REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7897385
Hélio Guedes Camargo1
RESUMO
A intenção principal deste trabalho é apresentar uma solução simples e de baixo custo para elevar a qualidade da produção da indústria da construção civil brasileira defasagem tecnológica brasileira, em uma época de crédito escasso e baixa demanda. Como metodologia, utilizou-se a revisão teórica de relevantes artigos e estudos Ferramentas de Gestão da Qualidade aplicadas à construção civil. Durante uma cuidadosa revisão teórica, evidenciou-se que a utilização adequada das Ferramentas da Qualidade dependia da compreensão e correta aplicação dos Indicadores de Desempenho. Ao estudar-se as publicações de referência concluiu-se que a filosofia de produção lean construction (uma adaptação da lean manufacturing) traz o conjunto de Ferramentas da Qualidade mais adequado a ser aplicado na construção civil. Deste modo, este estudo apresenta a definição, a utilidade e os princípios da lean construction. Identificou-se também que, deste conjunto de Ferramentas, a mais importante é o kaizen (melhoria contínua). Sendo assim, o kaizen teve um capítulo todo dedicado ao seu detalhamento. Por fim, é apresentada a conclusão, que permite responder à indagação sobre a melhoria da qualidade e redução dos custos atingidos com a implementação das Ferramentas da Qualidade apresentadas neste artigo.
Palavras-chave: Construção civil; gestão da qualidade; indicadores de desempenho; construção enxuta; lean construction.
Introdução
Considerando a grave crise econômica brasileira entre 2014 e 2017, que gerou enormes perdas e causou inúmeras falências no setor da construção civil, é de grande interesse das comunidades acadêmica e empresarial que se desenvolvam métodos sistemáticos e científicos que permitam a melhoria da qualidade e redução dos custos das construtoras. Estes métodos foram buscados ao longo deste trabalho, tendo destacado-se a lean construction (construção enxuta). A questão central deste trabalho é verificar se a utilização das Ferramentas da Gestão de Qualidade que compõem a lean construction elevará a qualidade do que as construtoras produzem, e reduzirá os custos.
Para responder à dúvida levantada, procurou-se estudos que tratam da sistematização da produção indústria da construção civil (ICC), através da determinação de suas principais atividades, mensuração de seu desempenho e identificação de seus problemas para a aplicação das Ferramentas da Qualidade buscando, como resultado, a redução de falhas e desperdício de recursos.
O método para responder à questão central deste estudo é analisar como a Engenharia da Qualidade pode auxiliar a ICC a entregar melhores imóveis, em menos tempo e gastando menos. Deste modo procedeu-se a uma análise do que é necessário para a implementação efetiva das Ferramentas da Qualidade e que ferramentas têm a melhor aplicabilidade e resultados no caso específico deste setor econômico. Este estudo tem como objetivo, além de descobrir como melhorar a qualidade da ICC, encontrar um modo viável de fazê-lo, priorizando a simplicidade e o baixo custo.
Tendo em vista os grandes investimentos necessários para os projetos de construção civil, além do atual cenário de crédito escasso no Brasil, é fundamental que a solução para os problemas de qualidade das construtoras não onere financeiramente estas empresas, para que seja viável e haja real interesse em aplicá-la. Deste modo este trabalho surge como um guia pragmático e realista do que pode ser empregado na ICC brasileira, útil tanto para acadêmicos interessados no assunto, quanto para empresários da área.
Este artigo estrutura-se em 7 partes. Depois da introdução encontra-se a fundamentação teórica, que apresenta dois estudos que explicam os Indicadores de Desempenho, fundamentais para a implementação das Ferramentas da Qualidade. Após, apresenta-se a metodologia utilizada no estudo. Em seguida há um capítulo com a elucidação do funcionamento e dos objetivos das Ferramentas da Qualidade. No capítulo seguinte é detalhada a lean construction e os princípios necessários para aplicá-la. Após, há um aprofundamento da utilização do kaizen (melhoria contínua), principal Ferramenta da Qualidade da lean construction. O último capítulo apresenta a conclusão do estudo.
Desenvolvimento
Fundamentação Teórica
Para elucidar de modo satisfatório o papel que os indicadores de desempenho exercem na gestão – e na Gestão da Qualidade, em específico – das empresas de construção civil – foram estudadas e analisadas duas referências bibliográficas distintas. Estudando estas publicações, é possível encontrar alguns pontos em comum em seu conteúdo, concluindo-se que há um consenso significativo sobre quais os indicadores de desempenho mais efetivos para a construção civil. Todavia, é importante destacar que cada um deles aborda esta temática sob uma ótica diferente. O primeiro estudo faz uma extensa revisão na literatura sobre medidores de desempenho, entregando um guia completo e detalhado, antes de abordar o setor da construção civil. Já o segundo, busca verificar os indicadores que melhor funcionam nas empresas de construção, já que nem todos os medidores disponíveis são adequados para este setor.
Independentemente do setor industrial, fazer medições e avaliações de desempenho é fundamental para manter o controle da empresa, assim como para atingir metas operacionais e financeiras, alinhando a performance da empresa com seus objetivos estratégicos. Barros (2017) ensina que normas relativas a Sistemas de Gestão da Qualidade estabelecem uma série de medidas a serem tomadas pelas organizações como decidir quais atividades serão monitoradas e medidas. Além disso, as organizações devem determinar os melhores métodos de medição a serem utilizados. (BARROS, 2017)
Barros (2017) destaca que as definições mais aceitas pela comunidade acadêmica e empresarial convergem quanto à ideia de que os Indicadores de Desempenho (ID´s) são fundamentais para para o estabelecimento de metas, e para suprir as demandas de informação das corporações. Barros (2017) acrescenta, ainda, que tais indicadores devem fazer parte do processo de planejamento e controle das empresas, subsidiando a tomada de decisão. Quanto à classificação, Barros (2017) aponta que os ID´s podem
ser divididos em Indicadores de Resultados e Vetores de Desempenho.
De acordo com Cândido, Lima e Neto (2016), a maioria das publicações sobre indicadores de desempenho da indústria da construção abordam a análise dos indicadores. Deste modo, o objetivo destes autores é o uso adequado e efetivo destes indicadores, considerando-se as características específicas e peculiaridades do setor de construção civil. Cândido, Lima e Neto (2016) destacam que as medidas de desempenho financeiro foram o único parâmetro de avaliação do desempenho das construtoras durante muito tempo. Contudo, esta prática resultava em uma avaliação incompleta e inadequada, já que estas medidas não conseguiam mostrar as mudanças do dinâmico ambiente socioeconômico em que as empresas passaram a se inserir. Motivadas pelo enorme dinamismo do mercado, as empresas passaram a medir aspectos relacionados à inovação, satisfação de seus consumidores e a qualidade do que produziam. Esta nova perspectiva das construtoras, entretanto, trouxe novos problemas: as empresas passaram a querer medir tudo, sem averiguar a real necessidade de inúmeras medições. (CÂNDIDO; LIMA; NETO, 2016)
Tabela 1: Critérios para definição dos ID ´s.
FONTE: BARROS, 2017, p. 656. (Adaptado de Neely et al. 1997)
Em suma, até o fim da década de 1970 apenas as medidas contábeis e financeiras eram utilizadas. Na fase posterior, que atingiu seu ápice por volta do ano 2000, havia um hábito generalizado de mensurar todo tipo de atividade corporativa. Além do excesso de medidas, há também outros erros que acarretam ineficácia dos ID´s: a maioria das empresas de construção é incapaz de definir as medidas adequadas às suas necessidades; as construtoras não conseguem definir com clareza seus objetivos estratégias, sendo raro o uso de planejamento estratégico para definir os melhores ID´s; algumas construtoras escolhem atividades mais fáceis de ser medidas para compor os ID´s, resultando em medidas pouco relevantes; por fim, merece destaque o fato de que há um grande abismo entre a teoria e a prática ao medir-se do desempenho das construtoras, o que gera métodos de medida com graves falhas. (CÂNDIDO; LIMA; NETO, 2016)
Ao estudar as publicações supracitadas, conclui-se que Barros (2017) faz uma abordagem mais holística dos Indicadores de Desempenho, indicando uma área do conhecimento complexa e bastante promissora, principalmente pelo fato de que as empresas apresentam uma necessidade crescente da correta utilização dos ID´s. Cândido, Lima e Neto (2016), por seu turno, apresentam um estudo mais pragmático que, por ser completamente focado nas necessidades das construtoras, surge como um guia prático para empresas e um importante manual para acadêmicos interessados na Gestão da Qualidade do setor da construção civil. Como destacado por Cândido, Lima e Neto (2016) um dos maiores objetivos das construtoras – em prol da redução de custos, redução do tempo de obra e ganhos de qualidade – é mensurar os aspectos intangíveis e qualitativos do desempenho, identificando os verdadeiros fatores críticos para o sucesso das empresas e projetos. Este estudo se ocupará de apresentar utilizações proveitosas e efetivas dos Indicadores de Desempenho por meio das Ferramentas da Qualidade.
Metodologia
Quanto à técnica, este estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa. Foram feitas diversas pesquisas na base de dados Google Scholar, usando os seguintes protocolos de busca, e suas combinações: “construção civil”, “gestão da qualidade”, “indicadores de desempenho”.
Inicialmente foram selecionados 25 artigos e estudos, de acordo com o título, palavras chave e resumo. Após uma criteriosa análise de cada uma das publicações supracitadas, foram escolhidas 7 delas para embasar este trabalho. O critério utilizado nesta segunda fase da seleção foi a relevância e potencial de contribuição para o objeto de estudo: a utilização das Ferramentas da Qualidade, subsidiadas pelos indicadores de desempenho, em prol da redução de custos, redução do tempo de obra e ganhos de qualidade em empresas de construção civil.
Para o desenvolvimento da fundamentação teórica foram usadas uma dissertação de mestrado portuguesa, que apresenta um panorama geral dos Indicadores de Desempenho, e um artigo nacional, que aborda os melhores indicadores específicos para a construção civil. Foi usada uma dissertação de mestrado que permitiu a conclusão de que a lean construction é o melhor conjunto de ferramentas para o problema estudado. Para a investigação da questão levantada por este estudo, foram analisados dois artigos que apresentam de forma detalhada e aprofundada a construção enxuta e o uso do kaizen em projetos de construção civil.
Ferramentas da Qualidade
Entender os Indicadores de Desempenho (ID´s), e saber utilizá-los de forma efetiva e produtiva, é fundamental para aplicar as Ferramentas de Gestão da Qualidade. Um dos mais importantes princípios da Engenharia da Qualidade é a impossibilidade de controlar, e melhorar, o que não se pode medir. Deste modo, a boa utilização dos ID`s é condição necessária para um uso proveitoso da Ferramentas da Qualidade.
Existem muitas dessas ferramentas, de bastante utilidade à Engenharia de Produção e à Engenharia da Qualidade, como por exemplo: Diagrama de Pareto, Diagrama de causa-efeito, Histogramas, Folhas de Verificação, Gráficos de Dispersão, Cartas de Controle, Fluxograma, Brainstorming, Benchmarking, 5W2H. Cada uma delas tem forte impacto em diferentes atividades dos diversos ambientes industriais. O foco deste estudo, contudo, está na utilização da ferramentas usadas na filosofia de produção Lean Construction (construção enxuta), que é uma adaptação para a construção civil da Lean Manufacturing (manufatura enxuta) – filosofia de produção revolucionária de de comprovada eficácia em indústria de todo o mundo ocidental.
A grande vantagem da lean construction é a simplicidade da sua aplicação, e o baixo custo de sua implementação, tornando-a factível na maioria das construtoras. De acordo com Araújo (2015), as principais ferramentas da lean construction são VSM (Value Stream Map), 5S, Kaizen, OEE (Overall Equipment Efectivenes). Destas, destaca-se o kaizen (melhoria contínua) e o 5S – modelo que surgiu no Japão em 1950, com cinco princípios: Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu, Shitsuke; ou Senso de Utilização, Organização, Limpeza, Saúde ou Melhoria Contínua, Autodisciplina – que pode ser considerado uma parte do kaizen. (ARAÚJO, 2015). O kaizen será melhor detalhado em capítulos posteriores deste estudo.
Araújo (2015) destaca 7 tipos de desperdício que devem ser evitados e eliminados, se possível, com a implementação da lean construction: produção em excesso; transportes de materiais e pessoas que não agregam valor à produção; movimentos desnecessários; tempos de espera, que aumentam o tempo de produção e deixam funcionários e equipamentos ociosos; retrabalho; e processamento desnecessário. Os capítulos seguintes apresentam características detalhadas da lean construction e, após, a importância da utilização do kaizen para sua implementação.
Lean Construction (Construção Enxuta)
De acordo com Pereira e Oliveira (2014), a lean construction (construção enxuta) é uma nova filosofia de produção, que adapta algumas técnicas e métodos de ambientes industriais para a construção civil. Seu principal objetivo é reduzir desperdícios e, consequentemente, diminuir os custos dos projetos de construção civil. A Lean Construction se pauta em 11 princípios, que devem ser integrados à gestão dos processos da construção civil:
O primeiro princípio orienta que reduzam, ao máximo, as atividades que não agregam valor à produção. Se for possível, deve-se eliminar estas atividades. (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014).
Deve-se, também, priorizar as necessidades dos clientes para melhorar o valor do produto (os imóveis, no caso da construção civil). (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014).
É imprescindível, também, reduzir a variabilidade do processo produtivo. O motivo para isso, apesar de ter sido ignorado pelas construtoras durante décadas, é simples: quanto mais variabilidades, maior será o número de atividades que não agregam valor ao produto final. (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014)
Redução do tempo de ciclo, que é fundamental para o controle e a gestão de qualidade de ambientes industriais de diversos setores. Tempo de ciclo é a soma de dos tempos de todos os processos que constituem a produção. Com sua redução, o produto chegará mais rápido ao cliente, o que é fundamental em projetos longos como os de construção civil. (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014)
Simplificar a produção, através da redução do número de suas etapas. O número de etapas é diretamente proporcional ao número de atividades que não agregam valor. (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014)
A flexibilização do produto, sem aumento significativo do preço. Isto tem grande peso em se tratando da indústria da construção civil: tendo em vista o elevado preço dos imóveis em relação à renda dos clientes, é comum a busca por diferenciação e customização do produto final. (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014)
O sétimo princípio trata do aumento da transparência do processo. Ao facilitar o acesso às informações necessárias para que as tarefas sejam executadas, tem-se 3 ganhos resultantes: a facilitação do trabalho; a mitigação de desperdício de materiais; e, por fim , o aumento do envolvimento dos funcionários. (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014)
O processo de construção deve ser controlado de forma global, de modo que os subprocessos não atrapalhem o macroprocesso principal. (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014). Este princípio exalta a importância dos Indicadores de Desempenho apresentados em detalhes na Fundamentação Teórica deste estudo. Para um efetivo controle global, é imprescindível que as atividades sejam mensuradas de forma adequada.
Introdução da melhoria contínua (kaizen).(PEREIRA; OLIVEIRA, 2014). Este princípio se relaciona fortemente com todos os outros, é o que melhor resume a Lean Construction de maneira geral. A raiz da construção enxuta é a simplicidade, que é atingida através da melhoria constante e contínua em cada pequena atividade que faz parte do processo, e com o envolvimento de todos os funcionários da organização. Devido à extrema importância da melhoria contínua na implantação da construção enxuta, o próximo capítulo será inteiramente dedicado a este assunto.
Balanceamento do fluxo de atividades. (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014). Assim como em uma linha de produção, na construção civil é importante que o fluxo de atividades seja balanceado de modo a evitar tempo de folgas de atividades, tempos de espera desnecessários, desperdício de materiais e ociosidade de funcionários.
Por fim, Pereira e Oliveira (2014) apresentam o último princípio para a implantação da construção enxuta: o benchmark, que se trata da pesquisa das melhores práticas em relação a produtos, processos, marketing e organização empresarial, com o objetivo de aperfeiçoar as atividades das construtoras.
O próximo capítulo apresentará meios para que as simplificações apresentadas pela construção enxuta sejam atingidas.
Melhoria Contínua – Kaizen
O kaizen (melhoria contínua) é um dos dois fundamentos que suportam o bem reputado e revolucionário Sistema Toyota de Produção, que elevou significativamente a produtividade da indústria mundial. Vivan, Ortiz e Paliari (2016) ressaltam que a aplicação do kaizen na Indústria da Construção Civil (ICC) é árdua, devido às peculiaridades específicas da produção deste setor. A despeito dessa dificuldade, os autores reconhecem a efetividade da implantação do kaizen na ICC, e desenvolvem um modelo para auxiliar que profissionais desta indústria consigam desenvolver um projeto kaizen de modo sistemática. O método proposto pelos autores usa ferramentas de diagnóstico e análise do sistema de produção da construção. A pesquisa, feita através do modelo destes autores, resultou na identificação e classificação dos problemas, suas raízes e oportunidades de kaizen (melhoria contínua). Os autores destacam que os resultados da melhoria contínua são maior valor agregado do que é produzido pelas construtoras, com economia dos recursos utilizados.
O kaizen não demanda grandes investimentos para ser implementado, convergindo com a visão dos autores citados em capítulos anteriores deste trabalho. Adicionalmente, os autores ressaltam 3 características fundamentais do kaizen: melhorias incrementais e graduais, visão de longo prazo e viabilidade econômica. A aplicação do kaizen começa pela identificação e quantificação dos desperdícios – o que converge, mais uma vez, com a importância dos Indicadores de Desempenho, explicada na Fundamentação Teórica deste artigo. Os autores também destacam a necessidade de encontrar a verdadeira causa dos problemas – e não apenas suas consequências – o que permitirá a solução definitiva destes problemas. Por fim, deve-se enfatizar a importância da participação ativa e criativa de funcionários de todos os níveis da empresa, já que o kaizen depende muito da vontade e do esforço dos funcionários em busca de melhores resultados. (VIVAN; ORTIZ; PALIARI, 2016)
Conclusão
A indústria da construção civil brasileira (ICC) enfrenta um período de crédito escasso e demanda por imóveis de baixo custo. Considerando as dificuldades inerentes a este segmento econômico, cujo processo produtivo se diferencia sobremaneira das outras indústrias, este trabalho visa entregar uma solução para elevar a qualidade e reduzir os custos das construtoras, sendo útil ao mesmo tempo para acadêmicos de Engenharia da Qualidade, Engenharia de Produção e Engenharia Civil, e para empresários do setor.
Como foi mostrado ao longo deste trabalho, a lean construction apresenta-se como uma poderosa filosofia de produção que pode ser usada pela ICC brasileira. A aplicação das Ferramentas da Qualidade que a constituem – além de ser simples, viável e de baixo custo – tem potencial para elevar significativamente a qualidade dos futuros imóveis, com maior velocidade e menos investimentos.
O melhor meio de se conseguir, efetivamente, seguir os 11 princípios da lean construction é utilizar o kaizen, ferramenta da qualidade que deve ser aplicada e difundida em todas as áreas das empresas de construção civil.
Este trabalho se preocupou, principalmente, em apresentar uma solução viável – de simples aplicação e pequena demanda por investimentos – mas que produza resultados duradouros e robustos.
Deste modo, conclui-se este estudo mostrando que a lean construction pode elevar a qualidade e reduzir os custos das construtoras brasileiras.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Pedro Jorge Martins de, et al. Lean management: aplicação a uma pequena empresa de construção civil. 2015. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Instituto Superior de Engenharia, Lisboa, Portugal.
BARROS, Auriza Lopes de. Indicadores de desempenho na construção civil: uma análise nas empresas de construção civil na Região Norte de Portugal. 2017. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão da Qualidade) – Escola de Engenharia da Universidade do Minho, Braga, Portugal.
CÂNDIDO, Luís Felipe; LIMA, Sérgio Henrique de Oliveira; NETO, José de Paula Barros. Análise de sistemas de medição de desempenho na indústria da construção. Revista Ambiente Construído, v. 16, n. 2, p. 189-208, 2016.
PEREIRA, Mariana Del Carlo; OLIVEIRA, Danielle Meireles. Análise da aplicação da filosofia lean construction em empresas do setor de construção civil da região metropolitana de Belo Horizonte. Revista CONSTRUINDO, v. 6, n. 2, 2014.
VIVAN, André Luiz; ORTIZ, Felipe Alfonso Huertas; PALIARI, José Carlos. Modelo para o desenvolvimento de projetos kaizen para a indústria da construção civil.Revista Gestão e Produção, v. 23, n. 2, p. 333-349, 2016.
1Engenheiro de Produção (UFRJ). Conclusão do Ciclo Básico de Engenharia (Instituto Militar de Engenharia). Participante do programa de dupla-diplomação (École Centrale de Lyon). Experiência como Engenheiro (Petrobras), Gerente de Marketing (Easy Taxi) e Agente de Inovação (SEBRAE).