REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11047049
Adilma Batista Da Silva[1]
Diogo Rogério Carlos[2]
Maria Da Conceição Carvalho Maciel[3]
Elaynne Felix Da Costa[4]
Karoline Raquel Pontes De Souza Do Amaral[5]
Luciana Neves[6]
Jaiana Saraiva Do Nascimento[7]
Renata Pereira De Lima Florentino[8]
RESUMO
Com base nos episódios ocorridos durante a pandemia da COVID-19, que culminou na infecção e morte de pessoas no mundo inteiro, a qual, o governo determinou por decreto, a proibição de aglomerações com o intuito de evitar a disseminação do vírus, todas as pessoas ficaram impossibilitadas de velar os indivíduos que faleceram em decorrência dessas complicações. Através de uma revisão bibliográfica descritiva, a pesquisa busca apresentar os impactos psicológicos ocasionados pela ausência dos rituais fúnebres na Pandemia da COVID-19. Dentre os resultados, ganha destaque no material integrado, os conceitos de autotranscedência e resiliência, o que Viktor Frankl chama de potencial especificamente humano de transformar uma tragédia em triunfo, sendo nessesconceitos, as possibilidades, nas quais, as famílias reencontraram o sentido de suas vidas diante da morte de seus entes queridos, ressignificando o sofrimento.
Palavras-chave: Rituais. Fúnebres. Pandemia. Luto. Autotranscedência. Sentido da Vida.
ABSTRACT
Based on the episodes that occurred during the COVID-19 pandemic, which culminated in the infection and death of people around the world, which, the government determined by decree, to prohibit gatherings in order to prevent the spread of the virus, all people were unable to mourn individuals who died as a result of these complications. Through a descriptive literature review, the research seeks to present the psychological impacts caused by the absence of funeral rituals in the Covid-19 Pandemic. Among the results, the concepts of self-transcendence and resilience stand out in the integrated material, what Viktor Frankl calls the specifically human potential to transform a tragedy into triumph, with these concepts being the possibilities in which families rediscover the meaning of their lives. lives in the face of the death of their loved ones, giving new meaning to suffering.
Keywords: Funeral Rites. Pandemic. Grief. Self-transcendence. Sense of life.
1.INTRODUÇÃO
A COVID-19 é uma doença infecciosa respiratória causada pelo SARS-CoV-2, popularmente chamado de Coronavírus. Os principais sintomas são: febre, congestão nasal, cansaço, tosse seca, perda de paladar e dor de cabeça (BRASIL, 2023; ONU, 2023). Geralmente os casos podem ser classificados como assintomático, leve, moderado, grave, crítico. Nesses dois últimos casos, em geral, o indivíduo necessita de internação, inclusive em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) podendo ser intubado ou ainda ir a óbito (POSSES, 2023)[9].
Muitas pessoas foram impactadas pela pandemia da COVID-19 que assolou o planeta no ano de 2020. O mundo foi surpreendido por mudanças significativas, incluindo a forma de lidar com a morte e o luto. Pode-se dizer que o mundo parou. Muitas pessoas deixaram de visitar os entes queridos, principalmente os idosos, de ir à escola, à faculdade, ao trabalho, aderindo estes últimos ao formato online. Tudo parecia assustadoramente parado, pois o medo estagnou a todos de uma forma tão repentina, que se pensava, se de fato aquilo era verdadeiro e duradouro.
A mídia começou a divulgar o número de mortos que crescia de maneira intensa, provocando ainda mais o medo e aflição nas pessoas. Para agravar, devido ao isolamento social que visava conter o alto índice de contagio do vírus, ninguém poderia ser velado, caixão lacrado e o último adeus não podia ser dado. Pais, mães, filhos, amigos, parentes, conhecidos saíram de casa falando, apresentando sintomas de cansaço e não voltaram mais. Para alguns, a última imagem do ente querido foi uma chamada de vídeo realizada por um dos profissionais de plantão na Unidade de Terapia intensiva (UTI), talvez a última imagem foi um print de tela. Esse contexto trouxe sérias consequências na vivência do luto.
De maneira geral, o luto é visto como um momento de grande dor, tristeza profunda e desespero. A pessoa enlutada atravessa várias etapas na elaboração do luto. Segundo Kübler-Ross (1981), esse processo de perda tem algumas fases: a de negação ou isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação, esse processo ocorre de maneira individual, não tendo uma sequência específica das fases, mudando de pessoa para pessoa, pois envolve a aceitação subjetiva e a elaboração da perda.
Devido a impossibilidade de aglomeração e pela grande transmissibilidade do vírus, os velórios por óbito de COVID-19 foram impedidos de acontecer, e nenhuma família poderia velar seus entes que faleceram com Coronavírus. Muitas das pessoas enlutadas encontram nos rituais fúnebres uma forma de consolo; é o último adeus, são as homenagens, os amigos que ofertam um abraço, uma palavra de conforto, familiares que há muitos anos não se encontravam, reencontros para a tão necessária despedida, toda essa dinâmica tornar-se suporte no momento doloroso[10].
É no ritual fúnebre a ocasião em que as pessoas podem expressar as emoções, lembrar a pessoa falecida enaltecendo seus atributos, homenageando a memória do ente querido, e isso facilita os processos de elaboração do luto que virá posteriormente. Segundo Biancalani et al (2022), para muitos, as cerimônias religiosas trazem grande conforto, algumas dão a esperança do reencontro, outras da continuidade.
A ausência dos rituais fúnebres, pode causar forte impacto na saúde mental das pessoas, ocasionando depressão, crises de ansiedade, sentimento de revolta, de culpa, sintomas de insônia, dentre outros sintomas ou transtornos psíquicos. A vivência dos rituais fúnebres, dentro de cada cultura, é estruturante para a elaboração do luto. A ausência da ritualidade, pode estagnar a pessoa enlutada numa das fases citadas por kübler-Ross (1981), e causando o que autores como, Breen et al (2023), Cherblanc et al (2023), Gang et al (2022) nomeiam respectivamente de Luto Disfuncional, Luto Traumático e Transtorno de Luto Prolongado. Vale sempre recordar que o luto em si, não é um adoecimento, mas a não elaboração dele, pode sim, promover patologias.
Assim, através de uma revisão bibliográfica descritiva, esta pesquisa apresenta os impactos psicológicos ocasionados pela ausência dos rituais fúnebres na Pandemia da COVID-19. Autores como Kübler-Ross (1981), Scheinfeld et al (2021), Khoury et al (2022), Abdekhodaie (2023), Van Schaik e Wojtkowiak (2023), Zou et al (2023) e outros mencionados, pontuam a importância dos ritos fúnebres na elaboração do luto, e como a ausência destes pode ser prejudicial. Dentre os resultados da pesquisa, ganha destaque no material integrado, os conceitos de autotranscedência e resiliência, o que Viktor Frankl chama de potencial especificamente humano de transformar uma tragédia em triunfo (Frankl, 2022), sendo nesses conceitos, as possibilidades, nas quais, as famílias reencontraram o sentido de suas vidas diante da morte de seus entes queridos na Pandemia da Covid-19, ressignificando o sofrimento.
2.CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA
Na análise qualitativa, as publicações foram pesquisadas na base de dados Scopus que apresentam uma elevada abrangência científica. Considerada um dos maiores bancos de dados da literatura. Visando encontrar os artigos específicos relacionados ao tema do trabalho através de uma revisão bibliográfica descritiva.
Esse método tem como objetivo final reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um determinado tema, de maneira organizada, com o intuito de obter um profundo entendimento de um determinado tema baseando-se em estudos anteriores (BROOME, 2000).
Foi feita uma análise nos artigos selecionados para determinar se são válidos metodologicamente, sendo assim, fez-se necessário produzir uma lista de inclusão e de exclusão de material a ser lido para elaboração do artigo, logo após a realização dos critérios dos artigos, foi feita uma avaliação de maneira sistemática dos estudos selecionados e uma interpretação. (ARMSTRONG; BORTZA, 2001).
2.1 Coleta de dados
A revisão bibliográfica descritiva, que se divide em quatro fases: na Identificação foram pesquisadas as palavras-chave “grief” e “covid”; a Seleção consistiu na aplicação de filtros de refinamento de pesquisa, escolhidos os artigos de nacionalidade americana, portuguesa e italiana. Que foram grandes focos da COVID-19; foram encontrados 125 artigos.
2.2 Critérios de elegibilidade
Na Elegibilidade foram lidos títulos e resumos dos artigos encontrados no intuito de excluir os documentos que não possuíam relação direta com o estudo e por fim, a Inclusão após a leitura integral dos 24 artigos selecionados. Com a redução do número de trabalhos encontrados, facilitou a leitura e exclusão daqueles que fugiram do tema.
2.2 Meta-análise
Na meta-análise onde uma série de informações relacionadas aos artigos foram agrupados em uma tabela. Estes dados foram analisados qualitativamente, a fim de identificar a capacidade humana de ressignificar a perda de familiares, sem os ritos dos funerais durante a pandemia da COVID-19.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Rituais Fúnebres em diversas Religiões: Significados e Funções
Há algumas décadas as pessoas falecidas eram veladas em suas casas pelos parentes, amigos e pela vizinhança, podendo também serem veladas em suas igrejas ou congregações religiosas. Não existiam, de forma tão acessíveis, as salas anexas aos cemitérios, chamadas de Salas de Velório, que atualmente, são alugadas com o intuito de velar os falecidos; hoje existem salas de diversos tamanhos e variados preços de acordo com o poder aquisitivo de cada um. Havia também a vestimenta exclusiva para o falecido chamada de mortalha, que muitas vezes, era costurada pela própria pessoa e guardada para, na ocasião de sua morte, ser vestida para seu sepultamento, podendo também, ser encomendada a uma costureira.
Os velórios costumam acontecer por um período de 24h, porém quando há necessidade de esperar a chegada de algum familiar, que mora em outra cidade, pode se estender por um tempo maior.
Todo esse contexto, seja antigo ou atual, foi completamente modificado na pandemia da COVID-19. Passou a ser, basicamente, tudo igual para todos, não mais existindo quem pode ter a melhor sala para velar, as mais belas flores. Sem velório, sem caixão aberto e sepultado o mais rápido possível, sem a presença de nenhum parente. Posteriormente, foi liberado uma quantidade mínima de pessoas que, de certa distância, usando máscara, observavam o cortejo e sepultamento.
Segundo Khoury et al (2022), diversas culturas em todo o mundo elaboraram os rituais fúnebres com a finalidade de homenagear os seus falecidos e através desses ritos conseguir encontrar uma forma de dar continuidade a sua vida sem o seu ente querido. Devido ao isolamento social na pandemia da covid-19, os tradicionais rituais religiosos e culturais foram cancelados, gerando angustia e muita dor. Estes desempenham um papel importante, através de diversas religiões ao redor do mundo, com o propósito de homenagear os falecidos, bem como proporcionar conforto espiritual e emocional aos enlutados, e embora variados em forma e conteúdo, esses rituais compartilham funções comuns em diferentes religiões.
De acordo com Biancalani et al (2022), os rituais fúnebres têm o objetivo de auxiliar na passagem do falecido para o próximo estágio de existência, de acordo com as crenças religiosas específicas. Isso pode envolver a garantia da paz para alma do falecido ou sua jornada após a morte, dependendo das convicções religiosas. Além disso, esses rituais oferecem apoio emocional aos enlutados, permitindo-lhes expressar suas emoções, elaborar sentimentos conflituosos, compartilhar memórias e encontrar consolo uns nos outros.
Conforme estudo de Van Schaik e Wojtkowiak (2023), a ausência física impactou a transformação ritual e a construção de um significado após uma perda. O fato de não ver, não velar e nem passar pela experiência dos ritos fúnebres, provocou grande reforço a fase de negação relativa ao luto, onde o indivíduo, não acredita que de fato a morte ocorreu (Valliani e Mughal, 2022). Os rituais funerários também têm a função de unir a comunidade religiosa em solidariedade e respeito pelo falecido e seus entes queridos. Eles demonstram a importância da coesão e compaixão dentro da religião específica.
É relevante observar que os detalhes dos rituais fúnebres variam amplamente entre diferentes religiões e culturas. Por exemplo, no Cristianismo, a Igreja Católica realiza a recomendação do corpo, a missa de corpo presente e ainda as missas de sétimo dia, trigésimo e anualmente. Os Evangélicos, apesar das várias denominações, são unânimes na crença da breve passagem por essa vida ao encontro do Criador, acreditam também na ressurreição dos mortos, podendo os membros da congregação serem velados na sua igreja.
Enquanto o Islã vela os falecidos na mesquita e rezam o Salat al-Janazah, que é a oração fúnebre islâmica. O Hinduísmo envolve cerimônias de cremação e as cinzas são lançadas no rio Ganges, que segundo a tradição indiana, a “Mãe Ganga”, recebe-o e livra de todo mal praticado em vida. Para o Espiritismo a pessoa desencarna e volta em uma outra reencarnação. Cada ritual é moldado pelas crenças, tradições e práticas religiosas específicas de sua respectiva comunidade. No entanto, independentemente das variações, todos compartilham o propósito essencial de honrar os mortos e apoiar os vivos durante o processo de luto e aceitação da morte.
Segundo Grace (2021), os ritos fúnebres coincidem com a fase inicial do luto, configurando-se como um importante aliado na elaboração da perda, auxiliando o indivíduo em sua saúde psíquica, pois apesar do sofrimento pela perda, o ritual auxilia na elaboração da vida sem o ente querido.
A pandemia suprimiu, atropelou a organização e realização dos rituais fúnebres e as despedidas das famílias, desencadeando processos de luto prolongado, escreve Zou et al (2023). É próprio da cultura ocidental chorar a morte, velar, despedir-se, sepultar os seus. Esse impedimento trouxe sérios prejuízos psíquicos na elaboração das perdas, suscitando em algumas pessoas a falta de sentido da vida.
3.2 A Pandemia da Covid-19 e o tema da Morte
A COVID-19 despertou um claro interesse e debate em torno da questão da morte. Em consequência do grande número de vidas perdidas em todo o mundo devido à doença, o que gerou uma ampla reflexão sobre a mortalidade.
A pandemia confirmou a importância do processo de luto em uma escala global, já que muitas famílias enfrentaram a perda de seus entes queridos sem a oportunidade de realizar os rituais funerários tradicionais, devido às medidas de isolamento social. Isso tornou o processo de lidar com a morte mais desafiador, dando lugar a um processo ainda mais doloroso e prologado na elaboração do luto.
Além disso, a pandemia desencadeou debates éticos e filosóficos relacionados à morte. Isso inclui discussões sobre alocação de recursos de saúde, cuidados paliativos e a necessidade de abordar a morte de maneira mais franca e realista na sociedade contemporânea.
Em síntese, a pandemia da COVID-19 provocou uma ampla conversa sobre o tema da morte, destacando a relevância do processo de luto, a importância dos rituais de despedidas, questionando crenças e práticas associadas à morte e recordando a humanidade de sua vulnerabilidade diante da finitude da vida. Convocando os governantes a disponibilizar recursos, realizar investimentos na saúde mental da população.
3.3 Os Impactos psicológicos pela ausência dos Rituais Fúnebres na Pandemia da Covid-19
Quadro 1: Resumo bibliométrico.
AUTORES | RESUMO |
Abdekhodaie (2023). | O autor investigou a experiência vivida de familiares enlutados pelo luto pela COVID -19 por meio de método fenomenológico descritivo por meio de entrevistas em profundidade. |
Biancalani et al (2022). | A pesquisa teve como objetivo avaliar se e como a espiritualidade proporcionou apoio concreto àqueles que perderam um ente querido durante a pandemia da COVID -19. |
Bowman (2021). | O artigo apresentou como foco as mudanças familiares que resultam em perda e luto utilizando as perspectivas e ferramentas da biblioterapia. |
Breen et al (2023). | A pesquisa avaliou fatores de risco únicos de luto pandêmico, luto disfuncional, sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), sofrimento psiquiátrico geral, perda de significado e comprometimento funcional em uma amostra de pessoas enlutadas por COVID -19 em busca de tratamento no Reino Unido. |
Cherblanc et al (2023). | O Auto-Relato do Inventário de Luto Traumático (TGI-SR), que que teve como objetivo avaliar tanto o Transtorno de Luto Complexo Persistente quanto o Transtorno de Luto Prolongado, foi validado em vários idiomas. Este estudo buscou validar a versão franco-canadense. |
Cipolletta, Entilli, Filisetti (2022). | O estudo teve como objetivo explorar qualitativamente as experiências de luto de familiares que perderam uma pessoa significativa devido à doença por coronavírus 2019 (COVID -19) em relação às necessidades e recursos dos enlutados. |
Erbiçer, Metin, Doğan(2023). | O artigo teve como objetivo investigar as experiências de indivíduos que perderam seus entes queridos na Turquia durante a pandemia de COVID -19. O método fenomenológico foi empregado no desenho do estudo. |
Gang et al (2022). | Foi realizada uma investigação mais profunda devido a pandemia da COVID-19 que gerou previsões de uma “pandemia de luto”, as taxas e os riscos do Transtorno do Luto Prolongado (PGD) |
Grace (2021). | Este estudo examinou como o luto por COVID -19 se associou a sintomas depressivos e consumo excessivo de álcool. |
Jordan et al (2022). | O artigo apresentou a educação preventiva para preparar e gerir o provável aumento do luto complicado. |
Khoury et al (2022). | O artigo conceituou as tarefas comuns do luto, incluindo o enfrentamento focado na emoção, a manutenção de uma conexão com o falecido, o desligamento e o reenquadramento da morte e da perda, e o enfrentamento focado no problema. Forneceu exemplos de como a pandemia da COVID -19 alterou os rituais de luto em diversas culturas e religiões e contribuiu para um luto prolongado, transtorno conforme foi definido pela CID-11 que inclui sintomas depressivos e estresse pós-traumático. |
Lee et al (2022). | Apresentou estudo das experiências de luto de 209 adultos enlutados que perderam um ente querido devido ao coronavírus, com foco nas emoções de auto-culpa e nos problemas não resolvidos com o falecido. |
Lee, Neimeyer (2022). | O objetivo deste estudo foi desenvolver e avaliar as propriedades da Pandemic Grief Scale (PGS), que é um breve rastreador de saúde mental para identificar prováveis casos de luto disfuncional associados a uma morte por COVID -19. |
Lobos-Rivera et al (2023). | O objetivo deste estudo foi examinar o luto disfuncional associado à morte por COVID -19 entre adultos salvadorenhos |
Martínez-Medina, Rodríguez-Orozco (2023). | O estudo revisou os tratamentos que podem ser administrados a pacientes com DGP devido ao COVID -19. |
Menichetti Delor et al (2021). | A unidade de Psicologia Clínica de um hospital italiano ofereceu um serviço de acompanhamento do luto às famílias. Este estudo teve como objetivo explorar as experiências e necessidades das famílias coletadas na ocasião dos atendimentos, e o papel que os psicólogos desempenharam durante o atendimento. |
Neimeyer, Lee (2022). | O estudo examinou a relação entre as reações dos enlutados às condições da pandemia e a gravidade do seu luto e os níveis de incapacidade. |
Panahi et al (2022). | O estudo foi conduzido para comparar a eficácia do aconselhamento de luto e do aconselhamento espiritual orientado por Deus sobre sintomas de depressão e ideação suicida em pessoas com luto por COVID -19. |
Park, Cha (2023). | O estudo examinou os efeitos da arteterapia de grupo online em adultos que perderam membros da família usando três instrumentos para medir depressão, luto e qualidade de vida em um ensaio clínico randomizado. |
Rabêlo et al (2022). | Diante da atitude negacionista do governo brasileiro que levou ao aumento exponencial de mortes por COVID-19, no estudo, o trabalho do luto foi abordado, como um elemento do contexto de catástrofes coletivas que favoreceu uma postura política e uma elaboração subjetiva de situações traumáticas. Foi ressaltado, a forma como o luto aparece na literatura como estratégia de subjetivação do que foi perdido, especialmente através da escrita de diários. |
Scheinfeld et al (2021). | O estudo examinou como as pessoas sofreram com a morte quando não puderam participar de rituais tradicionais de luto. |
Valliani, Mughal (2022). | O objetivo deste comentário foi delinear a teoria do luto de Kubler-Ross, explicar seus estágios à luz do COVID -19 e considerar fatores que contribuem para uma boa saúde. |
van Schaik, Wojtkowiak (2023). | O estudo centrou-se nas experiências de enlutados que não puderam comparecer fisicamente a um funeral durante a COVID -19. A ausência física impactou a transformação ritual e a construção de significado após uma perda. |
Zou et al (2023). | O presente estudo teve como objetivo investigar se e como esses fatores de risco, ausência de rituais de luto, falta de despedida e isolamento, relacionados à COVID -19 estavam relacionados à gravidade do luto agudo. |
Fonte: A autora (2023).
Autoras e autores como Grace (2021), Scheinfeld et al (2021), Gang et al (2022), Khoury et al (2022), Lee e Neimeyer (2022), Van Schaik e Wojtkowiak (2023) Abdekhodaie (2023), e Zou et al (2023) trouxeram em suas pesquisas relatos dos prejuízos à saúde mental dos indivíduos devido à falta dos rituais fúnebres, sendo este um dos principais ocasionadores de complicações na elaboração do luto.
Jordan et al (2022), menciona que, devido ao elevado número de mortos em alguns lugares, tornou-se necessário agendar sepultamentos, o que resultou numa angustiante espera e um tempo maior de sofrimento para as famílias. Lee e Neimeyer (2022), Lobos-Rivera et al (2023), Martínez-Medina e Rodríguez-Orozco (2023) discorrem sobre luto disfuncional na pandemia da covid-19, outros artigos que integraram esta pesquisa não deixaram de dar suas relevantes contribuições, porém, a pauta dos seus escritos, não corresponderam diretamente ao objetivo.
A pandemia de Covid-19 reverberou de forma bastante negativa na saúde mental da população, trouxe fatores sem precedentes em escala mundial, pois devido as necessárias restrições de isolamento social, as pessoas ficaram impedidas de saírem de casa, funcionavam apenas os serviços essenciais. Diante desse contexto, muitas pessoas que passaram pelo luto, seja devido ao Corona Vírus ou outras patologias, desenvolveram o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), Transtorno de Luto Prolongado, apresentando sintomas de ansiedade, depressão, ideação suicida, dentre outros.
Grace (2021), discorre que “a perda de um ente querido representa um dos eventos mais profundos e emocionalmente angustiantes que uma pessoa pode vivenciar.” Sobretudo as mortes relacionadas a Covid-19, extremamente traumatizantes por sua natureza “abrupta, inesperada e prematura.” O estudo mostra que além dos transtornos como ansiedade, depressão, dentre outros prejuízos à saúde mental, associou-se a estes o uso excessivo de álcool.
Segundo Zou et al (2023), o luto durante a pandemia da covid-19 possui características peculiares que se tornaram fatores de risco para ocasionar o luto agudo, tais como: ausência de rituais de luto, falta de oportunidade de dizer adeus ao falecido e solidão em decorrência do isolamento social.
3.4 Sofrimento Humano e Autotranscedência: A Logoterapia aplicada às pessoas enlutadas na Pandemia da Covid-19
A Logoterapia é também conhecida como a Psicoterapia do Sentido da Vida ou, ainda a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia. A teoria criada por Viktor Emil Frankl (1905-1997) se difere das outras concepções psicológicas por identificar no homem a dimensão noética ou espiritual, que não se trata de religião.
O livro, Em Busca de Sentido: um psicólogo no campo de concentração, (FRANKL, 2022), descreve a experiência do autor como prisioneiro em campos de concentração. Viktor Frankl, era médico psiquiatra, colocou em prática, tanto consigo como com os outros prisioneiros a sua abordagem logoterapêutica quando esteve prisioneiro nos campos. Além do seu relato, nesse livro ele também descreve sua abordagem. Ao falar do logoterapeuta ele traz uma linguagem figurada, comparando a um oftalmologista que ajudará a pessoa a enxergar com suas próprias lentes, o mundo como ele é.
Em linguagem figurada, o papel do logoterapeuta é antes o de um oculista que de um pintor. O pintor procura transmitir-nos uma imagem do mundo como ele o vê, o oftalmologista procura capacitar-nos a enxergar o mundo como ele é na realidade. O papel do logoterapeuta consiste em ampliar e alargar o campo visual do paciente de modo que todo o espectro de sentido potencial se torne consciente e visível para ele. (FRANKL, 2022, p. 134, 135).
A existência do homem está diretamente implicada no sentido que ele dá a sua vida. Encontrar um sentido o ajudará a ressignificar o que antes não tinha sentido algum, que causava dor, angustia, aquilo que lhe tira o sentido para continuar vivendo. A partir dos estudos de Frankl (2022), nasce uma abordagem de caráter multidisciplinar com base na fenomenologia existencialista e humanista.
Os conceitos fundamentais da Logoterapia são a Liberdade da Vontade, a Vontade de Sentido e o Sentido da Vida, que são como que pilares que sustentam a Logoterapia:
Não se deveria procurar um sentido abstrato da vida. Cada qual tem sua própria vocação ou missão específica na vida; cada um precisa executar uma tarefa concreta, que está a exigir realização. Nisso a pessoa não pode ser substituída, nem pode sua vida ser repetida. Assim, a tarefa de cada um é tão singular como a sua oportunidade específica de leva-la a cabo. (FRANKL, 2022, p. 133)
Desta maneira, pode-se utilizar os conceitos fundamentais da Logoterapia no cuidado às pessoas enlutadas na Covid-19. No conceito da Liberdade de Vontade – Analisar uso da liberdade que o ser humano tem para buscar e encontrar o sentido da vida diante das situações trágicas. No conceito da Vontade de Sentido – Verificar a dificuldade que os familiares das vítimas têm em buscar encontrar a vontade de viver e o sentido para continuar diante das dores provocadas pela ausência dos rituais fúnebres. No conceito do Sentido da Vida – Identificar qual o sentido da vida após o luto dos familiares durante a pandemia da covid-19;
Um dos princípios fundamentais da Logoterapia está em que a principal preocupação da pessoa não consiste em obter prazer ou evitar a dor, mas antes em ver um sentido em sua vida. Essa é a razão por que o ser humano está pronto até a sofrer, sob a condição, é claro, de que seu sofrimento tenha um sentido. (FRANKL, 2022, p. 137).
De acordo com Breen et al (2023), a pandemia com suas inúmeras restrições ao convívio social e, por conseguinte, a impossibilidade de velar, trouxe enorme prejuízo na elaboração do luto. Muitas pessoas passaram a ter dificuldades em compreender o sentido da vida, depois de perdas repentinas por Covid-19, e um dos impactos psicológicos desse processo foi o luto mal elaborado, seguido do vazio existencial pela dificuldade de enxergar o sentido da vida. Assim, os números de pessoas com diagnósticos de transtorno de estresse pós-traumático, depressão, ideação suicida, crises de ansiedade, cresceram consideravelmente.
Em resumo científico divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), destaca que no primeiro ano da pandemia da COVID-19 houve a prevalência global de ansiedade, depressão e transtorno depressivo maior, um aumento de 25,6%. Os maiores índices foram ocasionados em locais mais afetados pela Covid-19. As mulheres foram mais afetadas que os homens, os jovens entre 20-24 anos foram mais afetados que os adultos mais velhos. Os países com baixa e média renda foram gravemente afetados.
A Logoterapia pode ser de grande auxílio para as percepções necessárias ao entendimento dos impactos psicológicos resultante da ausência dos rituais fúnebres, bem como, para a capacidade de ressignificação. Uma das colocações que Frankl (2022) cita em seu livro, relacionadas ao sofrimento é a ideia de que a pessoa é única no viver e no sofrer, sendo de fato a vida única e ninguém pode viver por ninguém, ao sofrimento se admite a mesma experiência, ninguém viverá o sofrimento de ninguém.
Quando um homem descobre que seu destino lhe reservou um sofrimento, tem que ver nesse sofrimento também uma tarefa sua, única e original. Mesmo diante do sofrimento, a pessoa precisa conquistar a consciência de que ela é única e exclusiva em todo cosmo dentro deste destino sofrido. Ninguém pode assumir dela o destino, e ninguém pode substituir a pessoa no sofrimento. Mas na maneira como ela própria suporta esse sofrimento está também a possibilidade de uma realização única e singular. (FRANKL, 2022, p. 102, 103).
A finitude é uma realidade a qual não se costuma pensar, tão pouco a morte de milhares de pessoas no mundo de uma forma veloz e assustadora. A obra de Frankl (2022), explana que a morte convoca o homem à vida. A maioria das pessoas refletem sobre a sua própria existência após um funeral, onde a ideia de finitude está bem presente, bem como, o sofrimento.
Não devemos esquecer nunca que também podemos encontrar sentido na vida quando nos confrontamos com uma situação sem esperança, quando enfrentamos uma fatalidade que não pode ser mudada. Porque o que importa, então, é dar testemunho do potencial especificamente humano no que ele tem de mais elevado, e que consiste em transformar uma tragédia pessoal num triunfo, em converter nosso sofrimento numa conquista humana (FRANKL, 2022, p. 136, 137).
Nessa perspectiva, pode-se dizer que é necessário encontrar um sentido para aquilo que faz a pessoa viver e também sofrer. Existir no mundo implica não apenas estar nele, mas ser afetado por ele em sua existência. Experimentar as dores da existência e segundo a visão da logoterapia, encontrar o sentido da vida.
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo quando vivenciado, o luto traz consigo, quase sempre, um processo doloroso e de difícil elaboração. Dentro deste contexto pandêmico, essa realidade se sobressai de forma mais intensa, agravada pela supressão dos rituais de despedida podendo desencadear o luto complicado. Faz-se necessário procurar ajuda terapêutica, reconhecer e validar as emoções que acompanham a não vivência dos rituais fúnebres e suas implicações na elaboração da perda de um ente querido.
Ressignificar o luto não é negar a dor ou a tristeza da perda, mas encontrar um sentido para continuar, é um processo individual e que requer continuidade. O tempo varia de pessoa para pessoa e necessita de um suporte adequado, como psicoterapia, grupos de apoio com indivíduos que passaram por situações semelhantes. Ao se valer de recursos na busca da ressignificação, é possível que a pessoa enlutada encontre esperança, sentido para aquele sofrimento, forças e razões para seguir em frente. Se é que a vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá. Afinal de contas, o sofrimento faz parte da vida, de alguma forma. Do mesmo modo que o destino e a morte. Aflição e morte fazem parte da existência como um todo. (FRANKL, 2022, p. 90).
O sofrimento não é algo necessário para encontrar sentido, porém, é possível encontrar sentido diante dele. Sofrer faz parte da vida, mas o que fazer diante do sofrimento é uma convocação que a vida faz.
Esta pesquisa mostrou que os rituais fúnebres são estruturantes e fundamentais para a elaboração do luto, e que a Pandemia da Covid-19 comprometeu essa ritualidade, causando impactos psicológicos em muitas pessoas. A Logoterapia pode contribuir no tratamento de pessoas que vivem processos de luto prolongado, ampliando o campo de visão da pessoa para a capacidade de ressignificação.
REFERÊNCIAS
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[1] Estudante de Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau, Caruaru-PE. Adilmabatista2003@gmail.com
[2] Professor do Centro Universitário Maurício de Nassau – Caruaru PE, Mestrando em Psicologia Social – UFLO, Buenos Aires – ARG (2024), Especialista em Análise Existencial e Logoterapia (2021). Graduação em Psicologia pela Unifavip (2012).
[3] Doutora em Educação Contemporânea (2022) pela UFPE; Mestre em Saúde Coletiva e Gestão Hospitalar (2015); Especialista em Saúde Pública. Graduação em Serviço Social pela Universidade Católica de Pernambuco (1995). Professora do Centro Universitário Maurício de Nassau, Caruaru).
[4] Discente em Psicologia, Centro Universitário Maurício de Nassau – Caruaru, PE (2024). Discente em Psicologia puerperal, Faculdade Faveni, Espírito Santo, Brasil (2024). Discente em Psicologia Hospitalar, Faculdade Faculeste, Minas Gerais, Brasil (2024).
[5] Professora do Centro Universitário Maurício de Nassau – Caruaru PE, Especialista em Psicologia Clínica na perspectiva fenomenológica existencial pela UNICAP (2020), Psicóloga Clínica pela Faculdade de Ciências Humanas ESUDA (2018).
[6] Estudante de Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau, Caruaru-PE
[7] Discente em Psicologia, Centro Universitário Maurício de Nassau – Caruaru, PE (2024). Discente em Psicologia puerperal, Faculdade Faveni, Espírito Santo, Brasil (2024). Discente em Psicologia Hospitalar, Faculdade Faculeste, Minas Gerais, Brasil (2024). jaianasaraivan@gmail.com
[8] Estudante de Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau, Caruaru-PE.
[9] Pacientes com 50% do pulmão comprometido é um indicativo de gravidade da doença.
[10] Nem todos os rituais fúnebres se aplicam desta forma, sendo este modo bastante vivenciado no Brasil.