REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202410301047
Prof. Dr. Walter Pereira1
Resumo:
Os suplementos alimentares podem ser definidos como componentes alimentares, nutrientes ou composto não alimentar, que é ingerido propositalmente, além da dieta habitual, com o objetivo de atingir benefícios específicos para a saúde e/ou desempenho. Nos últimos 30 anos, um número crescente de pessoas tem apostado na utilização de compostos naturais, em busca de melhores condições de saúde e consequentemente no tratamento de doenças. Adicionalmente, há um crescente reconhecimento da importância dos alimentos antioxidantes na promoção da saúde e bem-estar. Esses compostos desempenham papel vital na proteção do organismo contra o estresse oxidativo, que está associado à patogênese de várias doenças crônicas, incluindo obesidade e distúrbios cardiovasculares. Além disso, estatísticas alarmantes, apontam que a população mundial tem apresentado um estilo de vida cada vez mais sedentário e hábitos alimentares cada vez piores, o que afeta negativamente a saúde. Diante deste contexto, ressaltamos a importância de novas pesquisas, visando o surgimento de aplicações efetivas e sustentáveis em compostos antioxidantes, que possam combinar flavonoides, algas e subtipos de fibras vegetais, a fim de empregá-las no tratamento e na prevenção primária de doenças cardiovasculares e inflamatórias crônicas.
Palavras-chave: Suplemento alimentar. Antioxidantes. Estresse oxidativo. Sustentabilidade
Keywords: Food supplement. Antioxidants. Oxidative stress. Sustainability
Introdução:
O Congresso dos EUA, ao elaborar o Dietary Supplements Health and Education Act (DSHEA) em 1994, descreveu um suplemento dietético como: “… um produto, diferente do tabaco, que pode ser usado em conjunto com uma dieta saudável e contenha um ou mais dos seguintes ingredientes dietéticos: uma vitamina, mineral, erva ou outro botânico, um aminoácido, uma substância dietética para ser utilizada em humanos para suplementar a dieta aumentando a ingestão diária total, ou um concentrado, metabólito, constituinte, extrato ou combinações desses ingredientes (ADMINISTRATION, 1995). Nos últimos 30 anos, um número cada vez maior de pessoas têm empregado remédios naturais em busca de melhores condições de saúde, bem como o tratamento de patologias clínicas (MARINO; PATERNITI; CORDARO; MORABITO et al., 2015; MICALI; ISGRO; BIANCHI; MICELI et al., 2014).
Diversos compostos naturais são utilizados para prevenir e tratar doenças crônicas e devido à alta prevalência de doença cardiovascular (DCV), explorar novas soluções para prevenir ou tratar essas condições, além de buscar alternativas que possuam efetividade e poucos efeitos adversos é muito importante (CHOY; MURUGAN; MUSTAFA, 2018). Hoje existe um reconhecimento crescente da importância dos compostos antioxidantes na promoção da saúde e no bem-estar dos humanos (OLUFUNMILAYO; GERKE-DUNCAN; HOLSINGER, 2023). Esses compostos desempenham papel fundamental na proteção do organismo contra o estresse oxidativo, que está presente na patogênese de várias doenças crônicas, incluindo distúrbios cardiovasculares, diabetes e obesidade (OLUFUNMILAYO; GERKE-DUNCAN; HOLSINGER, 2023).
O estresse oxidativo é definido como “uma condição que geralmente ocorre, quando existem muitas moléculas instáveis, chamadas radicais livres acumuladas no corpo, e antioxidantes insuficientes para eliminá-las (CARLSON; TRUE; WILSON, 2024). Isso pode levar a danos celulares e teciduais, acelerar o envelhecimento e consequentemente aumentar a disfunção endotelial, que é um preditor estabelecido de eventos cardiovasculares futuros (KIM; SONG; KIM; YANG et al., 2012; RAS; STREPPEL; DRAIJER; ZOCK, 2013). Dados alarmantes, apontam que a população mundial vem apresentando um estilo de vida cada vez menos ativo e hábitos alimentares excessivamente calóricos, o que deve afetar negativamente a saúde.
A síndrome metabólica (SM), é definida pela junção de fatores de risco inter-relacionados, incluindo obesidade abdominal, resistência insulínica, dislipidemia e hipertensão arterial tem aumentado exponencialmente (GORTER; OLIJHOEK; VAN DER GRAAF; ALGRA et al., 2004). A inflamação é uma resposta essencial do mecanismo de defesa do nosso organismo ao hospedeiro, pelo qual o sistema imunológico após reconhecer estímulos nocivos e estranhos, inicia um processo de ação na tentativa de cura (CHOPRA; SHUKLA; RANA; KAMAR et al., 2024). Caso a inflamação não seja controlada a tempo pode resultar em lesões teciduais e possíveis condições crônicas (MANTOVANI; ALLAVENA; SICA; BALKWILL, 2008). Vale a pena salientar que., o tecido adiposo, principalmente em indivíduos obesos ou com sobrepeso, apresentam alterações, que em excesso são capazes de produzir citocinas como, IL-6 e radicais de oxigênio (ROS) (PINTO; REZENDE; JÚNIOR; AQUILA et al., 2020). Esses mediadores inflamatórios podem contribuir para condições como; Hipertensão e resistência à insulina, que resultam em hiperglicemia e aumento do risco cardiovascular (PINTO; REZENDE; JÚNIOR; AQUILA et al., 2020). A partir do conhecimento da etiologia do processo inflamatório, entende-se que; a inibição da atividade das células inflamatórias bem como a supressão da produção de proteínas de fase aguda pode ser uma estratégia para controlar distúrbios crônicos e agudos (BENJAMINI, 1991). Por fim, o entendimento fisiológico do processo inflamatório, presente em todas as doenças, ressalta os esforços científicos atuais, para descobrir compostos antioxidantes capazes de agir em segmentos químicos, alimentares e nutricionais, a fim de atenuar os danos causados por estes mecanismos patológicos (PINELA; DIAS; PEREIRA; ALONSO-ESTEBAN, 2024). A literatura atual, não apresenta abordagens investigativas sobre os possíveis efeitos de compostos bioativos mistos na sua base de dados. Porém, sobram evidências positivas de estudos que avaliaram o impacto individual delas. A fim de encontrar alternativas potencialmente práticas, eficientes e sustentáveis para o tratamento de condições clínicas, a hipótese de analisar o efeito conjunto de nutrientes com atividade antioxidante, sobre a composição corporal, estresse oxidativo e saúde cardiovascular, se torna hipoteticamente plausível.
Figura 1. Mecanismos pró-inflamatórios envolvidos na obesidade, estresse oxidativo e risco cardiovascular.
Compostos bioativos com proposta antioxidante. Flavonoides
Alguns métodos de neutralização do estresse oxidativo podem surgir de fontes alimentares. As fontes alimentares que atuam como eliminadores de radicais livres são caracterizadas com base na sua capacidade de absorção de radicais de oxigênio (ABDULLAH; CHAI; LOH; CHONG et al., 2011; HAYTOWITZ; BHAGWAT, 2010; YANG; PALLIYAGURU; KENSLER, 2016).
A literatura indica que, a ingestão de flavonoides dietéticos pode ter efeito favorável na prevenção e no tratamento de diversas doenças, devido às suas habilidades antioxidantes (GARCÍA-BARRADO; IGLESIAS-OSMA; PÉREZ-GARCÍA; CARRERO et al., 2020; RUPASINGHE, 2020). Certos atributos dos flavonoides, incluindo sua proposta antioxidante, contribuem para a proteção contra o estresse oxidativo (CHEN; XU; HUANG; AMROUCHE et al., 2020). Sendo assim, a suplementação de flavonoides pode ter efeito potencialmente positivo no desempenho e na saúde (CHEN; XU; HUANG; AMROUCHE et al., 2020).
Chlorella vulgaris
Figura 2. Chlorellaceae; Chlorella vulgaris (BARGHCHI; DEHNAVI; NATTAGH-ESHTIVANI; ALWAILY et al., 2023).
[Chlorellaceae; Chlorella vulgaris var. vulgaris], ChV, é a microalga mais renomada da classe Chlorophyta, apresenta valor nutricional excepcional, devido ao seu enriquecimento em compostos bioativos, como ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa, compostos fenólicos, proteínas, aminoácidos, peptídeos e vitaminas (ELBASUNI; IBRAHIM; ELSABAGH; NADA et al., 2022). Muitos estudos identificaram a ChV como um esplêndido agente antioxidante natural, anti-inflamatório e antiapoptótico, enfatizando a sua eficácia contra uma variedade de agentes nefrotóxicos, incluindo cloreto de mercúrio, cádmio e gentamicina (ABDELHAMID; ELSHOPAKEY; AZIZA, 2020; ABDELNOUR; SHEIHA; TAHA; SWELUM et al., 2019; ALHALASEH; SWEISS; ISSA; ALKASSASBEH et al., 2022; BLAS-VALDIVIA; ORTIZBUTRÓN; PINEDA-REYNOSO; HERNÁNDEZ-GARCIA et al., 2011; SHIM; SON; PARK; KIM, 2009). PANAHI et al., 2012 (PANAHI; GHAMARCHEHREH; BEIRAGHDAR; ZARE et al., 2012), investigaram os efeitos da suplementação de Chlorella vulgaris como terapia adjuvante em pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Os achados deste estudo indicaram que a adição de extrato de C. vulgaris ao regime terapêutico, incluindo metformina e vitamina E, está associada a efeitos favoráveis nos níveis de transaminases, triglicerídeos e melhora na sensibilidade à insulina. As atividades anti-inflamatórias do extrato de CV foram relatadas em alguns estudos in vitro e in vivo (CHAUDHARI; BAVISKAR, 2021; KWAK; BAEK; WOO; HAN et al., 2012; SIBI; RABINA, 2016). Chaudhari et al. (CHAUDHARI; BAVISKAR, 2021), avaliaram a atividade anti-inflamatória do CV em modelos inflamatórios experimentais agudos e crônicos e observaram que o grupo de tratamento diminuiu o nível de citocinas (TNF-α, IL-6 e IL-1β) em comparação ao grupo controle (CHAUDHARI; BAVISKAR, 2021).
Figura 3. Adaptado de; (BARGHCHI; DEHNAVI; NATTAGH-ESHTIVANI; ALWAILY et al., 2023) Uma redução na síntese de NO e citocinas pró-inflamatórias em macrófagos é causada pela Chlorella Vulgaris suprimindo o NF-KB. NO; Óxido nítrico, Akt; (proteína quinase B), MAPK (proteína quinase ativada por mitógeno), TRAF6 (fator associado ao receptor de TNF) atenuando a inflamação.
Chá verde;
Wu et al., (WU; LU; CHANG; CHANG et al., 2003), evidenciaram que o consumo habitual de chá pode ter efeitos positivos sobre variáveis antropométricas. Alguns estudos indicam que, bebedores de chá por períodos superiores a 10 anos apresentaram uma redução na porcentagem de gordura corporal e na relação cintura quadril, quando comparado com bebedores não habituais (WU; LU; CHANG; CHANG et al., 2003). Além disso, um estudo de coorte na Holanda mostrou que uma maior ingestão de catequinas presentes no chá verde, estava associada a um menor aumento do IMC em mulheres acompanhadas durante um período de 14 anos (HUGHES; ARTS; AMBERGEN; BRANTS et al., 2008). Outras Metanálises abordando os efeitos sobre variáveis antropométricas e metabólicas mostraram que as catequinas e a cafeína presentes no chá verde apresentam efeitos benéficos no controle de peso (HURSEL;
VIECHTBAUER; DULLOO; TREMBLAY et al., 2011; HURSEL; VIECHTBAUER; WESTERTERP-PLANTENGA, 2009; PHUNG; BAKER; MATTHEWS; LANOSA et al., 2010). Revisões bem elaboradas, concluíram que o chá verde pode ter efeitos benéficos contra uma variedade de doenças, incluindo câncer, obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, o que foi confirmado por meio de experimentos celulares em animais e humanos (OHISHI; GOTO; MONIRA; ISEMURA et al., 2016).
Citrus sinensis
Figura 4. Estrutura bioquímica citrus sinensis
Citrus sinensis (L.) Osbeck é uma variedade de laranja doce, pigmentada, pertencente à família Rutaceae, (TAMOKOU; MBAVENG; KUETE, 2017). A laranja Moro exibe propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antidiabéticas, antiobesidade, antitumorais, antineuroinflamatórias, imunomoduladoras e proteção cardiovascular (GANDHI; VASCONCELOS; WU; LI et al., 2020). Produtos naturais incluindo extratos cítricos são utilizados para combater a adiposidade excessiva e promover a perda de peso (TORRESFUENTES; SCHELLEKENS; DINAN; CRYAN, 2015), (TUNG; CHANG; LI; WU et al., 2018). Suas atividades antiadipogênicas e antiobesidade se dão principalmente pelo conjunto de polifenóis, especialmente os flavonoides, que estão presentes nesses extratos (KAWSER HOSSAIN; ABDAL DAYEM; HAN; YIN et al., 2016). De fato, vários estudos demonstraram que os flavonoides alimentares podem modular mecanismos envolvidos no metabolismo lipídico e promover efeitos positivos no tratamento da adiposidade, obesidade e doenças metabólicas associadas (KAWSER HOSSAIN; ABDAL DAYEM; HAN; YIN et al., 2016; MOSETI; REGASSA; KIM, 2016). A capacidade dos sucos cítricos e seus componentes de induzir lipólise, reduzir o acúmulo de gordura ou regular enzimas relacionadas à obesidade em vários modelos experimentais foi revisada por Rampersaud et al., 2017 (RAMPERSAUD; VALIM, 2017). Outros estudos sustentam o papel das antocianinas na regulação da expressão do gene da adipocitocina, incluindo adiponectina e leptina, capaz de refletir na melhora da sensibilidade à insulina (TSUDA, 2008), regulando de forma negativa o Inibidor do Ativador do Plasminogênio-1 (PAI-1) e da Interleucina 6 (IL-6), que estão associados ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, obesidade e reduzindo a produção de espécies reativas de oxigênio (GUO; LING; WANG; LIU et al., 2008; TSUDA, 2008).
Spirulina;
A Spirulina foi inicialmente classificada no reino vegetal com base em seus ricos pigmentos vegetais, adicionado à sua capacidade de fotossíntese. Porém, tempos depois, foi alocada no reino bacteriano (cianobactérias), devido à sua composição genética, fisiológica e bioquímica (VENKATARAMAN, 1997). A espirulina é composta de vários antioxidantes, incluindo betacaroteno, ficocianina, tocoferóis, micronutrientes, ácidos graxos poliinsaturados, particularmente ácido gama-linolênico e compostos fenólicos. Com base em seus altos valores nutritivos, a espirulina foi utilizada contra a desnutrição na década de 1970 (SAKLAYEN, 2018).
Embora existam outros suplementos utilizados para a redução de gordura corporal e perda de peso, os benefícios da espirulina não se limitam aos benefícios acima, mas se estendem às suas propriedades antivirais, anticâncer, antioxidantes, antidiabéticas, anti-inflamatórias, hepatoprotetoras, cardioprotetoras e de reforço da imunidade. (SERBAN; SAHEBKAR; DRAGAN; STOICHESCU-HOGEA et al., 2016; STEPIEN; KUJAWSKA-LUCZAK; SZULINSKA; KREGIELSKA-NAROZNA et al., 2018). Calella et al., 2022 (CALELLA; CERULLO; DI DIO; LIGUORI et al., 2022) em revisão sistemática analisaram os efeitos da espirulina no estresse oxidativo, sistema imunológico, inflamação, desempenho de e não atletas submetidos a intervenções de exercícios. Considerando dados que apoiam os benefícios ao sistema imunológico da suplementação de espirulina neste estudo, sugeriu que ainda faltam evidências sobre o benefício da suplementação de espirulina em pessoas saudáveis envolvidas em exercícios físicos. Porém, a suplementação de espirulina pode ser considerada plausível em atletas que não atendiam à ingestão alimentar recomendada de antioxidantes (CALELLA; CERULLO; DI DIO; LIGUORI et al., 2022).
Figura 5. Compostos bioativos da Spirulina (BORTOLINI; MACIEL; FERNANDES; PEDRO et al., 2022).
Psyllium;
Dados epidemiológicos sugerem que a ingestão de fibras alimentares está inversamente associada ao peso corporal (ANDERSON; BAIRD; DAVIS; FERRERI et al., 2009).
A maioria dos adultos nos Estados Unidos (com 20 anos ou mais), está acima do peso ou obesa (73,6%; 2017–2018), (CLOSE; WORLD HEALTH, 2017). Quando a obesidade é considerada separadamente, a prevalência é de 41,9% da população adulta dos EUA.
A hiperlipidemia é um distúrbio metabólico, caracterizado pelo aumento do colesterol total, triglicerídeos e colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e diminuição do colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C). Dados epidemiológicos sugerem que a dislipidemia é o principal fator de risco para doença cardíaca isquêmica e acidente vascular cerebral, sendo responsável por 84,9% das mortes por DCV (PIRILLO; CASULA; OLMASTRONI; NORATA et al., 2021). Medidas para ajustar o metabolismo lipídico são comumente aceitas para prevenir a DCV. No entanto, medicamentos, como estatinas, apresentam vários efeitos colaterais ou contraindicações (PEDRO-BOTET; MILLÁN NÚÑEZCORTÉS; CHILLARÓN; FLORES-LE ROUX et al., 2016). Vários estudos clínicos randomizados e metanálises avaliaram o efeito do psyllium nos níveis lipídicos (MCRORIE; MCKEOWN, 2017), em todos os estudos, houve efeitos significativos de redução do colesterol variando entre 6% e 24% para o colesterol LDL e entre 2% e 20% para o colesterol total, versus placebo. A eficácia do psyllium na redução do colesterol foi maior em estudos com dietas irrestritas e pacientes com altas concentrações basais de colesterol (LAMBEAU; MCRORIE, 2017). No intestino delgado, o gel de psyllium aumenta a viscosidade do quimo, que retarda a degradação e a absorção de nutrientes. Resultando em efeitos positivos nos pacientes com síndrome metabólica e diabetes tipo 2, enquanto reduz o colesterol em pacientes hipercolesterolêmicos. A literatura sugere que, uma perda modesta de peso (por exemplo, 5– 10%) pode levar a uma melhora nos resultados de saúde (BROWN; BUSCEMI; MILSOM; MALCOLM et al., 2016), corroborando com relatos publicados em saúde cardiovascular, estudos controlados mostraram que o psyllium também facilita a perda de peso em indivíduos com sobrepeso e obesos (GIBB; SLOAN; MCRORIE, 2023).
Figura 6. Uma visão geral dos principais efeitos benéficos do psyllium nas e seus mecanismos subjacentes. (CHEN; SHANG; XIN; XIANG et al., 2022).
Feno-grego
O feno-grego ( Trigonella foenum-graecum Linn ) é uma leguminosa pertencente à família Fabaceae. Quase 175 compostos foram identificados nas sementes de feno-grego (MAZZA; TOMMASO; FOTI, 2002). O feno-grego contém constituintes ativos, como compostos de saponina esteróide, fibras, compostos de ácido fenólico, protodioscina, flavonoides, hidrocarbonetos, alcalóides, terpenos, glicosídeos de ácidos graxos, carboidratos, aminoácidos e seus derivados (SHASHIKUMAR; CHAMPAWAT; MUDGAL; JAIN et al., 2018). Um amplo espectro de revisões sistemáticas e dados científicos demonstrou que o feno-grego e seus extratos melhoram os perfis glicêmico e lipídico (HAGHANI; BAKHTIYARI; MOHAMMADPOUR, 2016; SHASHIKUMAR; CHAMPAWAT; MUDGAL; JAIN et al., 2018). Um amplo espectro de revisões sistemáticas e dados científicos demonstraram que o feno-grego e seus extratos melhoram os perfis glicêmico e lipídico(HAGHANI; BAKHTIYARI; MOHAMMADPOUR, 2016). Além disso O feno-grego é conhecido por ter efeitos antioxidantes (SHEWEITA; ELHADY; HAMMODA, 2020), anti-inflamatórios (NAGAMMA; KONURI; BHAT; MAHESHWARI et al., 2021), imunológicos (MOUSTAFA; DAWOOD; ASSAR; OMAR et al., 2020) e anti-lipogênicos (GAO; DU; ZAFAR; SHAFQAT et al., 2015).
Figura 7. Papel das folhas e sementes de feno-grego contra hiperlipidemia, mau funcionamento do fígado e resistência à insulina. Adaptado de; (KHOUND; SHEN; SONG; SANTRA et al., 2018).
Justificativa de hipótese científica.
O mercado global de suplementos nutricionais foi estimado em US$ 381,47 bilhões em 2022 e deve crescer a uma taxa de crescimento anual composta de (6,3%), entre 2023 e 2030. A crescente atenção à saúde ajudou significativamente este mercado a prosperar. Além disso, o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis resultou na adoção rápida de suplementos nutricionais com o intuito de enriquecer o aporte diário de vitaminas e posteriormente tratar doenças. De acordo com a Global Alliance for Chronic Diseases (GACD), aproximadamente 71% das mortes globais, tem como base primária as doenças crônicas não transmissíveis (DNTs). Essas estatísticas alarmantes mudaram o foco da população para o bem-estar e a saúde, o que deve aumentar ainda mais a demanda por suplementos nutricionais.
Hipótese sugestiva / Parecer.
Os contextos científicos incluídos nesta breve narrativa, sugerem uma abordagem especial para análise de compostos bioativos com alto nível de evidência científica, que possam representar uma alternativa prática, eficiente e sustentável para o tratamento de diversas condições clínicas.
A literatura atual, não apresenta abordagens investigativas sobre os possíveis efeitos de compostos bioativos mistos na sua base de dados. Porém, sobram evidências positivas de estudos que avaliaram o impacto individual delas. A fim de encontrar alternativas potencialmente práticas, eficientes e sustentáveis para o tratamento de condições clínicas, a hipótese de analisar o efeito conjunto de nutrientes com atividade antioxidante, sobre a composição corporal, estresse oxidativo e saúde cardiovascular, se torna hipoteticamente plausível.
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