, onde o sedentarismo atingiu mais de 90%. Pode-se perceber que uma das causas semelhantes entre esses estudos foram o tempo gasto utilizando televisão, videogame, computador dentre outros aparelhos tecnológicos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluiu-se que o IMC dos escolares das redes de ensino pública e privada está dentro da normalidade, mesmo com diferenças socioeconômicas. Observou-se uma predominância de escolares ativos na rede pública e de irregulares na rede privada. A capacidade funcional dos escolares não apresentou associação significativa com IMC, nível socioeconômico e nível de atividade física. Assim, é necessário incentivar mais estudos nessa população, dada a influência dos avanços tecnológicos sobre os baixos níveis de atividade física em jovens. A educação física escolar é um importante instrumento no combate ao sedentarismo, promovendo a prática regular de atividade física dentro e fora do ambiente escolar.
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1Profissional de Educação Física. Mestre em Educação Física pela Universidade Federal da do Triângulo Mineiro, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Uberaba – MG, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7034-0516.
2Profissional de Educação Física, Especialista em Educação Física e Atividade Física para Saúde, pelo Instituto de Ensino Superior – IESM. E-mail: jessicaferreiraesilva@hotmail.com
3Docente da Universidade Estadual do Piauí -UESPI, Docente Programa de Mestrado profissional em rede nacional em Educação Física – ProEF. UESPI eorsano@yahoo.com.br
4Profissional de Educação Física pela, Universidade Estadual do Piauí, Mestre em Educação Física no Programa de Pós-Graduacao Stricto Sensu da Universidade Católica de Brasília – UCB, Brasília – DF, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8583-8325
5Mestre em Saúde e Comunidade pela Universidade Federal do Piauí. https://orcid.org/0000-0002-9542-9808
6Graduando em Educação Física, Instituição: Universidade Estadual do Piauí, Endereço: Teresina – Piauí, Brasil E-mail: lo-500@hotmail.com
7Graduando em Educação Física, Instituição: Universidade Estadual do Piauí, Endereço: Teresina – Piauí, Brasil E-mail: danielmoreiraleal@gmail.com
8Mestre em Nutrição e Alimentos Instituição: Universidade Federal do Piauí e Universidade Estadual do Piauí Endereço: Teresina – Piauí, Brasil, E-mail: tonyverasc@gmail.com
9Profissional de Educação Física, Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade Brasil https://orcid.org/0000-0001-8260-8287