REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202505101535
Gregória Keyla Santos Do Carmo; Inaeh Grazylele Paz Amorim; Sildiane Primo Dos Santos; Orientador: Prof. Me. Bernardo Melo Neto.
RESUMO
Introdução: A radiação ultravioleta (UV) é o principal fator ambiental envolvido no desgaste da pele, sendo o fotoenvelhecimento resultado dos efeitos da radiação solar em conjunto com o envelhecimento cronológico da pele e nestas condições as funções cutâneas que já estão comprometidas podem ser ainda mais afetadas. O uso de fotoprotetores e o acesso as informações sobre exposição solar são de extrema importância para evitar danos causados na pele. Objetivos: Avaliar a importância dos cuidados com a pele na prevenção do envelhecimento extrínseco, assim contribuindo para a saúde dermatológica e o bem estar a longo prazo. Metodologia: Este projeto de pesquisa trata-se de uma revisão integrativa com o objetivo de estudar os efeitos dos RUV na pele utilizando artigos disponíveis em bases de dados nos períodos de 2012 a 2024, executando a pesquisa no intervalo de tempo entre fevereiro e abril de 2025. Resultados: Nos artigos analisados foi possível compreender sobre os efeitos dos RUV na pele e a eficácia dos cuidados preventivos. Os resultados demostraram uma correlação significativa entre a exposição solar sem proteção e o aumento dos sinais de fotoenvelhecimento cutâneo, como rugas, manchas e perda de elasticidade. Conclusão: Pode-se concluir que a exposição solar em excesso pode causar danos irreversíveis a pele e que é de grande importância o uso de fotoprotetores de forma correta e a implementação de medidas educativas, afim de evitar esses danos.
Palavras chaves: Fotoproteção, fotoenvelhecimento, pele, raios ultravioleta.
ABSTRACT
Introduction: Ultraviolet (UV) radiation is the main environmental factor that affects skin wear, where photoaging is the result of the effects of solar radiation together with chronological aging of the skin and under these conditions, skin functions that are already compromised can be further affected. The use of photoprotectors and access to information on sun exposure are extremely important to avoid damage to the skin. Objectives: To evaluate the importance of skin care in preventing extrinsic aging, thus contributing to dermatological health and long-term well-being. Methodology: This research project is an integrative review with the objective of studying the effects of UVR on the skin using articles available in databases from 2012 to 2024, carrying out the research in the time interval between February and April 2025. Results: In the articles analyzed, it was possible to understand the effects of UVR on the skin and the effectiveness of preventive care. The results demonstrated a significant correlation between unprotected sun exposure and increased signs of skin photoaging, such as wrinkles, spots and loss of elasticity. Conclusion: It can be concluded that excessive sun exposure can cause irreversible damage to the skin and that it is of great importance to use photoprotectors correctly and implement educational measures in order to avoid such damage.
Keywords: Photoprotection, photoaging, skin, ultraviolet rays.
INTRODUÇÃO
A pele tem papel importante para o ser humano, além de suas variadas funções fisiológicas e protetora do corpo humano, no entanto, ao decorrer da vida, a pele está suscetível a inúmeros danos provenientes da exposição solar e da falta de cuidados diários. A exposição solar quando acontece com frequência sem uso de protetores, desencadeia desde danos simples a danos irreversíveis (De Souza, et al.; 2022).
Com o passar dos anos, a pele vai se tornando envelhecida e ficam evidentes as alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas que comprometem a integridade da pele, podemos identificar o envelhecimento intrínseco em decorrência de fatores internos principalmente por fatores genéticos, hormonais e reações metabólicas e o envelhecimento extrínseco ocorre devido aos fatores externos como a insolação, poluição, radiação UV, álcool e tabagismo. Com estas agressões solar a pele vai perdendo a uniformidade da cor e a capacidade de regeneração celular, diminuindo a velocidade de troca e oxigenação dos tecidos, ocorrendo a diminuição de fibroblastos e consequentemente da síntese de fibras colágenas e elásticas, deixando a pele com aspecto flácido e disforme, apresentando macroscopicamente sinais chamados de rugas (Sadick; Harth, 2016).
O principal fator do envelhecimento extrínseco é o fotoenvelhecimento, razão essa que pode ser controlada adotando medidas de cuidados com a pele, reduzindo os impactos causados pela exposição excessiva aos RUV, e muitas pessoas desconhecem os danos causados pela exposição solar sem proteção e quais medidas adequadas de cuidados com a pele devem ser tomadas.
O sol emite radiação com espectro eletromagnético solar, dividindo-se em comprimentos de ondas sendo elas a ultravioleta (RUV), luz visível (VIS), e infravermelho (IR), no entanto a que causa maior influencia no sistema biológico é a radiação ultravioleta (RUV), correspondendo a cerca de 4 a 6% da radiação solar incidente sobre a superfície terrestre. A exposição a essas diferentes emissão de ondas pode ser benéfica ou nociva à saúde humana, dependendo do horário e quantidade de tempo de exposição. Sabe-se que o sol possui uma função importante para a saúde pois existem processos no organismo que dependem da exposição solar para que ocorra o equilíbrio homeostático. No entanto, para que se possa usufruir dos benefícios do sol, faz-se necessário a exposição solar, que esta, por sua vez, está ligada diretamente a radiação solar (Raios ultravioleta A e ultravioleta B) (Rebelo, et al.; 2018).
Sendo assim, os raios ultravioletas A (320-400nm) estão ligados ao fotoenvelhecimento da pele, uma vez que estes raios penetram mais profundamente na pele, podendo atuar como cofator carcinogênico, além de induzirem lesão dérmica. Já os raios ultravioleta B (280-320nm) possuem como efeito benéfico ser um condutor de pré vitamina D e ter ação antimicrobiana, porém, pode lesar o DNA das células epidérmicas, além de induzir à queimadura solar, e, a longo prazo, contribuir para a fotocarcinogênese (Wrzesinski, et al.; 2019).
A proteção solar é prioritariamente tópica e de extrema importância, entretanto, a fotoproteção vai além dos cosméticos, abrangendo também a fotoproteção mecânica e fotoproteção oral, no qual a fotoproteção mecânica consiste na utilização de roupas, óculos, chapéus, bonés, sombras, camisetas, entre outros e a fotoproteção oral é um complemento para a proteção tópica, consistindo na utilização de suplementos alimentares que auxiliam na proteção tópica e reparo de possíveis danos causados pela radiação, porém a utilização desses nutraceuticos não substituem a proteção tópica. Além disso, realizar a proteção da pele é o melhor mecanismo para se prevenir do câncer de pele (Carminate, et al.; 2021).
Diante das informações, a finalidade desse trabalho é esclarecer a importância dos cuidados diários com a pele, especialmente no que se refere à proteção contra o fotoenvelhecimento, suas características e as medidas de prevenção informando hábitos e práticas adequadas de proteção solar e assim contribuindo para a saúde dermatológica e o bem estar a longo prazo. Sendo necessário que medidas educativas sejam realizadas para que a população compreenda a importância do uso do protetor solar e a adoção de uma rotina de cuidados, não somente por questões estéticas, mas sim uma forma eficaz de preservar a saúde da pele.
METODOLOGIA
O estudo foi realizado a partir de uma revisão integrativa utilizando artigos disponíveis em bases de dados eletrônicos com acesso livre como Scielo, Google acadêmico, PubMed e Portal regional da BVS publicados no período de 2014 a 2024. A pesquisa foi executada entre fevereiro e abril de 2025 utilizando as palavras chave em português: “fotoproteção, fotoenvelhecimento, pele e raios ultravioleta”; em inglês: “photoprotection, photoaging, skin and ultraviolet rays” e em espanhol: “fotoprotección, fotoenvejecimiento, piel y rayos ultravioleta”.
Os critérios de inclusão para levantamento desses dados foi a análise dos artigos dos últimos 10 anos nas bases de dados, incluindo artigos originais e de revisão publicados nas línguas português, inglês e espanhol. Como critérios de exclusão artigos publicados anteriores a 2014, artigos duplicados e materiais que fugissem da temática central do presente estudo.
Fluxograma

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para melhor compreensão e destaque de informações essenciais, foi construída a Tabela 1, a qual apresenta de forma sintetizada os autores, ano de publicação, título, objetivo e resultados expressivos de cada estudo analisado.
A análise da tabela abaixo permite identificar tendências e lacunas na literatura, servindo como base para novas investigações na área. Embora os estudos incluídos demonstrem benefícios consistentes da fotoproteção. Além disso, os resultados indicam a importância da conscientização do cuidado com a pele.
Tabela 1: Caracterização dos estudos analisados.
AUTORES/ANO | TÍTULO | OBJETIVO | RESULTADOS EXPRESSIVOS |
MONTEIRO, Morgana de Moraes; LOPES, Pablo Queiroz, 2020. | Avaliação da conscientização sobre o uso de fotoprotetores na comunidade assistida pela Farmácia Escola da Universidade Federal da Paraíba – Campus I | Avaliar a conscientização e o perfil de utilização de protetores solares entre os usuários da farmácia escola da universidade federal do Paraíba, Campus I. | Este estudo revelou dados preocupantes acerca dos de protetores salários e outros meios de foto proteção. |
TRESOLDI, Gabryela Mazini; DUARTE, Manoela Ferrarini; DA COSTA, Mylena Cristina Dornellas, 2018. | Ensaio comparativo: diferentes sexos relacionando a Preocupação com o fotoenvelhecimento. | A pesquisa teve o objetivo a comparação de diferentes sexos em relação a preocupação com o fotoenvelhecimento. | Com a realização do estudo e análise dos dados notou-se que os participantes do sexo feminino possuem maior conhecimento e preocupação sobre os malefícios da radiação ultravioleta, utilizam mais vezes o filtro solar e reaplicam o mesmo com maior frequência. |
REBELO, Emanuelle Bittencourt et al., 2018. | Exposição solar e envelhecimento precoce em trabalhadores praianos do município de salinópolis/pa. | Identificar a presença do envelhecimento precoce de pele em pescadores de Salinópolis/PA. | Foi observada prevalência de trabalhadores praianos de 26 a 35 anos (36%), pele parda (70%), fototipo III (64%) e com a presença de fotoenvelhecimento(61%), que se expunham diariamente ao sol (97%), não possuíam cuidados com a pele (91%) e não usavam protetor solar (92%). Os voluntários relataram que não gostavam de aplicar protetor solar (59%) e desconheciam que a radiação ultravioleta causava envelhecimento da pele (60%), manchas na pele (54%) ou câncer (56%). |
DE OLIVEIRA, Iza Brito, 2023. | Avaliação do padrão de uso de fotoprotetores em pacientes dermatológicos atendidos no município de Lagarto/SE | Avaliar o padrão de uso de fotoprotetores em pacientes dermatológicos atendidos em Lagarto, Sergipe. | Dentre os 127 entrevistados, a maioria fazia uso de pelo menos uma medida de fotoproteção, mas apenas 41% fazia uso de protetor solar diário. Dentre os que faziam uso, cerca de 59% não aplicava o protetor solar no corpo e 51% não reaplicava ou o fazia após 2 horas. |
PEREIRA, Carla Brandão da Silva, et al., 2021. | A cosmetologia na prevenção do fotoenvelhecimento em mulheres adultas | Discutir por meio de uma revisão sistemática a efetividade dos cosméticos na prevenção do fotoenvelhecimento em mulheres. | Os estudos analisados apresentaram resultados significantes sobre os parâmetros no uso de cosméticos na prevenção do fotoenvelhecimento em mulheres. |
MULLER, Maria Victoria, et al., 2024. | A relação entre exposição crônica ao sole saúde da pele: examinando os efeitos no envelhecimento e no desenvolvimento do câncer de pele | Este trabalho tem como objetivo explorar e consolidar informações existentes sobre o impacto da exposição solar crônica na saúde da pele. O artigo concentra-se especialmente nos efeitos da exposição solar no envelhecimento da pele e no risco de desenvolvimento de câncer de pele. | O estudo confirmou que a exposição solar crônica é um fator significativo no processo de envelhecimento da pele, principalmente por meio do fotoenvelhecimento. |
Fonte: Autoria Própria (2025). DA COSTA, Matheus Matos et al., 2021. | A importância dos fotoprotetores na minimização de danos a pele causados pela radiação solar. | Avaliar e analisar a importância do uso diário dos fotoprotetores, bem como seus efeitos benéficos na pele. | A radiação solar é dividida em raios UVA, UVB e UVC, sendo que nos raios UVA o dano é maior pois penetra mais profundamente nas camadas da pele, o raio UVB penetra mais superficialmente e é responsável pelas queimaduras solares e o raio UVC é absorvido pela atmosfera. Sendo assim, a fotoproteção é de suma importância para a saúde da pele, seja ela fotoproteção tópica, mecânica ou oral. Além disso, cada tipo de pele tem sua particularidade e sua necessidade, de acordo com a escala de Fitzpatrick, onde fototipo I é a pele muito branca que facilmente queima e não bronzeia e fototipo VI é a pele que facilmente bronzeia e nunca queima. |
CARMO, Poliana dos Santos et al., 2020. | Conhecimentos e práticas referidos por idosos no autocuidado com a pele. | Este estudo tem por objetivo avaliar o conhecimento e a prática referidos por idosos em relação ao cuidado básico com a própria pele. | Dos 13 pesquisados, 76,9% protegem a pele contra o sol com algum mecanismo de proteção, 69,23% dos pesquisados usam protetor solar e somente 30,76% não utilizam protetor solar, entretanto 84,61% não fazem uso de produtos para cuidados faciais. De acordo com os dados da pesquisa a grande maioria dos pesquisados protegem a pele contra o sol com algum mecanismo de proteção, e a maior parte dos pesquisados usam protetor solar evidenciando um alto uso de meios de proteção da pele entre os pesquisados. |
MACHADO, Caroline Kroeff et. al., 2022. | “Projeto Pele Alerta”: prevenção e detecção precoce do câncer de pele direcionado a profissionais de beleza | Construir um projeto voltado para educação dos profissionais de beleza sobre a temática: câncer de pele. | O projeto foi criado com o objetivo de prevenir e detectar precocemente o câncer de pele, utilizando a internet como meio de divulgação. O público‑alvo consiste em abranger os profissionais do espectro da beleza e dos cuidados pessoais. |
Fonte: Autoria Própria (2025). DE SOUSA, André Morais et al., 2021. | Avaliação do uso de filtros solares por discentes em uma instituição de ensino superior. | Verificar os hábitos de utilização de protetores solares entre acadêmicos de cursos de graduação em uma instituição privada em Goiânia. | A aplicação do instrumento de coleta foi realizada com 263 estudantes através dos questionários aplicados por meio da ferramenta Formulários Google®. Dos entrevistados, 69,96% foram mulheres e 30,04% homens. Diante dessa amostra, a grande maioria fez uso de protetor solar por conta própria, sendo baixa a porcentagem de indicações por intermédio de profissionais de saúde. Também se notou que a maioria dos entrevistados (54,75%) disse ficar exposto menos de uma hora diária ao sol. A forma de proteção com maior destaque foram os filtros solares faciais; a maioria dos estudantes afirmaram utilizar devido à preocupação com fotoenvelhecimento e estética. |
MALCHER, Claudia Marques Santa Rosa et al., 2019. | Fotoproteção em Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de Belém-PA. | Avaliar a fotoproteção dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de 5 equipes da Estratégia Saúde da Família. | Verificou-se que 48,2% dos ACS se expunham ao sol durante 2 a 6 horas entre segunda e sexta-feira e que 55,4% deles tinham exposição entre 10 e 15 horas. Além disso, 58,9% dos ACS utilizam filtros solares raramente ou nunca e, entre esses, 53,6% os aplicam com frequência inadequada. Contudo, 100% dos pesquisados relataram conhecer as consequências negativas da exposição solar. |
GERALDO, Lucas Portilho, 2019. | Avaliação do fps e proteção uva de diferentes tipos de fotoprotetores e sua correlação com a quantidade real aplicada pelos consumidores. | Avaliar a correlação entre a quantidade real de fotoprotetores aplicada pelos consumidores e os valores de FPS in vivo e proteção UVA in vitro de diferentes tipos de formulações de fotoprotetores no mercado brasileiro. | Os consumidores não aplicaram a mesma quantidade de produto determinada no teste de eficácia. A quantidade aplicada está diretamente relacionada com o tipo de fotoprotetor utilizado. Os valores de fator de proteção contra raios UVB e UVA foram significativamente menores em todos os produtos testados quando comparados com os valores descritos dos rótulos dos produtos. |
Os estudos de Monteiro & Lopes (2020), ressalta que o horário de exposição solar é muito importante tento em vista que o horário mais prejudicial a pele é entre 10 e 16 horas do dia, onde são os horários que a radiação UV é mais intensa causando maior dano tecidual. Os indivíduos pardos tem menor risco de desenvolvimento do câncer de pele, onde a pesquisa mostra que são a maioria, assim pessoas brancas tem maior risco de desenvolverem câncer de pele, pois produzem pouca melanina que é também responsável por impedir que os raios utravioleta atinjam a pele. Entretanto a exposição solar é causada pelos raios ultravioletas que são classificados em RUV-A, RUV-B e RUV-C que são capazes de danificar qualquer tipo de pele.
A RUV-A invade a pele acertando a derme, as células de penetra profundamente na pele, atingindo a derme, diminuindo as células dendríticas e aumentando as células inflamatórias, tornando-se a principal causa do envelhecimento por insolação. Os raios ultravioletas RUV-B alcançam o nível de epiderme e ocorre entre as 10 e 16 horas, sendo a principal causadora das queimaduras solares. A exposição exorbitante é o principal fator de danos ao DNA, avolumando a ação dos melanócitos, as manchas, bem como a formação de câncer (Rebelo et. al., 2018).
Indivíduos que estão expostos ao sol em horários de pico de radiação ultravioleta apresentam maior risco de desenvolvimento de problemas dermatológicos. Essa radiação está diretamente associada a agressões metabólicas responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele por exposição solar excessiva, conhecido como fotoenvelhecimento (Rebelo et. al., 2018, p.168).
De acordo com Malcher, et al.; (2019) Fitzpatrick estabeleceu uma escala de fototipos I ao VI, onde I representa uma pele branca e VI uma pele negra, sendo que pessoas com fototipo IV ou V tendem a não utilizar o protetor solar acreditando não ser necessário, porém, o fototipo alto não os anula dos efeitos da radiação solar ou do uso do protetor solar.
Conforme a escala de Fitzpatrick, Costa et. al., 2021, afirma:
Cada tipo de pele tem suas particularidades, logo, cuidados essenciais como a fotoproteção pode auxiliar na prevenção de alterações cutâneas. É necessário seguir as recomendações dos horários de exposição solar, da utilização de fotoprotetores, do FPS ideal e principalmente da quantidade correta de fotoprotetores tópicos afim de que se torne um hábito diário a utilização dos fotoprotetores, desde o incentivo do uso na infância até a vida adulta (Costa et. al., 2021, p. 11).
Em relação ao cuidado em se proteger do sol e as informações sobre as radiações UV, é notório que mesmo as pessoas tendo conhecimento sobre o quão as radiações UV são prejudiciais a pele, continuam sendo negligentes aos cuidados e proteção que tem que adotar com o uso de protetores, roupas e acessórios (Tresoldi et. al., 2018).
As medidas de proteção contra raios UV são abrangidas em três tipos, a fotoproteção mecânica que é um dos meios mais acessíveis, seguro e eficaz, inclui o uso de acessórios como roupas, chapéus, óculos de sol. Logo temos a fotoproteção oral que é alcançada no consumo de alimentos e suplementos com bioativos que tenham efeitos antioxidantes, reduzindo as agressões e contribuindo para o bronzeamento saudável. Por fim, dispomos da fotoproteção tópicas que são produtos de aplicação cutânea e apresentam várias formulações com substâncias aptas para impedir que a pele seja afetada pelos efeitos prejudicais da radicação solar, por meio de filtros UV inorgânico ou físicos que funciona como uma barreira protetora e são formados por dióxido de titânio, silicatos, óxido de ferro e óxido de zinco, que fazem com que a pele não absorva os raios. Os orgânico ou químicos, por sua vez, são substâncias que absorvem energia solar e assim gera à pele com consequências menos perigosas, onde esses ativos geralmente são usados em associação, já que sozinhos não apresentam o fator de proteção ideal (Costa et. al., 2021).
De acordo com Pereira et. al. (2021), conclui-se que somente o protetor solar não é capaz de reduzir o fotoenvelhecimento. Os autores discutem a importância do uso de protetor solar e acessórios desde cedo, com o objetivo de proteger a pele, os riscos e danos da exposição solar.
Todas os estudos evidenciam que o uso de protetor solar e acessórios (roupas com proteção UV, óculos solares) são os principais meios de prevenção para a proteção da pele contra os danos causados pela exposição solar intensa em excesso.
Segundo Muller et. al., 2024, para garantir uma proteção eficaz contra a radiação é importante dar preferência a medidas que sirva ás necessidades dos diferentes tipos de pele adotando produto de dupla proteção conta os raios UVA e UVB, que são os agentes causadores de danos a peles de maneiras eminentes.
Recomenda-se a incorporação de protetores solares com FPS alto, pois podem proteger a pele de forma mais eficaz dos raios solares. Além disso, a importância de reaplicar o protetor solar não pode ser subestimada, especialmente depois de nadar ou suar, para manter um nível de proteção consistente ao longo do dia. Este regime não só ajuda a prevenir queimaduras solares imediatas, mas também protege contra danos de longo prazo, como o fotoenvelhecimento e câncer de pele (Muller et. al., 2024, p. 8).
No artigo de Geraldo (2019), é enfatizado que a população faz o uso e aplicação dos protetores solar (FPS) de forma inadequada, entretanto o uso desses FPS 70 e 100 de forma incorreta demostra proteger somente em valores de 19 e 27. Muitos dos FPS tendem a não ter eficácia devido a pouca quantidade utilizada do produto, afetando a ação dessas formulações na prevenção do fotoenvelhecimento.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD,2025) e a Skin of Color Society (SOCS,2025) informa a magnitude do uso correto de fotoprotetores e outros cuidados, como:
- Utilizar fórmulas de amplo espectro, resistentes à água, com FPS30 ou superior, mesmo em dias nublados ou em ambientes fechados.
- Aplicar o protetor solar em todas as áreas da pele que não estão cobertas por roupas.
- Independentemente do FPS, o protetor solar deve ser reaplicado a cada 2 horas quando estiver ao ar livre e em quantidade adequada. É recomendado aplicar a quantidade total recomendada de protetor solar em camadas finas, esfregando cada camada completamente na pele antes de aplicar a próxima.
- Optar por um protetor solar físico colorido que corresponda à cor da pele ou por protetores solares físicos transparentes que contenham óxido de zinco nanonizado e dióxido de titânio.
“Ao adotar essas medidas de fotoproteção adequadas, é possível proteger efetivamente a pele de cor dos danos causados pela exposição solar e promover uma pele saudável e protegida.”(GERALDO, 2019, p. 52).
Na pesquisa de Oliveira (2023), foi observado que mulheres apresentam maior incidência em relação aos homens quanto ao uso do protetor solar e o uso de forma correta. O sexo feminino mostrou uma porcentagem de 49,4%, contra apenas 23,7% no sexo masculino.
“A maior prevalência do uso de protetor solar entre o sexo feminino tem sido atribuída, na literatura, à maior preocupação que as mulheres possuem com hábitos saudáveis e fatores relacionados à estética, além de maior procura a serviços de saúde.”(Oliveira, 2023, p. 25).
As mulheres são mais preocupadas quando se trata de saúde e estética. Buscam mais informações e conhecimentos em relação aos cuidados que devem ter para prevenir e evitar danos, ainda mais quando estão relacionados com a pele.
O uso do protetor solar associado ao nível de escolaridade foi bastante discutido na maioria dos artigos e é bastante divulgado na literatura. Quanto maior o nível de escolaridade, maior o conhecimento sobre as informações do riscos a exposição solar, ao contrário disso, maiores são as probabilidade de um indivíduo não adotar medidas de proteção e prevenção por falta de conhecimento e informações (Sousa et. al., 2021).
O público idoso vem aumentando progressivamente, e a precaução é a medida mais benéfica conta o envelhecimento extrínseco e é de grande necessidade avaliar como é a questão de conhecimento dos idosos sobre os fotoprotetores e como eles fazer o uso dos mesmos na prática diariamente (Carmo et al., 2020).
Em concordância com Machado et al., 2022:
Muitas pessoas possuem noções errôneas sobre radiação ultravioleta, fotoproteção, o modo como o câncer de pele surge, seus tipos e características13. Este projeto mostra-se então essencial, ao trazer informações corretas à população leiga, combatendo possíveis mitos e ideias erradas ( Machado et. al., 2022, p. 239).
Diante de todos os artigos analisados foi possível compreender sobre os efeitos dos RUV na pele e a eficácia dos cuidados preventivos. Os resultados demostraram uma correlação significativa entre a exposição solar sem proteção, a falta de conhecimento e o aumento dos sinais de fotoenvelhecimento cutâneo, como rugas, manchas e perda de elasticidade.
As informações que contém nos trabalhos sobre os cuidados com a pele na fotoproteção reduz significamente os impactos causados pelo fotoenvelhecimento, além de fornecer informações para pesquisas futuras mais amplas.
CONCLUSÃO
A partir dos dados obtidos por esse estudo, pode-se concluir que a exposição solar em excesso pode causar danos irreversíveis a pele e que é de grande importância conhecer, utilizar os fotoprotetores de forma correta e usar a quantidade que promova proteção, afim de evitar esses danos.
Pode-se observar que é necessário que as informações sobre uso de fotoprotetor, exposição solar e lesões na pele causadas por exposição solar tenham uma divulgação mais ampla, pois ainda é enorme o número de pessoas que são leiga em relação ao uso de protetores contra as radiações ultravioleta.
Portanto, é fundamental pôr em prática as medidas educativas como estratégia para a eficácia e conscientização do uso obrigatório e correto de fotoprotetores, para prevenção e diminuição dos danos causados pela exposição a radiações solares prejudiciais nos horários em que são mais intensas.
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