IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL DE PROFISSIONAIS DE UTIS QUE ATUARAM NA LINHA DE FRENTE DA PANDEMIA DE COVID-19: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7986679


Lucas dos Anjos Sena1
Lucas Evangelista Alves Feijão 2
Francielly da Silva Santos Moreira 3
Dayane de Souza Teixeira Damasceno 4
José Henrique Pereira da Silva 5
Grace Ane Magalhães Chagas 6
Matheus Fellipe Alves Justo 7
Natália Maria da Silva 8
Állef Diego Bonfim de Andrade 9


RESUMO

Introdução: Pacientes vítimas da COVID-19 apresentam comprometimentos multissistêmicos e importantes disfunções decorrentes da hospitalização, sendo de fundamental importância uma intervenção multiprofissional integrada. Indícios bem explanados na ciência apontam que o estresse e o esgotamento das equipes multiprofissionais que atuam em UTIs são resultado do ambiente de trabalho desafiador e sob alta pressão. Objetivo: Descrever impactos da pandemia na saúde mental de profissionais que atuaram na linha de frente da COVID-19. Métodos: Foi feita Revisão Integrativa da Literatura (RIL) realizada nas bases de dados PubMed, Scielo e LILACS. A pergunta de investigação foi: “(Population) Profissionais de serviços de saúde de alta complexidade (Intervention) que prestaram serviços como linha de frente na Pandemia da COVID-19 (Outcomes) tiveram impactos na saúde mental?” Os descritores utilizados foram: “((Mental Health) AND (Healthcare professional OR Health Personnel) AND (Intensive Care Unit) AND (COVID-19))”. Foram inclusos artigos em português, inglês e espanhol dando privilégio aos artigos publicados entre 2020 e 2023. Critérios de exclusão: artigos que não tivessem os termos de pesquisas no título ou nos resumos e artigos sem foco na problemática central do artigo. Resultados: Dos 251 artigos encontrados, 29 foram analisados e 5 selecionados para discussão sobre os desfechos na saúde mental de trabalhadores de saúde na pandemia. Os profissionais de saúde que trabalharam durante a pandemia da COVID-19 relataram altos níveis de sofrimento psicológico, incluindo ansiedade, irritabilidade, insônia, medo e angústia. A escassez de recursos tecnológicos nas UTIs, juntamente com as elevadas cargas de trabalho e a falta de equipamentos de proteção individual, contribuíram para esse sofrimento. As mulheres foram particularmente afetadas por esses desafios. Conclusão: Trabalhar como profissional de saúde durante a pandemia da COVID-19 produziu vários impactos negativos e bem como repercussões na saúde mental desses profissionais. Porém devido as limitações do estudo, sugere-se novas pesquisas para confirmar os atuais achados.

Palavras-chave: COVID-19. Unidade de Terapia Intensiva. Profissionais de Saúde.

ABSTRACT

Introduction: COVID-19 patients present multisystemic impairments and significant dysfunctions resulting from hospitalization, making an integrated multiprofessional intervention of fundamental importance. Well-explained evidence in science indicates that stress and burnout among multiprofessional teams working in intensive care units (ICUs) are a result of challenging work environments under high pressure. Objective: To describe the impacts of the pandemic on the mental health of professionals who worked on the frontline of COVID-19. Methods: An Integrative Literature Review (ILR) was conducted using the PubMed, Scielo, and LILACS databases. The research question was: “(Population) High-complexity healthcare professionals (Intervention) who served on the frontline during the COVID-19 pandemic (Outcomes) experienced impacts on mental health?” The following descriptors were used: “((Mental Health) AND (Healthcare professional OR Health Personnel) AND (Intensive Care Unit) AND (COVID-19)).” Articles in Portuguese, English, and Spanish were included, with preference given to those published between 2020 and 2023. Exclusion criteria included articles without the research terms in the title or abstract and articles not focused on the central issue of the study. Results: Out of the 251 articles found, 36 were analyzed, and 5 were selected for discussion on the mental health outcomes of healthcare workers during the pandemic. Healthcare professionals who worked during the COVID-19 pandemic reported high levels of psychological distress, including anxiety, irritability, insomnia, fear, and anguish. The scarcity of technological resources in ICUs, along with high workloads and a lack of personal protective equipment, contributed to this distress. Women were particularly affected by these challenges. Conclusion: Working as a healthcare professional during the COVID-19 pandemic had various negative impacts and repercussions on the mental health of these professionals. However, due to study limitations, further research is suggested to confirm the current findings.

Keywords: COVID-19. Intensive Care Unit. Healthcare professional.

Introdução

No final de 2019, foi descoberto um novo coronavírus como a origem de vários casos de pneumonia em Wuhan, uma cidade localizada na província de Hubei, na China. Sua disseminação foi rápida, resultando em uma epidemia em toda a China e, em seguida, em um aumento significativo de casos em diversos países ao redor do mundo. Em fevereiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a doença provocada por esse coronavírus como uma pandemia em curso, denominando-a de “COVID-19” (1,2).

Portanto, após a declaração da pandemia da COVID levou-se a implementação de planos de contingência e aumento do número de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) foi necessário para atender os pacientes que evoluíram com os casos mais graves da doença(3).

Já há indícios bem explanados na ciência apontando que o estresse e o esgotamento das equipes multiprofissionais que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são resultado do ambiente de trabalho desafiador e sob alta pressão(4). Além disso, esses profissionais de saúde na linha de frente da crise são responsáveis pelo cuidado de pacientes gravemente enfermos afetados pelo COVID-19, o que pode impactar sua saúde mental e ocasionar diversos níveis de estresse e transtornos psicológicos(3,5).

Durante o processo da pandemia, vários estudos avaliaram quais foram as consequências do trabalho de profissionais de linha de frente na terapia intensiva, pois diariamente foi perceptível que não só o esgotamento físico, mas também o impacto na saúde mental desses trabalhadores(6).

Neste contexto, a justificativa e relevância desta pesquisa veio diante da necessidade se conhecer mais a fundo quais foram as repercussões causadas aos trabalhadores de saúde durante a pandemia quando atuantes no atendimento à pacientes críticos de alta complexidade. Destarte, o seguinte estudo teve como pergunta norteadora: As equipes multiprofissionais das UTIs que prestaram serviços como linha de frente na Pandemia da COVID-19 tiveram impactos na saúde mental? Logo, o objetivo da pesquisa foi descrever quais foram os impactos da Pandemia da COVID-19 na saúde mental de profissionais de UTIs que atuaram na linha de frente.

MÉTODO

Para a realização desta RIL foi formulada uma questão de partida, de acordo com a estratégia PICO, neste caso específico, PI(C)O(7): “(Population) Profissionais de serviços de saúde de alta complexidade (Intervention) que prestaram serviços como linha de frente na Pandemia da COVID-19 (Outcome) tiveram impactos na saúde mental?”

O levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados PubMed, Scielo e LILACS. Foram utilizados os descritores: “((Mental Health) AND (Healthcare professional OR Health Personnel) AND (Intensive Care Unit) AND (COVID-19))

A busca dos estudos foi realizada em periódicos disponíveis no período de de 2020 a 2023, incluíram-se os estudos encontrados em todos os idiomas. Foram inclusos estudos do tipo: Meta-análises, Ensaios clínicos, Revisões Integrativas e Sistemáticas, Relatos de caso, publicados e indexados nos referidos banco de dados.

Como critérios de exclusão foram estudos realizados em pacientes com idade inferior a 18 anos, os artigos que não tivessem os termos de pesquisas no que estão no título ou nos resumos, estudos que não estivessem com livre acesso e os artigos sem foco na problemática.

Após aplicado os critérios citados acima e uma leitura flutuante resultaram-se em 29 artigos, dos quais tiverem uma leitura integral resultado na seleção de 5 artigos, pela apreciação crítica e síntese de conhecimento. Desta forma, estes artigos constituíram substrato para a elaboração da RIL, conforme esquematizado na Figura 1 de acordo com o Prisma Flow Diagram.

Dois revisores utilizaram uma base desenvolvida pelo Joanna Briggs Institute (JBI)(7) para extrair dados de artigos incluídos na RIL. As informações coletadas incluíram os autores, o ano de publicação, o tipo de estudo, os objetivos dos artigos, a avaliação crítica realizada e os principais resultados que foram relevantes para a questão abordada na nossa RIL.

Com o propósito de avaliar criteriosamente cada fonte de prova, foram utilizadas as ferramentas de avaliação crítica apresentadas pelo JBI. Isso garantiu que cada artigo escolhido fosse avaliado quanto à sua confiabilidade, pertinência e resultados apresentados nos estudos.

RESULTADOS

A seleção de artigos para esta pesquisa consiste em cinco publicações que atendem aos critérios de elegibilidade estabelecidos anteriormente. Esses critérios foram definidos para assegurar que esses artigos respondessem adequadamente à pergunta de pesquisa em questão listados na tabela 1.

Tabela 1. Distribuição dos estudos com base nos autores, tipo de estudo e objetivos.

AutorTipo de estudoObjetivo
Silva e Neto (8)
Revisão sistemática com meta-análise
Compreender o impacto que a COVID-19 possa causar na equipe clínica da linha da frente em ambiente de UTI, bem como revelar que propostas estão a ser feitas para mitigar os impactos clínicos e psicológicos que este grupo vivencia.
Silva e Barbosa(5)
Revisão Sistemática

Analisar o impacto que a COVID-19 está tendo na equipe clínica que atua na linha de frente em UTIs, e também destacar as medidas propostas para minimizar os impactos clínicos e psicológicos enfrentados por esse grupo.
García-Iglesias et. al.(9)Revisão sistemática
Analisar os fatores que influenciam os níveis de burnout e engajamento no trabalho em profissionais de saúde.
Danet (10)Revisão sistemáticaConhecer o impacto psicológico entre o pessoal sanitário de primeira linha na assistência a pacientes com SARS-CoV-2 e compará-lo com o resto dos profissionais de saúde, através de uma revisão sistemática da produção científica no âmbito ocidental.

Yue Zhang et al. (11)
Estudo observacional transversal multicêntricoAvaliar os impactos psicológicos da epidemia de COVID-19 entre profissionais de saúde em unidades de terapia intensiva pediátrica.

Fonte: os autores, (2023).

DISCUSSÃO

Numa revisão sistemática com meta-análise vinte e um estudos destacaram a urgência de intervenções para prevenir ou reduzir problemas de saúde mental entre profissionais de saúde em UTIs devido à COVID-19. Onze desses estudos apontaram possíveis intervenções organizacionais na UTI, focando principalmente em lidar com os conflitos emocionais causados pela pandemia. É evidente que a escassez de insumos tecnológicos na terapia intensiva resulta em altos níveis de sofrimento psicológico, incluindo ansiedade, irritabilidade, insônia, medo e angústia. (8).

Já Silva e Barbosa(5) ressaltaram que foi necessária uma urgência de intervenções para combater os problemas de saúde mental entre profissionais de saúde em UTIs devido à COVID-19. Encontrou-se altos índices de sofrimento psicológico nesses profissionais durante a pandemia, tendo alguns sintomas como ansiedade, irritabilidade, insônia, medo e angústia, provavelmente associados às altas cargas de trabalho e à falta de equipamentos de proteção individual.

Uma outra revisão sistemática, incluiu um total de 27 estudos, revelando que os profissionais de saúde apresentaram níveis moderados de engajamento no trabalho e baixos níveis de Burnout. Fatores como demandas de trabalho (carga de trabalho, tipo de turno, ocorrência de eventos adverso, tipo de serviço) e recursos pessoais, situacionais e organizacionais (capital psicológico, suporte social, expressão emocional, valores pessoais, satisfação, entre outros) foram identificados como influenciadores dos níveis de engajamento e Burnout. Por fim os resultados forneceram implicações importantes para o desenvolvimento, avaliação e eficácia de intervenções no local de trabalho, a fim de reduzir o risco de Burnout e melhorar o engajamento dos profissionais de saúde durante a pandemia.

Já numa revisão sistemática que visou analisar os impactos dos profissionais de saúde no âmbito ocidental, 12 estudos foram inclusos. Os estudos europeus e americanos relataram que os profissionais apresentaram níveis moderados e altos de estresse, ansiedade, depressão, distúrbios do sono e esgotamento, com estratégias de enfrentamento diversas e sintomas mais frequentes e intensos entre mulheres e enfermeiros, sem resultados conclusivos por idade. O impacto psicológico foi maior do que nos demais profissionais de saúde e na área da linha de frente na região asiática. Concluem dizendo que é necessário aprofundar as experiências emocionais e as necessidades profissionais de suporte emocional para projetar intervenções efetivas de proteção e ajuda às equipes multiprofissionais nas UTIs.

Por fim, numa pesquisa on-line multicêntrica e transversal para avaliar os impactos psicológicos da epidemia de COVID-19 entre profissionais de saúde em unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIP) na China, revelou que uma porcentagem significativa de profissionais de saúde da UTIP apresentou sintomas de estresse pós-traumático (45,99%), depressão (39,69%), ansiedade (36,46%) e estresse (17,12%). Descobriram que ter histórico de exposição ao vírus era um fator de risco independente para o desenvolvimento de estresse pós-traumático. Além disso, ocupar um cargo intermediário e continuar trabalhando durante a epidemia foram identificados como fatores de risco independentes para a depressão. Já continuar trabalhando durante a epidemia e ter histórico de contato com o COVID-19 foram fatores de risco independentes para a ansiedade(11).

Este estudo tem limitações inerentes a sua natureza, pois a sistematização de busca na literatura tem percalços originados do próprio método de revisão integrativa limitando a abrangência do estudo, entretanto descrevemos de forma significativa quais foram os desfechos na saúde emocional das equipes multiprofissionais de saúde atuantes nas UTIs durante a pandemia da COVID-19.

CONCLUSÃO

Os profissionais de saúde que trabalharam nas UTIs durante a pandemia da COVID-19 enfrentaram diversos impactos na saúde mental, conforme demonstrado nos estudos analisados neste artigo. Esses profissionais relataram altos níveis de sofrimento psicológico, incluindo ansiedade, irritabilidade, insônia, medo e angústia. A escassez de recursos tecnológicos nas UTIs contribuiu para esse sofrimento, assim como as altas cargas de trabalho e a falta de equipamentos de proteção individual. Mulheres foram as mais afetadas. Esses resultados destacam a necessidade de intervenções efetivas de proteção e suporte emocional para as equipes multiprofissionais de saúde nas UTIs durante a pandemia.

REFERÊNCIAS

1. WHO. WHO Coronavirus (COVID-19) Dashboard [Internet]. 2021 [citado 22 de março de 2021]. Disponível em: https://covid19.who.int/ 

2. BULUT, C.; KATO Y. Epidemiology of covid-19. Turk J Med Sci. 2020;v. 50:563–570.

3. Aisa T, Diviney D, Thomas J, Al Qadheeb N, Abdelbaky M, Afify H, et al. Stress level assessment among health care workers involved in the management of critically ill COVID-19 patients. Ir J Med Sci [Internet]. 2022;191(3):1067–73. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s11845-021-02721-0

4. Embriaco N, Papazian L, Kentish-Barnes N, Pochard F, Azoulay E. Burnout syndrome among critical care healthcare workers. Curr Opin Crit Care. 2007;13(5):482–8.

5. Cristine F, Barbosa CP. The impact of the COVID-19 pandemic in an intensive care unit (ICU): Psychiatric symptoms in healthcare professionals. 2021;(January).

6. Cristine F, Barbosa CP, Aisa T, Diviney D, Thomas J, Al Qadheeb N, et al. Psychological impact of COVID-19 pandemic in Western frontline healthcare professionals. A systematic review. Med Clin (Barc) [Internet]. 2021;95(3):449–58. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s11845-021-02721-0

7. Briggs J. Checklist for Systematic Reviews and Research Syntheses. The Joanna Briggs Institute [Internet]. 2017;7. Disponível em: http://joannabriggs.org/research/critical-appraisal-tools.htmlwww.joannabriggs.org%0Awww.joannabriggs.org

8. Troglio da Silva FC, Neto MLR. Psychiatric disorders in health professionals during the COVID-19 pandemic: A systematic review with meta-analysis. J Psychiatr Res. 2021;140(January):474–87.

9. García-Iglesias JJ, Gómez-Salgado J, Fagundo-Rivera J, Romero-Martín M, Ortega-Moreno M, Navarro-Abal Y. Factores predictores de los niveles de burnout y work engagement en médicos y enfermeras: una revisión sistemática. Rev Esp Salud Publica. 2021;95.

10. Danet Danet A. Psychological impact of COVID-19 pandemic in Western frontline healthcare professionals. A systematic review. Vol. 156, Medicina Clinica. 2021. p. 449–58.

11. Zhang Y, Pi DD, Liu CJ, Li J, Xu F. Psychological impact of the COVID-19 epidemic among healthcare workers in paediatric intensive care units in China. PLoS One [Internet]. 2022;17(5 May):1–14. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0265377


1 Graduado em Fisioterapia pela da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Pós-graduado em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto (UNICOR) e Mestrando em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico Funcional (UFJF)

2 Graduado em Odontologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Especialista em Saúde da Família (ESPVS) e Mestrando em Psicologia e Políticas Públicas (UFC)

3 Graduada em Enfermagem pelo Institutos Superiores de Ensino do Censa (ISECENSA)

4 Graduada em Fisioterapia Pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro Oeste (UNIDESC)

5 Graduado em Fisioterapia pela Instituição Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE) e Pós-graduado em Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica – Faculdade Inspirar.

6 Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade Mogiana do Estado de São Paulo (UNIMOGI)

7 Graduando em Fisioterapia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)

8 Graduanda de Fisioterapia pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)

9 Graduado em Fisioterapia pela Faculdade São Paulo (FSP), Pós-graduado em Docência do Ensino Superior (UNINTER), Residência Multiprofissional em Fisioterapia em Unidade de Terapia Intensiva (HRC) e Mestre em Fisioterapia Cardiorrespiratória (UDESC) allefdiego_bonfim@hotmail.com