REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7324835
Nayara Rosa de Medeiros1
Iara Maria Pires Perez2
RESUMO
O novo cenário da pandemia do COVID-19 deparou – se com um colapso no sistema de saúde e nas unidades hospitalares, principalmente pela alta demanda de internação, escassez de recursos humanos e materiais para suprir o gerenciamento de cuidado e também por limitação de leitos disponíveis. Dentre essa lacuna, a pandemia do COVID-19 trouxe olhares diferenciados quando comparados com outras patologias: a questão da saúde mental, principalmente nos profissionais de enfermagem. Ainda mais, por ser uma enfermidade desconhecida, com disseminação rápida e sem tratamento específico gerando medo, níveis elevados de ansiedade e depressão. O objetivo deste estudo é analisar os principais impactos do Covid-19 à saúde mental dos profissionais de enfermagem. Tem uma abordagem do tipo descritiva, bibliográfico em bases do Google Acadêmico, Scielo, Decs. Os artigos encontrados e utilizados indicam a sobrecarga de serviços, remuneração baixas, falta de equipamentos individuais pouco disponíveis, o medo, a ansiedade, o desconhecimento da patologia potencializaram o comprometimento da saúde mental dos profissionais de enfermagem deixando vulneráveis para o desenvolvimento de depressão, síndrome do pânico e Burnout, e ansiedade, a depressão. Desse modo, atenta-se para importância de medidas urgentes com esses profissionais a fim de preservar a integridade física e mental, justamente pela conjuntura às quais estão expostas diretamente com a patologia através de acolhimento, escuta ativa e acompanhamento psicológico com a finalidade de minimizar esses sentimentos que afetam o mental.
Palavras-chave: COVID-19. Saúde Mental. Profissionais de Enfermagem.
ABSTRACT
The new scenario of the COVID-19 pandemic faced a collapse in the health system and in hospital units, mainly due to the high demand for hospitalization, shortage of human and material resources to supply care management and also due to the limitation of available beds. Among this gap, the COVID-19 pandemic brought different perspectives when compared to other pathologies: the issue of mental health, especially in nursing professionals. Even more, because it is an unknown disease, with rapid spread and without specific treatment, generating fear, high levels of anxiety and depression. The objective of this study is to analyze the main impacts of Covid-19 on the mental health of nursing professionals. It has a descriptive, bibliographic approach based on Google Scholar, Scielo, Decs. The articles found and used indicate the overload of services, low remuneration, lack of little available individual equipment, fear, anxiety, lack of knowledge of the pathology potentiated the commitment of the mental health of nursing professionals, leaving them vulnerable to the development of depression, syndrome from panic and Burnout, and anxiety, to depression. In this way, attention is paid to the importance of urgent measures with these professionals in order to preserve physical and mental integrity, precisely because of the situation they are exposed directly to the pathology through reception, active listening and psychological monitoring in order to minimize these feelings that affect the mind.
Keywords: COVID-19. Mental health. Nursing Professionals.
1 INTRODUÇÃO
O novo coronavírus (SARS-CoV-2) surgiu na China em dezembro de 2019 provocando a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nos seres humanos (BARBOSA et al., 2020). Segundo Bezerra et al. (2020) o coronavírus não só afeta a parte respiratória, mas também, gastrointestinal, refere-se a um vírus RNA (Ácido Ribonucleico) da ordem Nidovirales, da família Coronaviridae, podendo agravar em grupos de risco, idosos e crianças. Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS), configura-se estado de pandemia o surto mundial provocado pelo novo coronavírus, conhecido como COVID -19.
A sua transmissibilidade ocorre de forma rápida atingindo todos os continentes, tornando-se uma das maiores Pandemia Mundial. A transmissão se dá através de gotículas respiratórias, contato próximo e materiais contaminados como veículo dessa disseminação (BEZERRA et al., 2020). Logo, consequentemente, um novo cenário foi marcado por inumeráveis internações com quadro de pneumonia, com agente etiológico desconhecido e isolado, evoluindo para complicações respiratórias graves (BARBOSA et al., 2020).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil em abril de 2020 foram registrados 2.222.699 casos confirmados, com 1.14.995 óbitos e já ocupava o 11º lugar em ambos. Assim, a demanda pela procura por unidades de saúde cresceu de forma significativa, bem como também, exigia um maior envolvimento dos profissionais da saúde (BARBOSA et al., 2020).
Diante desse novo cenário deparou – se com um colapso no sistema de saúde e nas unidades hospitalares, principalmente pela alta demanda de internação, escassez de recursos humanos e materiais para suprir o gerenciamento de cuidado e por limitação dos leitos. Nesse sentido, foi possível visualizar o despreparo dos países no enfrentamento da patologia, mas também, a visibilidade de uma sucessão de fragilidades associadas ao sistema de saúde, que na verdade sempre existiu e no momento atual é vista com maior nitidez (RAMOS-TOESCHER et al., 2020).
Nesse ínterim, a equipe de enfermagem atua na linha de frente à assistência aos cuidados com maior complexidade técnica requerendo tomada de decisão imediata e conhecimentos técnicos -científicos, no entanto, destaca-se nos protocolos do Ministério da Saúde relacionados à pandemia (BARBOSA et al., 2020).
Dentre essa lacuna, a pandemia do COVID-19 trouxe olhares diferenciados quando comparados com outras patologias: a questão da saúde mental, principalmente nos profissionais de enfermagem. Ainda mais, por ser uma enfermidade desconhecida, com disseminação rápida e sem tratamento específico gerando medo, níveis elevados de ansiedade e depressão (BARBOSA et al., 2020). Ademais, as condições de trabalho instáveis, infraestrutura inadequada, excesso de carga horária, escassez de equipamento de proteção individual (EPI), contato direto com pacientes com COVID-19 e falta de treinamento potencializam o desgaste do profissional, adoecimento físico e psicológico (BEZERRA et al., 2020).
Além disso, esses fatores são atribuídos também pelo aumento da carga de trabalho, medo de contaminar a si próprio ou os familiares e a desinformação acerca da patologia (BARBOSA et al., 2020). Desse modo, percebe-se que inúmeras causas se associam ao desencadeamento de síndromes e transtornos fragilizando ainda mais a equipe de enfermagem gerando uma preocupação na continuidade da assistência de cuidados (BEZERRA et al., 2020). Assim, busca evidenciar quais os impactos da pandemia da COVID -19 à saúde mental dos profissionais de enfermagem e quais fatores contribuem para esse esgotamento psicológico.
Diante disso, o estudo tem como objetivo analisar os principais impactos do Covid-19 à saúde mental dos profissionais de enfermagem. Já os objetivos específicos consistem em descrever brevemente sobre o COVID-19; identificar os principais impactos na saúde mental dos profissionais; apontar fatores que contribuem para esse desgaste psicológico e destacar as principais estratégias de enfrentamento na enfermagem.
A necessidade de desenvolvimento de pesquisas que contemplem esse tema, é de suma importância onde busca-se identificar e analisar os principais fatores que contribuem para esse impacto nos profissionais de saúde. Além disso, esse estudo pode auxiliar outros profissionais que trabalham na linha de frente como ferramentas para ajudar a minimizar esse complexo de sintomas.
2 METODOLOGIA
Trata- se de uma pesquisa descritiva, bibliográfica, realizada por meio de uma revisão integrativa da literatura, a partir de um problema levantado onde busca investigar e sintetizar as pesquisas disponíveis sobre determinada temática e direciona a prática fundamentando-se em conhecimento científico.
A busca dos artigos foi realizada no banco de dados das bases do Google Acadêmico, Scielo, Decs, utilizando os descritores como COVID-19, saúde mental e profissionais de enfermagem. Para inclusão do trabalho foram selecionados artigos seguindo os objetivos para elaboração que estejam disponíveis com texto completo, redigidos em português, espanhol e inglês, perfazendo o período de 2019 a 2022. Os critérios de exclusão serão voltados para artigos disponíveis apenas em resumo e citações e que não atendam aos objetivos propostos.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 COVID -19
O coronavírus recebeu esse nome no ano de 1965 resultante do perfil microscopia eletrônica análogo a uma coroa. No ano de 2002 e 2003 na China, surgiu um tipo específico de Coronavírus, SARS- Cov, provocando um surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Assim no ano de 2019 na cidade de Wuhan na China, uma nova cepa do coronavírus, denominada SARS-Cov-2 expandiu de forma rápida a nível mundial, vindo em março de 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar situação de pandemia do COVID-19 (HARAD et al., 2021).
Vale salientar, que depois de três anos de pandemia reduziu os atendimentos de pacientes suspeitos ou confirmados de infecção, em virtude da expansão da vacina no mundo. Entretanto, os desafios decorrentes da pandemia, principalmente, nos profissionais da enfermagem devem ser valorizados, visto que o desgaste mental continua presente em suas atividades fortalecido pela jornada de trabalho duplicada, por falta de equipamentos de proteção e pelo surgimento de novas patologias que requerem medidas de prevenção e controle. Nesse viés, a segurança do profissional deve permanecer como prioridade, bem como, a qualidade de assistência do paciente (HARAD et al.,2021).
A transmissão ocorre através do contato próximo por pequenas partículas líquidas expelidas durante a tosse, fala ou espirro. Os sinais e sintomas da COVID -19 é importante diferenciar das demais patologias respiratórias, os mais comuns refere-se tosse, dispneia, anosmia, fadiga, mialgia, febre, dor de garganta, náuseas, tontura e distúrbios abdominais, contudo, aproximadamente 20 a 30% dos indivíduos podem ser assintomáticos e transmitir a patologia. Outros sintomas são identificados como o tromboembolismo, alterações cardíacas, hepáticas, neurológicas, renais e dermatológicas (MENDES et al., 2021).
As manifestações clínicas do COVID-19 cursam de forma gradual e leve como febre, cansaço, tosse seca, dores musculares, cefaléia, congestão nasal e diarreia (SOUZA et al., 2021). Por outro lado, os casos mais graves progridem para SRAG, lesão cardíaca e lesões secundárias (BEZERRA et al., 2020).
O Brasil em novembro de 2020 continuou sendo o país com maior taxa de infecção e com mais de 614 mil óbitos e a preocupação em decorrência do surgimento das novas variantes representa um maior risco global (MENDES et al., 2021). Em maio de 2021 foram notificados 55.685 novos casos e 780 óbitos de profissionais de enfermagem em decorrência da pandemia (SILVA; OLIVEIRA, 2021).
3.2 Fatores que contribuem para o desgaste mental
Alguns fatores identificados por Montelo et al. (2021) contribuem para o desgaste mental como a intensificação do estresse por ser um ambiente em que o profissional tem de lidar com a dor, sofrimento, morte, com condições precárias de insumos, remuneração abaixo do esperado, sobrecarga na jornada de trabalho gerador de estresse e ansiedade apontado como escape para erros na administração de medicamentos e acidentes de trabalho. Também a falta de equipamentos de proteção individual (EPI’s) expõe o profissional ao risco de contaminação e consequentemente aumenta esse contágio e provoca afastamento e diminuição do profissional. Outro agravamento é quanto a falta de treinamento suficiente levando a um risco ocupacional.
Para Queiroz et al. (2021) no estudo realizado o novo contexto pandêmico trouxe insegurança, medo, ainda mais que, os profissionais apresentavam insegurança no trabalho, incapacidade para lidar com o novo, desvalorização da profissão, falta de conhecimento acerca do vírus e da patologia, falta de treinamento para lidar com essa problemática. Além disso, o risco de contaminação, o sentimento de morte, da convalescência de outros colegas de trabalho, a mudança de posição de profissional a paciente leva a uma sobrecarga emocional e física.
Ademais disso, as condições de trabalho acentuam essa problemática pela sobrecarga de trabalho, condições insalubres, escassez de materiais, mudanças de rotinas, inadaptações estimulam a insegurança e fragilizam o psicossocial (QUEIROZ et al., 2021). No estudo de Nascimento et al. (2021) a equipe de enfermagem durante a pandemia relatou medo de contrair e transmitir a patologia; os cuidados de higiene e prevenção tornaram questões de preocupação exagerada; locais com estrutura física e humana comprometida para o enfrentamento da pandemia.
Nesse viés, Noal, Passos e Freitas (2020) apontam que o impacto social está relacionado à vulnerabilidade do indivíduo e a magnitude da epidemia. Assim alguns fatores impactam esse problema, como a falta de equipamento de proteção individual (EPI), adaptação a novos protocolos de biossegurança; risco de contaminação; preocupações com a família e filhos; sintomas comuns com outras patologias (no caso a febre); e deslocamento social. Além disso, desencadeiam sensações de irritabilidade, impotência, intensifica sentimentos de desamparo, solidão, tédio com reações comportamentais tais como alterações no apetite, no sono e conflitos interpessoais.
3.3 Os principais impactos na saúde mental da equipe de enfermagem
A enfermagem segundo Silva e Oliveira (2021) é considerada uma profissão nuclear. No Brasil, a categoria de enfermagem atuante é estimada em 2 milhões de profissionais e no mundo 28 milhões em diversas estruturas organizacionais do sistema. Desse modo, a pandemia do COVID- 19 expôs e intensificou a atenção desses profissionais em relação à saúde mental.
Segundo Nascimento et al. (2021) afirma em seu estudo que mais de um terço dos profissionais de enfermagem sofreram impactos devido à pandemia. Dentre eles, destacam-se os transtornos mentais tais como a Síndrome de Burnout, a ansiedade, a depressão. Logo, evidencio que os profissionais suspeitos ou diagnosticados com COVID-19 houve uma maior prevalência de adoecimento mental e nos últimos 12 meses 30,4% apresentava alguma patologia mental e 72,50% realizam psicoterapia como prática de autocuidado.
Esse acometimento mental é atribuído a pandemia e ao ambiente de trabalho desfavorável por salários inferiores, jornada de trabalho duplicada e longas, déficit nos recursos físicos e equipamentos, discriminação social e recursos humanos poucos para demanda (NASCIMENTO et al., 2021). Para Oliveira et al. (2022) identificaram os principais impactos na saúde mental como a ansiedade, o estresse, a alteração no sono, o medo que gera transtornos de ansiedade, síndrome de Burnout e depressão.
A enfermagem é uma profissão que tem grandes exigência lidar com vários cenários de perda, dor, sofrimento, morte juntamente com as condições desfavoráveis do trabalho e a remuneração baixa contribuem para o desenvolvimento do estresse, da síndrome de burnout com sérios desgastes físico e psíquico dos profissionais (HUMEREZ; OHL; SILVA, 2020). Além disso, a perda da qualidade de sono, o medo de infectar os membros das famílias, a sobrecarga do trabalho e a ansiedade intensifica os problemas psíquicos (SILVA; OLIVEIRA, 2021).
Os principais e sintomas identificados no sofrimento psíquico são, em sua maioria, a ansiedade, depressão, insônia, estresse, estresse pós-traumático, medo, esgotamento físico e mental, angústia e síndrome de Burnout (MANTELO et al., 2021). Em consoante com Noal, Passos e Freitas (2020) os sinais mais comuns figurados aos profissionais durante a pandemia são: dores no corpo persistentes; inquietação; desesperança; fraqueza; baixa energia e concentração; insônia; irritabilidade; falta de apetite, tremores e resistência para relaxar.
O novo cenário da pandemia trouxe inúmeros sentimentos, não só para a equipe de saúde, mas também para sociedade. Os aspectos comportamentais, físicos e psicológicos sofrem efeitos negativos que levam à tristeza, angústia, medo, incerteza, insônia, sentimento de incapacidade, o crescente consumo de drogas, álcool, tabaco, dores, preocupações e falta de energia (RAMOS-TOESCHER et al., 2020).
No contexto da enfermagem engloba também transtorno de pânico, estresse, insônia, irritabilidade, raiva, indícios de comportamentos suicidas comprometendo à saúde mental dos profissionais (SOUZA et al., 2020). Além do mais, outros impactos negativos na saúde desses profissionais são identificados como síndrome de Burnout; contaminação do coronavírus; transtorno do estresse pós-traumático; automedicação em decorrência do cansaço ou adoecimento mental (SOUZA E SOUZA; SOUZA, 2020).
Vale salientar que os desgastes psíquicos que acarreta os profissionais como supracitado não só afeta ele, mas também, tem impacto negativo no desempenho do trabalho resultando em comprometimento na qualidade da assistência e na segurança do paciente (OLIVEIRA; SOARES, 2021).
Segundo Bezerra et al. (2020) corrobora com outras implicações na saúde mental como angústia, distúrbios de sono, transtorno compulsivo obsessivo (TOC), exaustão e níveis altos de insatisfação, além da discriminação social por ter adquirido a patologia. Mediante isso, Souza et al. (2020) aborda que estratégias devem ser implementadas como o fortalecimento da equipe; promover a comunicação efetiva com a equipe multiprofissional; discussão dos casos; descansar entre os turnos; adotar uma boa alimentação, atividade física; partilhar as experiências vivenciadas; desenvolver um canal de apoio de psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupais oferecendo escuta ativa contribuem de forma efetiva essa sobrecarga de sentimentos.
3.4 Estratégias de enfrentamento aos agravos mentais na enfermagem
A equipe de enfermagem tem destaque no enfrentamento do COVID-19 em vários aspectos como à prestação de assistência diretamente ao paciente, maior tempo com o paciente, porém, essa nova problemática tem ocasionado um impacto na saúde mental do profissional. Diante dessa situação, é importante o desenvolvimento de estratégias que venham minimizar esses efeitos como uma menor carga de horário de trabalho, conscientização nos cuidados de higiene, um maior período de descanso, uma escuta sensível e cuidadosa e apoio psicológico (PRIGOL, SANTOS, 2020).
Ademais, é nítido observar que a saúde mental dos profissionais de enfermagem que atuam na pandemia do Covid-19 não pode ser negligenciada. Assim, a educação em saúde é uma estratégia eficaz nesse meio, já que, é uma atuação da enfermagem essa medida, todavia, essas ações educativas precisam ser remodeladas devido o advento da pandemia e o distanciamento social, resultando e recorrendo às ferramentas das mídias socias (OLIVEIRA, 2022).
Desse modo, a educação em saúde proposta pelo estudo de Oliveira et al. (2022) buscou ajudar os profissionais por meio de intervenções como vídeos explicativos sobre a ansiedade, a exaustão do trabalho abordando técnicas de relaxamento muscular, meditação, ioga, uma alimentação nutritiva como banana, batata, castanha de caju e couve-flor, a busca por momentos de descontração um filme, uma leitura, uma música onde contribuiu para redução dos impactos gerados pela sobrecarga do trabalho e a ansiedade.
Outrossim, o acompanhamento psicológico na pandemia permite uma relação interpessoal que possibilita ao profissional de saúde ressignificar os valores pessoais e assim desenvolver habilidades para o enfrentamento na prática assistencial (MANTELO et al., 2021).
Para assegurar uma qualidade de vida ao profissional é necessário o gestor desenvolver estratégias para a recuperação da saúde e evitar maior adoecimento. A capacitação em psicoeducação busca fortalecer as relações da e equipe, aliviando os sofrimentos. A psicoterapia tem por finalidade identificar o sofrimento psíquico que afeta a rotina de modo negativo.
Também ações como o atendimento remoto aos profissionais mostra -se eficaz no suporte emocional garantindo uma continuidade na assistência e amparando quanto aos sentimentos, medos e angústias e abre portas para atividades futuras nesse sentido (RAMOS-ROSCHER et al.2020). Já para Queiroz et al. (2021) abre um leque para a implantação de programas de promoção do cuidado em saúde mental, rastreamento e monitoramento precisam ser efetivados.
Nesse contexto, fica nítido que a pandemia fortaleceu fatores já existentes nos serviços de saúde que agravam às condições da saúde mental do profissional e reforça a importância das necessidades de espaços para o acolhimento e escuta ativa desse profissional e também acompanhamento psicológico (SILVA; OLIVEIRA, 2021).
4 CONCLUSÃO
O surgimento do COVID -19 resultou em um crescente número de internações e óbitos, elevando a demanda dos sistemas de saúde com sobrecarga da utilização de recursos humanos, porém, logo foi possível observar os efeitos negativos à saúde mental dos profissionais de saúde. Com o advento da pandemia, é notável a intensificação dos desafios enfrentados pelos profissionais acarretando em adoecimento psíquico com impacto na vida pessoal e profissional.
Desse modo, os profissionais de enfermagem lidam desde a admissão do paciente até a alta, envolvendo desde o diagnóstico até o tratamento. A falta de conhecimento acerca da nova patologia; a carga de trabalho excessiva; a disponibilidade inadequada de equipamento de proteção individual (EPI); a alta taxa de infecção entre os trabalhadores contribuem para os resultados psicológicos adversos, bem como, são os profissionais com maior vulnerabilidade psicológica.
Nesse viés, com esse novo cenário intensificou e houve um aumento significativo dos casos de depressão, ansiedade e exacerbação dos problemas da qualidade do sono e de sintomas de saúde mental pré-existentes, com importante impacto emocional e físico nos profissionais de saúde.
Portanto, é importante que as medidas de apoio, de fortalecimento e de acompanhamento perdurem por um largo prazo devido as sequelas serem intensas e profundas no profissional de saúde. Só assim, será possível minimizar os impactos psíquicos provocados por essa pandemia.
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1Acadêmica do 10º período do Curso de Enfermagem do Centro Universitário do Sudoeste Goiano.
2Professora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário do Sudoeste Goiano, e orientadora da pesquisa.