IMPACT OF RESPONSE TIME IN THE PREHOSPITAL CARE SERVICE IN SEVERE TRAUMA CASES.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411101221
Anderson Remes Bichofe1
Bruna Lacerda do Nascimento de Jesus2
Fábio Augusto Elicker de Brito3
Janice Machado Camargo Pereira4
Nargiana Hoffmann5
Sandro Freitas Pereira6
Sandy Evers7
Sara Evers8
Suelen da Silva Barros9
Victor Hugo Lopes da Silva10
RESUMO
O trauma grave é uma das principais causas de mortalidade global, especialmente entre jovens. A eficiência do atendimento pré-hospitalar é crucial para a sobrevivência desses pacientes, e o tempo de resposta das equipes de emergência, definido como o intervalo entre a notificação e a chegada ao local, assume papel vital. Este artigo investiga a correlação entre o tempo de resposta e a mortalidade em pacientes com trauma grave, por meio de uma revisão bibliográfica. Estudos demonstram que a redução desse tempo está diretamente associada a melhores desfechos clínicos. O conceito da “hora dourada”, período crítico de 60 minutos após o trauma, é amplamente aceito, pois intervenções rápidas aumentam as chances de sobrevivência. A demora na chegada da equipe pode agravar as lesões e elevar a mortalidade. Fatores como localização, infraestrutura e recursos disponíveis influenciam esse tempo. Em áreas rurais, por exemplo, o tempo de resposta tende a ser maior, prejudicando os resultados. A literatura sugere que o tempo ideal de resposta seja inferior a 8 minutos. Cada minuto adicional reduz significativamente as chances de sobrevivência, especialmente em lesões graves como hemorragias ou traumas cranianos. Para enfrentar esses desafios, estratégias como ampliação da cobertura de ambulâncias, uso de geolocalização e melhoria na capacitação das equipes são essenciais. Além disso, a educação da população em primeiros socorros pode ser vital até a chegada dos serviços médicos. Conclui-se que minimizar o tempo de resposta deve ser uma prioridade na otimização dos serviços de emergência.
PALAVRAS-CHAVE: Tempo de resposta, trauma grave, mortalidade, atenção pré-hospitalar, emergências médicas, hora dourada e intervenção precoce.
ABSTRACT
Severe trauma is one of the leading causes of mortality worldwide, especially among young people. The efficiency of pre-hospital care is crucial for the survival of these patients, and the response time of emergency teams, defined as the interval between notification and arrival onsite, plays a vital role. This article investigates the correlation between response time and mortality in patients with severe trauma through a comprehensive literature review. Studies show that reducing response time is directly associated with better clinical outcomes. The concept of the “golden hour,” the critical 60-minute period following trauma, is widely accepted, as rapid interventions significantly increase the chances of survival. Delays in the arrival of emergency teams can worsen injuries and raise mortality rates. Factors such as location, infrastructure, and available resources influence response time. In rural areas, for instance, response time tends to be longer, negatively impacting patient outcomes. The literature suggests that the ideal response time should be less than 8 minutes. Each additional minute significantly reduces survival chances, particularly in severe cases like hemorrhage or traumatic brain injuries. To address these challenges, strategies such as expanding ambulance coverage, utilizing geolocation technology, and improving team training are essential. Moreover, public education in basic first aid can be critical until professional medical services arrive. In conclusion, minimizing response time should be a top priority in optimizing emergency services. Investments in technology, resource expansion, and community education are central to ensuring that pre-hospital care is delivered quickly, effectively, and accessible to all patients, regardless of geographic location.
KEYWORDS: response time, severe trauma, mortality, pre-hospital care, medical emergencies, golden hour and early intervention.
1. INTRODUÇÃO
O trauma grave é uma das principais causas de mortalidade e morbidade em todo o mundo, representando um problema significativo de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), acidentes de trânsito, quedas, violência e outras formas de trauma resultam em milhões de mortes anualmente, especialmente em países de baixa e média renda. Entre os jovens, os traumas são uma das principais causas de óbito, configurando um grande desafio para os sistemas de saúde. Dentro deste contexto, a resposta rápida e eficiente dos serviços de emergência é essencial para melhorar as taxas de sobrevivência e minimizar as complicações a longo prazo.1-3
O termo “hora de ouro” refere-se ao período crítico de 60 minutos após um trauma grave, durante o qual as intervenções médicas oportunas são vitais para prevenir a mortalidade e melhorar o prognóstico do paciente. Durante este tempo, os esforços pré-hospitalares se concentram na estabilização do paciente, controle de hemorragias, garantia das vias aéreas e prevenção do choque, todos passos cruciais para evitar o agravamento do quadro clínico. No entanto, o sucesso dessas intervenções depende, em grande medida, do tempo decorrido entre o incidente traumático e a chegada da equipe médica de emergência ao local.1-4
O tempo de resposta pré-hospitalar é definido como o intervalo entre a ativação dos serviços de emergência e a chegada da equipe de atendimento ao local do incidente. Esse tempo inclui o período necessário para mobilizar a equipe de emergência, deslocar-se até o local do trauma e iniciar as intervenções críticas. Diversos estudos têm demonstrado que a redução no tempo de resposta está diretamente associada a melhores desfechos clínicos e a uma maior chance de sobrevivência em pacientes com trauma grave. Em contrapartida, tempos de resposta prolongados estão associados a um aumento na mortalidade e nas complicações, o que ressalta a importância de otimizar este aspecto dos sistemas de atendimento pré-hospitalar.1-4
Vários fatores influenciam o tempo de resposta, como a localização geográfica do incidente, a infraestrutura viária, a disponibilidade de ambulâncias e de pessoal capacitado, além das condições climáticas. Em áreas urbanas densamente povoadas, por exemplo, o tráfego pode ser um fator limitante, enquanto em zonas rurais, a distância e a falta de serviços médicos acessíveis podem aumentar significativamente o tempo de chegada das equipes de emergência. Globalmente, as disparidades entre os recursos disponíveis em diferentes regiões são notáveis, afetando a capacidade de resposta dos sistemas de saúde pré-hospitalar.1-3
A desigualdade no acesso a um atendimento médico de emergência em tempo hábil é um problema que agrava as taxas de mortalidade em muitas partes do mundo. As áreas rurais ou remotas costumam ter cobertura limitada de serviços de emergência, resultando em tempos de resposta mais longos e, consequentemente, em piores desfechos clínicos. Essa disparidade é refletida nas taxas de mortalidade por trauma, que são significativamente maiores nessas regiões em comparação com zonas urbanas melhor equipadas. Essa realidade destaca a necessidade de adoção de abordagens que melhorem a equidade na prestação de serviços de atenção pré-hospitalar.2-5
Além das limitações geográficas, a infraestrutura e os recursos humanos também desempenham um papel fundamental no tempo de resposta. A formação contínua e a disponibilidade de pessoal capacitado em primeiros socorros e atendimento pré-hospitalar avançado são essenciais para garantir que as intervenções necessárias sejam realizadas de forma eficiente. No entanto, a falta de capacitação adequada ou de pessoal suficiente pode retardar o atendimento, comprometendo a eficácia do tratamento inicial. Em muitos países, a falta de investimentos nos serviços de emergência e o financiamento insuficiente dos sistemas de saúde contribuem para essas deficiências.1-4
Nos últimos anos, diversas estratégias foram desenvolvidas para melhorar a eficiência dos serviços de emergência e reduzir os tempos de resposta em situações de trauma grave. Entre essas estratégias, destacam-se o uso de tecnologias avançadas, como sistemas de geolocalização e monitoramento em tempo real, que permitem uma melhor coordenação das equipes de emergência. Além disso, a implementação de centros de despacho bem organizados e a melhoria das infraestruturas de transporte podem contribuir significativamente para a redução dos tempos de resposta, particularmente em áreas com desafios logísticos.2-5
Outro enfoque que ganhou relevância é a educação e capacitação da população geral em primeiros socorros. Em muitos casos, as intervenções iniciais realizadas por testemunhas do incidente podem fazer uma diferença crítica na sobrevivência do paciente antes da chegada da equipe de emergência. Programas comunitários de capacitação em técnicas de reanimação cardiopulmonar (RCP) e controle de hemorragias podem ajudar a salvar vidas, especialmente em situações em que o tempo de resposta é maior do que o ideal. Isso ressalta a importância de envolver a comunidade na cadeia de sobrevivência.3-5
A análise da relação entre o tempo de resposta e a mortalidade em trauma grave também levanta a questão de como medir e monitorar eficientemente o desempenho dos serviços de emergência. A padronização de indicadores de desempenho, como tempos de chegada e a eficácia das intervenções, é crucial para identificar áreas de melhoria. A avaliação contínua dos tempos de resposta e seu impacto nos desfechos clínicos pode fornecer dados valiosos para ajustar e otimizar os protocolos de atendimento pré-hospitalar.2-6
A revisão bibliográfica realizada para este estudo examina diversos trabalhos que analisam a correlação entre o tempo de resposta e a mortalidade em pacientes com trauma grave. Os resultados confirmam que uma resposta rápida dos serviços de emergência reduz significativamente as taxas de mortalidade, especialmente em casos de traumas cranianos, lesões abdominais graves e hemorragias massivas. No entanto, esses estudos também sugerem que é necessário implementar melhorias nas infraestruturas e nos sistemas de coordenação de emergências para garantir que os serviços cheguem ao local do incidente no menor tempo possível.4-6
Por fim, é fundamental reconhecer que o trauma grave não apenas impacta diretamente a mortalidade, mas também a qualidade de vida a longo prazo dos sobreviventes. O tratamento oportuno e adequado durante a fase pré-hospitalar pode prevenir incapacidades permanentes e complicações que afetem a funcionalidade e o bem-estar do paciente. Assim, a otimização do tempo de resposta não apenas salva vidas, mas também melhora os desfechos funcionais e a qualidade de vida daqueles que sobrevivem a um trauma grave.
Portanto, o tempo de resposta no atendimento pré-hospitalar é um determinante chave para a sobrevivência em situações de trauma grave. Este artigo busca explorar as múltiplas facetas que influenciam esse tempo e propor soluções para otimizar os sistemas de resposta, com o objetivo de reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade da atenção em traumas graves a nível global.
2. MATERIAIS Y MÉTODOS
Este estudo foi desenvolvido como uma revisão da literatura, com o objetivo de coletar e analisar dados de pesquisas anteriores sobre o impacto do tempo de resposta no serviço de trauma agudo pré-hospitalar. A seleção de estudos seguiu critérios rigorosos de inclusão e exclusão para obter uma visão clara das práticas anestésicas mais eficazes e seguras para esse grupo de pacientes. A revisão incluiu publicações em periódicos revisados por pares, teses e diretrizes clínicas publicadas entre 2019 e 2024. Os bancos de dados consultados incluíram Scielo, PubMed, MEDLINE e Scopus, que fornecem uma cobertura abrangente de estudos médicos e biomédicos.
A pesquisa foi realizada usando palavras-chave e combinações como “tempo de resposta”, “trauma grave”, “mortalidade”, “atenção pré-hospitalar”, “emergências médicas” e “intervenção precoce”. Foram incluídos estudos em inglês, espanhol e português, limitando a seleção a artigos com relevância significativa para a prática quanto ao impacto do tempo de resposta no serviço de trauma agudo pré-hospitalar.
Os critérios de inclusão se concentraram em estudos que abordavam o impacto do tempo de resposta no serviço de trauma agudo pré-hospitalar. Foram incluídos estudos observacionais, ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e meta-análises que apresentassem resultados clínicos como complicações perioperatórias, eventos cardiovasculares adversos e mortalidade. Foram excluídos artigos que tratavam exclusivamente de pacientes pediátricos, procedimentos cardíacos ou de natureza diagnóstica, bem como estudos que não apresentavam resultados clínicos claros.
Os critérios de exclusão aplicados visaram garantir a relevância e o foco da revisão. Foram excluídos estudos que não apresentaram dados específicos sobre o tempo de resposta no contexto pré-hospitalar ou que não abordaram diretamente pacientes com trauma grave. Além disso, estudos que se concentravam exclusivamente no atendimento intrahospitalar, sem considerar o tempo de resposta no local do incidente, foram desconsiderados. Também foram excluídas pesquisas publicadas antes de 2019, para evitar informações desatualizadas e menos relevantes às práticas atuais de atendimento emergencial.
A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, comparando os diferentes tempos de resposta no atendimento pré-hospitalar e suas implicações nos desfechos clínicos em casos de trauma grave. Estudos comparativos e meta-análises foram utilizados para identificar padrões e tendências no manejo emergencial desses pacientes. Além disso, foram discutidas as limitações dos estudos revisados, como amostras pequenas ou a ausência de controle rigoroso das variáveis, com o objetivo de avaliar a aplicabilidade dos resultados na prática clínica e na melhoria dos serviços de emergência.
Por fim, os resultados desta revisão foram organizados para fornecer recomendações práticas aos profissionais de emergência no atendimento pré-hospitalar de pacientes com trauma grave. As recomendações incluem a adoção de protocolos de resposta rápida, a importância do monitoramento contínuo no local do incidente e a necessidade de intervenções imediatas para reduzir a mortalidade, como a administração precoce de fluidos e a estabilização das vias aéreas em pacientes críticos. O principal objetivo desta revisão foi destacar as práticas que otimizam a eficácia e os resultados do atendimento em situações de trauma grave, especialmente no que se refere ao tempo de resposta das equipes de emergência.
Além da revisão da literatura, diretrizes clínicas e recomendações de sociedades médicas relevantes também foram consultadas para obter uma visão mais completa e atualizada sobre o impacto do tempo de resposta no atendimento pré-hospitalar em casos de trauma grave. Protocolos de manejo emergencial e resultados clínicos foram analisados para garantir uma abordagem integrada. A incorporação dessas diferentes fontes de informação proporcionou uma compreensão mais abrangente e atualizada da correlação entre o tempo de resposta e a mortalidade em traumas graves.
3. MARCO TEÓRICO
O tempo de resposta no atendimento pré-hospitalar é considerado um dos fatores mais críticos para a sobrevivência de pacientes com traumas graves. Traumas, como acidentes de trânsito, quedas e agressões físicas, são responsáveis por uma significativa parcela de morbimortalidade, especialmente em jovens adultos. Esses incidentes frequentemente resultam em lesões potencialmente fatais, como hemorragias internas, traumas cranioencefálicos e lesões torácicas ou abdominais. Nessas circunstâncias, a rapidez com que o socorro chega ao local do acidente e a qualidade da intervenção realizada nas primeiras horas são essenciais para salvar vidas e minimizar complicações a longo prazo.2-4,7-10
O conceito de “hora dourada” é amplamente aceito na medicina de emergência e se refere ao período crítico de 60 minutos após a ocorrência de um trauma severo. Durante essa janela de tempo, as intervenções rápidas e adequadas podem maximizar a sobrevivência do paciente, especialmente em casos de lesões traumáticas graves. A “hora dourada” se baseia na premissa de que as chances de sobrevivência e recuperação diminuem significativamente se o paciente não receber tratamento adequado durante essa primeira hora. Por isso, a intervenção precoce visa estabilizar o paciente até que ele possa ser transportado para um hospital com estrutura para realizar procedimentos cirúrgicos ou outros tratamentos definitivos.3-6,8-10
Um dos principais desafios para garantir uma resposta eficaz durante essa janela crítica é a logística do atendimento pré-hospitalar. Em muitos países, o tempo de resposta das equipes de emergência é afetado por uma série de variáveis, como o tráfego, a distância até o local do incidente, a disponibilidade de ambulâncias e as condições geográficas. Estima-se que, para casos de trauma grave, o tempo de resposta ideal deve ser inferior a 8 minutos. No entanto, esse parâmetro é frequentemente difícil de alcançar, especialmente em áreas rurais ou regiões com infraestrutura deficiente, onde os tempos de resposta tendem a ser mais longos.4-8,10-13
O atendimento pré-hospitalar inclui uma série de intervenções que podem ser realizadas antes da chegada ao hospital, como o controle de hemorragias, a estabilização das vias aéreas e a imobilização de fraturas. Essas intervenções são fundamentais para evitar a deterioração do estado clínico do paciente durante o transporte. Quando o tempo de resposta é curto, os socorristas podem intervir de maneira eficaz para estabilizar o paciente, aumentar suas chances de sobrevivência e reduzir o risco de complicações no longo prazo. Além disso, o uso adequado de equipamentos, como ventiladores portáteis e desfibriladores, é essencial para garantir o manejo inicial das lesões.4-8,10-13
Outro conceito relevante é a triagem pré-hospitalar, que envolve a avaliação rápida das condições do paciente no local do incidente. A triagem permite que os profissionais identifiquem quais pacientes necessitam de atendimento imediato e priorizem o transporte para unidades de trauma especializadas. Esse processo é especialmente importante em cenários com múltiplas vítimas, onde a alocação de recursos precisa ser feita de forma eficiente. A qualidade da triagem depende da capacitação e da experiência das equipes de socorro, bem como da comunicação eficiente entre os centros de controle e os hospitais receptores.4-8,10,12-15
Estudos internacionais demonstram que a redução do tempo de resposta está diretamente correlacionada com a redução da mortalidade. Uma pesquisa realizada no Reino Unido revelou que pacientes que receberam atendimento pré-hospitalar em menos de 8 minutos apresentaram uma taxa de sobrevivência significativamente maior em comparação com aqueles que esperaram mais de 10 minutos. Outro estudo nos Estados Unidos indicou que cada minuto adicional no tempo de resposta está associado a um aumento de 10% na mortalidade em casos de trauma grave, especialmente em lesões que envolvem hemorragias severas ou traumas craniocerebrais.6-8,13-15
No entanto, a eficiência do sistema de atendimento pré-hospitalar depende de uma infraestrutura robusta e bem coordenada. Em países com sistemas de emergência bem estabelecidos, como Alemanha e Suécia, o tempo de resposta é frequentemente inferior ao de países com menos recursos. Isso se deve à maior disponibilidade de ambulâncias, à implementação de sistemas avançados de geolocalização e à formação contínua das equipes de socorristas. Além disso, esses países investem em unidades móveis de terapia intensiva, que permitem a realização de procedimentos mais complexos ainda no local do incidente ou durante o transporte.4-8,10,12-15
Por outro lado, regiões rurais e áreas com infraestrutura limitada enfrentam grandes desafios no atendimento pré-hospitalar. Nessas áreas, o tempo de resposta é geralmente mais longo, devido à escassez de ambulâncias, às grandes distâncias e às dificuldades no acesso aos locais de acidente. Estudos indicam que, em algumas áreas rurais do Brasil, o tempo médio de resposta pode ultrapassar 20 minutos, o que compromete significativamente as chances de sobrevivência dos pacientes. Esses dados reforçam a necessidade de melhorar o acesso a serviços de emergência em áreas geograficamente isoladas, bem como de capacitar a população local em primeiros socorros para fornecer atendimento básico enquanto as equipes de emergência não chegam.6-8,13-15
A capacitação dos profissionais envolvidos no atendimento pré-hospitalar é outro fator crucial para a eficiência desse sistema. As equipes de socorristas devem ser treinadas para realizar intervenções rápidas e eficazes, muitas vezes sob condições adversas. O treinamento contínuo em técnicas de reanimação, controle de hemorragias e manuseio de traumas é essencial para garantir que os profissionais estejam preparados para lidar com uma ampla gama de cenários. Além disso, a simulação de incidentes de múltiplas vítimas, que replicam situações de trauma em larga escala, tem sido cada vez mais utilizada para melhorar a prontidão das equipes de emergência.8,13-15
Além da capacitação das equipes, a tecnologia desempenha um papel fundamental na otimização do tempo de resposta. O uso de sistemas de geolocalização e navegação avançada permite que as equipes de emergência encontrem rotas mais rápidas até o local do incidente, minimizando o tempo de deslocamento. Além disso, os sistemas de despacho avançado, que utilizam algoritmos para alocar recursos de forma eficiente, podem melhorar significativamente a resposta a emergências. Em alguns países, drones têm sido usados para transportar equipamentos médicos essenciais, como desfibriladores automáticos, para áreas de difícil acesso, acelerando o início das intervenções.8,13-15
A comunicação entre os serviços de emergência e os hospitais também é um aspecto crítico para o sucesso do atendimento pré-hospitalar. Uma comunicação eficiente permite que os hospitais se preparem adequadamente para receber os pacientes com trauma grave, garantindo que a equipe e os recursos necessários estejam disponíveis assim que o paciente chegar. Além disso, a transmissão de informações em tempo real sobre o estado do paciente permite que decisões clínicas sejam tomadas de forma mais rápida, melhorando os desfechos clínicos.6-8,11-16
No contexto da gestão de emergências em massa, como desastres naturais ou grandes acidentes, a importância do tempo de resposta é ainda mais evidente. Nesses cenários, a capacidade de coordenar a resposta de várias equipes e distribuir os recursos de forma eficiente é essencial para minimizar o número de vítimas fatais. As experiências em grandes desastres, como o terremoto no Haiti em 2010 ou o furacão Katrina nos Estados Unidos, mostraram que a rapidez na resposta pode ser um fator decisivo para salvar vidas em situações de catástrofe.6-8,11-16 A educação da comunidade em técnicas de primeiros socorros também pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar os resultados em casos de trauma grave. Em situações onde o tempo de resposta é mais longo, a capacidade de leigos para realizar intervenções básicas, como a reanimação cardiopulmonar (RCP) ou o controle de hemorragias, pode aumentar significativamente as chances de sobrevivência dos pacientes. Em países como a Noruega e o Japão, onde grande parte da população tem treinamento básico em primeiros socorros, os resultados pré-hospitalares são superiores, mesmo em áreas rurais.6-8,11-16
Por fim, a pesquisa contínua sobre o impacto do tempo de resposta no atendimento préhospitalar é essencial para orientar políticas de saúde e melhorias no sistema de emergência. Estudos que avaliam diferentes estratégias de redução do tempo de resposta, bem como as tecnologias emergentes, são fundamentais para avançar no conhecimento e na prática da medicina de emergência. Essas pesquisas fornecem as bases científicas necessárias para o desenvolvimento de protocolos mais eficientes e de melhores práticas para salvar vidas em situações de trauma grave.5-8,13-16
Así, o tempo de resposta no atendimento pré-hospitalar é um fator determinante para a redução da mortalidade em traumas graves. As intervenções rápidas, realizadas dentro da “hora dourada”, são essenciais para a estabilização inicial dos pacientes, e os esforços para otimizar esse tempo devem ser uma prioridade global para melhorar os sistemas de emergência e salvar mais vidas.8-11,13-16
Além dos fatores já discutidos, é importante destacar o papel das políticas públicas na otimização do tempo de resposta no atendimento pré-hospitalar. Governos em todo o mundo têm implementado diferentes estratégias para reduzir a mortalidade por trauma grave, focando na melhoria da infraestrutura de transporte, na alocação de recursos e na expansão da cobertura de serviços de emergência. Em alguns países, como os Estados Unidos, a integração de helicópteros para o transporte aeromédico tem demonstrado ser uma solução eficaz para reduzir o tempo de resposta em áreas de difícil acesso ou em grandes centros urbanos com tráfego intenso. O desenvolvimento de políticas que promovam a coordenação entre os diferentes níveis de atendimento e a descentralização dos serviços de emergência são fundamentais para a melhoria dos desfechos clínicos.8-11,13-16
Outro aspecto a ser considerado é a avaliação contínua do desempenho das equipes de emergência. As auditorias clínicas e a análise de desempenho pós-intervenção são ferramentas valiosas para identificar falhas no processo e implementar melhorias. Nos sistemas mais avançados, o uso de indicadores de qualidade, como o tempo de chegada ao local do incidente, o tempo de estabilização no local e o tempo total de transporte até o hospital, é monitorado em tempo real. Essas métricas permitem ajustes rápidos no planejamento e na execução do atendimento pré-hospitalar, garantindo que os tempos de resposta sejam minimizados de forma eficiente. A retroalimentação contínua para as equipes também é essencial para a melhoria constante do atendimento.8-11,13-16
Um ponto complementar é a influência do atendimento pré-hospitalar avançado, realizado por paramédicos e profissionais altamente capacitados. O atendimento realizado por equipes com formação mais avançada, como médicos de emergência que atuam no local do incidente, pode fazer a diferença em casos de traumas complexos. Esses profissionais podem realizar procedimentos médicos avançados, como intubação, toracostomia ou administração de medicamentos específicos, que são fundamentais para estabilizar pacientes em estado crítico. Em países com sistemas bem estruturados, a presença de equipes avançadas é mais comum, e estudos demonstram que sua atuação reduz significativamente a mortalidade e as sequelas em vítimas de trauma grave.10,11,14-16
É igualmente importante mencionar a conscientização da população sobre o uso apropriado dos serviços de emergência. Muitas vezes, o aumento no tempo de resposta é causado pelo uso indevido de ambulâncias para situações não emergenciais, o que sobrecarrega os sistemas de atendimento e retarda a resposta em casos realmente graves. Campanhas educativas que orientam a população sobre os critérios adequados para chamar uma ambulância e a importância de priorizar os casos mais urgentes podem ser eficazes na redução dessa sobrecarga. Além disso, essas campanhas podem incentivar a prática de primeiros socorros básicos pela população, como mencionado anteriormente, melhorando o atendimento inicial em áreas onde o tempo de resposta pode ser mais longo.12,13-16
Assim, é fundamental considerar o impacto psicológico do trauma, tanto para os pacientes quanto para as equipes de atendimento. O tempo de resposta não só influencia as chances de sobrevivência física, mas também pode afetar significativamente o bem-estar emocional dos envolvidos. Pacientes que recebem atendimento rápido tendem a ter melhores perspectivas de recuperação psicológica, reduzindo o risco de desenvolver transtornos como o estresse póstraumático. Da mesma forma, profissionais que atuam em ambientes de alta pressão e lidam com tempos de resposta prolongados estão sujeitos a níveis elevados de estresse e burnout. A implementação de programas de suporte psicológico para essas equipes pode ajudar a manter a qualidade do atendimento e garantir a saúde mental dos socorristas, assegurando a continuidade de um serviço eficiente e humanizado.
4. RESULTADOS Y DISCUSIÓN
A revisão dos estudos selecionados para este artigo revela uma relação significativa entre o tempo de resposta dos serviços de emergência e a mortalidade em pacientes com trauma grave. O tempo de resposta, definido como o intervalo entre a notificação do incidente e a chegada da equipe de socorro ao local, é um fator crítico que influencia diretamente os desfechos clínicos.
A análise de diversos estudos demonstra que quanto menor o tempo de resposta, maiores são as chances de sobrevivência e melhores os resultados clínicos.
Um dos principais achados da literatura revisada é a noção de “hora dourada”, que estabelece que as intervenções iniciais nas primeiras 60 minutos após o trauma são cruciais para o manejo adequado do paciente. Durante esse período, as ações voltadas para estabilizar o paciente, como o controle de hemorragias e o suporte das funções vitais, podem ser decisivas. Vários estudos destacam que a mortalidade pode ser reduzida em até 20% quando a equipe de emergência chega ao local dentro desse intervalo crítico.2-5,8-10
Em particular, a análise de dados de estudos observacionais indica que o tempo de resposta ideal para a intervenção em casos de trauma grave deve ser inferior a 8 minutos. Isso é especialmente importante em casos de traumas cranioencefálicos e hemorragias massivas, onde cada minuto conta. Um estudo conduzido em ambientes urbanos demonstrou que serviços de emergência que conseguiram manter tempos de resposta abaixo de 6 minutos apresentaram taxas de mortalidade significativamente menores do que aqueles que ultrapassaram esse limite.1,3-5,8-10
Além disso, a revisão evidenciou que a localização geográfica e a infraestrutura local desempenham papéis fundamentais na eficiência do atendimento pré-hospitalar. Regiões urbanas, com melhor infraestrutura e maior número de ambulâncias disponíveis, tendem a reportar tempos de resposta mais rápidos em comparação com áreas rurais, onde a distância e a falta de recursos podem aumentar o tempo necessário para a chegada das equipes de emergência. Isso implica que as disparidades no acesso aos serviços de emergência podem afetar a mortalidade de forma desigual entre diferentes populações.4-6,8-10
Os dados também mostram que os fatores sociais e econômicos impactam o tempo de resposta. Comunidades com menos recursos financeiros frequentemente enfrentam dificuldades na manutenção de serviços de emergência adequados, resultando em tempos de resposta mais longos. Estudos demonstram que a falta de investimento em infraestrutura de emergência pode levar a consequências diretas e negativas na saúde da população, especialmente em situações de trauma.5-8,11-15
A capacitação da equipe de emergência é outro elemento crucial que influenciou os resultados encontrados. Equipes bem treinadas são mais eficientes na avaliação rápida e na intervenção precoce em casos de trauma. Além disso, a implementação de protocolos de atendimento padronizados pode ajudar a otimizar o tempo de resposta e a eficácia das intervenções realizadas no local do acidente. A literatura sugere que programas de formação contínua para os profissionais de saúde podem contribuir significativamente para melhorar a prontidão e a eficácia das equipes de emergência.4-10
Outro ponto importante discutido nos estudos revisados é a utilização de tecnologia para monitorar e melhorar os tempos de resposta. Sistemas de geolocalização e aplicativos de gerenciamento de emergências têm se mostrado eficazes na otimização do deslocamento das ambulâncias, permitindo que as equipes cheguem mais rapidamente ao local do incidente. A integração de dados em tempo real e sistemas de comunicação entre equipes de emergência também se revela fundamental para melhorar a coordenação e reduzir os tempos de espera.5-10
A discussão sobre a importância da participação da comunidade no atendimento de emergências também é significativa. Programas que capacitam os cidadãos em primeiros socorros podem ajudar a estabilizar os pacientes enquanto a equipe de emergência se dirige ao local. Isso pode ser especialmente vital em áreas rurais ou com acesso limitado, onde os tempos de resposta podem ser mais longos. A educação da população em técnicas de suporte básico de vida tem o potencial de salvar vidas, fornecendo cuidados imediatos até que os profissionais cheguem.4,7,9-12
Ainda assim, a revisão destaca que a implementação de mudanças para reduzir o tempo de resposta enfrenta vários desafios. Barreiras financeiras, falta de recursos humanos e limitações na infraestrutura são obstáculos frequentes que precisam ser superados. Além disso, a falta de dados consistentes e atualizados sobre tempos de resposta e resultados clínicos pode dificultar a avaliação e a melhoria contínua dos serviços de emergência.3-5,8-10
A literatura também aponta para a necessidade de maior colaboração entre diferentes serviços de emergência e organizações de saúde para otimizar a resposta a traumas. A criação de redes de atendimento que conectem hospitais, serviços de ambulância e unidades de emergência pode facilitar a troca de informações e a coordenação de esforços em situações críticas. Tais colaborações podem levar a uma abordagem mais integrada e eficaz na gestão de traumas.3,5,9-13
A análise dos resultados indica que, embora existam estratégias comprovadas para reduzir os tempos de resposta e melhorar os desfechos clínicos, ainda há muito a ser feito para garantir que todas as populações tenham acesso a serviços de emergência de alta qualidade. A desigualdade no acesso à saúde, especialmente em áreas menos favorecidas, permanece um desafio significativo que deve ser abordado por meio de políticas públicas e iniciativas comunitárias.3-5,10-15
Evidencia-se desta forma, que o tempo de resposta no atendimento pré-hospitalar é um fator determinante na mortalidade de pacientes com trauma grave. A redução desse tempo não só melhora as taxas de sobrevivência, mas também é essencial para garantir uma melhor qualidade de vida aos sobreviventes. Assim, é imperativo que esforços conjuntos sejam feitos para aprimorar os serviços de emergência, capacitar as equipes e envolver a comunidade, visando a construção de um sistema de saúde mais eficiente e equitativo. As estratégias discutidas neste artigo podem servir como base para futuras pesquisas e intervenções destinadas a otimizar o atendimento a traumas e salvar vidas.5,12-15
Para um entendimento abrangente do impacto do tempo de resposta no atendimento préhospitalar em casos de trauma grave, é necessário considerar a diversidade de situações clínicas enfrentadas por equipes de emergência. O trauma não é uma condição homogênea; ele varia em gravidade, mecanismo de lesão e necessidades específicas de tratamento. Assim, diferentes tipos de trauma, como acidentes automobilísticos, quedas, agressões ou ferimentos por armas de fogo, exigem abordagens distintas, tornando ainda mais crítico o papel do tempo de resposta. Cada tipo de trauma apresenta desafios específicos que influenciam diretamente a estratégia de atendimento, reforçando a importância de uma equipe de emergência bem treinada e capacitada para realizar avaliações rápidas e precisas.1,3-5,8-10
Para um entendimento abrangente do impacto do tempo de resposta no atendimento préhospitalar em casos de trauma grave, é necessário considerar a diversidade de situações clínicas enfrentadas por equipes de emergência. O trauma não é uma condição homogênea; ele varia em gravidade, mecanismo de lesão e necessidades específicas de tratamento. Assim, diferentes tipos de trauma, como acidentes automobilísticos, quedas, agressões ou ferimentos por armas de fogo, exigem abordagens distintas, tornando ainda mais crítico o papel do tempo de resposta. Cada tipo de trauma apresenta desafios específicos que influenciam diretamente a estratégia de atendimento, reforçando a importância de uma equipe de emergência bem treinada e capacitada para realizar avaliações rápidas e precisas.3-5,10-15
A evidência acumulada também sugere que a comunicação eficaz entre os membros da equipe de emergência e outros serviços de saúde é essencial para otimizar os resultados. A implementação de sistemas de comunicação integrados, que utilizam tecnologia para manter todos os profissionais informados sobre a situação do paciente e o que pode ser necessário ao chegar ao hospital, pode reduzir significativamente o tempo de resposta. Essa abordagem não apenas melhora a eficiência do atendimento, mas também assegura que os profissionais possam se preparar para o que está por vir, levando a um manejo mais eficaz assim que o paciente chega ao hospital.9-11,13-16
Outro aspecto relevante é a influência das condições ambientais sobre o tempo de resposta. Em regiões urbanas, o tráfego intenso pode causar atrasos significativos, afetando a capacidade das ambulâncias de chegar rapidamente ao local do incidente. Da mesma forma, condições climáticas adversas, como chuva intensa ou neve, podem comprometer a mobilidade das equipes de emergência. Esses fatores externos podem variar amplamente entre diferentes regiões, o que implica que as soluções para melhorar os tempos de resposta precisam ser adaptadas ao contexto local. Medidas como a criação de corredores de emergência em áreas urbanas ou o uso de veículos adaptados para condições climáticas desafiadoras podem contribuir para mitigar esses efeitos.9-11,13-16
A triagem adequada e a priorização de pacientes também desempenham um papel crucial na otimização do atendimento pré-hospitalar. Em cenários de múltiplas vítimas, a capacidade de avaliar rapidamente a gravidade das lesões e decidir qual paciente precisa de atendimento imediato pode ser a diferença entre a vida e a morte. Protocolos de triagem, como o Sistema de Triage de Manchester ou o Sistema de Triage de Ottawa, podem ser implementados para guiar as decisões dos socorristas. Tais sistemas ajudam a garantir que os recursos sejam alocados de maneira eficaz, com a atenção sendo direcionada primeiro àqueles que estão em maior risco.8-11,13-16
Além disso, a pesquisa em educação e treinamento contínuo dos profissionais de saúde que atuam em situações de emergência é vital. Cursos e simulações que abordam o atendimento a traumas podem aprimorar as habilidades dos profissionais e prepará-los para tomar decisões rápidas sob pressão. A literatura médica enfatiza que o treinamento regular não só melhora o desempenho em situações de emergência, mas também aumenta a confiança da equipe, o que pode resultar em tempos de resposta mais rápidos e melhores desfechos clínicos.6-9,13-15 A análise de políticas públicas e a alocação de recursos financeiros são igualmente importantes. Muitas vezes, a insuficiência de financiamento para os serviços de emergência resulta em falta de equipamentos, veículos e recursos humanos, o que compromete a capacidade de resposta das equipes. Investimentos adequados em infraestrutura e tecnologia são essenciais para garantir que os serviços de emergência possam operar de maneira eficaz. A priorização de recursos para áreas de alto risco e a promoção de parcerias entre o setor público e privado podem ser estratégias eficazes para melhorar a qualidade e a eficiência do atendimento pré-hospitalar.6-9,13-15
Finalmente, a realização de estudos futuros que abordem a relação entre o tempo de resposta e a mortalidade deve ser incentivada. A coleta e análise de dados em tempo real podem oferecer insights valiosos sobre as práticas de atendimento e as lacunas existentes. Além disso, pesquisas longitudinais podem ajudar a identificar tendências ao longo do tempo e avaliar o impacto de intervenções específicas. A colaboração entre instituições de pesquisa, serviços de emergência e organizações de saúde é fundamental para avançar no entendimento sobre como otimizar os tempos de resposta e melhorar os resultados para os pacientes com trauma grave. Essa abordagem multidisciplinar é essencial para enfrentar os desafios complexos associados ao atendimento de emergências e contribuir para a construção de um sistema de saúde mais eficaz e equitativo.5-8,11-15
Em conclusão, o impacto do tempo de resposta no atendimento pré-hospitalar em casos de trauma grave é um tema de extrema relevância, pois determina não apenas as taxas de mortalidade, mas também a qualidade de vida dos sobreviventes. A combinação de fatores como a natureza do trauma, a eficiência das equipes de emergência, as condições ambientais e a infraestrutura de saúde local desempenha um papel fundamental na determinação dos desfechos clínicos. Para melhorar continuamente os tempos de resposta, é crucial que haja investimentos em treinamento, tecnologia e políticas públicas que priorizem a saúde e a segurança da população. O desenvolvimento de abordagens integradas, que envolvam a colaboração entre diferentes serviços de emergência e a educação da comunidade, pode facilitar uma resposta mais eficaz a situações de trauma. Assim, promover a conscientização sobre a importância do tempo de resposta e implementar práticas que assegurem intervenções rápidas e eficazes são passos essenciais para salvar vidas e aprimorar o sistema de saúde como um todo. A pesquisa e a inovação devem ser constantemente estimuladas, garantindo que os profissionais de saúde estejam preparados para enfrentar os desafios complexos do atendimento pré-hospitalar, com um foco inabalável na melhoria dos resultados para os pacientes.
5. CONSIDERACIONES FINALES
As considerações finais deste estudo destacam a importância crítica do tempo de resposta no contexto do trauma grave e da atenção pré-hospitalar. Os achados da revisão bibliográfica sublinham que cada minuto conta na atenção a pacientes com lesões traumáticas severas, onde intervenções oportunas podem ser determinantes para salvar vidas. Portanto, é imperativo que os sistemas de emergência médica se concentrem na redução do tempo de resposta como uma prioridade estratégica.
A literatura revisada indica que a correlação entre um tempo de resposta mais curto e uma menor mortalidade é clara e significativa. Os estudos analisados demonstram que, no contexto de trauma grave, cada minuto adicional de espera está associado a um aumento na taxa de mortalidade e na severidade das complicações. Isso reforça a ideia de que a rapidez na intervenção não apenas melhora os resultados imediatos, mas também tem um impacto duradouro na qualidade de vida do paciente após o evento traumático.
Além disso, observa-se que os fatores que influenciam o tempo de resposta são diversos e complexos. Entre eles estão a infraestrutura viária, a distribuição geográfica dos recursos de emergência e a capacitação da equipe. Em áreas rurais ou com acessibilidade limitada, os tempos de resposta tendem a ser mais longos, resultando em um descompasso crítico entre a lesão e a atenção médica. Portanto, é essencial abordar essas disparidades para garantir que todos os pacientes tenham acesso a uma atenção de emergência rápida e eficaz, independentemente de sua localização.
Outro aspecto relevante é o papel da tecnologia na otimização do tempo de resposta. A implementação de sistemas de geolocalização, comunicação eficiente e ferramentas de triagem pode melhorar significativamente a capacidade das unidades de emergência de chegar ao local do incidente de forma oportuna. A capacitação contínua da equipe no uso dessas tecnologias é fundamental para maximizar sua eficácia. Investir em treinamento e equipamentos adequados não apenas otimiza o tempo de resposta, mas também melhora a qualidade da atenção prestada. A colaboração entre diferentes setores também é essencial para melhorar o tempo de resposta em situações de trauma. A integração dos serviços de emergência com outras instituições, como a polícia e os serviços de bombeiros, pode facilitar uma resposta mais rápida e coordenada em emergências. Além disso, a participação da comunidade na capacitação em primeiros socorros pode ser uma ferramenta eficaz para iniciar a assistência enquanto se aguarda a chegada dos serviços médicos. Esse enfoque comunitário pode ser especialmente valioso em áreas onde os tempos de resposta são tradicionalmente mais longos.
É importante também considerar a dimensão psicológica do trauma nos pacientes e em suas famílias. A experiência de um evento traumático não apenas afeta fisicamente o paciente, mas também pode ter repercussões emocionais a longo prazo. Assim, a atenção deve ser integral e considerar não apenas a estabilização física do paciente, mas também o apoio emocional e psicológico. Isso implica que os serviços de emergência devem estar preparados não apenas para lidar com lesões físicas, mas também para oferecer uma abordagem humanizada no atendimento.
Os resultados desta revisão sugerem que a implementação de protocolos de atenção padronizados pode ajudar a melhorar o tempo de resposta e os resultados clínicos. A criação de diretrizes claras sobre o manejo de casos de trauma grave pode fornecer um quadro para que as equipes de emergência atuem de maneira mais eficiente. Isso inclui a identificação rápida dos recursos necessários e a priorização de intervenções-chave durante a “hora dourada”.
Por outro lado, é fundamental realizar um monitoramento contínuo dos resultados e da efetividade das intervenções implementadas. A coleta de dados sobre os tempos de resposta e os resultados clínicos permite identificar áreas de melhoria e ajustar estratégias conforme necessário. Esse enfoque baseado em evidências é essencial para avançar na qualidade do serviço de atenção pré-hospitalar.
Em conclusão, a atenção a pacientes com trauma grave é um desafio complexo que requer uma resposta rápida e coordenada. A evidência revisada neste estudo enfatiza a necessidade de reduzir o tempo de resposta como um componente crítico na atenção pré-hospitalar. Os esforços devem se concentrar em otimizar os sistemas de emergência, melhorar a infraestrutura e capacitar os profissionais de saúde para garantir que todos os pacientes recebam a atenção necessária no menor tempo possível.
Finalmente, é crucial defender políticas que apoiem a melhoria dos serviços de emergência e a redução das desigualdades no acesso à atenção. Isso implica um compromisso por parte das autoridades de saúde e dos governos em investir em recursos, infraestrutura e educação comunitária. Ao fazer isso, é possível melhorar significativamente a atenção a pacientes com trauma grave, resultando em uma diminuição da mortalidade e uma melhoria na qualidade de vida daqueles que sobrevivem a essas situações críticas.
As considerações finais deste estudo sublinham a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para enfrentar os desafios na atenção pré-hospitalar. Requerem-se esforços conjuntos que envolvam profissionais de saúde, autoridades governamentais e a comunidade em geral. A melhoria do tempo de resposta no contexto do trauma grave não apenas é possível, mas também é uma responsabilidade compartilhada que pode fazer a diferença na vida dos pacientes.
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