REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8433285
Isaque Donizett Silva de Souza1; Kenny Regina Lehmann2; Mateus Henrique Verplotz3; Jhonny Rocha De Oliveira4; Amanda Nardi Zanluchi5; Gabriel Peteno Magnusson6; Bruno Henrique Pazza Pereira7; Marco André Reis Pinheiro8; Gabriel Mazzutti Cambraia9; Flávia Fernanda de França10; Aline Marchioro Neves11; Cassio Hideo Noso12
Resumo
Introdução: conhecidamente fraturas de fêmur em pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (idosos) têm grande relevância no sistema público de saúde. Dessa maneira, a discussão e a análise dos dados de incidência dessas afecções nas diversas regiões do país tem grande relevância nos estudo destinados a população idosa.
Objetivos: esse estudo avalia comparativamente a incidência de fratura de fêmur em idosos na cidade de Toledo no Paraná em contraste à incidência de fraturas de fêmur em idosos na cidade de Curitiba.
Métodos: Realização de análise de dados fornecidos pelo sistema DATA/SUS referentes a internações motivadas por fratura de fêmur de pessoas com 60 anos ou mais nos municípios de Toledo e Curitiba no estado do Paraná, no ano de 2018.
Resultados: A cidade de Curitiba contou com 801 internações por fratura de fêmur em idosos o que correspondeu a aproximadamente 4% de sua população no último censo, a cidade de Toledo apresentou 63 internações o que correspondeu a aproximadamente 5% de sua população no último censo.
Discussão: As fraturas de colo de fêmur em idosos podem ser influenciadas por vários fatores de risco, tais como idade avançada, osteoporose, história prévia de fraturas, quedas, sexo feminino e baixa massa corporal. Prevenção de fraturas de colo de fêmur em idosos, desempenha papel crucial na manutenção da qualidade de vida em idades avançadas. Dessa maneira, a promoção de práticas saudáveis, são fundamentais para redução na incidência dessas fraturas.
Conclusões: Pode inferir-se sobre os dados supracitados que, proporcionalmente a cidade de Toledo tem relevante incidência de fraturas de fêmur em idosos quando comparada a Curitiba, fato que merece importante atenção e estudos do poder público. Ainda assim, considerando que a análise revela maior incidência destas fraturas em mulheres do que em homens, mais estudos devem ser realizados para análise de incidência de fraturas de fêmur em idosos relativas ao gênero e suas causas, como por exemplo a osteoporose.
Introdução:
Conhecidamente fraturas de fêmur proximal são uma condição clínica comumente encontrada é de significativa relevância em termos de morbidade e mortalidade. Sua incidência demonstra uma associação direta com o processo de envelhecimento, sobretudo devido ao aumento das ocorrências de quedas relacionadas à crescente prevalência de osteoporose. Esta condição de saúde é mais predominante entre os idosos que residem em áreas urbanas, com uma maior predominância entre as mulheres e entre aqueles que se encontram em instituições de cuidados de longa duração. (1)
A ocorrência de uma fratura no fêmur, em determinadas situações, demanda intervenção cirúrgica, seguida por um processo de reabilitação fisioterapêutica. Esse conjunto de tratamentos pode resultar em custos adicionais para o sistema de saúde. Adicionalmente, é importante observar que a fratura do fêmur exerce um impacto substancial na qualidade de vida do paciente. Esse impacto está diretamente associado ao fato de que, no mínimo, um terço dos idosos afetados por essa condição desenvolve algum grau de dependência funcional, o que, por conseguinte, resulta na incapacidade de executar suas atividades cotidianas. (2)
Análises recentes também apontam para um aumento adicional da incidência destas fraturas em populações idosas em outros países devido ao envelhecimento demográfico e às mudanças nos padrões de saúde. Portanto, a compreensão e o gerenciamento adequado das fraturas de fêmur proximal tornam-se ainda mais cruciais no contexto do envelhecimento global da população. Dessa maneira, a discussão e a análise comparativa dos dados de incidência dessas afecções nas diversas regiões do país tem grande relevância nos estudo destinados a população idosa. (3)
Métodos:
Realização de análise comparativa proporcional de dados fornecidos pelo sistema DATA/SUS referentes a internações motivadas por fratura de fêmur de pessoas com 60 anos ou mais nos municípios de Toledo e Curitiba no estado do Paraná, no ano de 2018.
Resultados:
A cidade de Curitiba contou com 801 internações por fratura de fêmur em idosos o que correspondeu a aproximadamente 4% de sua população no último censo, a cidade de Toledo apresentou 63 internações o que correspondeu a aproximadamente 5% de sua população no último censo.
Figura 1 – Porcentagem de fraturas em idosos nos municípios de Curitiba e Toledo. (4).
Figura 2 – Número de cidadãos idosos nos municípios de Curitiba e Toledo, segundo o censo para o ano de 2018. (4).
Tabela 1 – Frequência de fraturas de fêmur no município de Curitiba no ano de 2018. (5).
Tabela 2 – Frequência de fraturas de fêmur no município de Toledo no ano de 2018. (5).
Discussão:
As fraturas do colo do fêmur em indivíduos idosos são frequentemente categorizadas com base em sistemas de classificação que consideram a localização e a extensão da lesão. Um dos sistemas de classificação amplamente adotados é o sistema de classificação de Garden, que segmenta essas fraturas em quatro estágios distintos:
Estágio I (Incompleta ou Impactada): Nessa fase, a fratura é caracterizada como incompleta, com os fragmentos ósseos ainda mantendo algum grau de contato, mesmo que de maneira parcial. Em algumas instâncias, essas fraturas podem ser impactadas em algo, indicando que os fragmentos estão deslocados para fora da linha média. Estágio II (Fratura Sem Desvio): No Estágio II, as fraturas são completas, mas os fragmentos ósseos permanecem alinhados, sem desvios significativos. Isso implica que a integridade da articulação do quadril ainda é preservada. Estágio III (Parcialmente Desviada): Nessa etapa, a fratura é completa, mas os fragmentos ósseos estão parcialmente desviados um do outro. Esse desalinhamento resulta em uma disparidade entre as trabéculas ósseas do acetábulo (a cavidade na qual a cabeça do fêmur se encaixa) e a cabeça femoral. Estágio IV (Totalmente Desviada): No Estágio IV, as fraturas são completas e totalmente desviadas, indicando que não há alinhamento entre as trabéculas ósseas da cabeça femoral e as do acetábulo. Para além do sistema de classificação de Garden. Existem outras abordagens classificatórias, como a classificação de Pauwels e a classificação de Delbet, que também são empregadas para descrever diversos padrões de fraturas do colo do fêmur em idosos (6).
As fraturas de colo de fêmur em idosos podem ser influenciadas por vários fatores de risco, tais como Idade Avançada: A idade é um dos principais fatores de risco para fraturas de colo de fêmur em idosos, uma vez que a densidade óssea tende a diminuir com o envelhecimento, tornando os ossos mais frágeis. Osteoporose: A osteoporose é uma condição caracterizada pela perda de densidade óssea, tornando os ossos mais suscetíveis a fraturas. História Prévia de Fraturas: Indivíduos que já tiveram uma fratura prévia têm maior probabilidade de sofrer novas fraturas, incluindo as do colo de fêmur. Quedas: A ocorrência de quedas é um dos principais desencadeadores de fraturas de colo de fêmur em idosos. Sexo Feminino: As mulheres têm um risco aumentado de fraturas de colo de fêmur, em parte devido à maior prevalência de osteoporose. Baixa Massa Corporal: A baixa massa corporal também está associada a um maior risco de fraturas de colo de fêmur em idosos. (7).
Prevenção de fraturas de colo de fêmur em idosos, desempenha papel crucial na manutenção da qualidade de vida em idades avançadas. Dessa maneira, a promoção de práticas saudáveis, como a adoção de uma dieta equilibrada e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para redução na incidência dessas fraturas. Além disso, a redução de quedas assume um papel de extrema relevância. A implementação de medidas destinadas a minimizar o risco de quedas, que envolvem adaptações no ambiente doméstico e a realização de exercícios específicos, é essencial na prevenção de fraturas. (8)
A detecção precoce e o tratamento adequado da osteoporose também desempenham um papel importante na redução do risco de fraturas de colo de fêmur em idosos. Nesse contexto, vale ainda ressaltar a importância da realização campanhas de conscientização pública, com o intuito de chamar a atenção para os riscos associados às fraturas de colo de fêmur e destacar as medidas preventivas que devem ser adotadas pela população.(9).
Conclusões:
As fraturas de colo do fêmur em idosos representam um desafio significativo para a saúde pública no Brasil. A incidência destas fraturas está em crescimento, e os custos humanos e econômicos associados são substanciais. A prevenção eficaz e o tratamento adequado são fundamentais para mitigar esse problema de saúde crescente em nossa população idosa.
Além disso na análise dos dados comparativos entre os municípios de Curitiba e Toledo, pode inferir-se sobre os dados supracitados que, proporcionalmente a cidade de Toledo tem relevante incidência de fraturas de fêmur em idosos quando comparada a Curitiba, fato que merece importante atenção e estudos do poder público. Ainda assim, considerando que a análise revela maior incidência destas fraturas em mulheres do que em homens, mais estudos devem ser realizados para análise de incidência de fraturas de fêmur em idosos relativas ao gênero e suas causas, como por exemplo a osteoporose.
Referências:
1. Souza, R. C. P., Batista, F. S. S. M., & Marques, A. P. (2014). Avaliação da qualidade de vida e capacidade funcional de idosos com fratura de fêmur proximal. Revista Brasileira de Ortopedia, 49(4), 384-390.
2. Naves, M. A., Ribeiro, R. H., & Guerra, L. M. M. (2015). Perfil epidemiológico das fraturas do fêmur proximal no idoso em um hospital universitário em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 31(10), 2229-2234.
3. Cunha U, Veado MAC. Fratura da extremidade proximal do fêmur em idosos: independência funcional e mortalidade em um ano. Rev Bras Ortop 2006; 41:195-9.
4. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, c2019. Página inicial. Disponível em: <https:// cidades.ibge.gov.br>. Acesso em: 27 de jun. de 2019.
5. TAB NET. DATA/SUS: tecnologia e informação a serviço do SUS, c2019. Página inicial. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br>. Acesso em: 27 de jun. de 2019.
6. Garden, R. S. (1961). Low-angle fixation in fractures of the femoral neck. The Journal of Bone & Joint Surgery, 43(4), 647-663.
7. Johnell, O., & Kanis, J. A. (2006). An estimate of the worldwide prevalence and disability associated with osteoporotic fractures. Osteoporosis International, 17(12), 1726-1733.
8. Kanis, J. A., Johnell, O., Oden, A., Johansson, H., & McCloskey, E. (2008). FRAX™ and the assessment of fracture probability in men and women from the UK. Osteoporosis International, 19(4), 385-397
9. Soares DS, Mello LM, Silva AS, Martinez EZ, Nunes AA. Femoral fractures in elderly Brazilians: a spatial and temporal analysis from 2008 to 2012. Cad Saúde Pública 2014; 30(12):2669-2678.
1https://orcid.org/0000-0002-9101-041X
2https://orcid.org/0000-0002-0837-5515
3https://orcid.org/0000-0001-5790-8835
4https://orcid.org/0000-0001-8037-5619
5https://orcid.org/0000-0003-0083-7786
6https://orcid.org/0000-0003-0711-5663
7https://orcid.org/0000-0001-9666-3228
8https://orcid.org/0000-0003-3553-9279
9https://orcid.org/0009-0008-5523-6869
10https://orcid.org/0000-0003-3954-282X
11https://orcid.org/0009-0003-1765-9207
12https://orcid.org/0009-0008-1789-7404