REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411011037
Cecilia Kelly Bacarias Costa
Orientador (a): Profa. Ma. Graça Maria Lopes Mattos
Coorientador (a): Profa. Dra. Karime Tavares Lima da Silva
RESUMO
A Odontologia tem evoluído na reabilitação estética com procedimentos menos invasivos e mais conservadores, preservando a estrutura dentária saudável. A utilização de novos materiais permite restaurar a estética, a função mastigatória e a fonética dos pacientes, destacando a reabilitação oral com prótese fixa como uma das principais opções para casos de perda parcial de dentes. Dessa maneira, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre o impacto da prótese fixa na qualidade de vida dos pacientes, abordando os aspectos funcionais e estéticos. A perda dentária, prevalente entre idosos e associada a desigualdade social, afeta a mastigação, a fala, a aparência e a autoestima, comprometendo o bem-estar emocional e social. Nesse contexto, as próteses fixas oferecem uma solução eficaz, proporcionando uma restauração estável e permanente das funções dentárias, além da estética. Foram incluídos neste estudo variados tipos de próteses, como coroas, pontes fixas e próteses sobre implante, com ênfase na evolução dos materiais cerâmicos, que combinam estética e durabilidade. A pesquisa bibliográfica abrangeu estudos entre os anos 2014 a 2024, selecionando trabalhos disponíveis em português e inglês nas bases de dados SCIELO, PUBMED e BIREME. Os resultados demonstram que o uso de próteses fixas melhoram significativamente a qualidade de vida dos pacientes, elevando sua autoestima, função mastigatória e integração social. Assim, além de restaurar funções básicas, as próteses fixas contribuem para o bem-estar e confiança dos indivíduos.
Palavras-chave: Prótese Parcial Fixa. Qualidade de Vida. Capacidade Funcional. Estética.
ABSTRACT
Dentistry has evolved in aesthetic rehabilitation with less invasive and more conservative procedures, preserving healthy dental structure. The use of new materials allows restoring patients’ aesthetics, masticatory function and phonetics, highlighting oral rehabilitation with fixed prostheses as one of the main options for cases of partial tooth loss. Thus, the objective of this study was to conduct a literature review on the impact of fixed prostheses on patients’ quality of life, addressing functional and aesthetic aspects. Tooth loss, prevalent among the elderly and associated with social inequality, affects chewing, speech, appearance and self-esteem, compromising emotional and social well-being. In this context, fixed prostheses offer an effective solution, providing stable and permanent restoration of dental functions, in addition to aesthetics. Various types of prostheses were included in this study, such as crowns, fixed bridges and implant-supported prostheses, with an emphasis on the evolution of ceramic materials, which combine aesthetics and durability. The bibliographic research covered studies between 2014 and 2024, selecting works available in Portuguese and English in the SCIELO, PUBMED and BIREME databases. The results demonstrate that the use of fixed prostheses significantly improves the quality of life of patients, increasing their self-esteem, masticatory function and social integration. Thus, in addition to restoring basic functions, fixed prostheses contribute to the well-being and confidence of individuals.
Keywords: Fixed Prosthesis. Quality of Life. Functional Capacity. Aesthetics.
1. INTRODUÇÃO
A Odontologia está em constante evolução no campo da reabilitação estética, adotando procedimentos menos invasivos e, portanto, mais conservadores, que visam preservar ao máximo a estrutura dentária saudável. Além disso, utiliza materiais inovadores para restaurar a estética, a função mastigatória e a fonética dos pacientes. A reabilitação com prótese fixa continua sendo uma das opções de tratamento recomendadas para pacientes com perda parcial de dentes (Batista et al., 2022).
A substituição de dentes perdidos agora são possíveis graças aos avanços técnicos científicos da odontologia. Isso permite que os pacientes se sintam mais confortáveis ao falar sem sobrecarregar suas musculaturas. Além de restabelecer o tônus muscular e recuperar a dimensão vertical que foi perdida, isso melhora a estabilidade e a retenção para as próteses fixas (De Lima et al., 2022).
Dentro das próteses parciais fixas, existem várias opções terapêuticas, incluindo coroas, facetas, onlays, inlays e overdentures, para substituir dentes ausentes ou comprometidos. Para garantir uma reabilitação que atenda às expectativas do paciente, uma história clínica abrangente de cada paciente é essencial para o planejamento e escolha da melhor opção de reabilitação. De forma semelhante, é fundamental levar em consideração a situação socioeconômica do paciente para garantir que as propostas apresentadas sejam adequadas às suas possibilidades (Flórido, 2022).
A vida psicossocial do paciente é significativamente impactada pela reabilitação oral, independentemente do tipo de prótese dental utilizada. O dia a dia das pessoas é diretamente afetado pela falta de dentes, o que resulta em uma qualidade de vida pior. Como resultado, os pacientes que procuram tratamento reabilitador esperam não apenas recuperar sua função mastigatória, mas também melhorar sua imagem pessoal, social e qualidade de vida (Campos, 2019).
Usuários de próteses fixas experimentam melhorias na qualidade de vida, especialmente na mastigação e autoestima. Essas reabilitações aumentam a satisfação social e emocional em comparação a quem não trata a perda dentária. A aceitação estética das próteses contribui para maior autoconfiança e bem-estar, evidenciando a importância do planejamento na reabilitação (Fouda et al., 2024).
Os dentistas que tratam vários casos de prótese dentária diariamente estão satisfeitos com os resultados do tratamento. É, no entanto, necessário que esses especialistas tenham uma compreensão mais profunda da perspectiva dos pacientes, levando em consideração seus sentimentos, experiências e percepções subjetivas sobre os aspectos cruciais de seu bem-estar geral relacionados ao uso de uma prótese específica (Sabiá et al., 2022).
Dessa maneira, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre o impacto da prótese fixa na qualidade de vida dos pacientes, abordando os aspectos funcionais e estéticos.
2 METODOLOGIA
Para o estudo, foi utilizada uma revisão bibliográfica, que incluiu a estudos relevantes que dão suporte para pesquisas sobre prótese fixa e seu impacto na qualidade de vida dos pacientes. A pesquisa foi realizada considerando artigos publicados no período de 2014 a 2024. Foram escolhidos artigos publicados em português e inglês em bases de dados como: Scientific Electronic Library Online (SCIELO); National Library of Medicine (PUBMED); Portal Regional da BVS (BIREME). Foi dada prioridade para artigos que abrangem os Descritores Em Ciências da Saúde (DECS): “Prótese Fixa”; “Qualidade de Vida”; “Capacidade Funcional”; “Estética”. Foram excluídos artigos com mais de 10 anos de publicação, não disponíveis online, trabalhos que não estão escritos em inglês e português e duplicados em diferentes bases de dados.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Qualidade de Vida Relacionada à Saúde Bucal (OHRQoC)
A qualidade de vida relacionada à saúde bucal (OHRQoC, do inglês Oral Health-Related Quality of Life), é um termo que se refere à maneira como a saúde bucal de uma pessoa afeta a qualidade de vida dela. Os fatores como os efeitos das condições dentárias e orais na função, conforto, autoestima e bemestar geral estão entre eles. Sendo assim, problemas dentários, como dor, desconforto, questões estéticas ou problemas funcionais, afetam a vida cotidiana e o bem-estar emocional das pessoas (Gondin, 2022).
A percepção da saúde bucal impacta diretamente a qualidade de vida de diferentes grupos etários, especialmente entre os idosos, onde a prevalência de edentulismo e a necessidade de reabilitação protética são mais comuns. A saúde bucal precária pode limitar as atividades sociais e gerar constrangimento, levando a uma redução no convívio social e até à depressão. Assim, intervenções odontológicas voltadas para a reabilitação oral, como o uso de próteses fixas, desempenham um papel fundamental na melhora da autoestima e na reintegração social dos pacientes (Ruff et al., 2022).
A perda dentária severa está associada à desigualdade social e afeta 2,3% da população global, sendo esta falta de dentes prejudicial a mastigação, digestão, fala e aparência, o que pode causar problemas psicológicos e uma qualidade de vida ruim. Além disso, está relacionado a condições como obesidade, deficiência nutricional e maior risco de mortalidade. A perda dentária é um problema de saúde pública, sendo as próteses dentárias recomendadas para restaurar a função mastigatória, melhorar a aparência e a fala, além de aumentar a qualidade de vida dos pacientes (Azevedo et al., 2017).
3.2 O Impacto do Edentulismo na Qualidade de Vida
O conceito de qualidade de vida refere-se à forma como uma pessoa vê a si mesma e sua posição na sociedade com base em preocupações, expectativas e padrões estéticos. A ansiedade, a baixa autoestima, a insegurança, a intolerância social e a depressão podem ter um efeito negativo no cotidiano da pessoa quando essas expectativas não são atendidas (Xavier et al., 2019).
A melhoria do acesso à informação e aos serviços de saúde, fez com que as taxas de edentulismo diminuíssem gradualmente. No entanto, a perda de dentes ainda é prevalente e representa um dos principais problemas de saúde bucal no mundo. O edentulismo é mais comum entre idosos e mulheres em regiões de baixa renda, evidenciando, assim, a relação entre a população edêntula e fatores socioeconômicos (De Carvalho et al., 2018).
No Brasil, a prevalência da perda dentária ainda é significativa, especialmente entre idosos, mulheres e pessoas de baixa escolaridade e renda.
De acordo com um estudo baseado em dados do SBBrasil 2010, as regiões Norte e Nordeste apresentam as maiores taxas de perda dentária e necessidade de próteses dentárias (Cardoso et al., 2018).
A falta de dentes está associada a várias consequências perigosas para a saúde, considerado um fator de risco para várias condições sistêmicas, além de prejudicar a saúde bucal. Esse estado desdentado dificulta a mastigação, o que leva a uma ingestão inadequada de alimentos, aumentando o risco de obesidade, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares (Izaque et al., 2021).
3.3 Soluções Reabilitadoras em Próteses Fixas
De acordo com Halhal et al., (2023), uma das principais atividades dos dentistas é a restauração dentária. Restaurações diretas são comuns para danos menores, enquanto a prótese fixa é usada para casos mais graves. As coroas dentárias (Figura 1), que cobrem todo o dente, eram originalmente feitas de metal, mas agora, devido à demanda por estética, são mais frequentemente feitas de cerâmica. As coroas cerâmicas, que têm boa durabilidade e são esteticamente agradáveis, se tornaram populares na última década devido às suas vantagens estéticas e biocompatibilidade (Do Nascimento et al., 2024).
Figura 1 – Coroa Cerâmica.
Fonte: Do Nascimento et al., 2024, p. 7
As pontes fixas (Figura 2), são usadas para substituir dentes ausentes conectando os dentes adjacentes ao espaço aberto. Elas diferem das coroas dentárias por incluir um dente chamado de pôntico, e dentes vizinhos, chamados de dentes pilares, que preenchem o espaço entre eles (Azevedo et al., 2017).
Essas próteses são compostas por uma estrutura metalo-cerâmica revestida de porcelana. Elas só podem ser removidas por um dentista porque são cimentadas permanentemente nos dentes pilares. As pontes dentárias removíveis, por outro lado, podem ser removidas para limpeza (De Oliveira, 2015).
Figura 2 – Ponte Fixa.
Fonte: Perissinoto, 2024.
Outra opção é a chamada prótese fixa sobre implante (Figura 3A; 3B), que é fixada diretamente no implante dentário por meio de cimentação ou parafusos. Esse procedimento pode ser realizado na mandíbula ou na maxila. É fundamental ter um ou dois dentes saudáveis para apoiar a prótese fixa no implante. Esse tipo de prótese fornece resultados muito satisfatórios em termos de funcionalidade e aparência (Gasparetto, 2021).
Figura 3A – Protocolo inferior com dentes montados em cera; Figura 3B – Implantes instalados para receber a prótese protocolo.
Além disso, as técnicas de onlay e inlay (Figura 4), também conhecidas como restaurações em bloco, são consideradas as melhores opções para restaurações dentárias. Essas próteses podem ser feitas de forma artesanal, mas normalmente são feitas por meio de softwares sofisticados. Isso permite a fabricação de blocos muito precisos que se ajustam naturalmente ao sorriso do paciente. Como resultado dessa exatidão, as restaurações são muito semelhantes à anatomia dos dentes naturais, com cores e formas muito semelhantes às dos dentes originais (Vagropoulou et al., 2017).
Figura 4A – Escultura de cera realizada no laboratório; Figura 4B e 4C – Peças finalizadas no modelo de gesso; Figura 4D – Prova das peças.
Fonte: Fraga et al., 2017, p. 18.
Atualmente, as facetas indiretas de cerâmica (Figura 5) desempenham um papel crucial na reabilitação dental. Essa abordagem é implementada de forma indireta, tendo um desempenho clínico excepcional e sua espessura varia de 0,6 a 1,2 mm. Devido às suas características, as facetas cerâmicas têm demonstrado alta resistência, estabilidade de cor, durabilidade e longa vida útil com o desenvolvimento de materiais e técnicas de adesão (De Brito et al., 2022).
Figura 5 – Facetas indiretas de cerâmica.
Fonte: Barnabé et al., 2020, p. 264.
Mas elas podem exigir preparações mais invasivas e exigir procedimentos laboratoriais que requerem técnicos especializados. Além disso, antes da cimentação, se houver algum dano ou ajuste necessário, elas podem ser reparadas. No entanto, após a cimentação, não é possível alterar sua cor. (De Moura et al., 2022).
3.4 Aspectos Funcionais em Próteses Fixas
Segundo Figueiredo (2024) a avaliação de uma variedade de características esqueléticas, morfométricas e oclusais do paciente é essencial para uma reabilitação protética eficaz. Fatores psicossociais, como a aceitação estética, a sensação de bem-estar, a recuperação da função, principalmente na mastigação, e fatores neurofisiológicos, como a neuroplasticidade central, que facilita a adaptação às mudanças nos dentes, desempenham um papel no processo de adaptação às próteses. Aumentar a confiança e a sensação de competência do paciente em relação à reabilitação oral requer esses mecanismos (Klineberg et al., 2017).
Os aspectos mecânicos relacionados às próteses fixas englobam a resistência à fratura, a fixação e estabilidade dos componentes protéticos, além da adaptação marginal. Por outro lado, os fatores biológicos abrangem a integridade dos tecidos periodontais, a prevenção de cáries recorrentes e a condição geral das estruturas de sustentação. A higiene inadequada pode levar a cáries, problemas periodontais e defeitos mecânicos, como rachaduras ou fraturas, afetando de forma negativa a durabilidade da prótese (Lima et al., 2024).
As próteses fixas podem ser bastante eficazes, especialmente quando o paciente apresenta condições clínicas favoráveis, como higiene oral adequada, cristas alveolares remanescentes com formato e altura favoráveis e qualidade satisfatória dos tecidos gengivais. Esses fatores contribuem para uma boa retenção e estabilidade da prótese (Do Nascimento., 2020).
3.5 Aspectos Estéticos em Próteses Fixas
Até a década de 1980, as coroas para dentes eram apenas metalocerâmicas ou metaloplásticas. As estruturas metálicas foram substituídas por sistemas cerâmicos devido aos avanços nos materiais dentários. O sistema IPS e.max destaca-se por sua capacidade de reproduzir a aparência natural dos dentes, oferecendo cerâmicas de alta estética, como vidro com dissilicato de lítio e nano-fluorapatita, além de cerâmicas resistentes, como óxido de zircônia, que podem ser usadas em tecnologias de injeção e CAD/CAM (Queiroz, 2017).
Esses casos clínicos são desafiadores devido à escolha dos materiais e pilares usados para a Prótese Parcial Fixa (PPF), bem como à dificuldade de posicionar e alterar a cor e o formato. O resultado estético, a durabilidade e a integridade das margens são significativamente afetadas pelo material escolhido, o que pode afetar o prognóstico do tratamento de forma positiva ou negativa (Silva, 2019).
Além dos materiais usados, a forma como as coroas protéticas interagem com o tecido periodontal afeta o resultado final. O comportamento periodontal de próteses dentais e implantossuportados difere. Para imitar corretamente as características periodontais, o implante deve ser posicionado de acordo com o planejamento tridimensional e o guia cirúrgico durante reabilitações com próteses fixas implantossuportadas. Como resultado de reabsorções ósseas, que podem criar espaços escuros entre o dente e o implante, podendo sofrer alterações morfológicas e funcionais nos tecidos cervicais peri-implantares devido às suas características (Grota, 2017).
4. DISCUSSÃO
A saúde bucal desempenha um papel fundamental na qualidade de vida, uma vez que condições dentárias afetam a função, conforto, autoestima e bem-estar geral. Além disso problemas como dor, desconforto, dificuldades estéticas ou funcionais podem impactar diretamente o dia a dia das pessoas, reduzindo sua capacidade de mastigar, falar e até de se envolver em atividades sociais. Assim, a saúde bucal não está dissociada do bem-estar emocional, mas profundamente conectada a ele, afetando desde o convívio social até a autoestima e, em alguns casos, levando a quadros de depressão (Gondin, 2022; Ruff et al., 2022).
A perda dentária tem um impacto significativo na qualidade de vida, especialmente entre os idosos, um grupo no qual o edentulismo é mais prevalente e a demanda por reabilitação protética é elevada. A ausência de dentes pode comprometer a função mastigatória, afetar a estética e limitar a comunicação, o que frequentemente leva a constrangimento e isolamento social (Ruff et al., 2022).
Associada à desigualdade social e frequentemente mais comum entre os idosos, essa condição pode comprometer a função mastigatória, a digestão, a fala e até a aparência. A falta de dentes é um problema público de saúde que, além de causar consequências psicológicas negativas, está relacionada a uma série de problemas sistêmicos, como obesidade, deficiências nutricionais e doenças cardiovasculares (Azevedo et al., 2017; Izaque et al., 2021). Portanto, estratégias de reabilitação são essenciais para minimizar os impactos negativos da perda dentária.
Nesse contexto, as próteses fixas surgem como uma solução eficaz para restaurar a função e a estética dos pacientes que sofreram perdas dentárias. Existem diferentes tipos de próteses fixas, como coroas, pontes fixas, próteses sobre implantes e facetas indiretas em cerâmica, cada uma com indicações específicas para casos mais ou menos severos de perda dentária. Estas próteses substituem dentes ausentes ou danificados, oferecendo uma solução permanente e estável, que pode restaurar a função mastigatória e melhorar a estética (Azevedo et al., 2017; Halhal et al., 2023).
A estética da prótese fixa é um aspecto importante para a aceitação do tratamento pelos pacientes. A evolução dos materiais, como a cerâmica, permitiu a criação de coroas e próteses que se assemelham muito aos dentes naturais, tanto em termos de cor quanto de forma. A demanda por restaurações mais estéticas fez com que as opções cerâmicas se tornassem populares, especialmente pela sua biocompatibilidade e durabilidade. Além de melhorar a função mastigatória, essas próteses podem proporcionar resultados esteticamente agradáveis, restaurando a confiança e autoestima do paciente (Queiroz, 2017; Do Nascimento et al., 2024).
Quanto à função das próteses fixas, elas são fundamentais para a restauração das funções mastigatórias, fonéticas e estruturais, ajudando a manter a integridade do arco dental. Com a reabilitação protética, os pacientes conseguem voltar a mastigar corretamente, o que impacta diretamente na digestão e na ingestão de nutrientes. Além disso, a fala, muitas vezes prejudicada pela perda dentária, é recuperada com o uso dessas próteses, o que facilita a comunicação e a interação social (Klineberg et al., 2017; Gasparetto,2021).
A prótese fixa contribui significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Ao restaurar a função e a estética do sorriso, ela reduz o impacto social e emocional causado pela ausência de dentes. Os pacientes que utilizam essas próteses relatam maior conforto em suas interações sociais, menos constrangimento em atividades cotidianas, como sorrir ou conversar, e uma sensação geral de bem-estar. Isso tudo reflete diretamente na autoestima e na reintegração social (De Brito et al., 2022; Ruff et al., 2022).
Por fim, o sucesso de uma reabilitação com prótese fixa depende diretamente de um planejamento adequado e de uma anamnese detalhada. Cada paciente tem características únicas, tanto em relação à saúde bucal quanto às suas expectativas estéticas e funcionais. Avaliar fatores como oclusão, a presença de doenças periodontais e a estrutura óssea é essencial para garantir a longevidade da prótese e a satisfação do paciente. Assim, um planejamento meticuloso, aliado a uma execução precisa, é crucial para a eficácia do tratamento (Silva, 2019; Figueiredo, 2024).
5. CONCLUSÃO
O desenvolvimento do presente estudo chegou à conclusão que a reabilitação oral com próteses fixas é uma solução eficaz para restaurar a função mastigatória, a fala e a estética, melhorando a qualidade de vida dos pacientes que sofrem com a perda dentária. Além de restabelecer a função mastigatória e a estética, essas próteses elevam a autoestima e facilitam o convívio social, impactando positivamente no bem-estar geral do indivíduo. O uso de materiais estéticos e biocompatíveis, como as modernas cerâmicas, aliada a um planejamento criterioso, garante resultados funcionais e estéticos satisfatórios, tornando as próteses fixas uma ferramenta de grande importância paraa odontologia contemporânea.
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