REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10246983
Juliana de Almeida Xavier1
Lucas Lourencio Borges2
Fernanda Arruda Cunha3
Manoel Pereira da Cruz Neto4
Pedro Henrique Costa Matos da Silva5
Resumo: A endometriose é uma doença crônica, inflamatória, benigna dependente de estrogênio. Esta patologia afeta em média 10% das mulheres na menacme e, aproximadamente, 50% das mulheres com dor pélvica e/ou dificuldades para engravidar. A fisiopatologia mais aceita é a de Sampson, conhecida como teoria da menstruação retrógrada. Os sintomas da endometriose compreendem dismenorreia, dispareunia, disquesia, disúria e dor pélvica crônica interferindo significativamente na qualidade de vida das portadoras da doença. Dessa forma, essa pesquisa propôs uma análise dos principais impactos sobre a qualidade de vida em portadoras de endometriose, por via de uma revisão integrativa, a partir de dados obtidos no Pubmed e Scielo, nos últimos 5 anos, sendo os dados encontrados divididos em 4 categorias: aspectos gerais, saúde sexual e reprodutiva, carreira profissional e saúde mental. Os principais resultados apontam que portadoras de endometriose tem uma qualidade de vida reduzida em relação à população feminina, em geral, sendo a vida sexual, profissional e saúde mental as principais áreas afetadas pela patologia.
Palavras-chave: Endometriose. Qualidade de Vida. Saúde sexual.
Abstract: Endometriosis is a chronic, inflammatory, benign and estrogen-dependent disease. That affects on average 10% of women of reproductive age, and approximately 50% of women with pelvic pain and/or infertility. The most accepted pathophysiology is Sampson’s theory, known as the theory of retrograde menstruation. The symptoms of endometriosis include dysmenorrhea, dyspareunia, dyschezia, dysuria, and chronic pelvic pain, symptoms that significantly interfere with the quality of life of those with the disease. Therefore, this research aimed to analise the main impacts on the quality of life of patients with endometriosis through an integrative review, based on data obtained from Pubmed and Scielo, in the last 5 years. The main results indicates that people suffering from endometriosis have a reduced quality of life compared to the female population in general, with sexual life, professional life, and mental health being the main areas affected by the disease.
Keywords: Endometriosis. Quality of life. Sexual Health.
INTRODUÇÃO
A endometriose é uma doença inflamatória crônica, benigna e dependente de estrogênio. Ela é caracterizada pela presença de focos de tecido endometrial (células glandulares e estroma) fora da cavidade uterina, podendo aparecer na cavidade peritoneal e órgãos pélvicos. Essa doença afeta em média 10% das mulheres em idade reprodutiva e, aproximadamente 50% das mulheres com dor pélvica e/ou infertilidade sofrem de endometriose. A grande maioria dos casos ocorre em mulheres entre a menarca e a menopausa, sendo que o pico da doença acontece entre 25 e 45 anos (SMOLARZ et al., 2021; RUSZALA et al., 2022).
A endometriose pode ser classificada em três tipos diferentes: peritoneal, que se manifesta pela presença de implantes superficiais no peritônio; ovariana, quando há a formação de cistos ou implantes superficiais no ovário (também conhecidos como endometriomas); e profunda, caracterizada por lesões que podem penetrar na parede dos órgãos pélvicos ou no espaço retroperitoneal, atingindo uma profundidade mínima de 5mm (FEBRASGO, 2021).
Foram formuladas várias teorias com intuito de explicar a fisiopatologia da endometriose, sendo a mais aceita é a teoria da menstruação retrógrada, postulada por Sampson. Segundo essa teoria, durante o período menstrual, o tecido endometrial reflui através das trompas uterinas e implanta no peritônio e em órgãos pélvicos (FERNANDES, 2018).
A endometriose tem um impacto significativo nos aspectos da vida social, familiar, sexual, educacional e profissional (SMOLARZ et al, 2021). Como consequência da reação inflamatória e infiltração de estruturas anatômicas, essa patologia pode causar sintomas dolorosos, tais como dismenorreia, dispareunia, disquesia, disúria e dor pélvica crônica, gerando um impacto substancialmente negativo na qualidade de vida (CORTE et al., 2020; MISSMER et al., 2021).
Os fatores supramencionados interferem diretamente na construção da qualidade de vida de mulheres portadoras de endometriose, de modo que haja necessidade de estudos mais profícuos acerca de sua ocorrência.
O termo “qualidade de vida” surgiu na literatura médica na década de 1960 e tornou-se cada vez mais popular nas últimas décadas, sendo predominantemente definida como sensação de bem-estar, saúde, conforto e felicidade, experimentada por um indivíduo ou grupo. Já os componentes mais abordados na literatura recente, referente à endometriose e sua afetação na qualidade de vida das mulheres, são: suporte social, autoimagem, relacionamentos, profissão, acesso ao tratamento e infertilidade (RUSZALA et al., 2022).
A avaliação e o diagnóstico da endometriose configuram-se como um desafio, especialmente devido à negligência de alguns sintomas utilizados como critérios de identificação patológica. A dismenorreia, por exemplo, é um sintoma comum do ciclo menstrual, atinge 40 a 50% das adolescentes e, em função de sua habitualidade, é geralmente desconsiderada como sintoma que viabilize uma hipótese diagnóstica de endometriose (LIAKOPOULOU et al., 2022).
Dessa forma, o atraso substancial no diagnóstico, após o início dos sintomas, incorre na associação de comorbidades psicológicas, como, ansiedade e depressão, assim como provocam um impacto negativo na produtividade do trabalho (MOUSA et al., 2021). Além disso, há possibilidade de progressão da doença e formação de aderências que comprometam a fertilidade e aumentam o risco de dor pélvica crônica (AGARWAL et al., 2019).
O diagnóstico geralmente é tardio e, ocorre, aproximadamente, na quarta década de vida. Isso se deve especialmente à presença de sintomatologia inespecífica, o que faz com que a endometriose seja confundida com outras doenças, causando frustração na paciente e atraso recorrente no tratamento (LIMA et al., 2018; ARMOUR et al., 2020). O tempo médio é de 8 a 10 anos entre o surgimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico (SMOLARZ et al., 2021).
A insipiência ou ausência de informações se caracterizam como outro fator determinante de contribuição para a dificuldade diagnóstica, uma vez que a portadora da doença, e, até mesmo os profissionais da saúde normalizam a cólica de forte intensidade, principalmente, quando próximo ao período menstrual (TORRES et al., 2021). A experiência e a capacitação profissional, portanto, são fatores de fundamentais para um diagnóstico precoce (SILVA et al., 2021).
Com os avanços dos métodos de imagem, o ultrassom pélvico, o transvaginal, com preparo intestinal, bem como a ressonância magnética, com protocolos especializados passou a ser recursos utilizados para detecção e classificação, ficando a videolaparoscopia reservada para casos em que os exames de imagem são normais e falha no tratamento clínico (FEBRASGO, 2021).
A partir das exposições aludidas, fica evidente uma relação direta entre o impacto negativo da endometriose na qualidade de vida de suas portadoras, principalmente nas áreas da função sexual, do trabalho e os aspectos psicológicos (CORTE et al., 2020). Desta forma, esta pesquisa propôs uma análise dos principais impactos sobre a qualidade de vida em portadoras de endometriose.
METODOLOGIA
A presente pesquisa propôs a realização de uma revisão integrativa, a partir das plataformas Scielo e Pubmed, ambas de caráter internacional, que compreendem um amplo rol de estudos, especialmente as produções na área de estudo proposta por esta pesquisa.
As palavras-chave utilizadas foram Endometriosis and Quality of Life e Endometriose e Qualidade de Vida, encontrando um total de 1.294 artigos. Em seguida, foi utilizado os seguintes filtros: textos completos disponíveis e período de 2018-2023. Os critérios de inclusão foram: artigos completos publicados nos últimos 5 anos, línguas inglesa e portuguesa, de modo que as pesquisas descrevessem sobre os elementos de qualidade de vida em portadoras de endometriose. Os critérios de exclusão foram: artigos que não versassem sobre a qualidade de vida, conforme os objetivos da pesquisa. Posteriormente, a terceira etapa desta revisão, identificou-se um total de 369 artigos, selecionando-se apenas 23 da amostragem total. Os textos selecionados foram organizados numa tabela contendo: autor, ano, periódico e casuística. A figura 1, exibe um fluxograma e os procedimentos da revisão bibliográfica:
Figura 1 – Fluxograma Seleção de Artigos
Fonte: Elaborado pela autora com base nos artigos selecionados, 2023.
A partir da literatura apreciada, categorias foram construídas para análise dos principais elementos norteadores da qualidade de vida em portadoras de endometriose, considerando-se quatro categorias conceituais principais: 1. Aspectos Gerais; 2. Sexualidade e Saúde Reprodutiva; 3. Carreira Profissional e 4. Saúde Mental. Portanto, os artigos elegidos para análise foram tabulados seguindo as categorias acima descritas, com posterior apresentação delas de modo mais profícuo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1 – Caracterização da amostra segundo autor, ano, periódico, casuística
Autores/ Ano de publicação | Periódico | Casuística | |
Smolarz et al., 2021) | National Library of Medicine (PUBMED) | Realizar uma revisão de literatura sobre a endometriose | |
Rodrigues et al. (2022) | Scientific Electronic Library Online (SCIELO) | Analisar a influência da endometriose na QV de mulheres portadoras dessa patologia. | |
Yela, et al. (2020) | Scientific Electronic Library Online (SCIELO) | Descrever características clínicas e sociodemográficas de mulheres com endometriose profunda infiltrativa e avaliar sua qualidade de vida dentro de 6 meses de tratamento clínico. | |
Corte et al. (2020) | National Library of Medicine (PUBMED) | Impacto da endometriose em vários aspectos da vida das mulheres. Os sintomas relacionados à endometriose controlam a vida das mulheres comprometendo a qualidade de vida em todos os aspectos. | |
Florentino et al. (2019) | Scientific Electronic Library Online (SCIELO) | Avaliar a existência de associação entre os achados ultrassonográficos e os fatores epidemiológicos e clínicos com os resultados obtidos no questionário EHP-30 em mulheres com diagnóstico de endometriose ovariana. | |
He et al. (2022) | National Library of Medicine (PUBMED) | Investigar a influência da qualidade de vida (QV) em emoções não saudáveis, bem como fatores relevantes entre pacientes com endometriose para apoiar cuidados clínicos relevantes. | |
Ruszala et al. (2022) | National Library of Medicine (PUBMED) | Revisar o estado atual do conhecimento sobre o impacto de fatores sociais e médicos em mulheres afetadas pela endometriose. | |
Yang et al (2021) | National Library of Medicine (PUBMED) | Avaliar o efeito da endometriose na função sexual das mulheres. | |
Missmer et al. (2021) | National Library of Medicine (PUBMED) | Examinar como os efeitos conhecidos da endometriose afetam na qualidade de vida ao longo da vida dos indivíduos afetados. | |
Malekmaleki et al. (2022) | National Library of Medicine (PUBMED) | Avaliar a autoeficácia sexual (SSE) e a qualidade de vida sexual (SQOL) antes e após a cirurgia laparoscópica de lesões de endometriose. | |
Missmer et al. (2022) | National Library of Medicine (PUBMED) | Examinar as percepções das mulheres sobre a carga de doenças associadas à endometriose e seu impacto nas decisões de vida e na consecução de objetivos. | |
Veyrié et al. (2022) | National Library of Medicine (PUBMED) | Investigar os sentimentos e experiências de mulheres inférteis com endometriose profunda infiltrativa durante e após uma primeira gravidez conseguida por fertilização in vitro | |
Mousa et al. (2021) | National Library of Medicine (PUBMED) | Impacto da endometriose na QVRS, produtividade no trabalho, comprometimento da atividade e atividade física em mulheres de ascendência árabe que vivem nos Emirados Árabes Unidos e avaliamos sintomas que podem influenciar significativamente a QVRS | |
Sperschneider et al. (2019) | National Library of Medicine (PUBMED) | Investigar como a endometriose afeta as escolhas em relação à vida profissional, bem como a qualidade da vida diária no trabalho. | |
Bień et al. (2020) | National Library of Medicine (PUBMED) | Avaliar a qualidade de vida e identificar e analisar seus determinantes em mulheres com endometriose. | |
Ellis et al. (2022) | National Library of Medicine (PUBMED) | Revisão de literatura sobre endometriose. | |
Liakopoulou et al. (2022) | National Library of Medicine (PUBMED) | Como a endometriose em adolescente afeta negativamente a qualidade de vida e o funcionamento psicossocial das pacientes. | |
Carbone et al. (2021) | National Library of Medicine (PUBMED) | Relação entre endometriose e a vulnerabilidade Psíquica | |
Youseflu et al. (2020) | National Library of Medicine (PUBMED) | Testar um modelo conceitual considerando o papel inter-relacionado da ansiedade, depressão, qualidade do sono, atividade física, IMC, estágio da endometriose, intensidade da dispareunia e dor pélvica na função sexual (SF) em mulheres inférteis com endometriose. | |
Warzecha et al. (2020) | National Library of Medicine (PUBMED) | Avaliar a qualidade de vida e a incidência de depressão entre mulheres com endometriose. | |
Farshi et al. (2020) | National Library of Medicine (PUBMED) | Determinar os efeitos do aconselhamento de autocuidado na depressão e ansiedade (resultado primário ) e na qualidade de vida (desfecho secundário) entre mulheres com endometriose. | |
González-Echevarría et al. (2018) | National Library of Medicine (PUBMED) | Conhecer as estratégias comumente usadas por adolescentes e mulheres adultas jovens para lidar com os sintomas da endometriose e avaliar se as estratégias de enfrentamento podem impactar a qualidade de vida dessa população | |
Freitas et al. (2018) | National Library of Medicine (PUBMED) | Avaliar a correlação entre diferentes sintomas de dor e diferentes domínios da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de mulheres. |
Fonte: Elaborado pela autora com base nos artigos selecionados, 2023.
ASPECTOS GERAIS
Os estudos realizados por Rodrigues et al. (2022) e Smolarz et al. (2021) apontam que mulheres portadoras de endometriose relatam que o distúrbio afeta negativamente sua qualidade de vida, interferindo em aspectos biológicos, psicológicos, sociais, conjugais e familiares. A dor se caracteriza como fator central associado à endometriose, correlacionando-se negativamente com a qualidade de vida, semelhante a outras doenças crônicas, de modo a limitar a rotina das pacientes. A gravidade se assevera nos casos de endometriose profunda, pois a qualidade de vida física e mental nestas portadoras é comparativamente pior do que em mulheres com artrite reumatoide (YELA et al., 2020). E, os sintomas de dor (dismenorreia, dispareunia, disquesia, disúria e dor pélvica crônica) são resultantes da reação inflamatória e infiltração de estruturas anatômicas causadas pela endometriose (CORTE et al, 2020).
Sexualidade e Saúde Reprodutiva
Laumann (1999 apud Rodrigues et al.,2022), propôs que a análise da função sexual feminina deve considerar uma variedade de fatores inter-relacionados, tais como aspectos psicológicos, nível de renda, amamentação, menopausa, doenças crônicas, infertilidade, uso de anticoncepcionais orais e antidepressivos, histórico de abuso sexual, estresse, crenças religiosas, qualidade do relacionamento conjugal, cirurgias prévias e comorbidades. Na endometriose, os fatores que ganham ênfase são a infertilidade, cirurgia, a ansiedade e a depressão (RODRIGUES et al., 2022).
A endometriose afeta mulheres jovens e sexualmente ativas, de forma que, a saúde sexual deva ser uma preocupação primária no manejo clínico da doença (FLORENTINO et al., 2019). As portadoras dessa patologia relatam evitar relações sexuais devido ao medo da dispareunia, o que as faz sentir-se culpadas ou frustradas (RODRIGUES et al., 2022). As cobranças impostas a elas concentram-se em garantir a satisfação sexual própria e de seus parceiros, resultando em sintomas ansiosos e depressivos (YANG et al., 2021; RODRIGUES et al., 2022). O aumento da carga psicológica na vida sexual pode agravar ainda mais o quadro, formando assim um ciclo vicioso (HE et al., 2022).
Rodrigues et al. (2022) constaram que 19% das participantes citaram a endometriose como causa do divórcio. Por sua vez, Corte et al. (2020) verificaram que 50% das mulheres tiveram seus relacionamentos afetados pela doença, resultando em separação em 10% dos casos. Em relação à satisfação sexual das portadoras de endometriose, Ruszala et al. (2022) evidenciaram que 40% das mulheres manifestaram insatisfação, enquanto Rodrigues et al. (2022) relataram que 34% apresentaram essa mesma informação, havendo uma pequena discordância nos resultados encontrados.
Em síntese, os estudos analisados apontaram que as mulheres afetadas pela endometriose relataram aumento na aversão sexual e espasmos vaginais, resultando em diminuição na frequência do ato sexual, libido sexual, lubrificação e funções orgásticas, o que impacta negativamente na qualidade das relações sexuais (RODRIGUES et al., 2022; FONSECA et al., 2018; CORTE et al., 2020; RUSZALA et al., 2022; MISSMER et al., 2021). Nesse sentido, Rodrigues et al. (2022) afirmam que o tratamento lento e pouco eficaz pode contribuir para o desenvolvimento e persistência desses sintomas. Ademais, mulheres com focos endometriais no ligamento útero-sacro apresentam pior qualidade de vida (CORTE et al., 2020; MALEKMALEKI, 2022).
Várias mulheres relataram que a sexualidade é um tema tabu entre o casal, o que ocasiona um sofrimento silencioso das portadoras em relação aos sintomas relacionados à endometriose (MISSMER et al., 2022). Além disso, o projeto de gravidez frequentemente causa desequilíbrio na relação, exigindo que as mulheres retomem e planejem a atividade sexual, mesmo diante da dor (VEYRIÉ et al., 2022; MISSMER et al., 2022). É fundamental considerar potenciais fatores de confusão que podem afetar a função sexual, como dispareunia superficial, outros tipos de dor pélvica, comorbidades psicológicas e diagnósticos de dor concomitantes (CORTE et al., 2020).
A endometriose é uma condição que está frequentemente associada à infertilidade em mulheres, afetando aproximadamente 30-50% das portadoras. As causas da infertilidade associadas à endometriose incluem a distorção da anatomia pélvica, aderências, trompas ocluídas, inflamação e alterações hormonais e imunológicas que prejudicam a implantação dos óvulos (SMOLARZ et al., 2021). Além disso, a presença de dismenorreia e dispareunia está associada a índices mais altos de infertilidade e pode afetar negativamente a qualidade de vida e a satisfação sexual das portadoras de endometriose, o que, por sua vez, pode interferir na reprodução (FLORENTINO et al., 2019).
A experiência da infertilidade aumenta o fardo da endometriose, impactando negativamente a saúde psicológica, relação conjugal, interações sociais (evitar amigos e parentes com filhos) e a situação financeira (tratamento de fertilidade), além de causar sentimento de desesperança. A infertilidade, inclusive, está diretamente associada à possibilidade de divórcio, uma vez que estudos indicam que 88,2% das mulheres divorciadas eram inférteis (MOUSA et al., 2021).
Logo, os principais resultados encontrados sobre sexualidade e saúde reprodutiva constatam que a endometriose impacta negativamente na qualidade de vida, nesses aspectos, especialmente, no que tange a possibilidade de desenvolvimento da infertilidade. Desse modo, além do sofrimento silencioso vivenciado pela portadora de endometriose, há a possibilidade de comprometimento de sua vida conjugal, realização da maternidade e exercício pleno das vivências de sua sexualidade.
Carreira Profissional
Além da vida sexual e reprodutiva, verifica-se, nas pesquisas realizadas, um alto nível de comprometimento da vida profissional de portadoras de endometriose, especialmente pelas perdas significativas de horas de trabalho por semana. Rodrigues et al. (2022) afirmam que essa perda é de 23 a 24 horas por semana, enquanto Corte et al. (2020) e Ruszala et al. (2020) relatam uma perda de produtividade 6,3h e 16,5h, respectivamente e, por fim, Sperschneider et al. (2019) descrevem um prejuízo de 4,4 horas de trabalho por semana. Isso é resultado da redução da capacidade de trabalho, por absentismo devido à dor, fadiga, internamento hospitalar, ou por falta de capacidades cognitivas e psicológicas para realizarem suas atividades laborais, o que pode resultar em prejuízos financeiros e impactar sua realização profissional (RODRIGUES et al. 2022; MISSMER et al., 2021; BIEN et al., 2020; RUSZALA et al., 2022; ELLIS et al., 2022). Rodrigues et al. (2022) expõem em seu estudo que em média 70% das mulheres com endometriose apresentam impacto negativo na vida profissional.
Corte et al. (2020) alude que a perda econômica por produtividade no trabalho é de aproximadamente $ 10.177,54 por ano. Ademais, Smolarz et al. (2021), evidenciaram que os custos anuais do tratamento da endometriose na Europa variam de 0,8 € bilhão a 12,5€ bilhões, dependendo do país e, são comparáveis a outras doenças crônicas, como diabetes. Já os resultados apresentados por Missmer et al. (2021) revelaram que o custo anual médio por paciente com endometriose foi de $16.573,00, enquanto para mulheres sem a condição foi de $4.733,00 (MISSMER et al., 2021). Todos esses dados, apesar de sua diversidade, demonstram o ônus financeiro que a endometriose gera sobre suas portadoras.
Missmer et al. (2021) apontam que aproximadamente metade das mulheres diagnosticadas com endometriose relataram ter passado um ou mais dias na cama no ano anterior devido à sua condição, com uma média de 17,8 dias de cama por ano. Sperschneider et al. (2019) corroboram com a perspectiva de comprometimento, pois, evidenciaram, em seus estudos, que 40% das mulheres com endometriose tiveram seu crescimento profissional prejudicado e 50 % experimentam diminuição na capacidade de trabalho.
A maioria dos custos totais da endometriose decorre da redução da capacidade de trabalho. Nesse sentido, Sperschneider et al. (2019) demonstraram que embora a endometriose comprometesse a capacidade de trabalho, a maioria das mulheres afetadas parecem ser capazes de compensar os comprometimentos e realizar uma atividade profissional de longo prazo bem-sucedida. Observa-se, que os autores em tela, divergem da literatura analisada, apresentando dados contrastantes dos demais.
Missmer et al. (2021) descrevem que mulheres com a patologia apresentam mudanças em suas carreiras, tais como afastamentos do trabalho, opção por trabalhos de meio período, perda de oportunidades de promoção, desistência de empregos ou busca por trabalhos menos estressantes. Já Ellis et al. (2022) relatam que 65% das pacientes com endometriose usaram licença não remunerada para controlar seus sintomas de endometriose, 64% se sentiram julgadas no local de trabalho por seus sintomas e uma em cada sete relatou ter sido demitida como resultado de sua condição.
Portanto, não houve um consenso na literatura abordada sobre o percentual de carga horária perdida de trabalho, contudo, os autores corroboram na existência de comprometimento significativo, especialmente, quanto a redução da capacidade laboral, em função dos sintomas vivenciados pelas portadoras da endometriose. Tais fatores influenciam diretamente sobre a vida financeira, podem instaurar uma necessidade de compensação do trabalho ou comprometimento de seu desenvolvimento profissional, de modo a, inclusive, ocasionar seu abandono.
Saúde Mental
As pesquisas assentem que a endometriose pode afetar significativamente a saúde mental das mulheres, levando principalmente a sintomas ansiosos e depressivos. A dor física aumenta o estresse psicológico, que se associa diretamente à deterioração da qualidade de vida, qualidade do sono, aumento do estresse e aumenta da ocorrência de comorbidades psicológicas (YELA et al., 2020; CORTE et al., 2020; HE et al., 2022; LIAKOPOULOU et al., 2022; CARBONE et al., 2021; YOUSEFLU, 2020).
Verifica-se, ainda, uma correlação positiva entre o nível de sintomas de ansiedade e intensidade da dor experimentada (YELA et al., 2020; GONZÁLEZ-ECHEVARRÍA et al., 2019). Autores mostraram que a depressão e a ansiedade podem ser o resultado da experiência da dor pélvica em si, e não exclusivamente da endometriose, uma vez que não houve diferença das taxas desses distúrbios psicológicos entre mulheres com dor pélvica relacionada à endometriose e aquelas com dor pélvica de outra natureza (CORTE et al., 2020; CARBONE et al., 2021). De todo modo, existe uma relação mútua entre dor pélvica e função emocional, constituindo um ciclo vicioso (CORTE et al., 2020). A realização de tratamentos médicos repetidos também se descreve como uma fonte de estresse e impacto direto na saúde mental de mulheres com endometriose (MISSMER et al., 2021).
A endometriose, independentemente da presença de dor pélvica crônica, pode estar significativamente associada à saúde mental de mulheres, evidenciadas por alterações de humor (mudanças de humor, irritabilidade), sentimentos de angústia, depressão, ansiedade e percepções negativas de si mesmas (baixa autoestima) (MISSMER et al, 2021; FARSHI et al., 2020). Essas emoções negativas podem ser agravadas pela percepção, que outras pessoas possuem sobre esses sintomas, incluindo os profissionais de saúde, por considerá-los como psicossomáticos. Na avaliação da presença de comorbidades psiquiátricas entre mulheres com endometriose, com e sem dor pélvica, 59% das pesquisadas apresentaram transtornos de saúde mental e a taxa de prevalência de sintomas ansiosos e depressivos foram de 48% (MISSMER et al., 2021).
Estima-se que a evolução da doença influencie negativamente na qualidade de vida da maioria das portadoras, de modo que, com o passar do tempo e a gravidade da doença, as mulheres manifestem com mais frequência fadiga na vida diária, somatização e estresse (RUSZALA et al., 2022).
O agravamento do estado emocional das pacientes pode ocorrer em função da infertilidade induzida pela doença. Ela faz com que as portadoras se sintam culpadas pela geração de expectativas acerca da reprodução por suas famílias e seus parceiros o que pode acrescer a carga psicológica das portadoras. A depressão, inclusive, foi observada em 36,6% delas (HE et al., 2022). Além disso, a dor pélvica e a infertilidade são comumente associadas à vulnerabilidade psíquica e ao abuso de drogas (LIAKOPOULOU et al., 2022).
A autoavaliação diminuída, a maior incidência de sintomas depressivos e as disfunções sexuais são detectadas com mais frequência entre casais que sofrem de infertilidade (WARZECHA et al, 2020). Há uma tendência maior em mulheres com endometriose de exibir flutuações nos níveis de ansiedade, sintomas do espectro pânico-agorafóbico e grau elevado de carga de estresse (CARBONE et al., 2021).
Por fim, as pesquisas evidenciam uma relação diretamente proporcional entre a endometriose e a ocorrência de comorbidades psicológicas, especialmente nos casos de maior gravidade de dor. O adoecimento psíquico decorre, inclusive, da consideração dos sintomas como psicossomatização, bem como da geração de expectativas familiares e conjugais acerca da vida reprodutiva das portadoras. Desse modo, a saúde mental, nesta patologia, encontra-se em alto nível de comprometimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A endometriose é uma patologia ginecológica benigna que afeta significativamente a qualidade de vida de suas portadoras, com prejuízo do bem-estar nos aspectos biológicos, laborais, psicológicos, sociais, conjugais e familiares. Os estudos destacam a dor como sintoma basal da endometriose, que se correlaciona negativamente com a qualidade de vida, assim como ocorre em outras doenças crônicas, restringindo, desse modo, as atividades cotidianas das mulheres afetadas por essa condição, especialmente à vida sexual e reprodutiva, profissional e a manutenção da saúde mental.
A dispareunia vivenciada por portadoras da endometriose, o diagnóstico e o tratamento tardio, podem levar à abstinência e diminuição da satisfação sexual e libido, afetando negativamente a vida sexual dessas pacientes. Além disso, o tabu em torno da sexualidade pode levar ao sofrimento silencioso e ao sentimento de culpa e frustração. O impacto psicológico pode agravar progressivamente a vida sexual, o relacionamento conjugal, a interação social e a situação financeira das pessoas afetadas pela endometriose, com possibilidade, inclusive de divórcio, pois ele é maior em pacientes portadoras da patologia, especialmente naquelas com infertilidade.
No que tange ao aspecto laboral, pacientes com endometriose relataram prejuízos substanciais em sua produtividade profissional, bem como de absenteísmos frequentes, devido a sintomas relacionados à doença, sucedendo em prejuízos financeiros. Mulheres diagnosticadas com endometriose relataram mudanças em suas carreiras, tais como afastamentos do trabalho, opção por trabalhos de meio período, perda de oportunidades de promoção, desistência a empregos ou busca por trabalhos menos estressantes.
Observa-se ainda, os apontamentos realizados pela literatura geral acerca do terceiro nível de comprometimento: a saúde mental. Ela concorda em considerar sintomas depressivos, ansiosos e, sofrimento emocional com maior nível de frequência em mulheres com endometriose do que em uma população saudável, ou seja, a endometriose é uma patologia que contribui significativamente para o surgimento e associação de comorbidades, desde as atividades mais simples da vida cotidiana, até os mais completos, como a saúde mental. Desse modo, o comprometimento da qualidade de vida de portadoras de endometriose se caracteriza como uma certeza na literatura, contudo, verifica-se a necessidade de pesquisas acerca da formação de profissionais da saúde, diagnóstico tardio e tratamento da doença, uma vez que estes fatores contribuem significativamente para o aumento progressivo da perturbação da qualidade de vida destas mulheres, sendo apontados pela literatura analisada, sem haver aprofundamento nesses fatores.
REFERÊNCIAS
AGARWAL, S. K. et al. Diagnóstico clínico de endometriose: um apelo à ação. Jornal americano de obstetrícia e ginecologia, EUA, v. 220, n. 4, p. 354, jan./2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30625295/. Acesso em: 20 jan. 2023.
ARMOUR, M. et al. Endometriosis and chronic pelvic pain have similar impact on women, but time to diagnosis is decreasing: an Australian survey. Scientific Reports, EUA, v. 10, n. 1, p. 16253, out./2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33004965/. Acesso em: 6 fev. 2023.
BIEN, A. et al. Qualidade de vida em mulheres com endometriose: uma pesquisa transversal. Biblioteca Nacional de Medicina, EUA, v. 29, n. 10, p. 2669-2677, out./2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32356276/. Acesso em: 20 fev. 2023.
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Juliana de Almeida Xavier – Discente do curso de medicina do Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES) – Campus Trindade; juliana_ax@hotmail.com1
Lucas Lourencio Borges – Discente do curso de medicina do Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES) – Campus Trindade; lucaslourencioborges@gmail.com2
Fernanda Arruda Cunha – Discente do curso de medicina do Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES) – Campus Trindade; iamfernandacunha@gmail.com3