REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7187200
Autora:
Alice Gato dos Santos Pagani1
Orientadora:
Fernanda Ferreira Evangelista2
RESUMO
Objetivo: Conhecer a importância do papel do enfermeiro no atendimento pré – hospitalar móvel na visão da equipe. Método: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e qualitativo com profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Sarandi e Marialva. Foi aplicado um questionário formulado pela discente no Google Forms com questões objetivas do papel do enfermeiro no APH móvel e posteriormente os dados foram compilados e analisados em tabela e gráfico pelo Excel. Resultados: Disponibilizado 30 questionários e analisados 21, onde esses profissionais são técnicos de enfermagem, socorristas, condutores, entre as demais profissionais que não participaram da pesquisa, no questionário continha questões sobre experiência, prática e técnica desenvolvida pelo profissional, competências para o cargo e opiniões sobre os profissionais exceto enfermeiro. Conclusões: Após a análise da pesquisa foi concluído que o enfermeiro tem papel fundamental no campo de atendimento pré- hospitalar móvel, onde é responsável por desenvolver cursos e palestras de aprimoramento para adquirir novas habilidades, estar sempre atualizado nas tecnologias e novos procedimentos, a procura pela capacitação no campo, pelos profissionais é grande, além do mais o enfermeiro é responsável pela educação em saúde, capacitando os profissionais e organização equipamentos e insumos.
Palavras-chave: Enfermeiro, Serviços Médicos de Emergência, Atendimento pré – hospitalar.
ABSTRACT
Objectives: To know the importance of the nurse’s role in mobile pre-hospital care from the team’s point of view. Method: This is a descriptive, quantitative and qualitative study with professionals from the Mobile Emergency Care Service (SAMU) in Sarandi and Marialva. A questionnaire formulated by the student on Google Forms was applied with objective questions about the nurse’s role in the mobile APH and later the data were compiled and analyzed in a table and graph by Excel. Results: 30 questionnaires were made available and 21 were analyzed, where these professionals are nursing technicians, rescuers, drivers, among other professionals who did not participate in the research, the questionnaire contained questions about experience, practice and technique developed by the professional, skills for the position and opinions about professionals except nurses. Conclusions: After analyzing the research, it was concluded that the nurse has a fundamental role in the field of mobile pre-hospital care, where he is responsible for developing courses and improvement lectures to acquire new skills, be always updated on technologies and new procedures, the search for training in the field, by professionals is great, moreover, the nurse is responsible for health education, training professionals and organization of equipment and supplies.
Keywords: Nurse, Emergency Medical Services, Pre-hospital care.
INTRODUÇÃO
No Brasil, a idéia do atendimento das vítimas no local da emergência é tão antiga quanto em outros países. O Senado da República, em 1893, aprovou uma lei que pretendia estabelecer socorro médico de urgência na via pública do Rio de Janeiro, que na época era a capital do país onde ao longo dos anos foi possível perceber que as vidas poderiam ser salvas, minimizando as sequelas se fossem atendidas rapidamente, atendimento este realizados por pessoas qualificadas e preparadas, onde, denominado de atendimento pré-hospitalar (APH)1,2.
Considera-se APH toda e qualquer assistência realizada direta ou indiretamente fora do âmbito hospitalar, utilizando meios e métodos disponíveis, ofertados pelo serviço do SAMU. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), no Brasil, teve início através do acordo bilateral assinado entre Brasil e França por meio de uma solicitação do ministério de Saúde, via decreto nº 5055, de 27 de abril de 2004, é um serviço de APH móvel publico, financiado pelo SUS . Porém devido às peculiaridades do país, observou-se a necessidade de implementar algumas adequações, como treinamento para a equipe de acordo com os traumas característicos da época, implemento de mais um profissional na equipe, aquisição de instrumentos e materiais3.
Foi na década de 90 que os enfermeiros foram incluídos na equipe de suporte avançado de vida constituiu então, uma nova prática para a profissão de enfermagem. Intercede-se pela necessidade do enfermeiro até nas unidades avançadas de atendimento3,4. O enfermeiro é um profissional capacitado, onde trabalha na supervisão da equipe, executa prescrições médicas, realiza assistência para pacientes graves, toma decisões para o controle e qualidade do serviço. Contudo as dimensões que o enfermeiro atua é o cuidado, gerencial e pesquisa, articular, integrar ensino e cuidado, o que possibilita a operacionalizar o serviço de saúde9,10, ausência de um profissional capacitado em um atendimento diferenciado dificulta o atendimento rápido às vítimas, minimizando a chance de sobrevida, assim como, a mau organização no papel do enfermeiro no ambiente de urgência e emergência móvel4.
O serviço de urgência e emergência móvel, deve estar presente para prestar cuidados ambulatoriais, pré hospitalar, e pós hospitalar quando o paciente precisa ser transferido de hospital ou recebe alta e é encaminhado para casa. Esse atendimento influi positivamente na taxa de mortalidade e morbidade, os cuidados prestados influência em uma sobre vida a esses pacientes, até uma assistência médica. É um tema fundamental e de grande importância para a saúde pública visto que o atendimento pré-hospitalar móvel prestado contribui de forma eficiente para a sobrevida do paciente5.
O SAMU faz parte da rede de atenção em urgência e emergência. O mesmo é normatizado pela Portaria MS/GM nº 1.010, de 21 de maio de 2012, integram o suporte básico de vida, pelos profissionais condutor socorrista, técnico de enfermagem ou auxiliar de enfermagem, logo é necessário apenas dois profissionais apenas, já no suporte avançado de vida dispõe de um condutor socorrista, enfermeiro e médico, sendo necessário 3 profissionais6.
A avaliação inicial da vítima, feita pela equipe de atendimento pré hospitalar móvel, foi recentemente atualizada para XABCDE, avalia-se X hemorragias exsanguinante, A vias aéreas e proteção da coluna vertebral; B ventilação e respiração; C circulação com controle de pequenas hemorragias; D disfunção neurológica, e, E exposição total do paciente para investiga fraturas, escoriações e outros traumas7.
O APH móvel no Brasil conta com duas modalidades: suporte avançado de vida (SAV) que conta com manobras invasivas como suporte respiratório e ventilatório e SBV que conta com manobras não invasivas8.
Visando esta nova prática para a profissão de enfermagem, este trabalho irá apresentar uma análise de como o enfermeiro vem contribuindo para o APH móvel, o desempenho do seu papel e a visão da equipe sobre o trabalho exercido por esse profissional.
Sendo assim, o objetivo deste estudo conhecer a importância e relevância dos profissionais de enfermagem que trabalham no APH móvel, pela visão da equipe, sendo colocado em pauta seu papel e a fundamentação no cotidiano de trabalho, portanto com base nesses dados os interessados em ingressar na função, conseguiram analisar de forma clara sobre o papel da enfermagem frente ao APH.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de abordagem quantitativa e qualitativa de natureza aplicada, realizado a partir da a aplicação de um questionário via Google Forms aos profissionais de saúde que no momento da coleta de dados trabalhavam no SAMU das cidades do norte do Paraná. O questionário foi desenvolvido pelo autor contendo dez questões objetivas com perguntas referentes à função e atividades exercidas pelo enfermeiro. Foi considerado como critério de inclusão: condutor socorrista, técnico de enfermagem, farmacêuticos, estagiários e médicos reguladores que trabalhavam no SAMU, independente do sexo e idade e que fossem servidores das respectivas bases que contemplavam o cenário do estudo da pesquisa. E como critério de exclusão: enfermeiros, e profissionais de outras bases do serviço de urgência e emergência móvel.
O questionário foi disponibilizado via Whatsapp aos coordenadores de duas bases do norte do Paraná que encaminharam para seus respectivos prestadores. Para a participação, os profissionais concordaram com o termo de consentimento livre esclarecido apresentado na página inicial do questionário. As respostas foram analisadas individualmente e quantificadas em Microsoft Excel, por meio de tabela e gráficos, onde os valores foram arredondados para melhor entendimento.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos (CAAE/CEP: 60005422.30000.5220).
RESULTADOS
Nesta pesquisa, foram disponibilizados 30 questionários, aos servidores do SAMU, 21 foram respondidos (70%). Destes, N=10, 53,3%foram respondidos por técnicos de enfermagem, N=8, 40% por condutores, N=3, 13,3% por condutor socorrista (Gráfico 1). A maioria dos respondentes eram do sexo masculino N=18 (85,7%) , e N=3 (14,3%) eram do sexo feminino.
Gráfico1 – Número de funcionários que responderam ao questionário nas bases do SAMU- Marialva e Sarandi
Quando questionado sobre a formação do enfermeiro para o atendimento pré- hospitalar, N=19 90% responderam que este profissional deve ter especialidade em urgência e emergência, entretanto, N=2 10% disseram que não havia necessidade desta especialidade para o atendimento pré-hospitalar (Tabela 1)
Na questão onde descreve a atividade do enfermeiro no atendimento pré- hospitalar no local do estudo 95% dos participantes concordaram que o enfermeiro se tornou imprescindível para o sucesso do serviço. todavia, N=1, 5%responderam que “Não”. Sobre o trabalho desenvolvido pelo enfermeiro no APH, afirmações como: “O trabalho desenvolvido pelo enfermeiro no APH é uma prática relativamente nova para os padrões de enfermagem tradicional? e “É possível constatar que o enfermeiro ampliou seu espaço de atuação em campo dia APH nos últimos anos?”, 71%e95%respectivamente, responderam que “Sim”. As demais perguntas do questionário foram obtidas com 100% de afirmações positivas (Tabela 1).
Tabela 1 – Funções do enfermeiro, pela visão da equipe que integram o SAMU
DISCUSSÃO
Este estudo teve como foco a utilização de questionários auto aplicáveis para evidenciar a atuação do enfermeiro na função de APH móvel. Na análise do perfil dos profissionais do serviço de atendimento móvel de urgência, a formação dos profissionais enfermeiros requer níveis elevados de conhecimento assim como capacitação, onde os profissionais necessitam estar preparados para oferecer um cuidado que se converta em benefício do paciente11. Ainda sobre o perfil profissional, aparenta-se a dados encontrados em um estudo a respeito de APH móvel, realizado em Fortaleza, a qual foi identificado a predominância do sexo masculino (61,8%), para Silva et al. (2009), o motivo dessa predominância pode estar relacionada ao esforço físico que esses profissionais precisam realizar para desenvolver as atividades do trabalho no dia a dia, como por exemplo a movimentação da maca, prancha e pessoas acima do peso12. Discrepante do estudo realizado em Minas Gerais, onde predominavam mulheres entre os entrevistados, achado que denota a forte ligação da identidade histórica da enfermagem, sendo a mulher vista como acuidadora13.
Quando perguntado sobre a especialidade em urgência e emergência, 90% dos profissionais responderam que é importante17 diz que é notória a necessidade do preparo dos profissionais para atuação, na qual, a capacitação proporciona exímio atendimento ao paciente. O conhecimento técnico-científico é de suma importância para o desenvolvimento das habilidades e competências na execução de procedimentos no APH, uma vez que fundamentam a prática prestada, agregam excelência na prática profissional valorizam o desempenho e a competência técnica na área, garantindo a segurança no atendimento14.
Quando questionado sobre a atuação do enfermeiro no APH móvel 95% concordaram que o enfermeiro se tornou imprescindível para o serviço cotidiano evoluir com excelência, estudos embasam com essa afirmativa, desde a prevenção de eventos mediante a orientação e educação em saúde ao treinamento dos profissionais engajados no sistema de atendimento pré-hospitalar. Enquanto que, foi registrado na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1893 o primeiro atendimento pré hospitalar, tendo como medida de intervenção do Estado através do setor de saúde e segurança pública, tendo como embasamento o atendimento rápido e precoce, proporcionando a remoção da vítima para o hospital especializado, evitando assim possíveis complicações e agravo no quadro de saúde do mesmo15. Desde essa época corroboram que a enfermagem teve e tem participação essencial na prestação do atendimento pré- hospitalar15.
É possível identificar com os passar dos anos que estudos mostram que a enfermagem ampliou seu espaço no APH, onde os participantes percebem a importância da atuação do enfermeiro na responsabilidade que este profissional apresenta frente às diversas competências desenvolvidas durante os atendimentos, e que juntamente com o médico, define ações a serem realizadas no atendimento em equipe15. Referiram, ainda, a gerência relacionada ao funcionamento, manutenção e higiene da ambulância.
CONCLUSÃO
Após a análise dos dados dessa pesquisa, é possível conhecer a função do enfermeiro na atuação do APH móvel, além dos cuidados realizados aos portadores do serviço do SAMU, desenvolvem responsabilidade dentro da função, onde gerenciam, administram, realizam treinamentos para os funcionários e organizam o serviço, além dessas funções tem inserção assistencial no âmbito do atendimento com suporte avançado ou básico de vida, onde é essencial para manutenção da vida e redução dos riscos e traumas sofridos, dessa forma, diminuindo a mortalidade pelo conhecimento técnico e cientifico e suas habilidades. Portanto, é possível evidenciar que a atuação é do enfermeiro é imprescindível na assistência, desde a prevenção mediante os eventos, cursos e palestras na educação em saúde, ao treinamento dos profissionais.
Podemos concluir que o enfermeiro deve ter um perfil profissional em constante desenvolvimento, acompanhando as inovações tecnológicas, sendo ágil, tomando decisões assertivas e criativas, dessa forma agrega uma assistência eficiente e com qualidade aos indivíduos portadores do serviço. O estudo possui suas limitações, onde foram apenas mencionadas duas cidades do norte do Paraná, logo, foi possível conhecer apenas este âmbito, a pesquisa ainda abre portas para outros estudos futuros além de avaliar os outros profissionais que contemplam o SAMU, avaliar a gestão do enfermeiro ou outra atividade desenvolvida pelo profissional.
REFERÊNCIAS
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1Discente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Ingá- Uningá. Maringá, PR, Brasil.
E-mail: alicepagani25@gmail.com
2Docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Ingá- Uningá. Maringá, PR, Brasil.