IMPACTOS DA PANDEMIA DA COVID-19 NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS E AS ESTRATÉGIAS APLICADAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7421742


Guilherme de Morais Gianfredo¹
Leandro Furtado Constâncio Braz Freitas²
Josney Freitas Silva³


RESUMO: A pandemia do SARS-COV-2, mais conhecido como Coronavírus, acomete as pessoas com a Covid-19, tem provocado uma avalanche na economia brasileira, gerando um grande impacto. Nesse panorama, foi necessário que as empresas se adaptassem para superar os desafios a serem enfrentados no período de pandemia. O objetivo desta pesquisa foi realizar uma investigação de caráter dedutivo sobre os impactos causados pela pandemia da Covid-19 em Micro e Pequenas Empresas, tal como as soluções aplicadas por meio de estratégias para superar os desafios impostos pelo período pandêmico. Com o intuito de realizar uma investigação bibliográfica de como as Micro e Pequenas Empresas lidaram com tal situação, foram selecionadas sete publicações no período de 2020 a 2021. A pesquisa procurou responder a seguinte questão norteadora: Como as Micro e Pequenas Empresas conseguiram driblar o impacto da pandemia do Coronavírus? Como resultado parcial, verificou-se que o marketing em conjunto com lives, mídias digitais e programas de entregas diretas, como delivery, apresentaram importantes papéis no processo de criação de valores, atingindo novos clientes, permitindo que as Micro e Pequenas Empresas se modernizarem estrategicamente dentro do seu modelo de negócio. Por fim, entende-se que o presente artigo busca analisar e compreender os desdobramentos econômicos, sociais e empresariais em relação à administração de Micro e Pequenas Empresas brasileiras no período pandêmico.

Palavras-chave: Pandemia; Micro e Pequenas Empresas; Impactos; Mudanças.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo analisar como as Micro e Pequenas Empresas se adaptaram após o início da pandemia do novo vírus SARS-Cov-2 que começou em todo o mundo no início do ano de 2020. A disseminação do vírus fez com que as Micro e Pequenas Empresas e a sociedade se preocupassem com o crescimento e desenvolvimento social, devido a necessidade mudança de hábitos e protocolos de quarentena.

No entanto, o Brasil foi alvo dos impactos socioeconômicos provenientes da pandemia da Covid-19, afetando principalmente as Micro e Pequenas Empresas, desencadeando falência de inúmeras empresas que não conseguiram se adaptar ao cenário pandêmico.

Com a pandemia do novo Coronavírus, foi preciso adaptar a forma de trabalhar e tomar medidas de proteção contra o SARS-Cov-2, aliando métodos de distanciamento social, promovendo a campanha que o Estado recomendou de se ausentar de lugares públicos ou com multidões, para estancar a propagação do vírus e assim a diminuição dos casos dessa nova doença. Foi necessária uma adaptação à nova realidade com a inserção de ações adequadas de redução da jornada de trabalho, utilização de máscara ao sair de casa, o hábito de lavar frequentemente as mãos com água e sabão; proteger-se ao tossir ou espirrar, não cumprimentar de perto, não compartilhar objetos, usar álcool 70% nas mãos e objetos, dentre outras medidas cabíveis para a redução dos casos de SARS-Cov-2.

Contudo, mesmo com as medidas impostas, se teve um grande impacto das relações econômicas e deste modo, houve um impacto nas Micro e Pequenas Empresas, afetando de modo direto a saúde financeira desta parcela empresarial que se mantém em função de auferir o lucro.

Diante o exposto, esta pesquisa procurou responder a seguinte questão norteadora: Como as Micro e Pequenas Empresas conseguiram driblar o impacto da pandemia do Coronavírus?

Dessarte, com esses adventos de uma nova realidade, as Micro e Pequenas Empresas tiveram que se reinventar para que suas baixas não fossem ponto crucial de sua falência e assim afetar até mesmo o coletivo. Seguramente, as Micro e Pequenas Empresas possuem uma importante função social ao empregar grande parte da população brasileira. Se a saúde financeira desta classe empresarial vai mal, a economia local também será diretamente afetada de modo a afetar de forma negativa as relações econômicas e até mesmo os indivíduos com a perda de postos de trabalho e reduzindo a circulação monetária da região que o incorpora, sendo demonstrada o prejuízo externo da empresa, sem ser seu foco no lucro, mas também em a sua função social.

Assim, as empresas tiveram que mudar sua abordagem para continuarem no mercado econômico, como exemplo o investimentos de marketing, deliverys, lives e mídias digitais, sendo até positivo pelo lado social, no qual possibilitou novas vertentes de trabalho durante esse período e demonstrando serem muito eficiente para adquirirem e manterem o lucro, diminuindo suas perdas ocasionadas pela pandemia, demonstrando até que mesmo com afrouxamento das medidas de segurança, esses investimentos demonstram ser eficazes para atingir novos nichos de usuários de seus serviços e consumidores de seu produto final.

Deste modo, o presente trabalho buscou identificar como as Micro e Pequenas Empresas foram afetadas pela pandemia do novo vírus SARS-Cov-2 e as medidas para diminuir os danos sofridos durante este período, com isso foi utilizado o método dedutivo analisando artigos científicos, material bibliográfico e conteúdo de plataformas digitais para este passo buscar compreender como foram efetuadas as medidas e manobras durante o período pandêmico.

2. METODOLOGIA

O presente trabalho tem como objetivo principal analisar os impactos durante a pandemia da COVID-19 em Micro e Pequenas Empresas, ademais, sofreram grandes transformações, abrangendo reptos para contatar os clientes e comercializar seus serviços/produtos, aderindo a métodos tecnológicos para reinvenção.

Para alcançar os resultados almejados a metodologia escolhida foi uma revisão integrativa, pois permite, de acordo com Campos et al. (2016), a inclusão não apenas da literatura teórica, como também estudos com as mais diversas abordagens metodológicas.

O método de abordagem escolhido foi o dedutivo que “parte de argumentos gerais para argumentos particulares” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2014, p. 122).

Para a pesquisa foram identificadas 7 publicações de maior relevância ao tema, os critérios de inclusão foram trabalhos publicados em português com os resumos disponíveis nas bases de dados selecionadas no Google Acadêmico, no período de 2021, buscando-se pelos seguintes unitermos/descritores: pandemia, empresas, impactos, mudanças. Foram excluídos os artigos que não faziam menção ao tema de interesse em seu título, como também aqueles que foram publicados anteriormente ao ano de 2020, ano-chave da pandemia do SARS-COV-2. As pesquisas foram realizadas no ano de 2022, com início no mês de setembro.

Com o propósito de realizar uma análise sobre os impactos da pandemia do novo Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, a amostra final desta revisão ficou constituída por quatro artigos científicos e três monografias.

Verifica-se no quadro 1 os dados dos trabalhos selecionados pelos critérios de inclusão previamente estabelecidos:

Quadro 1Matriz da síntese dos trabalhos selecionados. 

AutorTítuloTipo de estudoPrincipais resultadosAno de publicação
ALMEIDA,R. S.Estudo de caso das estratégias adotadas por empresa do ramo alimentício para driblar a crise econômica agravada pela pandemia Covid- 19.Estudo de casoO marketing digital foi determinante para aumentar as vendas e ampliar a gama de clientes, garantindo a sobrevivência das empresas.2021
ARAÚJO,A. C. de M.; SOARES, M. M.; GOMES, L. L… et al.Adequação das boas práticas de manipulação de alimentos durante a pandemia da Covid-19 em restaurantes comerciais.Estudo de casoFoi preciso buscar proposições criativas e inovar na solução para dissolver os problemas gerados pela pandemia.2021
SALOMÉ, F. F. S.; SOUSA, R. M. do N.; SOUSA, R. E. A. de… et al.O impacto da pandemia do Covid-19 na gestão financeira das micro e pequenas empresas do setor varejista de Cláudio-MG.Estudo de casoAs empresas que não se redefiniram, os impactos ocasionados pela pandemia foram negativos.2021
SILVA,M. R. G. daO crescimento das empresas de delivery no contexto da pandemia.Pesquisa qualitativaFoi percebido um crescimento das empresas que utilizam as plataformas de interatividade.2021
SOARES, Y. de C.Atitudes tomadas por empreendedores de Minas Gerais diante do cenário pandêmico.Pesquisa quantitativaHouve um impacto, na forma de funcionamento, e as empresas foram se reestruturando e buscando novas formas para continuar ativos.2021
SOUSA,R. do S.; SANTOS, B. da C. dosUma análise sobre os impactos da pandemia nas micro e pequenas empresas no Brasil.Revisão bibliográficaA pandemia exigiu diversas transformações estruturais nas micro e pequenas empresas.2021
VITÓRIA, M. de F. C.; MEIRELES, E.O microempreendedor em tempos de pandemia: uma análise do impacto econômico em cenário de crise.Pesquisa documentalA pandemia proporcionou às empresas efeitos negativos, em questões de ordens financeiras e econômicas.2021

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Os resultados da pesquisa serviram como um filtro para agrupar e identificar os padrões das respostas e a comparação com os elementos que emergiram das pesquisas e as posições dos autores sobre o assunto, formando-se assim, a discussão dos resultados.

A análise de dados verificou se os artigos eram relevantes e atendiam aos critérios estabelecidos, em seguida foi elaborada a matriz de síntese num quadro contendo: iniciais dos autores, título do artigo, tipo de estudo, principais resultados e ano de publicação.

Após ter os fundamentos teóricos considerados suficientes, a análise da produção científica foi estruturada e apresentada no tópico – resultados e discussões.

3. DESENVOLVIMENTO

Com a pandemia do novo Coronavírus, foi necessário realizar adaptações das condições de trabalho e tomar medidas protetivas contra o SARS-Cov-2, convergindo com a impessoalidade e métodos para o distanciamento social, promovendo a campanha “Fique em casa!”, juntamente com a adoção de ações adequadas, como por exemplo, a diminuição da jornada de trabalho, o uso de máscara ao sair de casa, assear constantemente as mãos com água e sabão; proteger-se ao tossir ou espirrar, não cumprimentar com proximidade, não compartilhar objetos, utilizar álcool 70% nas mãos e de objetos (SILVA JÚNIOR et al, 2020). Com isso, as empresas e a sociedade tiveram que passar por mudanças quanto às condições de trabalho, utilizando-se de redução salarial, suspensão de trabalhos temporários, antecipação de feriados e férias, adesão de trabalhos em home office e aumento de demissão de trabalhadores assalariados (SILVA JÚNIOR et al., 2020).

A pandemia do Covid-19 teve um impacto econômico significativo nos pequenos negócios. Conforme os dados divulgados pelo Sebrae (2020), apenas 68% dos estabelecimentos continuaram em funcionamento mesmo sendo de forma parcial e 32% fecharam as portas. Para um amplo entendimento houve um detalhamento dos motivos das empresas que fecharam as portas: 0% fecharam permanentemente, mas não por causa da pandemia; 4% fecharam a empresa permanentemente por causa da pandemia; 24% suspenderam as atividades temporariamente por causa da crise pandêmica, mas não foi por motivo de decreto governamental; 72% suspenderam as atividades temporariamente devido ao decreto governamental (SEBRAE,2020).

Nesse contexto o Sebrae em parceria com a FGV PROJETOS divulgou uma pesquisa online realizada de 26 a 30/06/2020 com 6.470 empresários de pequenos negócios dos 26 estados e Distrito Federal onde procuraram saber se os empresários efetuaram vendas utilizando redes sociais, aplicativos ou internet:

Gráfico 1: Situação das Vendas através de plataformas digitais

Fonte: Elaborado Sebrae (2020), adaptado pelos autores.

Complementa-se que 89% dos empresários tiveram seu comércio afetado negativamente; 9% afirmaram que não tiveram seu comércio afetado e apenas 2% tiveram o impulsionamento do seu estabelecimento. Dessa maneira foi realizado um gráfico identificando a porcentagem do número de afetados com a crise e logo embaixo o motivo de cada porcentagem (SEBRAE, 2020).

Gráfico 2: Motivos que os empresários foram afetados pela crise

Elaborado: Sebrae (2020), adaptado pelos autores.

Conforme o gráfico podemos identificar que o 1º Triângulo representa 8,1% da redução dos lucros, o 2º Triângulo representa 8,0% da queda de faturamento, o 3º  Triângulo representa 6,7% do aumento do endividamento, o 4º Triângulo representa 5,4% do aumento das despesas e custo em geral, o 5º Triângulo representa 5,3% da dificuldade de obter insumos ou itens para a venda, o 6º Triângulo representa 4,8% do aumento dos preços de insumos ou itens para a venda, o 7º Triângulo representa 2,2% da perda de produtos por causa da data de validade.

O período pandêmico trouxe grandes impactos para as Micro e Pequenas Empresas, onde apenas 11% dessas não foram afetadas pela crise, mesmo assim sete de cada 10 empresários mantiveram as empresas abertas de forma parcial. As principais consequências contraproducentes foram a redução do lucro e a queda de faturamento, significando necessário realizar estratégias de marketing para sobrepujar os desafios impostos pelo período (SEBRAE, 2020). 

Em primeiro lugar, é importante salientar que, a busca de informações verdadeiras é essencial para uma vivência harmônica em sociedade. Logo, a falta de informações sobre o contexto vivido durante a pandemia da COVID-19, acarretou no enfraquecimento do comércio, ocasionando o surgimento da evasão econômica. Exemplo disso, é a notícia de que os supermercados estariam fechando as portas para evitar o acúmulo de consumidores dentro das lojas. A verdade seria de que alguns supermercados se adaptaram a situação por meio do controle de fluxo de pessoas no interior do estabelecimento e reduzindo o horário de funcionamento de acordo com a política interna, visto que se trata de uma atividade essencial para o abastecimento da população (CARVALHO; TAVARES, 2021).

Sobressaio que as Micro e Pequenas Empresas sofreram grandes impactos com o isolamento social e a suspensão das atividades dos comércios locais, que oferecem vendas diretas. Para driblar o possível fechamento de estabelecimentos, estas empresas passaram a adquirir estratégias para impulsionar o negócio, que consistiam no uso do marketing digital, a venda por aplicativos de smartphones, o sistema delivery e o drive thru; estratégias as quais não eram potencialmente investidas antes da pandemia da Covid-19. 

No passado, os supermercados restringiam suas vendas em regiões, fazendo com que seu faturamento ficasse limitado àquela localidade específica, pois, as estratégias de marketing eram feitas e traçadas em longo prazo. Durante o início da pandemia, pequenas redes de supermercados que não estavam preparadas para a ocasião voltaram a restringir a quantidade de cada alimento que o consumidor podia levar para a casa.

Ressalta-se que, diante da gravidade da pandemia, deu-se como necessário a implantação de lockdown, sendo o fechamento da maior parte dos estabelecimentos considerados como não essenciais e que geram aglomeração de pessoas em municípios onde o Coronavírus encontrava-se avançado. Nesse cenário, uma forma das Micro e Pequenas Empresas sobreviverem ao cenário atual foi a implantação de sites que deixaram de ser apenas de propaganda e tiveram função de vendas virtuais através do sistema de delivery (MOREIRA JÚNIOR, 2021). De acordo com Maia et al:

As empresas business-to-business (B2B) estão se adaptando com muito esforço a este novo cenário. A internet e canais de comunicação eram vistos como meios informativos com os clientes, sobretudo pelo fato de as compras nesse mercado serem específicas para cada comprador e fornecedor business-to-consumer (B2C) (MAIA et al.; 2019, p. 45)

Pelo exposto, justifica-se realizar o apontamento e análises sobre as estratégias realizadas por empreendedores durante a quarentena, mostrando como as adaptações por novos serviços e investimentos em inovação e tecnologia permitem atingir mais clientes e potencializar as vendas mesmo com os estabelecimentos fechados ou com horários reduzidos (FUCS, 2020).

3.1 O Empreendedorismo e Marketing 

O empreendedorismo consiste na transformação de ideias em oportunidades e que em conjunto à inovação, busca envolver pessoas e processos, em perfeito desenvolvimento de implementação, leva o empreendimento ao sucesso (Dornellas, 2008 apud Santos, 2021, p.16). Sendo assim, o empreendedor deve criar oportunidades por meio da sua capacidade de inovação, tornando-se agente transformador na sociedade atuante. Santos (2021) complementa que a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontou em 2019 uma estimativa de crescimento em 53,4 milhões de brasileiros realizando atividades empreendedoras.

Em 2019, a GEM apontou que o país atingiu 23,3% de taxa de empreendedorismo inicial, considerada a maior marca até agora e o segundo melhor patamar total de empreendedores (38,7% da população adulta, entre 18 e 64 anos) desde 2002, primeiro ano da série histórica desta variável (SEBRAE, 2020 apud SANTOS, 2021, p.18).

Diante da dificuldade de vender presencialmente durante a pandemia da Covid-19, os microempreendedores tiveram que buscar por inovações por meio de opções práticas e sem muito investimento financeiro, já que se encontravam prejudicada. A partir daí, surgiram as lives promocionais nas plataformas digitais, como as realizadas no Instagram e Facebook, atraindo um grande público de clientes que não se restringiam apenas a aqueles que moravam na cidade onde a loja física estava situada. De acordo com Klother (2012), um dos objetivos do marketing é o reconhecimento das necessidades do mercado, concebendo lucro para as empresas uma vez que:

Marketing é sobre o como e o porquê de desejos, sentimentos, fantasias, hedonismo, identidade das pessoas, mas também sobre o como e o porquê em problemas de educação, preconceito, estigma, racismo, vulnerabilidades ligadas a gênero e desigualdades socioeconômicas entre as pessoas (CASOTTI, 2019, p.367).

O marketing permite que ocorram mudanças no cenário comercial, potencializando as vendas das micro e macro empresas, permitindo que haja expansão de suas vendas e efetivando os processos de globalização, devido ao alcance a inúmeros lugares (SANTOS, 2021). Através desse novo método de vendas, muitos microempreendedores conseguiram se manter de portas abertas e se desenvolverem, pois assim como a indigência muda, os produtos acompanham o ritmo e à medida que a tecnologia avança a comunicação entre clientes e produto necessita de um upgrade, nomeadamente o marketing digital, tem vindo para revolucionar. 

Web Marketing é o nome dado a um conjunto de ferramentas e estratégias utilizadas através da rede mundial de computadores para promoção de profissionais e personalidades. Envolve desde o projeto inicial, definição de estratégias, nichos e públicos alvos, pesquisa de mercado, passando pela administração do relacionamento com internautas, processos de comunicação, geração de valor, e incluindo as etapas de venda e pós-venda, sempre com o objetivo de otimizar e maximizar os resultados (ARAUJO E GAVA, 2019. p.53).

A caracterização dos fatores principais para o desdobramento de um planejamento de marketing digital de Micro e Pequenas Empresas, utilizando mídias sociais, amparar economicamente no cenário nacional, excepcionalmente no período pandêmico pela sua polivalência, intrínseco ao aspecto destas organizações.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As nomeadas Micro e Pequenas Empresas (MPEs) representam uma parcela significativa para a economia brasileira, possuindo participação no Produto Interno Bruto e na abertura de diversas vagas de emprego para os brasileiros. 

Dessa forma, os empreendimentos brasileiros, em que se pese, as Micro e Pequenas Empresas, possuem uma grande importância para a economia da pátria brasileira, proporcionando uma grande parcela dos postos de trabalho em empresas nacionais.

Como consequência da pandemia da Covid-19, às Micro e Pequenas Empresas viveram uma peculiaridade momentânea no cenário empresarial, e sua capacidade financeira foi diretamente impactada por essa situação. Os estudos analisados nesta pesquisa apontam duas situações distintas, como mostra o gráfico 3:

Gráfico 3 – Considerações sobre as empresas durante a pandemia.

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Os dados mostram que 57% dos trabalhos abordados no estudo indicaram que a maioria das micro e pequenas empresas encerraram suas atividades e 42% conseguiram sobreviver mesmo diante das dificuldades.

Os motivos para as determinadas situações são detalhados, a partir de duas situações, o primeiro grupo, salientaram os motivos compilados que resultaram no encerramento das atividades das empresas, como mostra o quadro 2:

Quadro 2 – Primeiro grupo de estudos.

AutoresElementos determinantes
Salomé et al. (2021)– as empresas já apresentavam dificuldades que foram agravadas pela pandemia.
Soares (2021)– a queda do faturamento tornou as empresas vulneráveis e suspender as atividades foi inevitável.
Sousa; Santos (2021)– as empresas tiveram dificuldades em se manterem no mercado pelo alto custo das despesas e pouco rendimento.
Vitória; Meireles (2021)– com as variações estacionais impostas pelas medidas sanitárias, a maioria das empresas teve que interromper suas atividades em definitivo.

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Sobre isso, Calcini (2020) discute que, sendo obrigadas a paralisar suas atividades e, não tendo receitas financeiras, muitas empresas verificaram que não tinham condições de retomar suas atividades e promoveram seu encerramento.

A curva dos resultados correntes mostrava que o montante de vendas diminuía a cada dia, assim, se a empresa tinha um balanço patrimonial fraco, com a pandemia da Covid-19 a situação ficou insustentável (GALLOWAY, 2021).

Ao analisar o impacto da pandemia no faturamento das empresas participantes de seu estudo, Salomé et al (2021) perceberam que, para 47,54% das empresas, o impacto foi negativo, pois houve redução do faturamento. Para 22,95% das empresas, o impacto foi positivo. Destaca ainda que 3,28% das empresas não tinham controle sobre o faturamento da empresa, pois não souberam informar se o faturamento aumentou ou diminuiu.

Já, o segundo grupo de autores defende que a altura dos acontecimentos anunciados, foi preciso trabalhar caminhos alternativos para continuar no mercado, como mostra o quadro 3:

Quadro 3 Segundo grupo de estudos. 

AutoresElementos determinantes
Almeida (2021)– o marketing digital e as vendas nas mídias sociais possibilitaram a continuação dos negócios.
Araújo et al. (2021)– formas digitais de comunicação garantiram o faturamento necessário para a sobrevivência das empresas.
Silva (2021)– o delivery ajudou a sustentar as empresas no período pandêmico.

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Como bem explica Gonçalves (2020) para conseguir alavancar seus produtos e serviços e, inclusive conseguir um diferencial competitivo, a pandemia da Covid-19 impôs mudanças, as empresas foram obrigadas a repensar sua forma de atuação, aliando tecnologia ao seu modelo de negócio, a sobrevivência organizacional depende da eficácia ou capacidade dessas mudanças.

5. CONCLUSÕES

Por fim as Micro e Pequenas Empresas são fundamentais para a economia nacional, visto que elas asseguram a maior distribuição de empregos e renda para os brasileiros e possuem uma legislação específica, a qual garante tratamento diferenciado por parte do governos e estímulos para que os pequenos negócios cresçam continuamente e permaneçam impulsionando a economia. Desta forma, pode-se concluir que as medidas governamentais adotadas pelas Micro e Pequenas Empresas se tornaram essenciais para manter os empregos durante a pandemia do SARS-Cov-2 e honrar com seus compromissos financeiros.

Destarte, indubitavelmente, entende-se que o período pandêmico fora extremamente prejudicial à economia brasileira, entretanto, há de se destacar os novos mecanismos de comercialização e o desenvolvimento remoto que diversas atividades atribuíram em seus negócios. Ademais, muitas das empresas afetadas pelo atípico cenário da pandemia do vírus SARS-Cov-2 foram obrigadas a modificar as configurações estruturais de seu negócio, investindo em marketing, divulgação e, principalmente nos meios remotos de trabalho, como o denominado home office.

Sendo assim, conclui-se que tal experiência não se figurou somente pelos aspectos negativos, mas também pela inovação e criatividade para a manutenção do negócio, em grande maioria das Micro e Pequenas Empresas. Para conseguir driblar os impactos que a pandemia do Coronavírus trouxe ao universo das Micro e Pequenas Empresas, estas se voltaram a buscar estratégias inovadoras para se manter no mercado. Desta maneira, conseguindo assim desenvolver novos meios de prospecção de clientes com a utilização mais acentuada do meio digital e as tão famosas lives feitas na pandemia, atingindo públicos que antes pareciam ser inexistentes para muitos proprietários dos estabelecimentos comerciais mais tradicionais. Fatores que apenas foram possíveis pelas circunstâncias propostas pela pandemia do Coronavírus e a dificuldade de angariar clientela para o negócio, fazendo com que a grande maioria dos negócios se rendessem a tecnologia e a nova maneira de se comunicar com o mundo.

Por conseguinte, é evidente que tudo que ocorreu nos anos abordados pelo presente estudo é resultado das ações do homem, porém, é exatamente para as ações realizadas pelo homem que devemos olhar, sabendo ponderar os resultados e as consequências dos atos dentro do contexto em que foram exercidas tais práticas, para que assim possamos obter uma análise justa e balanceada de todas as atribuições positivas como as conquistas no cenário pandêmico, mas também, não deixando de lado os pontos negativos e os prejuízos causados, uma vez que com o entendimento dos erros cometidos e a apuração dos atos que acarretam ao ônus, poder-se-á construir um futuro mais seguro e com menos riscos para todos.  

Podemos considerar que as empresas que buscaram aplicar estratégias para se reinventar com novas manobras econômicas e ações para diminuírem os atritos ocasionados pela pandemia obtiveram resultados positivos e assim conseguiram se manter no mercado empresarial.

Também foi averiguado de forma subjetiva que empresas que não buscaram se adaptar nesse novo cenário, tiveram resultados negativos e acabaram por encerrar suas atividades econômicas e assim vieram a falir durante o período pandêmico 

Em síntese, buscar soluções práticas com vistas ao fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas torna-se uma premissa indispensável. Todavia, como proposta, sugere-se a criação de projetos que promovam o desenvolvimento empresarial, principalmente voltados aos empresários de Pequenas e Médias Empresas, trazendo palestras e lives de diferentes especialistas, motivando-os à inovação e ao uso de tecnologias, com baixo custo de implantação. 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Rayana Silva. Estudo de caso das estratégias adotadas por empresa do ramo alimentício para driblar a crise econômica agravada pela pandemia. 2021. Covid- 19. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Ciências Econômicas (Monografia de Graduação). Disponível em: <repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36588/1/ESTUDO% 20DE%20CASO%20DAS%20ESTRAT%C3%89GIAS%20ADOTADAS%20POR%20EMPRESA%20DO%20RAMO%20ALIMENT%C3%8DCIO%20PARA%20DRIBLAR%20A%20CRISE%20ECON%C3%94MICA%20AGRAVADA%20PELA%20PANDEMIA%20COVID%2019.pdf>. Acesso em: 4 out. 2022.

ARAÚJO, Ana Clara de Moura; SOARES, Mariana Martins; GOMES, Leilane Lima; ADAMI, Angélica Aparecida Vieira. Adequação das boas práticas de manipulação de alimentos durante a pandemia da Covid-19 em restaurantes comerciais. Revista Centro Científico Conhecer, Jandaia, v.18 n.37, p. 17-31, 2021. 

ARAUJO, Leonardo; GAVA, Rogério. Empresas Proativas 4.0: Estratégias para vencer na Era Digital. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019. 

BAKER, Scott R.; MEYER, Steffen; PAGEL, Michaela; YANNELIS, Constantine. How does household spending respond to an epidemic? Consumption during the 2020 COVID-19 pandemic. The Review of Asset Pricing Studies, v. 10, n. 4, p. 834-862, 2020.

CALCINI, Ricardo. Coronavírus e os impactos trabalhistas. Leme: JH Mizuno, 2020. Acesso em janeiro 2022.

CAMPOS, Josemberg Marins; SILVA, Lyz Bezerra; ILIAS, Elias Jirjoss; FERRAZ, Álvaro Antônio Bandeira. Manual prático de pesquisa científica. Rio de Janeiro: Revinter, 2016. 

CARVALHO, Gabriella Baccarini de; TAVARES, Wellington. A PANDEMIA DE COVID-19 E OS IMPACTOS NO SETOR SUPERMERCADISTA: Uma Análise do Panorama de um Município de Minas Gerais. 2021. Desenvolvimento em Questão, [S. l.], v. 19, n. 56, p. 96–114, 2021. DOI: 10.21527/2237-6453.2021.56.11836. Disponível em: https://www.revistas. unijui.edu.br/index.php/desenvolvimentoemquestao/article/view/11836. Acesso em: 4 out. 2022.

CASOTTI, Letícia Moreira. Ensino e Pesquisa de Marketing: a Pílula Vermelha como Alternativa. ERA. São Paulo. v 59, 2019. 

FUCS, José. 24 mudanças trazidas pelo coronavírus que devem sobreviver à pandemia. Estadão, 2020. Disponível em: <www.estadao.com.br/infograficos/economia,24-mudancas-trazidas- pelo-coronavirus-que-devem-sobreviver-a-pandemia,1122998>. Acesso em: 8 out. 2022.

GALLOWAY, Scott. Depois do corona: da crise à oportunidade. Tradução: Matheus Araújo. Rio de Janeiro: Alta Books, 2021. 

GONÇALVES, Conceição. Inteligência competitiva em tempos de crise: conquista e manter clientes. São Paulo: Scortecce, 2020. 

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing.14 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. Acesso em: 14 fev. 2022.

Lopes, Débora Oelsner (2013). “Dizem que em algum lugar/ parece que no brasil, / existe / um homem feliz” – uma análise da montagem brasileira de o percevejo em 1981. Cadernos Virtuais De Pesquisa Em Artes Cênicas, 1(1). Disponível em:<http://seer.unirio.br/ pesqcenicas/article/view/3027>. Acesso em: 28 set. 2022.

MAIA, Bruno Inacio; DE OLIVEIRA, Marco Aurelio; FUTAMI, Andre Hideto. Inovação nos canais de comunicação como forma de comercialização. Revista de Administração e Negócios da Amazônia, v. 11, n. 4, p. 44-64, 2020.

MEZZAROBA, Orides.; MONTEIRO, Cláudia Servilha. S. Manual de metodologia da pesquisa no direito. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

PEIXOTO, Eduardo Cesar. Transformação digital: uma jornada possível. São Paulo: Jandaira, 2021. 

MOREIRA JÚNIOR, José Elisivaldo. Impacto do marketing digital no setor de delivery através da perspectiva do iFood no cenário da pandemia da Covid-19.2021. Disponível em:<https://revistas.faculdadedamas.edu.br/index.php/academico/article/view/2263/1684>. Acesso em: 30 set. 2022.

SANTOS, Thaís Andressa Mota dos. Redes sociais digitais e as potencialidades do marketing empreendedor na pandemia da covid-19: estudo de caso em microempreendedores alimentícios do município de Muritiba-BA. 2021. Disponível em: <http://famamportal.com.br:8082/jspui/bitstream/123456789/2412/1/ADMINISTRA%c3%87%c3%83O%20-%20THA%c3%8dS%20ANDRESSA%20MOTA%20DOS %20SANTOS.pdf >. Acesso em:16 nov. 2022.

SALOMÉ, Fernanda Franciele Sousa; SOUSA, Raímme Mayra do Nascimento; SOUSA, Raquel Elaine Amaral de; SILVA, Valdilene Gonçalves Machado. O impacto da pandemia do Covid-19 na gestão financeira das micro e pequenas empresas do setor varejista de Cláudio-MG. Revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, Claúdio, v. 10, n. 6, p. 1-16, abr./jun., 2021. 

SEBRAE, FGV PROJETOS. O impacto da pandemia de Coronavírus: nos Pequenos Negócios. INFORMATIVO IMPACTO, SEBRAE FGV, ano 2020, v. 1, n. 5, 30 jun. 2020. Informativo, p. 1-1. Disponível em: https://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/ files/info_impacto_5a_edicao.pdf. Acesso em: 04 out. 2022.

SILVA JÚNIOR, Ademir Ferreira; SOUZA, Aline Andrade de; SILVA, Márcia Cristina Freitas da; MONTEIRO, José Rogério Souza. Conhecendo o COVID-19: cidadão esclarecido, cidade segura! Altamira, PA. Universidade Federal do Pará, 2020. 24p.

SILVA, Maicon Roger Guedes da. O crescimento das empresas de delivery no contexto da pandemia.2021. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Ciências Econômicas (Monografia de Graduação). Disponível em: < epositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36474/4/O %20CRESCIMENTO%20DAS%20EMPRESAS%20DE%20DELIVERY%20NO%20CONTEXTO%20DA%20PANDEMIA.pdf%20%282%29%20%281%29.pdf.>.  Acesso em: 04 out. 2022.

SOUSA, Alex Rodrigo dos Santos; SANTOS, Beatriz da Cruz. dos. Uma análise os impactos da pandemia nas micro e pequenas empresas no Brasil. Revista Científica Acertte, Campo Limpo Paulista, v.1, n.5, p. 1-13, out./nov., 2021. Acesso em: 20 jan. 2022.

SOARES, Yasmin de Castro. Atitudes tomadas por empreendedores de Minas Gerais diante do cenário pandêmico. 2021. Universidade Federal de Alfenas. Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Monografia de Graduação). Disponível em: < sistemas.unifal-mg.edu.br/app/lib/classes/arquivo.php?acao=download&nomePasta=piepex/discente/arquivosTCP&nomeArquivo=_TCP__YASMIM_FINAL_6151acc123f58.pdf.>. Acesso em: 04 out. 2022.

VITÓRIA, Marlene de Fátima Costa; MEIRELES, Eduardo. O microempreendedor em tempos de pandemia: uma análise do impacto econômico em cenário de crise. Brazilian Applied Science Review, Curitiba, v., n.1, p. 313-327, jan., 2021.