IMPACTS OF CHILD SEXUAL ABUSE REVICTIMIZATION ON THE PSYCHOLOGICAL DEVELOPMENT OF CHILDREN AGED 6 TO 12: A CRITICAL APPROACH
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202509221825
Ana Cecília Brandalise Antonichen1
Profa. Laryssa Karas2
RESUMO: O artigo analisa os efeitos da revitimização do abuso sexual infantil no desenvolvimento psicológico e na aprendizagem de crianças de 6 a 12 anos, enfatizando os efeitos acumulativos do trauma e os elementos que intensificam o sofrimento das vítimas. A pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa fundamentada em revisão bibliográfica, recorrendo a artigos científicos, livros e relatórios institucionais para entender de que maneira práticas inadequadas de denúncia, acolhimento e investigação favorecem a continuidade do dano. Os resultados mostram que a revitimização agrava questões psicológicas, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, compromete o rendimento escolar e impede a criação de laços de confiança. Conclui-se que a prevenção e o combate a esse fenômeno exigem políticas públicas integradas, formação profissional e estratégias de acolhimento humanizado que priorizem a escuta especializada, o suporte psicossocial e a proteção integral das crianças, a fim de promover o desenvolvimento saudável, a aprendizagem e a criação de trajetórias de vida mais seguras e resilientes.
Palavras-chave: Abuso sexual infantil. Revitimização. Desenvolvimento psicológico. Políticas públicas. Proteção integral.
ABSTRACT: This article analyzes the effects of revictimization of child sexual abuse on the psychological development and learning of children aged 6 to 12, emphasizing the cumulative effects of trauma and the elements that intensify the suffering of victims. The research uses a qualitative approach based on a literature review, drawing on scientific articles, books, and institutional reports to understand how inadequate reporting, reception, and investigation practices contribute to the continuation of harm. The results show that revictimization aggravates psychological issues such as anxiety, depression, and post-traumatic stress, compromises school performance, and prevents the creation of bonds of trust. It is concluded that preventing and combating this phenomenon requires integrated public policies, professional training, and humanized reception strategies that prioritize specialized listening, psychosocial support, and comprehensive protection of children in order to promote healthy development, learning, and the creation of safer and more resilient life trajectories.
Keywords: Child sexual abuse. Revictimization. Psychological development. Public policies. Comprehensive protection.
1 INTRODUÇÃO
A revitimização de crianças que sofreram abuso sexual é um fenômeno grave e duradouro, constituindo um obstáculo significativo para assegurar os direitos e a plena proteção delas. Envolve a revivência direta ou indireta de experiências traumáticas anteriores, seja através de novos casos de abuso sexual, seja por circunstâncias que reativam o trauma, como estar em ambientes inseguros, não receber o acolhimento adequado ou enfrentar procedimentos institucionais mal executados, essa dinâmica agrava os efeitos do abuso sexual inicial entre crianças de 6 a 12 anos, causando prejuízos consideráveis em suas emoções, cognição e vida social segundo Amazarray e Koller (1998) e Drezett (2004), “o que caracteriza a relação violenta e abusiva não é a diferença de idade, mas sim o uso de poder, autoridade ou força praticada pelo agressor”.
Frequentemente, as vítimas enfrentam problemas escolares, sintomas de transtornos psicológicos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, além de dificuldades nas relações interpessoais e na habilidade de confiar em adultos e instituições. É importante enfatizar que a revitimização vai além de novos abusos; ela também ocorre quando a vítima é forçada a relatar repetidamente experiências traumáticas, quando não é acreditada por familiares ou profissionais, ou quando recebe tratamento insensível durante investigações, atendimentos médicos ou processos judiciais. De acordo com BRASIL (2017; 2022), “a revitimização é a característica que ocorre quando a vítima de sofrimento contínuo ou repetido de um ato violento que pode ocorrer imediatamente, por dias, meses ou até anos após o término deste”.
A má condução desses atendimentos pode aumentar a angústia da vítima e dificultar sua recuperação. Frequentemente, a rede familiar, que deveria atuar como fator de amparo, se mostra indiferente ou até conivente, contribuindo para a continuidade da repetição do abuso e dificultando o desenvolvimento de um ambiente seguro. Conforme FALEIROS e FALEIROS (2007, p. 145), “a dinâmica perversa das relações familiares pode transformar a família, que deveria ser espaço de proteção, em um ambiente de violência, silenciamento e revitimização da criança e do adolescente”.
A escassez de políticas públicas eficientes, a ausência de formação adequada dos profissionais e a falta de coordenação entre os serviços de apoio à infância também são fatores que favorecem a persistência dessa situação. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2024), “o Brasil registrou aproximadamente 84 mil casos de estupro ou estupro de vulnerável em 2023, o que equivale a um caso a cada seis minutos. Isso evidencia a gravidade do problema e a possível subnotificação dessa violência.”
Nesse cenário, o objetivo deste estudo de cunho bibliográfico é examinar a revitimização de menores que sofreram abuso sexual por meio de uma revisão e análise crítica da literatura acadêmica e científica disponível. Busca-se compreender as manifestações desse fenômeno, seus fatores agravantes, suas consequências a curto e longo prazo e, principalmente, identificar estratégias de enfrentamento e prevenção que tenham se mostrado eficazes em diversos contextos. Dessa forma o estudo busca analisar em geral, os efeitos da revitimização do abuso sexual infantil no desenvolvimento psicológico e na aprendizagem de crianças de 6 a 12 anos, examinando os processos que fundamentam essa conexão e analisando táticas de intervenção psicossocial que possam minimizar os danos causados.
Especificamente, o objetivo é estudar os efeitos do abuso sexual infantil no desenvolvimento psicológico e na aprendizagem de crianças de 6 a 12 anos, entender o conceito de revitimização e seus efeitos duradouros no desenvolvimento emocional e na aprendizagem das crianças afetadas, além de analisar as estratégias de intervenção psicossocial descritas na literatura, avaliando sua importância para a recuperação e o bem-estar das crianças vítimas de abuso sexual.
O abuso sexual tem várias consequências, e seus efeitos físicos e psicológicos podem ser duradouros e devastadores (Kaplan & Sadock, 1990). A relevância da pesquisa está na oportunidade de expandir o entendimento teórico e prático sobre o assunto, fornecendo recursos que direcionam a atuação de profissionais da saúde, educação, assistência social e justiça. Além disso, auxilia na elaboração de políticas públicas que priorizem a escuta atenta, o acolhimento e a proteção plena dos menores impactados.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2024), os crimes de pornografia infanto-juvenil e exploração sexual infantil com vítimas de 0 a 17 anos tiveram aumento nos seus números absolutos de 7,0% e 16,4%, respectivamente. Esses percentuais de crescimento foram puxados especialmente pelo aumento de registros nos estados do Norte e Nordeste.
Por fim, nota-se que a revitimização do abuso sexual infantil tem efeitos consideráveis no desenvolvimento psicológico e na aprendizagem das vítimas, destacando a importância de uma abordagem integrada por parte de profissionais da saúde, educação, assistência social e justiça. A literatura examinada até o momento sugere que a falta de acolhimento apropriado, a escassez de políticas públicas eficazes e o tratamento insensível durante investigações contribuem para agravar o sofrimento das crianças. Essa perspectiva limitada ressalta a importância de estratégias preventivas e interventivas que priorizem a escuta especializada, o apoio psicossocial e a proteção integral das crianças. Tais medidas servem como ponto de partida para análises mais detalhadas ao longo deste estudo.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
Segundo citado no livro “Teoria e Prática dos Conselhos Tutelares e Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente” segundo SANTOS (2009) “abuso sexual – diz respeito ao ato ou ao jogo sexual que ocorre nas relações hétero ou homossexual e visa a estimular a criança/adolescente para obter excitação sexual e práticas eróticas, pornográficas e sexuais, impostas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças. Inclui uma variada gama de violações: abuso sexual intra e extra-familiar (especialmente colegas, vizinhos e profissionais de instituições em que a criança convive)”
A agressão ou exploração sexual infantil pode ser entendida como o envolvimento de crianças em atos sexuais para os quais elas não têm capacidade de consentir, pois não compreendem completamente essas experiências. Refere-se a comportamentos que infringem normas sociais e papéis familiares, empregados pelo agressor para alcançar prazer sexual (Pimentel & Araújo, 2006). Nesse contexto, apesar das definições poderem variar conforme os contextos jurídicos e culturais, o abuso sexual infantil é, de modo geral, caracterizado pela sujeição da criança a práticas sexuais que satisfazem os desejos do abusador, privando-a do direito à proteção e ao desenvolvimento saudável (Furniss, 1993; Minayo, 2001).
Estudos indicam que o abuso geralmente acontece em contextos próximos à vítima, frequentemente dentro da família ou em lugares de convivência diária, como residências de parentes e vizinhos. O silêncio da criança geralmente é mantido em razão da omissão da família, que pode ser motivada por medo, vergonha ou conivência, o que acaba por prolongar seu sofrimento (Vaz, 2001; Romaro & Capitão, 2007). Essa situação demonstra a magnitude do problema como uma questão de saúde pública, afetando as esferas física, emocional e social.
Estatísticas mostram que uma em cada três a quatro meninas é vítima de abuso antes dos 12 anos, ao passo que entre os meninos a relação é de um a cada seis a dez até os 18 anos (Custódio & Lima, 2023; Governo Federal, 2020). O abuso sexual é uma das formas mais graves de violência, sendo particularmente doloroso por ocorrer frequentemente por pessoas em quem a vítima confia, o que intensifica a sensação de traição e agrava o trauma vivido pela criança (Minayo, 2001).
Quando mal gerido, o processo de denúncia pode levar à revitimização, fazendo com que a criança tenha que prestar múltiplos depoimentos em várias instituições e, em certas situações, enfrentando a descrença ou a culpabilização por parte de sua própria família. Essa circunstância agrava sentimentos de solidão e remorso, dando origem a novas formas de violência, incluindo a negligência (Vilela, 2005; Santos & Costa, 2011). Dados recentes confirmam a seriedade do fenômeno: em 2022, foram registrados mais de 22 mil casos de abuso contra menores de 0 a 17 anos, um aumento de quase 14% em comparação com o ano anterior (Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2023).
O abuso sexual infantil, além de violar direitos fundamentais, demonstra relações de poder desequilibradas, nas quais a criança é sujeitada a manipulações e atividades sexuais, com ou sem violência física. Isso ocorre devido ao silêncio e à dependência emocional e financeira em relação ao agressor (Faleiros & Faleiros, 2008; Siqueira et al., 2011; Arpini et al., 2017). Os efeitos são duradouros e significativos, impactando o desenvolvimento social, emocional e cognitivo. Estudos sugerem que os impactos podem perdurar por toda a vida, influenciando a saúde mental, as relações afetivas e o processo de aprendizagem (Borges & Delli, 2008; Florentino, 2015).
Por esse motivo, muitos autores defendem a importância de abordagens interdisciplinares que considerem os aspectos jurídicos, psicológicos, educacionais e sociais. Além da responsabilização legal, é fundamental proporcionar uma escuta qualificada e não revitimizante, o que é essencial para a superação do trauma e fortalecimento da vítima (Ferreira & Nantes, 2017; Santos & Costa, 2011).
Assim, o abuso sexual infantil deve ser visto não só como um crime isolado, mas também como um reflexo de sistemas culturais e históricos que possibilitam a continuidade da violência e o silenciamento das crianças. Entender essa complexidade é essencial para desenvolver políticas públicas eficazes e estratégias de intervenção que coloquem a proteção, o cuidado e o bem-estar das vítimas em primeiro lugar (Nascimento et al., 2010; Minayo, 2001; Faleiros & Faleiros, 2007).
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa adota uma abordagem qualitativa baseada em revisão bibliográfica, com a finalidade de examinar os efeitos da revitimização do abuso sexual infantil no desenvolvimento psicológico e no processo de aprendizagem de crianças com idades entre 6 e 12 anos. A revisão possibilitará a coleta, organização e análise de trabalhos acadêmicos que abordam a conexão entre abuso sexual, revitimização e problemas de aprendizagem, promovendo uma compreensão abrangente e crítica do assunto.
Serão escolhidos artigos científicos, livros e relatórios institucionais acessíveis em bases de dados como Google Acadêmico e SciELO, além de publicações de entidades oficiais, como a Organização Mundial da Saúde e anuários de segurança pública. O período de análise incluirá publicações em língua portuguesa de 1990 a 2025, com foco em estudos que abordem especificamente o abuso sexual infantil e seus impactos psicológicos, emocionais e educacionais. Os critérios de inclusão incluirão: estudos que tratem de abuso sexual infantil e/ou revitimização, pesquisas que examinem os efeitos no desenvolvimento psicológico, cognitivo, emocional ou na aprendizagem. Serão removidos editoriais, resumos de congressos e conteúdos que não possuam rigor científico.
A revisão será estruturada em três eixos: abuso sexual infantil e seus efeitos no processo de aprendizagem; revitimização e suas consequências psicológicas e sociais; estratégias de intervenção psicossocial focadas na recuperação e no apoio às crianças impactadas. Esse recorte tem como objetivo tanto mapear os impactos já documentados na literatura quanto identificar lacunas que indiquem a necessidade de mais pesquisas, especialmente no âmbito educacional.
O caráter científico e social da pesquisa é justificado pela necessidade de entender como a violência sexual e a revitimização afetam o desenvolvimento integral da criança, prejudicando seu crescimento e integração na escola. Ademais, ao analisar de forma crítica os mecanismos de intervenção existentes, procura-se fornecer apoio para a criação de políticas públicas e práticas institucionais que promovam a proteção, a aprendizagem e o bem-estar psicossocial das vítimas.
Entendemos por pesquisa a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula o pensamento e ação, ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. (MINAYO, 1998, p. 17)
Para construir um panorama consistente sobre a questão, planeja-se analisar cerca de 25 artigos científicos, cinco livros de referência e relatórios institucionais. A análise crítica da literatura permitirá identificar padrões, limitações metodológicas e perspectivas distintas, o que ajudará a entender melhor a relação entre abuso sexual infantil, revitimização e dificuldades de aprendizagem.
Dessa forma, a metodologia sugerida não só embasa a pesquisa no rigor científico, como também garante sua importância prática, proporcionando fundamentos para o progresso do conhecimento e para o fortalecimento de iniciativas integradas nos setores de educação, saúde e proteção social. Segundo Trujillo Ferrari (1982, p. 19), método é “forma de proceder ao longo de um caminho”, destacando seu papel orientador no processo de construção científica. Além disso, conforme Minayo (1998, p. 17), a pesquisa deve ser entendida como uma atividade fundamental da ciência, que conecta pensamento e ação, além de atualizar o ensino em relação às demandas reais.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
A revisão da literatura mostrou que a revitimização em casos de abuso sexual infantil tem efeitos significativos no desenvolvimento psicológico de crianças entre 6 e 12 anos. Os sintomas mais comuns entre as vítimas incluem ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, mudanças comportamentais e problemas na regulação emocional. A ocorrência de novos abusos ou a adoção de práticas institucionais inadequadas durante atendimentos pode intensificar os efeitos do trauma inicial, prejudicando o desenvolvimento emocional e criando vulnerabilidades duradouras.
O ambiente familiar também é importante, pois famílias indiferentes ou complacentes elevam a probabilidade de dor constante e perpetuam o ciclo de revitimização. No contexto escolar, o abuso sexual infantil aliado à revitimização afeta de maneira significativa o processo de aprendizagem, causando problemas de concentração, memória, raciocínio, socialização e autoestima. Esses efeitos prejudicam a interação com professores e colegas e dificultam a compreensão dos conteúdos escolares.
A escassez de políticas públicas eficazes, a falta de formação de profissionais da saúde, educação e assistência social e procedimentos institucionais insensíveis, como a exigência de múltiplos depoimentos ou a descredibilização dos relatos das vítimas, são fatores que contribuem para a revitimização. O recente crescimento nos casos de exploração sexual e pornografia infanto-juvenil evidencia a continuidade do problema, destacando a urgência de estratégias de prevenção e intervenção que priorizem a proteção integral da criança.
A literatura indica que intervenções psicossociais especializadas, como escuta ativa, acolhimento humanizado e acompanhamento terapêutico constante, são essenciais para recuperar a estabilidade emocional e fomentar o desenvolvimento saudável das vítimas. Estratégias interdisciplinares que envolvem profissionais da saúde, educação, assistência social e justiça mostram-se mais eficazes, possibilitando a construção de ambientes seguros e a restauração de relações de confiança.
A análise crítica sugere que a revitimização não só estende o trauma original, mas também se relaciona com elementos institucionais, familiares e sociais, intensificando os impactos psicológicos e educacionais do abuso sexual infantil. Apesar de as estratégias de enfrentamento mencionadas na literatura serem eficazes quando implementadas de maneira integrada e contínua, ainda existem lacunas, principalmente na conexão entre políticas públicas e práticas institucionais. Assim, torna-se evidente a urgência de aumentar os investimentos em formação profissional, estabelecer protocolos de atendimento humanizado e criar mecanismos de proteção que garantam escuta, acolhimento e recuperação integral das vítimas, assegurando o desenvolvimento psicológico, emocional e educacional das crianças impactadas.
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa evidencia que a revitimização do abuso sexual infantil influencia significativamente o desenvolvimento psicológico e a aprendizagem de crianças de 6 a 12 anos, afetando sua saúde emocional, autoestima, socialização e desempenho escolar. Os efeitos do abuso sexual se intensificam quando a vítima é exposta a situações de revitimização, seja por práticas institucionais inadequadas ou por contextos familiares indiferentes ou coniventes.
O estudo demonstra que a compreensão da revitimização é essencial para identificar mecanismos que perpetuam o sofrimento da criança e comprometem seu desenvolvimento integral. Além disso, revela que estratégias de intervenção psicossocial, quando aplicadas de forma integrada e contínua, promovem recuperação emocional, fortalecimento de vínculos de confiança e melhoria no processo de aprendizagem.
Os objetivos gerais e específicos da pesquisa foram atingidos, ao analisar os impactos psicológicos e educacionais da revitimização, compreender sua natureza e avaliar abordagens de intervenção descritas na literatura. A pesquisa contribui teoricamente ao aprofundar o entendimento do fenômeno e, na prática, reforça a importância de políticas públicas eficazes, capacitação profissional e protocolos humanizados para proteção e acolhimento das vítimas.
Como limitação, o estudo se restringe a uma abordagem bibliográfica, sem investigação empírica direta, o que indica a necessidade de futuras pesquisas que envolvam estudos de campo, entrevistas ou avaliações institucionais para validar e expandir as conclusões aqui apresentadas.
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1Ana Cecília Brandalise Antonichen Acadêmica de Psicologia do Centro Universitário Campo Real de Guarapuava-PR – e-mail: psi-anaantonichen@camporeal.edu.br
2Laryssa Karas Docente do Curso Superior de Psicologia do Instituto Centro Universitário Campo Real Campus Santa Cruz. Pós graduada em Saúde Mental e Psicopatologia
e-mail: prof-laryssakaras@camporeal.edu.br