INCLUSION OF TEA STUDENTS IN PHYSICAL EDUCATION CLASSES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202410231557
Irinaldo Carlos de Oliveira1
RESUMO
A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas aulas de Educação Física é um tema de crescente relevância e interesse no campo da educação inclusiva. O presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre essa temática, analisando o estado atual da pesquisa, identificando lacunas no conhecimento e fornecendo insights para práticas inclusivas eficazes. A justificativa para este estudo reside na importância de promover uma educação acessível a todos os alunos, independentemente de suas habilidades e necessidades, e a Educação Física desempenha um papel fundamental nesse processo. A metodologia utilizada foi a revisão de literatura, que envolveu buscas em bases de dados acadêmicas e institucionais utilizando descritores relacionados ao tema. Os estudos selecionados foram analisados criticamente para identificar padrões, tendências e lacunas na literatura sobre a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física. Conclui-se que a inclusão efetiva de alunos com TEA nas aulas de Educação Física enfrenta desafios significativos, mas é essencial para garantir sua plena participação na escola e na sociedade, promovendo uma educação mais inclusiva e acessível para todos.
Palavras-chave: Transtorno do espectro Autista (TEA), inclusão, educação Física.
ABSTRACT
The inclusion of students with Autism Spectrum Disorder (ASD) in Physical Education classes is a topic of growing relevance and interest in the field of inclusive education. The present study aims to carry out a literature review on this topic, analyzing the current state of research, identifying gaps in knowledge and providing insights for effective inclusive practices. The justification for this study lies in the importance of promoting an education accessible to all students, regardless of their abilities and needs, and Physical Education plays a fundamental role in this process. The methodology used was a literature review, which involved searches in academic and institutional databases using descriptors related to the topic. The selected studies were critically analyzed to identify patterns, trends and gaps in the literature on the inclusion of students with ASD in Physical Education classes. It is concluded that the effective inclusion of students with ASD in Physical Education classes faces significant challenges, but is essential to ensure their full participation in school and society, promoting a more inclusive and accessible education for all.
Keywords: Autism spectrum disorder (ASD), inclusion, physical education.
1. INTRODUÇÃO
A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas aulas de Educação Física tem sido um tema de crescente interesse e importância no campo da educação inclusiva. O TEA é um transtorno neurodesenvolvimental caracterizado por dificuldades na comunicação social, padrões restritos e repetitivos de comportamento e interesses. A educação física é uma disciplina fundamental no currículo escolar, que visa promover o desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional dos alunos.
Diante da diversidade de habilidades e necessidades dos alunos com TEA, é essencial garantir sua plena participação nas aulas de Educação Física, proporcionando adaptações e suportes adequados para atender às suas necessidades individuais. No entanto, a efetiva inclusão desses alunos enfrenta uma série de desafios e obstáculos, que vão desde a falta de conhecimento e capacitação dos professores até a falta de recursos e apoio institucional.
O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física, analisando o estado atual da pesquisa, identificando lacunas no conhecimento e fornecendo insights para práticas inclusivas eficazes. Os objetivos específicos são: Analisar as principais abordagens e estratégias utilizadas para promover a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física. Identificar os benefícios e desafios associados à participação de alunos com TEA nas atividades físicas escolares. Investigar as necessidades específicas dos alunos com TEA e as adaptações necessárias para garantir sua plena participação e desenvolvimento nas aulas de Educação Física.
Esta pesquisa se justifica pela importância de promover uma educação inclusiva e acessível a todos os alunos, independentemente de suas habilidades e necessidades. A Educação Física desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral dos alunos, e a inclusão de alunos com TEA nessa disciplina é essencial para garantir sua plena participação na escola e na sociedade.
A metodologia utilizada neste estudo foi a revisão de literatura. Foram realizadas buscas em bases de dados acadêmicas e institucionais utilizando descritores relacionados ao tema. Os estudos selecionados foram analisados criticamente para identificar padrões, tendências e lacunas na literatura sobre a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física.
Diante desse contexto, o problema de pesquisa que norteia este estudo é: Quais são as principais abordagens, desafios e benefícios associados à inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física?
Esta pesquisa está estruturada da seguinte forma: na seção de introdução, é apresentada a contextualização do tema, os objetivos, a justificativa, a metodologia utilizada e o problema de pesquisa. A seção de metodologia detalha os procedimentos adotados para realizar a revisão de literatura. Os resultados da revisão são apresentados na seção seguinte, seguidos pela discussão dos principais achados. Por fim, são apresentadas as conclusões do estudo, destacando suas contribuições para a promoção da inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste estudo foi a revisão de literatura. A revisão de literatura é uma abordagem sistemática que busca identificar, analisar e sintetizar o conhecimento existente sobre um determinado tema a partir de fontes bibliográficas, como artigos científicos, livros e teses.
Para realizar a revisão, foram realizadas buscas em diversas bases de dados acadêmicas, incluindo PubMed, Scopus, Web of Science e SciELO. Além disso, foram consultados repositórios institucionais, bibliotecas virtuais e catálogos de teses e dissertações. Essa abordagem permitiu uma busca abrangente e sistemática por estudos relevantes sobre a inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas aulas de Educação Física.
Os descritores utilizados na busca incluíram termos relacionados à inclusão, ao TEA, à Educação Física e a conceitos específicos relacionados ao tema, como adaptações curriculares e estratégias de ensino. Exemplos de descritores incluíram “inclusão”, “transtorno do espectro autista”, “educação física”, “adaptações curriculares” e “estratégias de ensino”.
A revisão de literatura permite sintetizar o conhecimento existente sobre um determinado tema, reunindo informações dispersas em diferentes fontes bibliográficas. Conforme destacado por Fink (2019), a revisão de literatura ajuda a reunir as descobertas de estudos anteriores, proporcionando uma visão geral do que é conhecido e identificando lacunas no conhecimento.
3. RESULTADOS
De acordo com Amato et al. (2018), o diagnóstico do TEA envolve uma avaliação multidisciplinar que considera não apenas os sintomas comportamentais, mas também o histórico de desenvolvimento da criança e a observação de seu comportamento em diferentes contextos. É essencial que o diagnóstico seja realizado por profissionais qualificados, como psicólogos, psiquiatras ou neuropediatras, que estejam familiarizados com os critérios diagnósticos e as peculiaridades do TEA.
A variedade de sintomas e graus de gravidade do TEA é amplamente reconhecida na literatura. Segundo Ribeiro et al. (2020), os sintomas do TEA podem variar desde leves até severos, e os indivíduos com TEA podem apresentar uma ampla gama de habilidades e desafios. Enquanto alguns indivíduos podem ter dificuldades significativas na comunicação e interação social, outros podem exibir habilidades excepcionais em áreas específicas, como memória ou raciocínio visual.
Nesse sentido, é fundamental compreender as características individuais dos alunos com TEA para fornecer suporte e intervenções adequadas. Conforme destacado por Fiamenghi Jr. (2019), cada indivíduo com TEA é único, com suas próprias necessidades, habilidades e preferências. Portanto, abordagens educacionais e de intervenção devem ser adaptadas de acordo com as características específicas de cada aluno, levando em consideração seus pontos fortes e áreas de dificuldade.
Segundo Fuentes et al. (2017), as questões sensoriais são comuns em indivíduos com TEA, podendo manifestar-se através de hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais como luz, som, texturas e movimentos. Essas sensibilidades podem tornar determinadas atividades físicas desconfortáveis ou aversivas para os indivíduos com TEA, dificultando sua participação e engajamento.
Além disso, as dificuldades na comunicação social e interação são características fundamentais do TEA que podem afetar a participação em atividades físicas. Conforme destacado por Ferreira et al. (2019), indivíduos com TEA podem ter dificuldade em compreender e responder aos sinais sociais e verbais durante as atividades físicas, o que pode resultar em mal-entendidos, isolamento e falta de colaboração com os colegas.
Outro aspecto importante a considerar são os desafios específicos na compreensão e execução de tarefas motoras. Segundo Oliveira et al. (2020), indivíduos com TEA podem apresentar dificuldades na coordenação motora, planejamento motor e na compreensão de instruções verbais ou visuais durante as atividades físicas. Isso pode levar a uma execução inadequada das tarefas ou a uma evitação de participação devido à frustração ou ansiedade.
De acordo com Fiamenghi Jr. (2019), adaptações ambientais desempenham um papel fundamental na promoção da inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física. Isso inclui a criação de um ambiente físico que minimize estímulos sensoriais aversivos, como barulho excessivo, luzes brilhantes ou texturas desconfortáveis. Por exemplo, é possível utilizar materiais e equipamentos específicos que ofereçam suporte sensorial adequado e reduzam a sobrecarga sensorial para os alunos com TEA durante as atividades físicas.
Além disso, estratégias de comunicação e interação social são essenciais para facilitar a participação dos alunos com TEA nas aulas de Educação Física. Segundo Amato et al. (2018), é importante fornecer apoio e orientação claros aos alunos com TEA, utilizando comunicação visual, como pictogramas ou gestos, além de comunicação verbal direta e simples. Estratégias de modelagem e imitação também podem ser úteis para promover interações sociais positivas entre os alunos com TEA e seus colegas durante as atividades físicas.
Por fim, abordagens pedagógicas que atendam às necessidades individuais dos alunos com TEA são fundamentais para garantir sua participação e progresso na Educação Física. Conforme destacado por Ribeiro et al. (2020), os professores devem adotar uma abordagem centrada no aluno, reconhecendo e respeitando suas diferenças individuais e adaptando as atividades de acordo com suas habilidades e interesses. Isso pode incluir a modificação das regras do jogo, a individualização das tarefas e o fornecimento de feedback personalizado para cada aluno com TEA.
Conforme ressaltado por Lima (2019), a Educação Física centrada nas habilidades e interesses individuais dos alunos com TEA pode proporcionar uma experiência mais significativa e gratificante. Isso implica em reconhecer e valorizar as habilidades motoras e sensoriais únicas de cada aluno, adaptando as atividades de acordo com suas preferências e capacidades. Por exemplo, atividades que envolvem movimentos repetitivos, como nadar ou pedalar, podem ser especialmente atraentes e benéficas para alguns alunos com TEA.
A personalização do currículo e das atividades também é essencial para atender às necessidades individuais dos alunos com TEA. Segundo Oliveira (2020), adaptar as atividades físicas de acordo com o nível de habilidade e interesse de cada aluno pode promover um maior engajamento e participação nas aulas de Educação Física. Isso pode incluir a modificação das regras do jogo, a simplificação das instruções e a seleção de atividades que sejam relevantes e significativas para os alunos com TEA.
Além disso, é importante fomentar a autonomia e autoestima dos alunos com TEA durante as aulas de Educação Física. Conforme destacado por Silva (2018), proporcionar oportunidades para que os alunos com TEA tomem decisões e assumam responsabilidades durante as atividades físicas pode promover um maior senso de competência e autoconfiança. Isso pode incluir permitir que os alunos escolham suas próprias atividades, definam seus próprios objetivos e avaliem seu próprio progresso, contribuindo para seu desenvolvimento global e bem-estar.
Segundo Santos et al. (2021), os profissionais de apoio especializado, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, desempenham um papel fundamental na avaliação e intervenção junto aos alunos com TEA. Esses profissionais podem oferecer suporte individualizado, identificar necessidades específicas e desenvolver estratégias personalizadas para promover a participação e o desenvolvimento dos alunos com TEA nas atividades físicas.
A parceria entre professores de Educação Física e profissionais de apoio especializado é essencial para garantir uma abordagem colaborativa e integrada na promoção da inclusão de alunos com TEA. Conforme ressaltado por Oliveira (2019), a colaboração entre diferentes profissionais permite uma troca de conhecimentos e experiências que enriquece a prática educacional e promove melhores resultados para os alunos com TEA. Essa parceria pode envolver reuniões regulares, discussões de casos e planejamento conjunto de estratégias de intervenção.
Além disso, é importante estabelecer estratégias eficazes de comunicação e compartilhamento de conhecimento entre a equipe multidisciplinar que trabalha com alunos com TEA. Segundo Mendes (2018), a comunicação clara e aberta entre os diferentes profissionais envolvidos é fundamental para garantir uma abordagem consistente e coordenada no atendimento às necessidades dos alunos com TEA. Isso pode incluir o uso de registros compartilhados, reuniões interprofissionais e a definição de papéis e responsabilidades claras dentro da equipe.
Conforme destacado por Almeida (2020), as modificações no ambiente físico e nas regras das atividades são fundamentais para garantir a inclusão de alunos com TEA. Isso pode incluir a criação de espaços seguros e acolhedores, com menor estimulação sensorial e distrações, além de adaptações nas regras dos jogos para torná-los mais compreensíveis e acessíveis para os alunos com TEA. Por exemplo, é possível simplificar as regras, reduzir o número de participantes ou aumentar o tempo de resposta para permitir uma maior participação dos alunos com TEA.
A utilização de recursos visuais e materiais adaptados também é uma estratégia eficaz para apoiar a participação dos alunos com TEA nas atividades físicas. Segundo Souza (2019), o uso de cartões de comunicação, pictogramas, sinais visuais e outros recursos visuais pode facilitar a compreensão das instruções e das expectativas durante as atividades físicas, proporcionando um maior senso de segurança e previsibilidade para os alunos com TEA. Além disso, a disponibilidade de materiais adaptados, como bolas sensoriais, almofadas de equilíbrio e equipamentos de segurança, pode garantir a participação segura e confortável dos alunos com TEA nas atividades físicas.
Por fim, é importante implementar estratégias de ensino diferenciadas que atendam às necessidades individuais dos alunos com TEA. Conforme Costa (2018), os professores de Educação Física podem adotar abordagens pedagógicas que enfatizem a repetição, o modelamento e o feedback claro e específico para promover a compreensão e a participação dos alunos com TEA. Além disso, é importante oferecer suporte individualizado e ajustar as atividades de acordo com o nível de habilidade e interesse de cada aluno com TEA, garantindo sua inclusão e sucesso na Educação Física.
Segundo Braga (2017), a prática regular de atividades físicas pode promover a melhoria do desenvolvimento motor dos alunos com TEA, auxiliando no aprimoramento da coordenação motora, equilíbrio e habilidades motoras globais. As atividades físicas também oferecem oportunidades para a exploração e experimentação de diferentes movimentos, contribuindo para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais dos alunos com TEA.
Além disso, a participação em atividades físicas pode proporcionar um ambiente social inclusivo e enriquecedor para os alunos com TEA, favorecendo o desenvolvimento de habilidades de interação social e trabalho em equipe. Conforme destacado por Ferreira (2019), as atividades físicas em grupo oferecem oportunidades para a prática de habilidades sociais, como turn taking, compartilhamento e colaboração, permitindo que os alunos com TEA desenvolvam relacionamentos positivos com seus colegas e construam amizades significativas.
A Educação Física também pode contribuir para o aumento da autoconfiança e autoestima dos alunos com TEA. Segundo Ribeiro (2020), a realização de atividades físicas bem-sucedidas pode proporcionar aos alunos com TEA um senso de competência e realização pessoal, fortalecendo sua autoimagem e autoestima. A conquista de metas e desafios nas atividades físicas pode ajudar os alunos com TEA a desenvolver uma visão mais positiva de si mesmos e de suas capacidades, promovendo um maior bem-estar emocional e psicológico.
De acordo com Santos (2018), a presença de alunos com TEA nas aulas de Educação Física oferece uma oportunidade única para os colegas neurotípicos desenvolverem empatia e compreensão da diversidade. Ao interagir e trabalhar em conjunto com colegas com TEA, os alunos neurotípicos têm a oportunidade de aprender sobre diferentes formas de pensar, sentir e se comunicar, promovendo uma maior aceitação da diversidade e uma maior sensibilidade às necessidades individuais dos outros.
Além disso, a inclusão de alunos com TEA enriquece a experiência educacional de todos os alunos, proporcionando uma diversidade de habilidades e perspectivas que podem enriquecer as discussões e atividades em sala de aula. Conforme ressaltado por Almeida (2021), a colaboração e a interação entre alunos com TEA e seus colegas neurotípicos podem estimular a criatividade, o pensamento crítico e a resolução de problemas, contribuindo para um ambiente educacional mais dinâmico e enriquecedor para todos os envolvidos.
Além disso, a inclusão de alunos com TEA na Educação Física contribui para a criação de um ambiente escolar inclusivo e respeitoso, onde todos os alunos são valorizados e respeitados por suas diferenças. Segundo Braga (2019), a presença de alunos com TEA nas atividades físicas pode promover uma cultura de respeito, tolerância e cooperação entre os alunos, ajudando a combater o preconceito e a discriminação e promovendo um ambiente escolar mais acolhedor e inclusivo para todos.
Um dos principais desafios enfrentados é a resistência institucional e a falta de recursos adequados para apoiar a inclusão de alunos com TEA. Conforme ressaltado por Terra (2017), muitas escolas ainda enfrentam obstáculos estruturais e organizacionais que dificultam a implementação de práticas inclusivas, como a falta de acessibilidade física, a falta de materiais e equipamentos adaptados e a falta de apoio técnico e especializado. Além disso, a resistência por parte de alguns membros da comunidade escolar pode representar um obstáculo significativo, dificultando a aceitação e implementação de estratégias inclusivas para alunos com TEA.
Outro desafio importante é a necessidade de formação e capacitação específica para professores e profissionais envolvidos na educação de alunos com TEA. Segundo Gonçalves (2019), muitos professores relatam sentir-se despreparados para lidar com as necessidades específicas dos alunos com TEA, especialmente em relação às estratégias de ensino, adaptações curriculares e gestão de comportamento. A falta de formação adequada pode resultar em práticas inadequadas ou insuficientes, comprometendo a qualidade da educação oferecida aos alunos com TEA e dificultando sua inclusão efetiva.
Além disso, a superação de estereótipos e preconceitos em relação ao TEA e à inclusão educacional representa um desafio significativo. Conforme Pontes (2018), muitas vezes, os alunos com TEA e suas famílias enfrentam estigmas e discriminação por parte da sociedade, o que pode afetar negativamente sua participação e integração na comunidade escolar. A educação e sensibilização da comunidade escolar são essenciais para combater esses estereótipos e promover uma cultura de respeito, aceitação e valorização da diversidade.
4. DISCUSSÃO
A discussão dos resultados obtidos na implementação da inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas aulas de Educação Física é essencial para compreender os impactos, desafios e possíveis melhorias desse processo. Ao analisar os resultados, podemos verificar como as práticas inclusivas estão sendo efetivamente implementadas, bem como identificar áreas que requerem atenção adicional e desenvolvimento.
Almeida (2020) destaca que a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física pode promover uma série de benefícios, tanto para os alunos com TEA quanto para seus colegas neurotípicos. Os resultados desta pesquisa corroboram essa visão, evidenciando que a participação em atividades físicas pode contribuir para o desenvolvimento motor, social e emocional dos alunos com TEA, ao mesmo tempo em que promove a empatia, a compreensão da diversidade e a construção de um ambiente inclusivo para todos os alunos (Santos, 2018; Braga, 2019).
No entanto, a implementação da inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física também enfrenta uma série de desafios e obstáculos que podem comprometer sua eficácia e impacto. Terra (2017) destaca a resistência institucional e a falta de recursos como importantes barreiras para a implementação de práticas inclusivas. Os resultados desta pesquisa corroboram essa visão, destacando a importância de garantir o apoio institucional e fornecer recursos adequados para apoiar a inclusão de alunos com TEA nas escolas.
Outro desafio significativo é a necessidade de formação e capacitação específica para professores e profissionais envolvidos na educação de alunos com TEA. Gonçalves (2019) ressalta a importância da formação adequada para garantir práticas inclusivas de qualidade. Os resultados desta pesquisa sugerem que a falta de formação e capacitação pode representar uma barreira significativa para a implementação efetiva da inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física.
Além disso, a superação de estereótipos e preconceitos em relação ao TEA e à inclusão educacional também se mostra um desafio importante. Pontes (2018) destaca a importância da educação e sensibilização da comunidade escolar para combater esses estigmas e promover uma cultura de respeito e aceitação da diversidade. Os resultados desta pesquisa sugerem que a conscientização e sensibilização são aspectos essenciais para promover uma verdadeira inclusão de alunos com TEA nas escolas.
Portanto, os resultados desta pesquisa destacam a importância de abordar esses desafios e obstáculos de forma sistemática e coordenada, envolvendo todos os atores relevantes, incluindo professores, profissionais de apoio, gestores escolares e famílias, para garantir uma implementação efetiva da inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física e promover um ambiente educacional verdadeiramente inclusivo e acolhedor para todos os alunos.
5. CONCLUSÃO
A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas aulas de Educação Física é um processo complexo que envolve uma série de desafios e oportunidades. A partir da discussão dos resultados obtidos nesta pesquisa, podemos concluir que a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física pode trazer uma série de benefícios significativos, tanto para os alunos com TEA quanto para seus colegas neurotípicos. A participação em atividades físicas pode contribuir para o desenvolvimento motor, social e emocional dos alunos com TEA, ao mesmo tempo em que promove a empatia, a compreensão da diversidade e a construção de um ambiente inclusivo para todos os alunos.
No entanto, a implementação efetiva da inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física enfrenta uma série de desafios e obstáculos que podem comprometer sua eficácia e impacto. A resistência institucional e a falta de recursos adequados representam importantes barreiras para a implementação de práticas inclusivas. Além disso, a necessidade de formação e capacitação específica para professores e profissionais envolvidos na educação de alunos com TEA é um desafio significativo que requer atenção e investimento. A superação de estereótipos e preconceitos em relação ao TEA e à inclusão educacional também se mostra um desafio importante que requer uma abordagem sistemática e coordenada.
Diante desses desafios, é fundamental que as escolas e os profissionais envolvidos estejam comprometidos em superar essas barreiras e em promover uma verdadeira inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física. Isso requer ações coordenadas e estratégias específicas, incluindo o fornecimento de recursos adequados, a oferta de formação e capacitação para professores e profissionais, e a promoção da conscientização e sensibilização da comunidade escolar.
Sendo assim, a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física é um processo complexo que requer esforços conjuntos e contínuos para garantir sua eficácia e impacto. Ao superar os desafios e aproveitar as oportunidades oferecidas pela inclusão, podemos criar um ambiente educacional mais inclusivo, acolhedor e enriquecedor para todos os alunos.
Ao se pensar em promover uma sociedade mais inclusiva, é fundamental abordar as necessidades e desafios enfrentados por indivíduos com TEA, garantindo que todos tenham acesso igualitário a oportunidades educacionais, sociais e de desenvolvimento. A inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física é apenas uma parte desse processo, mas é uma parte fundamental que pode contribuir significativamente para a promoção de uma sociedade mais inclusiva e compassiva.
Portanto, é essencial continuar trabalhando para superar os desafios e obstáculos na implementação da inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física, garantindo que todos os alunos tenham a oportunidade de participar plenamente e beneficiar-se das experiências educacionais oferecidas pela escola.
Em conclusão, a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física é um desafio complexo, mas também uma oportunidade para promover uma educação mais inclusiva, diversificada e enriquecedora para todos os alunos. Com esforços coordenados e investimentos adequados, podemos criar um ambiente escolar onde todos os alunos se sintam valorizados, respeitados e capacitados a alcançar seu pleno potencial.
REFERÊNCIAS
Almeida, L. M. (2020). Estratégias de inclusão de alunos com transtorno do espectro autista (TEA) na educação física escolar: uma revisão bibliográfica. Movimenta, 13(1), e13011.
Almeida, L. M. (2021). Educação física inclusiva e promoção da saúde mental na escola. Revista Diálogo Educacional, 21(67), 486-502.
Amato, C. A. H., Rocha, F. L., Gadelha, A., Moraes, P. H., & Ferreira, T. L. (2018). Transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Psiquiatria, 40(4), 422-431.
Braga, A. B. (2019). A importância da inclusão de alunos com autismo na escola regular. Revista da Faculdade de Educação, 25(1), 120-135.
Braga, L. P. (2017). Benefícios da prática de atividades físicas para crianças com transtorno do espectro autista. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 31(3), 533-540.
Costa, A. R. (2018). Estratégias de ensino para alunos com transtorno do espectro autista na educação física escolar. Revista Eletrônica Científica em Educação Física, 16(1), 78- 88.
Ferreira, A. B. (2019). A importância da Educação Física na inclusão escolar de alunos com autismo. Revista Educação Especial, 32(61), 279-292.
Ferreira, M. S., Santos, P. P., & Schiariti, V. (2019). Participação social de crianças com transtorno do espectro autista em atividades cotidianas. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 29(3), 323-330.
Fiamenghi Jr., G. A. (2019). Educação física adaptada para pessoas com transtorno do espectro autista. Inclusão & Diversidade, 7(2), 43-56.
Fink, A. (2019). Conducting research literature reviews: From the internet to paper. Sage Publications.
Fuentes, J., Balcells-Balcells, A., Pino-Juste, M., Pastor-Cerezuela, G., Mestre-Crespo, M., Martínez-Sanchis, S., … & Balcells-Oliveró, M. (2017). Perfil sensorial en niños contrastorno del espectro autista. Anales de pediatría (Barcelona, Spain: 2003), 87(2), 81- 87.
Gonçalves, E. A. (2019). Educação inclusiva e formação de professores: desafios e perspectivas. Revista Brasileira de Educação Especial, 25(1), 139-152.
Lima, A. B. (2019). Educação Física escolar e inclusão de alunos com transtorno do espectro autista: uma revisão bibliográfica. Movimento & Percepção, 30, e003030.
Mendes, E. R. (2018). Estratégias de Comunicação para Intervenção na Educação Física de Alunos com Autismo. Revista Brasileira de Educação Especial, 24(2), 305-318.
Oliveira, E. R. (2020). Educação Física inclusiva: possibilidades de atuação com alunos com TEA. Revista Educação Especial, 33(66), 47-61.
Oliveira, J. M. (2019). O trabalho colaborativo entre professores e especialistas na educação inclusiva: uma reflexão. Revista Diálogo Educacional, 19(59), 121-139.
Oliveira, R. S., de Freitas, E. T. F., & Santos, V. R. (2020). Coordenação motora e habilidades motoras em crianças com transtorno do espectro autista: Uma revisão sistemática.
Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 30(3), 341-349.
Pontes, J. M. (2018). Desafios da inclusão escolar de alunos com transtorno do espectro autista (TEA): um estudo de caso. Educação e Diversidade, 18(36), 181-199.
Ribeiro, M. C. (2020). Educação física escolar e inclusão de alunos com transtorno do espectro autista: desafios e possibilidades. Revista Movimento, 27(2), e27065.
Ribeiro, T. C., de Paula, J. J., Di Lorenzo-Alho, A. T., Mendlowicz, M. V., do Nascimento, R., de Menezes Galvão, A. C., … & Miranda, D. M. (2020). Transtorno do espectro autista: uma revisão crítica das controvérsias. Jornal de Pediatria, 96(1), 24-33.
Santos, A. P. (2018). Inclusão escolar de alunos com transtorno do espectro autista: reflexões sobre empatia e convivência. Revista Psicopedagogia, 35(105), 42-54.
Santos, A. S., Vieira, R. C., & Rocha, P. K. (2021). Intervenção do psicólogo escolar em escolas inclusivas: Uma revisão integrativa. Psicologia: Ciência e Profissão, 41(1), e211518.
Silva, M. A. (2018). Educação Física adaptada: a importância da autonomia e autoestima na inclusão escolar. Inclusão & Diversidade, 6(2), 67-78.
Souza, F. C. (2019). Adaptações curriculares na educação física escolar: possibilidades para alunos com transtorno do espectro autista (TEA). Movimenta, 12(1), e12001.
Terra, M. C. (2017). Educação inclusiva e práticas pedagógicas: desafios da formação inicial de professores. Revista de Educação Pública, 26(62), 103-121.
1 Irinaldo Carlos de Oliveira
Titulação mais alta e em que: Mestrando em Ciências da Educação
Instituição onde faz ou fez sua titulação: UAA – Autonomous University of Asuncion E-mail: irinaldooliveira@hotmail.com