INCIDENCE OF CONFIRMED CASES OF TUBERCULOSIS IN NORTHEASTERN BRAZIL BETWEEN THE YEARS 2017-2022
INCIDENCIA DE CASOS CONFIRMADOS DE TUBERCULOSIS EN EL NORDESTE DE BRASIL ENTRE LOS AÑOS 2017-2022
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8017447
Tuanny Beatriz dos Santos Lima¹
Carla de Fátima Silva Menezes²
Ana Débora Coutinho Lima³
Juliana Dourado de Araújo Costa⁴
Kely Ferreira da Cruz da Silva⁵
Erivelton Alves Ramos⁶
Ítalo Taveira dos Santos⁷
Luan Victor Resque Ramos⁸
Larissa Barbosa Moreira⁹
José Victor Lima de Souza¹⁰
Ranya Sthephanie Nascimento Ribeiro¹¹
Maria da Conceição Lima Paiva¹²
Djair Alves da Mata¹³
Resumo
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que se aloja principalmente nos pulmões, embora possa se manifestar em outras partes do corpo. A transmissão da tuberculose é feita por meio da disseminação de gotículas expelidas na tosse e espirros de uma pessoa contaminada. No Brasil, a tuberculose é a segunda causa de morte por doença infecciosa e a primeira entre as doenças infecciosas que ocorrem em adultos e jovens. O Nordeste brasileiro é uma das regiões mais pobres do país, e muitas pessoas não têm acesso a serviços médicos de qualidade, dificultando o diagnóstico e o tratamento da tuberculose. Além disso, há uma falta de conscientização sobre a doença, o que significa que muitas pessoas não sabem como evitar e tratar a tuberculose. Diante do exposto, este estudo objetiva realizar uma revisão narrativa da literatura acerca da incidência de casos confirmados de tuberculose no Nordeste brasileiro entre os anos de 2017-2022. Porta-se como um estudo ecológico, observacional, retrospectivo e descritivo, construído por intermédio da coleta de dados acessíveis na rede online de internet, mediante endereço eletrônico do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Sistema Único de Saúde (SINANWEB/SUS), recorrendo à plataforma digital TABNET. O Nordeste brasileiro é composto por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe; sendo uma das regiões do país com maior prevalência de tuberculose. Conforme dados contabilizados através do esquema abaixo, representados pelo Gráfico 1, o estado de Pernambuco apresentou a maior incidência de notificações de casos de tuberculose durante todo o intervalo de tempo escolhido para análise, seguido da Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Piauí, apresentando o menor índice de notificações. Este estudo evidenciou que o estado de Pernambuco concentrou o maior número de notificações da doença entre os estados do nordeste brasileiro, obtendo o total de 33.010 registros, representando (25%) dos casos, isso se justifica por seu alto índice de pobreza e falta de acesso a serviços de saúde adequados. A pesquisa também destacou, que embora a tuberculose possa afetar qualquer pessoa, os homens jovens e pardos, com idade entre 20 e 39 anos, seguidos de adultos com idades entre 40 e 59 anos, são os mais afetados. A presente análise colabora diretamente para a comunidade científica de maneira inovadora, e fornece resultados relevantes para o campo acadêmico. Além de proporcionar informações importantes sobre as diferentes variáveis de notificações da tuberculose, permitindo que as organizações responsáveis tomem decisões necessárias para o controle da doença no Nordeste brasileiro.
Palavras-chave: Incidência, Notificação de Doenças, Tuberculose, Sistemas de Informação em Saúde.
Abstract
Tuberculosis is an infectious disease caused by the bacteria Mycobacterium tuberculosis, which is mainly lodged in the lungs, although it can manifest itself in other parts of the body. Tuberculosis is transmitted through the spread of droplets expelled by coughing and sneezing from an infected person. In Brazil, TB is the second leading cause of death from infectious diseases and the first among infectious diseases that occur in adults and young people. The Brazilian Northeast is one of the poorest regions in the country, and many people do not have access to quality medical services, making it difficult to diagnose and treat TB. In addition, there is a lack of awareness about the disease, which means that many people do not know how to prevent and treat tuberculosis. Given the above, this study aims to conduct a narrative review of the literature about the incidence of confirmed cases of tuberculosis in Northeast Brazil between the years 2017-2022. It is an ecological, observational, retrospective and descriptive study, built through the collection of data accessible in the online internet network, through the electronic address of the Information System of Notifiable Diseases of the Unified Health System (SINANWEB/SUS), using the digital platform TABNET. The Brazilian Northeast is composed of nine states: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte and Sergipe; being one of the regions in the country with the highest prevalence of tuberculosis. According to data accounted through the scheme below, represented by Chart 1, the state of Pernambuco presented the highest incidence of notifications of tuberculosis cases during the entire time interval chosen for analysis, followed by Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe and Piauí, presenting the lowest rate of notifications. This study showed that the state of Pernambuco concentrated the highest number of notifications of the disease among the states of northeastern Brazil, obtaining a total of 33,010 records, representing (25%) of cases, this is justified by its high rate of poverty and lack of access to adequate health services. The research also highlighted, that although tuberculosis can affect anyone, young and brown men, aged between 20 and 39 years, followed by adults aged between 40 and 59 years, are the most affected. This analysis contributes directly to the scientific community in an innovative way, and provides relevant results for the academic field. In addition to providing important information about the different variables of tuberculosis notifications, allowing responsible organizations to make decisions necessary for the control of the disease in Northeastern Brazil.
Keywords: Incidence, Disease Notification, Tuberculosis, Health Information Systems.
Resumen
La tuberculosis es una enfermedad infecciosa causada por la bacteria Mycobacterium tuberculosis, que se aloja principalmente en los pulmones, aunque puede manifestarse en otras partes del cuerpo. La tuberculosis se transmite a través del contagio de las gotitas expulsadas por la tos y los estornudos de una persona infectada. En Brasil, la tuberculosis es la segunda causa de muerte por enfermedades infecciosas y la primera entre las enfermedades infecciosas que afectan a adultos y jóvenes. El Nordeste brasileño es una de las regiones más pobres del país, y muchas personas no tienen acceso a servicios médicos de calidad, lo que dificulta el diagnóstico y el tratamiento de la tuberculosis. Además, hay una falta de concienciación sobre la enfermedad, lo que significa que muchas personas no saben cómo prevenir y tratar la tuberculosis. Dado lo anterior, este estudio tiene como objetivo realizar una revisión narrativa de la literatura sobre la incidencia de casos confirmados de tuberculosis en el Nordeste brasileño entre los años 2017-2022. Se trata de un estudio ecológico, observacional, retrospectivo y descriptivo, construido mediante la recopilación de datos accesibles en la red de internet en línea, a través de la dirección electrónica del Sistema de Información de Enfermedades de Declaración Obligatoria del Sistema Único de Salud (SINANWEB/SUS), utilizando la plataforma digital TABNET. El Nordeste de Brasil está formado por nueve estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte y Sergipe; siendo una de las regiones del país con mayor prevalencia de tuberculosis. Como datos contabilizados a través del esquema abajo, representado por el Gráfico 1, el estado de Pernambuco presentó la mayor incidencia de notificaciones de casos de tuberculosis a lo largo del intervalo de tiempo escogido para el análisis, seguido por Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe y Piauí, presentando la menor tasa de notificaciones. Este estudio mostró que el estado de Pernambuco concentró el mayor número de notificaciones de la enfermedad entre los estados del nordeste de Brasil, obteniendo un total de 33.010 registros, lo que representa (25%) de los casos, esto se justifica por su alto índice de pobreza y falta de acceso a servicios de salud adecuados. La investigación también destacó, que aunque la tuberculosis puede afectar a cualquier persona, los hombres jóvenes y morenos, con edades comprendidas entre los 20 y 39 años, seguidos de los adultos con edades comprendidas entre los 40 y 59 años, son los más afectados. El presente análisis colabora directamente con la comunidad científica de forma innovadora, y proporciona resultados relevantes para el ámbito académico. Además de proporcionar información importante sobre las diferentes variables de las notificaciones de tuberculosis, permitiendo a los organismos responsables tomar las decisiones necesarias para el control de la enfermedad en el Nordeste brasileño.
Palabras clave: Incidencia, Notificación de enfermedades, Tuberculosis, Sistemas de información sanitaria.
1. Introdução
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que se aloja principalmente nos pulmões, embora possa se manifestar em outras partes do corpo. A transmissão da tuberculose é feita por meio da disseminação de gotículas expelidas na tosse e espirros de uma pessoa contaminada (Cortez et al., 2021). A infecção se dá quando o indivíduo inalar aerossóis contendo bacilos de tuberculose. Estes bacilos são conhecidos como Bacilos de Koch ou bacilos de tuberculose. Após a inalação, os bacilos se alojam no trato respiratório e se multiplicam (Sousa et al., 2021).
A fisiopatologia da tuberculose é complexa e envolve vários fatores, incluindo a resposta imune do hospedeiro. Quando a bactéria entra no organismo, ela é detectada pelo sistema imune. Uma vez estabelecida a infecção, o sistema imune do hospedeiro entra em ação e forma um mecanismo de defesa para impedir a multiplicação do patógeno e conter a infecção (Gerszt et al., 2022). Esta resposta imune é conhecida como resposta de hipersensibilidade retardada ou reação imune tardia. A resposta imune envolve a produção de células de defesa, como macrófagos, linfócitos T e linfócitos B, entre outras. Estas células produzem citocinas, que ativam outras células imunes, bem como outras substâncias como proteínas quimiotáticas. Estas substâncias auxiliam no combate aos bacilos de tuberculose e destruição do tecido infectado (Merchám-Hamann et al., 2021).
No entanto, como o M. tuberculosis é resistente à resposta imune, ele pode formar uma estrutura conhecida como granuloma, que é uma massa fibrosa formada a partir de células imunes que rodeiam o bacilo para evitar a disseminação da infecção. O granuloma pode persistir por um longo período de tempo, comprometendo a função pulmonar e pode levar a sérias complicações. Além disso, o M. tuberculosis pode resistir à resposta imune e se disseminar, levando a tuberculose generalizada (Ferreira et al., 2022).
A bactéria Mycobacterium tuberculosis pode se tornar resistente a estas células de defesa e formar grandes agregados de bactérias chamados granulomas. Estes granulomas contêm numerosas células imunológicas, como macrófagos, que tentam destruir a infecção, no entanto, a bactéria se multiplica dentro das células e forma um biofilme, que protege a bactéria de ser destruída. Os granulomas podem formar áreas de necrose, que muitas vezes são complicadas por outras bactérias e vírus. As áreas de necrose podem levar à formação de abscessos, que são áreas cheias de material inflamatório e pus (Maia et al., 2022).
A resposta inflamatória também pode levar à destruição dos tecidos pulmonares e à obstrução dos brônquios. A tuberculose também pode se espalhar para outras partes do corpo pela corrente sanguínea ou linfática. Quando isso ocorre, a doença pode se manifestar como infecções nas várias partes do corpo, incluindo os rins, os ossos, a meninge (tecido que reveste o cérebro) e até mesmo o coração (Soeira et al., 2022).
No Brasil, a tuberculose é a segunda causa de morte por doença infecciosa e a primeira entre as doenças infecciosas que ocorrem em adultos e jovens. Em 2018, o país registrou mais de 140 mil casos novos de tuberculose. Apesar de a maioria dos casos de tuberculose no Brasil ser curada com tratamento correto, ainda há muito a ser feito para reduzir a incidência (Pinheiro et al., 2022).
O Nordeste brasileiro é uma das regiões mais pobres do país, e muitas pessoas não têm acesso a serviços médicos de qualidade, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento da tuberculose. Além disso, há uma falta de conscientização sobre a doença, o que significa que muitas pessoas não sabem como evitar e tratar a tuberculose. Outro fator que contribui para o alto nível de tuberculose no Nordeste brasileiro é a superlotação nos locais de tratamento (Lupepsa et al., 2022). Como muitos dos hospitais e clínicas desta região são lotados, há um risco maior de propagação da doença entre os pacientes. Além disso, a falta de profissionais de saúde qualificados para tratar a doença também contribui para a disseminação da tuberculose na região (Santos et al., 2020).
A melhora dos níveis de tuberculose no Nordeste brasileiro depende da implementação de medidas para melhorar o acesso à saúde adequada, bem como para aumentar a conscientização sobre a doença. É necessário investir em campanhas de sensibilização para informar a população sobre os sintomas e complicações da doença, bem como para promover o uso de práticas preventivas. Além disso, é importante garantir que os serviços médicos locais sejam fornecidos de forma eficiente, para que todos os pacientes possam receber o tratamento necessário (Gerszt et al., 2022).
Diante do exposto, este estudo objetiva realizar uma revisão narrativa da literatura acerca da incidência de casos confirmados de tuberculose no Nordeste brasileiro entre os anos de 2017-2022.
2. Metodologia
Porta-se como um estudo ecológico, observacional, retrospectivo e descritivo, construído por intermédio da coleta de dados acessíveis na rede online de internet, mediante endereço eletrônico do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Sistema Único de Saúde (SINANWEB/SUS), recorrendo à plataforma digital TABNET, acessado em 28/12/2022. Conforme estudo realizado por Merchán-Hamann et al., (2021), os estudos ecológicos descritivos ajudam a comparar a ocorrência da doença/condição relacionada à saúde entre populações de países, regiões ou municípios, verificando a sua incidência.
A pergunta norteadora da pesquisa foi “Qual é a incidência dos casos confirmados da tuberculose, no Nordeste brasileiro, nos anos de 2017 a 2022?”. Diante da necessidade de apresentação dos dados encontrados, foram elaborados gráficos contendo as informações apresentadas pelo endereço eletrônico do SINANWEB/SUS, assim como tabelas qualitativas com base nos dados contidos no mesmo site referentes aos indicadores totais da incidência da tuberculose no Nordeste brasileiro.
Como critério de inclusão foram analisados artigos científicos originais e de revisão mais atuais, de 2017 a 2022, escritos em língua portuguesa. E como critérios de exclusão, foram postergadas publicações fora do período estabelecido, assim como, materiais publicados em formato audiovisual, cartas ao editor, teses e monografias, publicados em idiomas diferentes do estabelecido.
A busca foi conduzida a partir do uso dos descritores em Ciência da Saúde (DeCS): “Incidência”, “Notificação de Doenças”, “Tuberculose”, “Sistemas de Informação em Saúde”. O operador booleano “AND” foi usado para auxiliar nas pesquisas. As bases de dados eletrônicas utilizadas para a pesquisa foram o Scientific Electronic Library Online – SciELO e o Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica – MEDLINE, onde foram encontrados 272 materiais. Deste total, apenas 10 artigos foram selecionados para conferirem embasamento ao estudo.
Tratando-se de um estudo construído por intermédio de dados secundários publicados, veiculados e acessíveis em portal de domínio público, sem necessidade de autorização, através do endereço eletrônico do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINANWEB/SUS, tornou-se dispensável submeter esta pesquisa à apreciação por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Entretanto, todos os preceitos éticos relacionados às normas e diretrizes da Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466/2012 foram exercidos.
3. Resultados e Discussão
O Nordeste brasileiro é composto por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe; sendo uma das regiões do país com maior prevalência de tuberculose. O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) estima que, em 2013, foram notificados aproximadamente 54 mil casos da doença no Nordeste, representando 44,3% do total de casos do Brasil.
Os dados mais recentes do Ministério da Saúde do Brasil indicam que a incidência de tuberculose no Nordeste brasileiro aumentou de 4,3% em 2018 para 4,9% em 2019. Dentre os principais fatores relacionados ao aumento da tuberculose no Nordeste brasileiro estão a falta de informação e acesso a serviços de saúde, altas taxas de desnutrição, baixos níveis de escolaridade, condições precárias de moradia, além da presença das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Portanto, o presente estudo analisou os casos notificados de tuberculose na região Nordeste, registrados no período de 6 anos (2017 –2022), obtendo um total de 132.793 casos confirmados; os estados mais afetados são Pernambuco, Bahia, Ceará e Maranhão.
Na Tabela 1, pode-se perceber os casos de tuberculose confirmados e ocorridos na região Nordeste, no período de 2017– 2022, organizados segundo o Estado/UF de residência dos pacientes notificados.
Tabela 1 – Casos confirmados de tuberculose segundo Estado/UF de residência dos pacientes notificados. Nordeste. 2017 a 2022.
O período estudado apresentou um total de 132.793 casos confirmados de tuberculose na região Nordeste entre os anos de 2017 e 2022. O ano de 2019 evidenciou a maior incidência de pacientes notificados, em contrapartida, o ano de 2022 representou a menor ocorrência de notificações da doença.
Conforme dados contabilizados através do esquema abaixo, representados pelo Gráfico 1, o estado de Pernambuco apresentou a maior incidência de notificações de casos de tuberculose durante todo o intervalo de tempo escolhido para análise, contabilizando 33.010 ocorrências em 6 anos, representando 25% do total de casos. A seguir, com o total de 29.088 notificações, representando (22%), está o Estado da Bahia. Logo após, o Ceará ocupa a terceira posição de estados com maior incidência de tuberculose, registrando 23.206 casos da doença, (17%) das notificações. O Maranhão é o quarto estado com maior ocorrência, caracterizando (11%) dos casos, contabilizando 14.864 registros. A seguir, com 8.211 notificações, vem o estado do Rio Grande do Norte e a Paraíba com 7.940 casos, ambos representando (6%) das ocorrências. Na sequência vem os estados de Alagoas e Sergipe, com 6.621 e 5.185 notificações, significando (5%) e (4%) dos casos. Por fim, vem o estado do Piauí com apenas 4.668 casos registrados no período de 6 anos, representando tão somente (4%) dos casos notificados da doença dentro do intervalo de tempo estabelecido.
Gráfico 1 – Porcentagem de casos confirmados de tuberculose segundo Estado/UF de residência dos pacientes notificados. Nordeste. 2017 a 2022.
Na sequência, foram contabilizados o número de casos confirmados de tuberculose, separados por faixa etária, notificados nos estados de: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe; conforme dados disponíveis no SINAN/DATASUS, expostos por meio da Tabela 2 disponibilizada abaixo.
Tabela 2 – Casos confirmados de tuberculose segundo faixa etária e estado/UF de residência dos pacientes notificados. Nordeste. 2017 a 2022.
Pode-se observar na Tabela 2, uma maior ocorrência de notificações de tuberculose em adultos com idades mais jovens, entre 20 e 39 anos, em todos os estados do Nordeste brasileiro, dentro do período de 2017-2022, correspondendo a um total de 57.976 (44%) dos casos, seguidos de adultos com idades entre 40 e 59 anos, somando 42.635 casos (32%). Ainda na Tabela 2, observou-se que em idosos, o grupo com maior número de casos foi a faixa etária entre 60 e 64 anos, com 7.012 casos (5%). Já entre os adolescentes, a faixa etária com maior número de casos foi de 15 a 19 anos, totalizando 6.505 de casos, (5%) de notificações.
A seguir encontra-se o Gráfico 2 contendo a porcentagem de casos notificados de tuberculose por faixa etária.
Gráfico 2 – Porcentagem do total de casos confirmados de tuberculose por faixa etária nos nove estados nordestinos. Nordeste.
A Tabela 3 a seguir, mostra os casos de tuberculose ocorridos no estado do Nordeste no período de 2017 – 2022, confirmados por Sexo segundo Ano Diagnóstico.
Tabela 3 – Casos confirmados por Sexo segundo Ano Diagnóstico. Nordeste. 2017 a 2022.
Verifica-se que no período estudado, no estado do Nordeste, houve maior incidência de casos de tuberculose em pacientes do sexo masculino, com 91.250 casos, correspondendo a (68.8%) das notificações, fato que se repete em todos os anos estudados, enquanto ocorreram apenas (31,2%) de casos no sexo feminino, com 41.514 notificações.
A seguir encontra-se a Tabela 4 contendo a porcentagem de casos notificados de tuberculose por etnia.
Tabela 4 – Casos confirmados por Etnia segundo Ano Diagnóstico. Nordeste. 2017 a 2022.
Conforme os dados exposto na tabela 4, observa-se que a maioria dos casos notificados de tuberculose foram em indivíduos autodeclarados pardos, cerca de 88.234 casos (66,4%), em contrapartida, indivíduos indígenas apresentaram o menor número de notificações da doença, contabilizando apenas 727 casos.
4. Considerações Finais
A partir do estudo dos dados obtidos por meio do site SINAN-SUS, pode-se concluir que a tuberculose permanece como um sério problema de saúde pública para o Brasil. A doença continua a ser o segundo maior motivo de morte por infecção no país, representando aproximadamente 0,4% de todas as causas de morte.
O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que crianças sejam vacinadas contra a tuberculose aos 2, 4 e 6 meses de idade, e que todas as pessoas recebam a vacina BCG aos 12 meses, além de determinar ser essencial a identificação precoce de casos suspeitos de tuberculose para garantir o tratamento adequado.
Algumas medidas governamentais têm sido lançadas ao longo dos últimos anos, a exemplo do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), que visa controlar doença no Brasil. Desde 2011, o Ministério da Saúde (MS) trabalha em parceria com o Programa Nacional de DST e Aids (PNDS) para a implementação do Programa. O PNCT implementa ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e controle da tuberculose no Brasil, incluindo ações para o combate ao avanço da doença.
Para os estados da região Nordeste do Brasil, foco desta pesquisa, durante o período de 2017-2022, percebeu-se que houve uma diminuição enfática no total de casos notificados de tuberculose no ano de 2022, podendo ser esclarecido pelo aumento das políticas de investimentos em saúde pública no Brasil e pela chegada da pandemia ocasionada pelo vírus sars-cov-2, responsável pela doença do coronavírus (COVID-19), que pode ter contribuído para o efeito de subnotificar, ou seja, notificar menos do que seria esperado.
Este estudo evidenciou que o estado de Pernambuco concentrou o maior número de notificações da doença entre os estados do nordeste brasileiro, obtendo o total de 33.010 registros, representando (25%) dos casos, isso se justifica por seu alto índice de pobreza e falta de acesso a serviços de saúde adequados. O estado tem a maior percentagem de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza do país e a maior proporção de pessoas infectadas com o vírus da tuberculose. A falta de acesso aos serviços de saúde adequados também contribuiu para a disseminação da doença na região, pois muitas pessoas não têm acesso a tratamentos corretos e, assim, o risco de desenvolver a doença é aumentado. Além disso, a população de Pernambuco tem uma grande proporção de migrantes que, no que lhe concerne, têm maior chance de serem infectados com o vírus da tuberculose.
A pesquisa também destacou, que embora a tuberculose possa afetar qualquer pessoa, os homens jovens e pardos, com idade entre 20 e 39 anos, seguidos de adultos com idades entre 40 e 59 anos, são os mais afetados. Isso se deve principalmente aos fatores de risco, como o tabagismo, o uso de álcool e que os homens geralmente têm menos acesso ao tratamento e cuidados médicos. Além disso, a tuberculose é mais frequente em países em desenvolvimento, onde os homens tendem a ter menos cuidado com a saúde.
A presente análise colabora diretamente para a comunidade científica de maneira inovadora, e fornece resultados relevantes para o campo acadêmico. Além de proporcionar informações importantes sobre as diferentes variáveis de notificações da tuberculose, permitindo que as organizações responsáveis tomem decisões necessárias para o controle da doença no Nordeste brasileiro.
O estudo também fornece compreensões úteis para os profissionais do setor de saúde, pois eles podem utilizar dos resultados encontrados para melhorar seus serviços. Além disso, o estudo também pode ser usado como um modelo para futuros estudos, o que permitiria aos pesquisadores obter resultados ainda mais precisos.
Referências
CORTEZ, A. O.; et al. Tuberculose no Brasil: um país, múltiplas realidades. Jornal brasileiro de pneumologia (Impresso)., v. 47, n. 2, 2021.
FERREIRA, M. R. L.; et al. Determinantes sociais da saúde e desfecho desfavorável do tratamento da tuberculose no sistema prisional. Ciência & saúde coletiva (Impresso): Cien Saude Colet., v. 27, n. 12, p. 4451-4459, 2022.
GERSZT, P. P.; et al. Qualidade de vida como indicador multidimensional no manejo da tuberculose: estudo de corte transversal. Enfermagem em foco (Brasília)., v. 13, n. 1, p. 1-7, 2022.
LUPEPSA, B. Z.; et al. Levantamento epidemiológico dos casos de tuberculose no brasil e ações alternativas para auxiliar no tratamento. Arquivos de ciências da saúde da UNIPAR (Impresso)., v. 26, n. 3, 2022.
MAIA, B. N. B.; et al. Perfil epidemiológico da tuberculose no município de Barreiras (BA), no período de 2008 a 2018. Revista Baiana de Saúde Pública., v. 46, n. 3, p. 53-69, 2022.
MERCHÁM-HAMANN, E.; et al. Proposta de classificação dos diferentes tipos de estudos epidemiológicos descritivos. Epidemiologia e Serviços de Saúde., v. 30, n. 1, 2021.
PINHEIRO, M. A. S.; et al. Clinical forms and diagnosis of tuberculosis in children and adolescents during the COVID-19 pandemic. Jornal brasileiro de pneumologia (Impresso)., v. 48, n. 6, 2022.
SANTOS, B. A.; et al. Tuberculose em crianças e adolescentes: uma análise epidemiológica e espacial no estado de Sergipe, Brasil, 2001-2017. Ciência & saúde coletiva (Impresso): Cien Saude Colet., v. 25, n. 8, p. 2939-2948, 2020.
SOEIRA, V. M. S.; et al. Abandono do tratamento da tuberculose no Brasil, 2012-2018: tendência e distribuição espaço-temporal. Ciência & saúde coletiva (Impresso): Cien Saude Colet., v. 27, n. 3, p. 825-836, 2022.
SOUSA, G. G. S.; et al. Tendência e fatores associados à comorbidade tuberculose-diabetes mellitus em um município do Nordeste brasileiro. Revista brasileira de enfermagem (Impresso)., v. 74, n. 3, 2021.
¹Faculdade Unibras da Bahia, Brasil
²Universidade da Amazônia – UNAMA, Brasil
³Universidade Estadual da Paraíba, Brasil
⁴Faculdade Unidade de Campinas, Brasil
⁵Universidade Gama Filho, Brasil
⁶Centro Universitário UNIFACISA, Brasil
⁷Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte, Brasil.
⁸Universidade Federal do Pará, Brasil.
⁹Universidade Federal do Pará, Brasil
¹⁰Universidade de Gurupi, Brasil
¹¹Universidade Federal de Sergipe, Brasil.
¹²Centro Universitário UNINTA, Brasil
¹³Univeridade Federal da Paraíba, Brasil